A decadência de uma família, de uma organização e de qualquer sociedade não se verifica, somente, pelo declínio das suas economias que as sustentam, mas também pelo baixo nível moral e cultural que apresentam, debaixo a cima. Qualquer coisa serve para manter a fachada, tais como a mentira, ladroagem e bandidagem que, por vezes toma a forma individual e outra, sob a capa de defesa estado, da integridade territorial do país, com palvreado mais ou menos bonito, barato e sem conteúdo.
É isso que somos dado a assistir a dança louca de um governo desencontrado que atira às escuras para todos os outros os lados. É isso que faz o governo do dia que nega que as suas forças andam a violar os direitos humanos contra populações indefesas, alegadamente porque apoiam os homens armados da Renamo.
Paulo Awade, governador de Tete, o Joaquim Veríssimo, vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, estão especializados em distorção da verdade e desinformação pública. O primeiro ao negar que os refugiados moçambicanos, no Malawi, sejam mulheres e filhos de homens armados da Renamo, que fugiram para aquele território devido a confrontos com as forças governamentais.
Awade isse que os 11 mil moçambicanos são preguiçosos que procuram viver de caridade. O outro por tentar convencer a comunidade nacional, e não só, que as relações entre as populações de Moatize, onde decorrem combates com homens armados da Renamo, sejam cordiais. Para condimentar a mentira, teve ajuda da Rádio Moçambique que entrevistou autoridades comunitárias, grupos dinamizadores, que são fiéis colaboradoras do regime.
Estações de emissora com grande credibilidade internacional como a BBC, VOA, LUSA, DW e a nossa STV reportam que os moçambicanos que estão em Kapise fugiram dos crimes das Forças de Defesa e Segurança, mas, a colaboracionista TVM, RM, DOMINGO insistem que foram os homens armados da Renamo que incendiaram as suas casas e roubaram o seu gado.
O ACNUR, organismo das Nações Unidas para os Refugiados, diz sem margem para dúvidas de que são refugiados. O governo, tentando esquivar-se da vergonha, diz, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, que são deslocados. A comissão do governo, dirigida por Veríssimo diz não haver evidências de violação dos direitos humanos.
Contra factos não há argumentos. A nós, os refugiados disseram estar a fugir das atrocidades das forças governamentais.
Como o governo não se preocupa em resolver o problema, porque dele tira proveito máximo, agora, depara-se com uma grave acusação do Tribunal Penal Internacional de as tropas do governo estarem a perpetrar crimes contra humanidade tais que assassinatos de homens, mulheres e crianças, violações de mulheres, roubo de gado – bovino, caprino, ovino, galinhas, patos e outros bens, nas regiões de Nkondezi e Tsangano, na província de Tete. Estes factos foram denunciados pelo mundo. Enfiar a cabeça na areia, à maneira de avestruz, não leva à solução nenhuma.
As violações dos direitos humanos não são nenhuma imaginação. As declarações de um agente dos esquadrões de morte, ao semanário SAVANA, são elucidadtivas. Perguntado se as populações estariam a mentir quando dizem que fogem das atrocidades das tropas governamentais, o agente diz que “Não estão a mentir. Em Tete é que foi mais vergonhoso porque o comandante que estava a frente disse queimem lá essas palhotas, matem os cabritos, bois e outros animais”. Nem Awade nem Veríssimo e suas igualhagens podem refutar estes factos.
A uma pergunta se o grupo dele - de abater opositores à Frelimo - era único, respondeu que “Não é o único. Os outros estão espalhados pelas províncias”. O mais recente relatório da Human Rights Watch, agremiação internacional que vela pelos Dureitos Humanos, aponta que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique cometram barbaridades contra cidadãos civis e indefesos, a norte da provincia de Tete.
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