Hoje é dia 3. Há 7 meses, a essa hora recebiamos através dos órgãos de comunicação social a notícia sobre a trágica morte do Prof. Cistac.
Naquele dia e nos 3 dias seguintes, todos éramos cidadãos; o assassino estava bem identificado; e como um povo chamariamo-lo à responsabilidade.
Naquele dia todos condenaram aquele acto macabro, e trocaram as suas fotos de perfil nas redes sociais colocando as diversas imagens do Prof em vida.
Tristemente, volvidos 7 meses; tudo caiu num esquecimento colectivo induzido; e aqueles que em vida zombavam do Professor passeiam à sua classe dizendo: " nós sabíamos, a raiva do moçambicano dura horas ou dias, o moçambicano é amante da Paz, por isso podemos fazer e desfazer, em dois ou três dias cairá no esquecimento".
E realmente caiu no esquecimento colectivo como cairam no esquecimento os chifres de rinoceronte furtados na esquadra da matola, o escândalo da a EMATUM, a lei que aprovou as regalias infindáveis dos Deputados e do PR, os enchimentos de urnas flagrados no dia das eleições e tantas outras falcatruas que só mancham o nosso Estado
Tristemente, a nossa cidadania é por conveniência; só se manifesta quando a casa está arder; assim que o incêndio termina voltamos a ser indivíduos, os nossos opressores, os mesmos; regozijando do nosso esquecimento colectivo. Motivos bastantes para dizer que a opressão venceu a liberdade; os opressores, os oprimidos.
PS: alguns podem se questionar porquê insistentemente escrevo sobre o Prof Cistac; a resposta é difícil; tive o privilégio de tê - lo como Docente durante 2 anos; mas não é nessa vertente que escrevo; a sua morte representou implicitamente a morte da nossa cidadania. Venceu a opressão e morreu a liberdade.
Ele era um sábio sem igual em Moçambique. Muito fez por esse país e inclusive por aqueles que em vida o zombavam, e a nossa ingratidão colectiva ignorou tudo isso; apagamos uma luz que muito iluminaria os nossos caminhos. Estamos nas trevas
2 comentários:
Muito lamentavel!!!!!!
Muito lamentavel!!!!!!
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