DINA MARGATO
| Ontem
Os pais de uma jovem belga de 12 anos foram surpreendidos pela comunicação da empresa de transporte ferroviário de que teriam de assumir a responsabilidade pelos danos do acidente causado pela sua filha, no valor de 19 mil euros.
FOTO DR
Charlotte Nuñez
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O acidente matou a rapariga enquanto esta tirava uma "selfie" na linha férrea. Foi atingida por um comboio que circulava a 150 km/h e morreu de imediato.
O tema chegou ao Parlamento. Charlotte Nuñez estava numa área de acesso vedado no interior da estação de Groenendaal. Apesar da morte ter mais de um ano, julho de 2014, o processo foi somando cartas oriundas da empresa ferroviária SNCB, culminando na fatura detalhada recebida em agosto.
A conta incluía os custos da retirada dos 200 passageiros que viajavam no comboio e a suspensão durante seis horas do tráfego. Esta semana, David Geerts, deputado socialista, evocou o episódio no Parlamento; mostrou-se muito crítico perante as decisões tomadas pela companhia e pediu uma alteração legislativa que evite esta comunicação aos familiares.
Carla Claeys, mãe de Charlotte, ficou chocada com a posição da companhia. "Quando se recebe uma carta como esta, com uma lista dos danos causados pela morte da sua filha, é um golpe muito duro. Esta gente não deve ter filhos", declarou. Como a família tinha um seguro familiar que inclui prejuízo a terceiros, será a seguradora a liquidar a fatura.
Nos últimos meses, segundo contou o site Mashable, dedicado aos novos media sociais, foram já 12 as pessoas que morreram enquanto estavam a fotografar-se num local inóspito, isolado, exótico e sempre de elevado risco. Há poucos dias, um adolescente russo caiu de um edifício enquanto registava o momento do ponto mais alto.
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