O comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província central de Manica, desmente categoricamente o envolvimento da sua corporação num ataque que, alegadamente, teria sido realizado no início da noite de sábado, no distrito de Vanduzi, povoado de Chibata, por um grupo da Unidade de Intervenção Rápida contra a comitiva de Afonso Dhlakama, líder da Renamo.
Falando este domingo em conferência de imprensa, na cidade de Chimoio, capital de Manica, o comandante provincial da PRM, Armando Canhenze, convidou o líder da Renamo a juntar-se aos esforços do governo na busca de uma paz efectiva em Moçambique, pautando por um diálogo franco e aberto.
Chanhenze, que considera de absurdas as acusações de Dhlakama contra a sua corporação, explicou que não fazia sentido nenhum lançar um ataque contra a caravana do líder da Renamo em pleno mato.
Tenho toda a capacidade, toda a possibilidade de matar todos aqueles (da Renamo) em pouco tempo porque estão aqui comigo na cidade de Chimoio. Querendo é só flanquear aqueles que estão aqui num sítio quadrangular de 20 por 20 (metros). É só cercar e matar todos ali, disse Chanhenze, citado pela Rádio Moçambique.
Aproveitou a oportunidade para manifestar o seu desagrado com a presença em Manica de um grupo numeroso de homens armados para a protecção de Afonso Dhlakama e que são portadores ilegais de armas de fogo.
Esta situação não faz sentido porque coloca a população numa situação de pânico, disse Canhenze, para de seguida vincar num tom ríspido não quero homens armados aqui na minha província, porque para mim embora se diga que são homens da escolta (de Dhlakama) para mim não faz sentido.
Aliás, disse o comandante provincial da PRM nem (Barack) Obama, o Presidente americano não tem uma escolta de segurança de cerca de 50 homens. Isso não existe. É uma ameaça à sociedade. A minha população está em pânico. A retirada deles para mim é melhor. Ou que me entreguem as armas que eu vou dar polícia para escoltar a eles.
Prosseguindo, disse que nem o Presidente da República de Moçambique se faz acompanhar por um grupo de 50 homens fardados e armados.
As acusações de Dhlakama, sobre o alegado ataque, surgem numa altura em que o país vive um momento de incerteza devido a postura da Renamo, que ameaça governar a força nas seis províncias onde reivindica vitória nas últimas eleições gerais, realizadas a 15 de Outubro de 2014.
Aliás, há cerca de três semanas Dhlakama anunciou a retirada do seu partido no diálogo político com o governo, que vinha decorrendo há cerca de dois anos, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, e que visa garantir a existência de uma paz efectiva em Moçambique.
SG/
AIM – 13.09.2015
NOTA:
Caro Comandante: Se esses homens são “portadores ilegais de armas” só tem que agir e fazer cumprir a lei. Caso contrário, será Você que não está cumprindo com as suas atribuições.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Polícia moçambicana nega autoria de ataque contra líder da Renamo
A polícia moçambicana negou hoje a autoria da emboscada no sábado contra a caravana do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, atribuindo o ataque a um grupo de desconhecidos.
"Quem disparou não consigo descortinar", afirmou, em declarações à Lusa, Armando Mude, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, sobre o ataque contra a coluna de viaturas onde seguia o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, no centro do país.
"A informação que tenho é da existência às 19:30 de um tiroteio, um pouco depois do cruzamento de Tete. Eu não consigo chegar lá, porque trata-se de uma caravana de homens armados [da Renamo], com um efetivo de cerca de 40 a 50 homens", declarou Armando Mude.
Uma caravana de automóveis em que seguia o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, foi atacada ao início da noite de sábado na província de Manica, centro de Moçambique, havendo sete feridos, três da Renamo, um dos quais grave, e quatro presumíveis atacantes, mas o líder da oposição saiu ileso.
