Regime de Assad vai recuperar controlo de Yarmuk, Qadam e Hajar al-Aswad.
Um acordo inédito vai permitir a partida, no sábado, de 4000 pessoas, incluindo civis mas também centenas de jihadistas do Estado Islâmico e da Frente Al-Nusra, de três bairros do Sul de Damasco, incluindo Yarmuk.
Esta saída é o culminar de negociações iniciadas há dois meses entre o regime sírio e representantes dos habitantes destes bairros, que sofreram uma profunda degradação das condições de vida devido a um cerco imposto pelo Exército de Assad desde 2013, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos
Segundo fontes próximas das negociações, citadas pela AFP, a iniciativa diz respeito ao campo de refugiados palestiniano de Yarmuk e aos bairros vizinhos de Qadam e Hajar al-Aswad. Este último funcionava como base do EI perto da capital síria.
“Um acordo foi alcançado para a partida de quatro mil civis e homens armados pertencentes a vários grupos, incluindo o EI e a Frente Al-Nusra [braço sírio da Al-Qaeda], que recusam qualquer tipo de reconciliação”, disse à AFP uma fonte governamental.
A aplicação do acordo deverá começar este sábado, disse a mesma fonte, indicando que as pessoas serão transferidas para Raqqa, a “capital” do EI no Norte da Síria ou para Marea, uma localidade da província de Alepo, junto à fronteira com a Turquia, que está nas mãos de grupos rebeldes islamistas e da Frente Al-Nusra.
Um outro responsável da segurança síria confirmou o acordo, precisando que diz respeito a 3567 pessoas, incluindo dois mil combatentes “que pertencem na sua grande maioria ao Estado Islâmico mas também à Frente Al-Nusra”.
Na quinta-feira, uma unidade do Exército sírio entrou em Qadan para recuperar a artilharia pesada e o equipamento militar utilizados pelos jihadistas. Ao mesmo bairro chegaram esta sexta-feira os 18 autocarros que vão transportar as pessoas a partir de sábado. “Cada combatente será autorizado a partir com a sua família, uma mala e a sua arma pessoal”, explicou um representante de Qadam.
Este é o primeiro acordo de “reconciliação local” que envolve jihadistas do Estado Islâmico. Tréguas anteriores permitiram a combatentes de grupos rebeldes abandonarem zonas de guerra a troco de entregarem as suas armas.
Yarmuk, onde o EI controlava uma zona no sul do campo de refugiados, foi um dos palcos mais castigados da mais castigados da guerra civil síria. Antes do início do conflito viviam lá 16 mil pessoas, hoje deverá contar com uma população de sete mil sírios e palestinianos que vivem muito precariamente entre as ruínas da guerra.
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