sexta-feira, 17 de abril de 2015

Joseph Hanlon profetiza o fim do reinado de medo

Bons ventos sopram para Moçambique: 

POLÍTICA NACIONAL
TIPOGRAFIA
O académico, e editor de uma gazeta internacional, Joseph Hanlon escreveu recentemente, que o antigo Presidente Armando Guebuza tinha (claramente) a intenção de permanecer no poder do partido Frelimo. O exemplo disso, segundo ele, é que Armando Guebuza abriu a reunião do Comité Central de uma forma combativa, tendo atacado os seus supostos opositores internos dentro do partido.

Joseph Hanlon sustenta o seu ponto de vista recordando que o ex-ministro da Informação e ainda membro respeitado da velha guarda da Frelimo, Jorge Rebelo, entrevistado pela estação de televisão independente (STV) acusou Guebuza, de “tentar intimidar os membros do Comité Central, de modo que eles não debatessem assuntos relevantes”. Ele disse ainda que Guebuza “não está aberto à discussão e reprime o debate, e agora as pessoas têm medo de se manifestar". Ele pediu aos membros do Comité Central “para falarem e não apenas aplaudir”. (AIM, Canalmoz, O País)
“Rebelo reflectiu claramente o clima que se vivia dentro da Frelimo, onde os membros do partido se foram tornando cada vez mais sinceros na sua crítica contra a tentativa de Guebuza se manter no poder”, defendeu Hanlon.
Ele, Rebelo, citado pela nossa fonte, havia repetidamente salientado que apenas na mesma situação, quando Guebuza foi eleito Presidente de Moçambique, enquanto o ex-presidente Joaquim Chissano ainda era presidente do partido, Chissano demitiu-se no início da primeira reunião do Comité Central em 2005.
“Guebuza, aparentemente, não pretendia seguir esse exemplo, e por via disso ficou sob pressão na reunião do Comité Central e, finalmente, ficou para baixo.
Conforme elucidou, Joseph Hanlon, o porta-voz da Frelimo, Damião José disse que Guebuza “deixou os membros do Comité Central de surpresa porque depois de consultar alguns camaradas do partido, ele chegou à conclusão de que agora era o momento apropriado para renunciar”.
Agora… Nyusi que nos surpreenda
No entender da mesma fonte, Filipe Nyusi foi eleito por unanimidade como presidente do partido e Guebuza continuará a ser um membro da Comissão Política da Frelimo.
Para Joseph Hanlon, Filipe Nyusi iniciou o seu mandato com um novo estilo, arrojado e mais aberto ao diálogo, incluindo com ex-funcionários-chave. E ao seu ver, esses encontros não são reuniões tradicionais em que os líderes proferem instruções, mas, as discussões são mais abertas, e as pessoas são livres para falar e debater.
Numa dessas recentes oportunidades, conforme explicou a nossa fonte, Filipe Nyusi presidiu a uma reunião de ministros, vice-ministros e directores actuais e antigos para discutir a problemática de energia. Anteriormente, Filipe Nyusi havia-se reunido com líderes da sociedade civil para discutir sobre as tensões com a Renamo.
“Nyusi também instruiu os seus ministros para realizarem reuniões semelhantes, por seu turno, o ministro da Educação, Jorge Ferrão realizou uma reunião no dia 25 de Fevereiro, com a maioria dos ex-ministros da educação, bem como, estiveram presentes professores e outros profissionais, em que houve fortes críticas de baixos salários, ensino de má qualidade, e outras questões”, disse Joseph Hanlon.
Adiante, o nosso interlocutor, acrescentou que o Presidente da República, Filipe Nyusi já havia alertado ao seu executivo para não dar lições, mas em vez disso, pedir opiniões.
Joseph Hanlon vai mais longe e afirma que a “camisa” que Nyusi veste no diálogo com Afonso Dhlakama assumiu um tom diferente. Tendo apontado como exemplo, o acordo com Dhlakama para um debate parlamentar sobre as autarquias provinciais da Renamo que parecia tão radical que “Guebuza tentou organizar a Comissão Política para se opor”.
Entretanto, Joseph Hanlon reconhece que são somente os primeiros dias e o Presidente e seus ministros ainda são novos. No entanto “até agora, Nyusi está provando ser o seu o homem do momento”, concluiu.
Joseph Hanlon nascido em 1941, nos Estados Unidos da América é um cientista social multifacetado, docente de Política de Desenvolvimento e Prática na Universidade Aberta, Milton Kenynes, na Inglaterra.
Ele já viveu em Moçambique por períodos consideráveis ??e tem-se notabilizado nos seus estudos sobre conflitos nos países em via de desenvolvimento, como é o caso de Moçambique.
Dávio David

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