sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Quem matou Mondlane não destruiu a FRELIMO

 
Breves palavras mas que conseguem captar o percurso de honra de um grande Homem. Vale a pena ler. 
Quem matou Mondlane não destruiu a FRELIMO
É difícil sobrestimar a contribuição dada a esta reunião de hoje pelo falecido Eduardo Mondlane. Ele era um intelectual de alto calibre. Podia ter continuado a dar uma honrosa contribuição ao mundo através da investigação académica e do ensino, ou através do seu crescente prestígio no Secretariado das Nações Unidas. Porém, renunciou aos seus confortos e à sua segurança. Em vez disso, ele aceitou a tarefa de unificar os diferentes grupos nacionalistas que existiam-ineficazes devido à sua falta de unidade-até 1962. Com os seus filhos, ele e a sua esposa aceitaram a vida de nacionalistas exilados, sabendo que haveria problemas enormes e nenhuma esperança de sucesso fácil ou rápido. E, a despeito desses factos, Eduardo Mondlane foi frequentemente atacado por aqueles que deveriam ter elogiado os seus esforços, bem como pelos que se opunham abertamente à liberdade moçambicana. 
Primeiramente foi criticado porque, sob sua direcção, a FRELIMO preparou-se correctamente para a guerra antes de enviar os seus soldados para a luta e para a morte. Foi atacado porque pensava nos problemas de libertação, em vez de se limitar a gritar “slogans”. Os seus inimigos utilizaram o tribalismo, o racismo e a religião contra ele e a sua mulher, na esperança de o separar dos seus colegas e destruir a FRELIMO. E quando os militantes da FRELIMO compreenderam o alcance dessas manobras e Eduardo Mondlane se manteve firme contra as intrigas, então, os inimigos da liberdade moçambicana mataram-no. Conseguiram assassinar um grande homem. Mas eles não foram bem-sucedidos nos seus reais objectivos, que era matar a FRELIMO. 
Porque a FRELIMO não era um homem só, por maior que este fosse. Graça parcialmente a Mondlane foi construída uma organização popular desde o princípio. Pôde, deste modo, sobreviver ao assassínio do seu dirigente e subjugar os traidores que tentaram desviar o curso do movimento revolucionário.- Excertos do discurso do Presidente Julius Nyerere no Banquete oferecido em sua honra na noite de 30 de Agosto de 1975.
Like ·  · 

Sem comentários: