quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Estado Islâmico trafica órgãos dos executados para se financiar

Hoje às 12:30

O embaixador do Iraque nas Nações Unidas, Mohamed Alhakim, acusa o Estado Islâmico de traficar órgãos das pessoas que chacina para se financiar. O mercado potencial é a Europa.
 
REUTERS
O líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi
As Nações Unidas (ONU) investigam as acusações do embaixador iraquiano naquele órgão. Mohamed Alhakim diz que o Estado Islâmico está a traficar órgãos humanos PARA financiar a atividade terrorista.
As informações de que o EI "está a usar o tráfico de órgãos humanos PARA se financiar" circulam há meses, disse o enviado das Nações Unidas PARA o Iraque, Nickolay Mladenov, que não quer vincular-se a uma "resposta precipitada" sobre as revelações de Alhakim.
"Não posso falar em detalhe sobre o assunto até haver uma investigação detalhada, mas basta olhar para o problema de uma forma mais vasta para ser claro que a brutalidade das táticas do EI está a aumentar de dia para dia", acrescentou Mladenov, admitindo que a ONU teve acesso aos mesmos dados do embaixador iraquiano.
Mohamed Alhakim diz que 12 médicos iraquianos foram mortos, em Mosul, no norte rico em petróleo do país, por se recusarem a extrair órgãos de cadáveres.
"Alguns dos corpos foram encontrados mutilados... isto é, faltavam-lhes partes do corpo", disse Mohamed Alhakim. O embaixador do Iraque especificou que os cadáveres tinham buracos nas costas, nas zonas onde estariam os rins.
"Isto é claramente bem pior do que aquilo que estamos a ver", acrescentou Mohamed Alhakim, ao revelar que foram encontrados vários corpos mutilados em valas comuns.
O embaixador iraquiano na ONU diz que há mercado na Europa PARA o tráfico de órgãos e tecidos humanos. Segundo Mohamed Alhakim, o EI tomou conta de aeroportos de onde pode traficar PARA a Europa, através de intermediários.
"O roubo de órgãos durante guerras, guerras civis, guerra suja ou guerras que envolvem grupos indisciplinados não é incomum", comentou Nancy Scheper-Hughes, diretora do Observatório do Órgão, da Universidade da Califórnia, nos EUA.
Órgãos, como os rins, de "pessoas em morte cerebral ou daquelas executadas com a assistência de pessoal habilitado a colher órgãos são os diamantes de sangue do tráfico mundial atual", argumentou Nancy Scheper-Hughes, em declarações enviadas por email à CNN.
"Cadáveres, depois de desmembrados, pulverizados, processados, congelados, estão tão afastados do que é o ser humano que são encarados simplesmente bens comerciais", acrescentou Scheper-Hughes.
"Este grupo terrorista dessacralizou todos os valores humanos. Cmeteram os crimes mais hediondos e os mais vis atos de terror contra o povo iraquiano - quer sejam xiitas, sunitas, cristãos ou turcos", sumarizou Mohamed Alhakim.
ARTIGO PARCIAL

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