O ataque, testemunhado pela Lusa no local, aconteceu em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
A guarda da Renamo respondeu aos tiros e entrou no mato em perseguição dos atacantes, que jornalistas, militares da Renamo e o próprio Dhlakama no local identificaram como elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) das forças de defesa e segurança moçambicanas.
Os mesmos militares disseram estar na posse de quatro elementos feridos da UIR, que seguiram para Chimoio, transportados por elementos da Renamo antes do resto da comitiva.
"Não sabemos quem disparou", insistiu à Lusa o comandante provincial da PRM, alegando que "ou a Renamo entrou na emboscada ou fez a emboscada" e que ainda tinha poucas informações, pela circunstância de ser noite e de se tratar de uma ocorrência envolvendo um partido com uma força armada.
Quase vinte minutos depois da emboscada, repelida a tiros pela guarda da Renamo, uma viatura da UIR, lotada de agentes desta força, passou no local, fazendo sinais de emergência, observou a Lusa.
Meia hora depois uma ambulância cruzou também o local em direção a Chimoio.
Após o ataque, e face à ameaça de uma segunda emboscada, Afonso Dhlakama, que comandou pessoalmente o desdobramento da sua guarda, ordenou que fosse feito uma escolta da sua caravana a pé para os restantes 15 quilómetros para Chimoio e que demoraram quatro hora a percorrer.
A viatura em que seguia o líder da Renamo foi alvejada com um tiro na porta esquerda, sem feridos. Já o carro em que seguia a segurança privada de Dhlakama ficou com o párabrisa quebrado, e um terceiro veículo ficou imobilizado, com os pneus furados por balas.
Afonso Dhlakama, regressava do distrito de Macossa, onde orientou um comício popular, na sua viagem por Manica, onde revelou a nomeação, na próxima semana, de um administrador do partido para esta região e a instalação de um terceiro quartel a juntar aos já anunciados na Zambézia.
Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
O líder da Renamo anunciou a instalação de um quartel em Morrumbala, província da Zambézia, e a criação de uma polícia própria do partido, ao mesmo tempo que se recusa a encontrar-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alegando que só o fará quando forem cumpridos integralmente o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992, e o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, em setembro de 2014.
AYAC // FV.
Lusa – 13.09.2015
NOTA:
A quem quer enganar o Comandante Provincial da PRM de Chimoio? Quarta-feira passada tentaram barrar a comitiva da Renamo em Nicoadala. Presságio ou preparativo?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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Posted at 07:29 in Defesa, Eleições 2014 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink ShareThis
Comments
1
JJLABORET said...
Esperavam o que?
Por acaso o "bate-pau" da Frelimo no Chimoio iria declarar o ataque fracassado? Inda mais frente aos medias?
O imbecil tentou IMITAR o modo de ação de um comando dos Marines (EUA): Chegar, atacar, cumprir a missão e evadir-se em poucos minutos! DEU-SE MAL! Faltou "Know How" ao "milico" despreparado e seus homens pagaram com a vida a audácia do seu "chefete".
Quedome por acá riendo pra carago, moriendo de risa! Diria um espanhol amigo do umBhalane.
Já eu, brasileiro safado, não me surpreendo mais com essas coisas da gente da Frelimo!
2
umBhalane said...
Os TERRORISTAS é que falam deste jeito maneira:
"Quem disparou não consigo descortinar", afirmou, em declarações à Lusa, Armando Mude, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, atribuindo o ataque a um grupo de desconhecidos.
“Eu não consigo chegar lá, porque trata-se de uma caravana de homens armados [da Renamo], com um efetivo de cerca de 40 a 50 homens"
Outro TERRORISTA lá na Morrumbala também:
“A vida no distrito continua a correr normalmente, tal e qual”.
“Poder do Estado firme,… o poder do Estado continua firme”.
"Afinale" que ESTADO é esse mesmo que DESconsegue saber de desconhecidos que andam armados à solta por TODO o país, mal que pergunte!
