JORNAL DEBATE 07 ABRIL 2015
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As comunidades do distrito de Mabote, na província de Inhambane, apresentaram recentemente, vários problemas do seu dia-a-dia ao governador de Inhambane, Agostinho Trinta, durante a sua visita de trabalho naquele ponto do país. Contudo, alguns moradores do mesmo distrito pediram a Agostinho Trinta para que não sejam penalizados os homens que batem nas suas esposas que cometem adultério.
Vários problemas foram apresentados na ocasião ao governador de Inhambane, desde as cobranças ilícitas perpetuada pelos agentes Polícia da República de Moçambique (PRM), carência de unidades sanitárias, serviços de migração, mas de todos o mais insólito, pediram autorização para bater nas esposas que são infiéis como medida de estancar infidelidade que segundo eles atingiram níveis alarmantes.
Durante o mesmo encontro, alguns residentes chegaram mesmo a implorar a Agostinho Trinta para que não sejam penalizados os homens que batem nas suas esposas por infidelidade.
“É muito doloroso que uma mulher casada se envolva numa relação extra-conjugal com um vizinho e o marido não pode fazer nada. Assim não pode ser, senhor governador. Já não há respeito aqui”, desabafou um morador que se identificou por Xadreque Mudema.
Por sua vez, Agostinho Trinta que ficou surpreso e embaraçado com o pedido, escapuliu-se do embaraço explicando que a paz de que falamos sempre não deve ser promovida apenas pelas estruturas nos níveis mais altos do poder, mas por todos.
“Este trabalho começa em casa, por isso, abstenhamo-nos de recorrer à catanada para resolver qualquer que seja o problema com as nossas esposas ou maridos, porque isso é crime”, alertou Agostinho Trinta.
Entretanto, os mesmos moradores queixaram-se ainda, ao governador daquela província, Agostinho Trinta, da má actuação dos agentes da PRM no distrito de Mabote.
O conflito entre as autoridades e a comunidade no distrito de Mabote está em alta desde que, nos princípios deste ano, três homens agrediram fisicamente e arrancaram a arma de fogo a um agente da Polícia de Trânsito (PT), depois de este ter multado um automobilista que acabava de estacionar a sua viatura na contra-mão.
As reclamações dos populares voltaram à tona e foram manifestadas àquele governante aquando da sua recente visita de trabalho ao distrito de Mabote.
Comunidades também querem carne de caça
A comunidade de Mabote considera que a polícia não devia proibir a “caça furtiva” no distrito de Mabote, porque é a fonte de sobrevivência de milhares de famílias. Caso não, defendem que “a culpa de um, não deve cair sobre todos”.
“Senhor governador, oriente os fiscais florestais para não prenderem as viaturas que forem interpeladas a transportar carne de caça (ilegal) ou mesmo produtos florestais, porque simplesmente foram alugados. Se for necessário que levem a carne ou madeira e deixem a viatura porque não é instrumento de crime”, considerou Samuel Morombe, um dos residentes do distrito, cuja intervenção foi apoiada pelos presentes.
Samuel Morombe disse que grande parte dos mineiros, donos de viaturas, têm dificuldades de circular livremente em Mabote, sendo por isso que pediu ao governador para que decretasse fim à fiscalização dos que circulam nas estradas do distrito de Mabote, uma solicitação que deixou Trinta de “saia justa”.
Mais adiante, Morombe deplorou a actuação de alguns agentes da Polícia, tendo explicado que um dos seus familiares “foi detido e obrigado pela Polícia de Trânsito a desembolsar um montante no valor de 20 mil meticais. Na altura ele transportava, na sua viatura, três pessoas que se deslocavam ao centro de Saúde da sede do distrito”.
Para Xadreque Mudema, outro morador que se diz agastado com a actuação policial, este comportamento não dignifica a polícia e está longe do cumprimento da Lei, e “se assim for então não precisamos da Polícia aqui em Mabote, porque no lugar de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, simplesmente complica a nossa vida”.
Trinta promete investigar
Por outro lado, Trinta prometeu ordenar inquéritos para investigar com detalhes as denúncias feitas pela população, tendo asseverado que “a missão da PRM é, acima de tudo, a de defender as pessoas e não de criar confusão no seu seio. As autoridades não podem ser inimigas do povo e nem dificultar a vida das pessoas”, sublinhou.
Na mesma senda explicou ainda aos populares de Mabote que “as leis aprovadas pelas instituições competentes devem ser implementadas em todo o país, incluindo, em Mabote, não havendo,desta maneira, qualquer possibilidade dos automobilistas conduzirem ilegalmente ou exercerem a actividade de transporte de passageiros sem as devidas licenças. A lei é igual para todos na República de Moçambique”, vincou Trinta.
Contudo, prometeu igualmente averiguar as denúncias de desordem que se vive no norte de Inhambane, distrito de Mabote, entre a polícia local e os residentes.
Para além da “zanga” devido à actuação da polícia local, os mesmos populares manifestaram o desejo de um centro de Saúde em Chitanga, bem como da asfaltagem da estrada Mapinhane/Mabote e da expansão do subsídio social básico para idosos vulneráveis.
Os residentes solicitaram ainda a instalação de Serviços de Migração para reduzir a distância que os naturais e residentes de Mabote percorrem até a cidade da Maxixe, cerca de 300 quilómetros, para obterem passaporte.
