domingo, 11 de outubro de 2015

Outros guerrilheiros da Renamo se encontram espalhados pelo país e com armamento suficiente para iniciarem a luta armada

Guerrelheiros da Renamo, «cansados», admitem integração nas Forças Armadas.
Os homens da Renamo que anteontem foram detidos, desarmados e mais tarde libertados, pela Força de Intervenção Rápida (FIR), na casa do líder Afonso Dhlakama, na Beira, dizem-se agora disponíveis para serem integrados no exército governamental, revelando que se encontram «cansados de viver como nómadas e a correr perigo de vida».
A BOLA teve acesso à residência de Afonso Dhlakama e os guerrilheiros mostraram o seu interior, permanecendo bem visível que quase tudo foi revirado em busca de armas. Em resultado desta ação e das negociações do líder da Renamo com a Comissão de Mediação e a governadora de Sofala, Helena Taipo, foram entregues 16 espingardas AKM e uma pistola.
«Esta roupa que está vendo espalhada aqui por toda a casa foi uma ação da FIR, que estava à procura de armas. Eles chegaram por volta das 6 horas. Alguns de nós, incluindo o presidente, estávamos a dormir. Eles invadiram a casa e capturaram uns 15 elementos nossos, incluindo eu», disse a A BOLA um dos guerrilheiros da Renamo.
O nosso interlocutor diz que muitos outros guerrilheiros da Renamo se encontram espalhados pelo país e com armamento suficiente para iniciarem a luta armada. «Mas temos instruções de não atacar o que quer que seja sem ordens do presidente», garante.
«Temos famílias. Chega de maltratarem-nos. Somos todos irmãos moçambicanos. O nosso presidente Dhlakama já disse que está disposto a ‘entregar-nos’ para integrarmos uma força comum e nós também estamos disponíveis para ser integrados nas Forças Armadas de Moçambique», garante.
«Estamos cansados», junta, mostrando ferimentos de uma bala num braço.
No total foram 15 homens armados da guarda da Renamo que ontem foram desarmados pela FIR, sobre um olhar impávido do seu líder que na altura não podia fazer nada.
Ambiente calmo na Beira
A vida da população da Beira, em especial a que vive nos arredores da casa de Afonso Dhlakama, voltou à plena normalidade. A presença de 30 agentes da FIR, anteontem, causou enorme agitação, em especial junto dos simpatizantes da Renamo.
Muitos temeram que a FIR tivesse por missão ser hostil com Afonso Dhlakama e quiseram proteger o líder da Renamo, o que obrigou as força policiais a fazerem disparos para o ar e a usar, de forma comedida e controlada, gás lacrimogéneo. E tudo acabou por serenar quando se percebeu que Dhlakama estava reunido com a comissão de mediação e a governadora de Sofala.
Fotos de António Mavila/ASF
Fonte: A Bola PT.
Os homens da Renamo que anteontem foram detidos, desarmados e mais tarde libertados, pela Força de Intervenção Rápida (FIR), na casa do líder Afonso…
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