Inhambane
A empresa esteve encerrada durante o dia de ontem. O governador de Inhambane, Agostinho Trinta, foi tentar apelar à calma, mas foi ignorado. Sul-africanos não foram trabalhar e alguns começaram a regressar à África do Sul com medo de retaliação.
Maputo (Canalmoz) – O que se temia que acontecesse já começou a acontecer. Os trabalhadores moçambicanos que estão na refinaria petroquímica “Sasol”, em Inhambane, exigem a saída da empresa de todos os trabalhadores sul-africanos, e que regressem ao seu país nas próximas 24 horas.
“Os nossos irmãos estão a ser mortos como animais na África do Sul, e nós aqui tratamos bem os sul-africanos. Exigimos que todos os sul-africanos abandonem a empresa e voltem para a África do Sul”, esta é uma das mensagens que foi posta a circular em Inhambane.
Na quinta-feira, empunhando fotos de moçambicanos e de outros estrangeiros queimados vivos, ou com golpes de catanas, os trabalhadores da “Sasol” paralisaram a empresa, exigindo justiça e o regresso de todos os sul-africanos à sua terra natal.
Os sul-africanos, por sua vez, com medo de retaliação, não compareceram nos seus postos de trabalhos. Muitos já abandonaram o país.
A direcção da empresa comunicou ao Governo local o ambiente de tensão que se vive na empresa, e o governador de Inhambane deslocou-se ao local, testemunhou o ambiente de indignação e viu as fotos de moçambicanos queimados vivos. O governador tentou apelar à calma, mas foi ignorado. Pediu para que não se responda com violência à xenofobia, apelando aos trabalhadores para que deixassem os dois Governos tratarem do assunto. Ninguém deu ouvidos a Agostinho Trinta. Quando dizia “Viva Moçambique”, mais de metade dos trabalhadores não respondia. Alguns choravam com as fotos nas mãos.
A direcção da empresa apelou aos trabalhadores moçambicanos e também aos trabalhadores sul-africanos para manterem a calma, mas tudo indica que os trabalhadores sul-africanos não confiam no diálogo de quinta-feira, e já começaram a abandonar o país. (Redacção)
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