Esse tal de Estado existe mesmo totalmente, ou nem por isso.
Quando na própria capital os raptos, os resgates (os preços por que se resgatam), "business", o tráfico humano já são normais na anormalidade habitual/normal?
Os TERRORISTAS são mesmo DESconseguidos totalmente.
Fungula mwadhidi masso.
LEMBREM BEM
QUEM NÃO LUTA, PERDE SEMPRE.
A LUTA É CONTÍNUA
Frelimo acusa Renamo de “simular” ataque contra comitiva de Dhlakama
A Frelimo considerou hoje uma "simulação" da Renamo o ataque de sábado contra a comitiva do seu líder, Afonso Dhlakama, acusando o movimento de procurar pretexto para uma guerra.
"O senhor [Afonso] Dhlakama, durante todo este tempo, ficou à espera de pretexto para voltar à guerra e como esse pretexto nunca chega, mesmo com os actos de provocação às autoridades, agora é ele mesmo que inventa o pretexto com a simulação de um ataque", acusou o porta-voz da Frelimo, Damião José, em conferência de imprensa.
Segundo Damião José, "haverá alguma dúvida de que o simulado ataque, em Manica, é mesmo obra de um malandro como o senhor Afonso Dhlakama?".
O porta-voz da Renamo referiu-se ao facto de o líder da Renamo ter inicialmente imputado a autoria do ataque à Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e mais tarde admitido que não podia ser preciso em relação à proveniência dos disparos, acusando vagamente a Frelimo.
"O senhor Dhlakama não precisa de todo este teatro para trazer ao de cima a sua postura belicista. Ela é-lhe intrínseca e o povo moçambicano sabe que a única coisa que ele sabe fazer é a guerra, é a destruição de bens e a morte de cidadãos", acusou ainda Damião José, referindo-se à guerra de 16 anos entre o movimento e o Governo da Frelimo, que terminou em 1992.
Questionado sobre a existência de provas de que carros da caravana da Renamo foram atingidos a tiro, o porta-voz da Frelimo retomou uma versão avançada pela polícia em Manica no domingo, alegando que terá sido ouvida uma explosão de uma roda de uma das viaturas da caravana e uma colisão entre viaturas da delegação, que supostamente precipitaram uma reacção dos homens armados do movimento.
O ataque, testemunhado pela Lusa no local, aconteceu em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
A guarda da Renamo respondeu aos tiros e entrou no mato em perseguição dos atacantes, que jornalistas, militares da Renamo e o próprio Dhlakama no local identificaram como elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) das forças de defesa e segurança moçambicanas.
Mais tarde, Dhlakama atribuiu à Frelimo a "emboscada planificada" de que foi alvo, afirmando que, para ele, é "como se não tivesse acontecido nada".
"Sou general e militar, aquilo foi uma emboscada planificada", afirmou em conferência de imprensa o presidente da Renamo sobre o ataque ocorrido ao início da noite de sábado na província de Manica.
"Foi a Frelimo", declarou Dhlakama aos jornalistas na cidade de Chimoio, capital de Manica, onde chegou mais de quatro horas após o ataque, que resultou em pelo menos sete feridos, três da Renamo, um dos quais grave, e quatro entre os presumíveis atacantes.
A polícia negou a autoria da emboscada no ataque, atribuindo-o a um grupo de desconhecidos.
"Quem disparou não consigo descortinar", afirmou, em declarações à Lusa, Armando Mude, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, sobre o ataque contra a coluna de viaturas em que seguia o líder do principal partido da oposição, no centro do país.
"A informação que tenho é da existência, às 19:30, de um tiroteio, um pouco depois do cruzamento de Tete. Eu não consigo chegar lá, porque trata-se de uma caravana de homens armados [da Renamo], com um efectivo de cerca de 40 a 50 homens", declarou Armando Mude.
Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.
Lusa – 14.09.2015