Por Claudio Tognolli | Claudio Tognolli – 1 hora 50 minutos atrás
Em janeiro passado, por duas vezes e seguidamente, este blog sustentou que o ex-presidente Lula comandava uma fulminação midiática contra Dilma:
A fulminação agora tem uma nova classe de luzes, conhecidas como trevas.
Quando Chávez agonizava em praça pública, e o Mensalão tisnava o PT, o vulgo notava que Fidel e Chávez eram os mortos a se fazerem de vivos — e Lula o vivo a se fazer de morto.
Lula voltou a se fazer de morto. Mas, como diria Shakespeare, em Hamlet, há método nessa loucura. Vejamos.
As pernadas de anão que os blogueiros sustentados por autarquias deram em Dilma, nos últimos dois meses, tinham justamente esse objetivo: deixá-la sozinha. Se a passeata do dia 13 de março, (tocada a RS$ 35 reais de salário diário ao chamado “campo social militante”) tivesse tido alguma representatividade prática, ou “peso de convergência”, Lula teria saído em socorro de Dilma. Quem me conta são assessores ligados ao PT.
Como o dia 13 foi absolutamente “lorem ipsum, ipsum lorem”, ou terra de ninguém ( a que a polícia de Nova York chamaria the FOT, flying over territory), Lula se apeou ao nada infinito.
Continuará sumido. Seus assessores ainda não sabem se ele volta ou com a roupagem de que salva Dilma por ela mesma: ou salva Dilma pelo Lula Lá 2018.
Mas não são apenas os assessores de Lula que recomendam ao silêncio e ao sumiço. Todos os assessores de gente do poder ora recomendam ao silêncio e ao sumiço. Eu vou te contar o que um desses assessores relatou ao blog:
“Olha, eu só vi assessores recomendarem aos políticos um silêncio tamanho em 2009. Fora o lance do mensalão, o Congresso passava por uma fase dos diabos. A gráfica do Senado foi flagrada imprimindo livros que reuniam elogios recebidos pelos políticos. O limite de cinco passagens aéreas mensal para cada membro do Congresso foi exposto como fraudado diariamente. Notas fiscais de uso de gasolina, a RS$ 4 mil por dia, por assessores parlamentares, vieram a público. Renan Calheiros teve denunciada uma funcionária-fantasma que trabakhava para ele havia seis anos… o senador Tião Viana (PT-AC) desculpava-se, no jornal “O Estado de S. Paulo”, pela conta de R$ 14 mil, proveniente do uso de seu celular, emprestado à filha numa viagem de férias ao México. o engtão senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu naqueles dias plebiscito pelo fechamento do Congresso…
A reação de todos os assessores foi clara: silêncio total. Foi assim que, naquele primeiro de maio de 2009, fez-se o maior silêncio da história do Dia do Trabalho. Na Praça Campos de Bagatelle, na zona norte de São Paulo, o então presidente Lula foi orientado a faltar na festa. E faltou. O mesmo se deu com figurinhas hoje também silentes: O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), o petista Antonio Palocci, cotado para concorrer ao governo do Estado em 2010, e a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), articuladora da candidatura de Dilma em São Paulo, confirmaram presença, mas faltaram. A então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, então possível candidata do PT à Presidência em 2010, enviou aos diretores da Força Sindical um discurso por escrito. A leitura foi recebida sem empolgação pela plateia, que sequer aplaudiu as palavras de Dilma”.
Diz a fonte do blog: nunca antes na história desse país você terá visto tanta síndrome de a língua o gato comeu. Com todo mundo agachadinho, sobra Dilma, o poste do planalto (apud Lula), na mira dos brazilian snippers.
Como diria o finado senador Antônio Carlos Magalhães: Dilma está vivendo a solidão do poder. Talvez vivida apenas, em igual grau, por Getúlio Vargas: que um dia ficou de saco cheio, resolveu botar um pijama de alamares e foi dormir mais cedo…
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