PRÓXIMO ARTIGOCasamentos prematuros: um entrave para emancipação da mulher
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As comunidades do distrito de Mabote, na província de Inhambane, apresentaram recentemente, vários problemas do seu dia-a-dia ao governador de Inhambane, Agostinho Trinta, durante a sua visita de trabalho naquele ponto do país. Contudo, alguns moradores do mesmo distrito pediram a Agostinho Trinta para que não sejam penalizados os homens que batem nas suas esposas que cometem adultério.
Vários problemas foram apresentados na ocasião ao governador de Inhambane, desde as cobranças ilícitas perpetuada pelos agentes Polícia da República de Moçambique (PRM), carência de unidades sanitárias, serviços de migração, mas de todos o mais insólito, pediram autorização para bater nas esposas que são infiéis como medida de estancar infidelidade que segundo eles atingiram níveis alarmantes.
Durante o mesmo encontro, alguns residentes chegaram mesmo a implorar a Agostinho Trinta para que não sejam penalizados os homens que batem nas suas esposas por infidelidade.
“É muito doloroso que uma mulher casada se envolva numa relação extra-conjugal com um vizinho e o marido não pode fazer nada. Assim não pode ser, senhor governador. Já não há respeito aqui”, desabafou um morador que se identificou por Xadreque Mudema.
Por sua vez, Agostinho Trinta que ficou surpreso e embaraçado com o pedido, escapuliu-se do embaraço explicando que a paz de que falamos sempre não deve ser promovida apenas pelas estruturas nos níveis mais altos do poder, mas por todos.
“Este trabalho começa em casa, por isso, abstenhamo-nos de recorrer à catanada para resolver qualquer que seja o problema com as nossas esposas ou maridos, porque isso é crime”, alertou Agostinho Trinta.
Entretanto, os mesmos moradores queixaram-se ainda, ao governador daquela província, Agostinho Trinta, da má actuação dos agentes da PRM no distrito de Mabote.
O conflito entre as autoridades e a comunidade no distrito de Mabote está em alta desde que, nos princípios deste ano, três homens agrediram fisicamente e arrancaram a arma de fogo a um agente da Polícia de Trânsito (PT), depois de este ter multado um automobilista que acabava de estacionar a sua viatura na contra-mão.
As reclamações dos populares voltaram à tona e foram manifestadas àquele governante aquando da sua recente visita de trabalho ao distrito de Mabote.
Comunidades também querem carne de caça
A comunidade de Mabote considera que a polícia não devia proibir a “caça furtiva” no distrito de Mabote, porque é a fonte de sobrevivência de milhares de famílias. Caso não, defendem que “a culpa de um, não deve cair sobre todos”.
“Senhor governador, oriente os fiscais florestais para não prenderem as viaturas que forem interpeladas a transportar carne de caça (ilegal) ou mesmo produtos florestais, porque simplesmente foram alugados. Se for necessário que levem a carne ou madeira e deixem a viatura porque não é instrumento de crime”, considerou Samuel Morombe, um dos residentes do distrito, cuja intervenção foi apoiada pelos presentes.
Samuel Morombe disse que grande parte dos mineiros, donos de viaturas, têm dificuldades de circular livremente em Mabote, sendo por isso que pediu ao governador para que decretasse fim à fiscalização dos que circulam nas estradas do distrito de Mabote, uma solicitação que deixou Trinta de “saia justa”.
Mais adiante, Morombe deplorou a actuação de alguns agentes da Polícia, tendo explicado que um dos seus familiares “foi detido e obrigado pela Polícia de Trânsito a desembolsar um montante no valor de 20 mil meticais. Na altura ele transportava, na sua viatura, três pessoas que se deslocavam ao centro de Saúde da sede do distrito”.
Para Xadreque Mudema, outro morador que se diz agastado com a actuação policial, este comportamento não dignifica a polícia e está longe do cumprimento da Lei, e “se assim for então não precisamos da Polícia aqui em Mabote, porque no lugar de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, simplesmente complica a nossa vida”.
Trinta promete investigar
Por outro lado, Trinta prometeu ordenar inquéritos para investigar com detalhes as denúncias feitas pela população, tendo asseverado que “a missão da PRM é, acima de tudo, a de defender as pessoas e não de criar confusão no seu seio. As autoridades não podem ser inimigas do povo e nem dificultar a vida das pessoas”, sublinhou.
Na mesma senda explicou ainda aos populares de Mabote que “as leis aprovadas pelas instituições competentes devem ser implementadas em todo o país, incluindo, em Mabote, não havendo,desta maneira, qualquer possibilidade dos automobilistas conduzirem ilegalmente ou exercerem a actividade de transporte de passageiros sem as devidas licenças. A lei é igual para todos na República de Moçambique”, vincou Trinta.
Contudo, prometeu igualmente averiguar as denúncias de desordem que se vive no norte de Inhambane, distrito de Mabote, entre a polícia local e os residentes.
Para além da “zanga” devido à actuação da polícia local, os mesmos populares manifestaram o desejo de um centro de Saúde em Chitanga, bem como da asfaltagem da estrada Mapinhane/Mabote e da expansão do subsídio social básico para idosos vulneráveis.
Os residentes solicitaram ainda a instalação de Serviços de Migração para reduzir a distância que os naturais e residentes de Mabote percorrem até a cidade da Maxixe, cerca de 300 quilómetros, para obterem passaporte.
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