OPINIÃO
Em Maio de 2010, depois das eleições no Reino Unido não terem dado a maioria absoluta aos conservadores, levou dois ou três dias a negociar a coligação entre estes e os democratas liberais que governaria durante os próximos 5 anos.
Durante esses dias todos pudemos acompanhar as tentativas de Gordon Brown para se manter como primeiro-ministro através de uma coligação com os mesmos democratas liberais, dirigidos por Nick Clegg.
A Rainha continuou na vida dela, sem interferir ou sequer prestar muita atenção. É uma monarquia constitucional: os partidos que se desembrulhem sozinhos. São eleitos para isso e são constituídos por pessoas adultas e livres que decidirão como quiserem.
Compare-se com os trabalhos do Presidente Cavaco Silva e a maneira como as interferências dele confundiram e atrasaram o país inteiro. É como se a Rainha Isabel II teimasse que queria que os conservadores governassem com o apoio dos trabalhistas. Não é apenas absurdo. É uma aberração anti-democrática.
As pessoas culpam Cavaco Silva mas a culpa não é dele, que fez o que achava que deveria fazer para o bem de Portugal. A culpa é do sistema republicano e semi-presidencialista que torna obrigatória a interferência do chefe de estado no exercício democrático e parlamentar dos partidos eleitos.
Se Portugal fosse uma monarquia António Costa seria primeiro-ministro três ou quatro dias depois das eleições e não havia peixeiradas nem perdigotos para ninguém.
É uma pena.
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