Thursday, November 20, 2014

UM EX-BUFO IRADO CHAMADO SÉRGIO VIEIRA


Por: Saraiva Mpunga*
Está de regresso às páginas dos jornais, umas das figuras mais intolerantes da história deste país. Chama-se Sérgio Vieira cuja vida em prol da nação esteve sempre ligada a terror, sangue, conspirações, traição etc. Não queremos limitar, de forma alguma, as liberdades que todos moçambicanos, Sérgio Vieira incluído, tem, mas a forma como ele inicia o texto deixa muito a desejar. Faz se de vítima de um pseodo racismo que ele sabe como se pratica. Uma pergunta preliminar ao leitor seria: Que memórias têm deste senhor, que hoje se diz vítima de racismo e intolerância? Na verdade Sérgio Vieira está a colher o que plantou. Mas afinal o que plantou? Plantou ódio entre moçambicanos, medo e terror.
É do conhecimento de todos que, Sérgio Vieira foi durante muito tempo uma figura ligada a antiga SNASP, o que não seria mau se fosse apenas para defender os interesses do estado, mas nesta qualidade era responsável pela repreensão das liberdades fundamentais dos moçambicanos, liberdades que hoje constituem motivo de ira deste senhor que sonhava com um país igual a tantas ditaduras espalhadas pelo mundo. A tortura aos moçambicanos, era um acto patrocinado pela intolerância que sempre orientou as decisões e atitudes deste senhor.
Como ousa Sérgio Vieira reclamar sobre racismo, se ele foi a figura que sempre se achou mais digno que a maioria dos moçambicanos? Hoje se veste de humilde e vem ao público simular ser um missionário, visionário e profeta, que pode comover e mobilizar as pessoas com as suas palavras. O senhor é traidor e está neste momento a ensaiar outra traição. Explico-me:
Se sabia que o apartheid estava a conspirar contra o presidente Samora Machel, porque é que na qualidade de Ministro de Segurança não fez nada para evitar a tragédia? Se estava o saudoso presidente Samora em perigo, na qualidade de Ministro da Segurança devia ter viajado com ele à Zâmbia, mas não, ficou em terra a fumar o seu cigarro enquanto o líder de todos nós ia para uma viagem sem regresso.
Nessa sua aventura e monólogos na escrita, seria produtivo e importante para nós que nos explicasse, o que levava a colocar espiões em todos cantos deste país. Nós sabemos que era para prender e mandar para os campos de reeducação jovens estudantes, aqueles todos moçambicanos que aspiravam a liberdade de expressão e de opinião. O que as pessoas dizem agora sobre si é verdade sim, é um desabafo de quem durante anos quis falar o que ia a alma mas não podia por medo de execução.
Desde que Sérgio Vieira passou a ser subalterno tem sido recorrente o fingimento em relação ao sofrimento do povo. É uma pura mentira porque uma das últimas oportunidades, para ver se tinha alguns restos de racionalidade, lhe foi entregar a direcção do GPZ e o que é o que fez lá a não ser contemplar a imensidão do Zambeze a partir do seu Gabinete? Se é romântico e sensível porque é que não se desfaz das regalias que o governo lhe proporciona? Decerto está a dizer que não o pode fazer porque foi resultado do seu trabalho e dedicação ao país, sim, até pode ser mas sabe que merecia estar no tribunal a ser julgado em nome dos fantasmas que o perseguem dia e noite.
Sérgio Vieira não pode se fazer de vítima de racismo porque já se gabou de ser moçambicano para humilhar e punir quem não fosse. As pessoas, algumas até estão vivas sabem que o quanto sofreram quando a ex-SNASP estava nas suas mãos. Por isso é inglório o esforço de dizer que está a ser vítima.
Não nos espanta o seu insulto a direcção do país, não é a primeira vez que o faz, aliás, até o saudoso presidente Samora Machel foi vítima da sua falta de educação, quando numa das suas aparições o apelidou de teimoso, como que a insinuar que ele morreu por culpa própria. Uma clara prova de falta de sensibilidade e bom senso da sua parte.
O Sérgio Vieira sempre foi traidor e agora está a agir como reaccionário, tentando reeditar Urias Simango. Mas esta traição já vem de longe e a história nos conta que, apesar de saber que o presidente Samora era um dos alvos principais do apartheid, o senhor tinha uma relação próxima com o perigoso General Magnus Malan que até contribuiu na educação do seu filho. Se há um traidor desta nação é o Sérgio Vieira que está frustrado com a conquista da liberdade do povo. Ele nunca viveu democracia e jamais podia perceber as dinâmicas desta forma de governação.
De volta com o discurso de que parou de escrever vítima de racismo é uma autêntica falta de respeito à memória de todos aqueles que foram por si torturados assassinados e enviados para outro mundo quando tinham vida e sonhos a seguir. Quando Sérgio Vieira estava no activo quantos jornais existiam? Quantos escribas independentes havia? Como pode então compreender que as pessoas hoje gozam dos mesmos direitos que o senhor.
De uma coisa pode ter certeza, jamais poderá acusar, insultar os outros sem tem resposta. Hoje já não há campos de reeducação, hoje já não tortura somos livres e independentes do fascismo e do colonialismo e das garras da sua intolerância Sérgio Vieira.
* Estudante do curso de História

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