Thursday, March 13, 2014

Não deixar a guerra ganhar “vida própria”

 - Antigo negociador-chefe da Renamo

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O negociador-chefe da Renamo nas conversações de Roma e presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raul Domingos, considera que o Governo e a Renamo devem trabalhar no sentido de alcançarem consensos o mais cedo possível em torno do diálogo político, sob pena de as acções armadas ganharem contornos alarmantes, o que depois dificultaria a sua cessação. Citado pelo jornal Notícias a propósito da movimentação de contingentes armados da Renamo, um pouco por todo o país, numa altura em que decorrem conversações para se ultrapassar as diferenças políticas entre o Executivo e a “perdiz”, Raul Domingos defendeu o diálogo como única via para a busca de soluções para os problemas que o país vive.
“É importante acelerar as negociações para a paz e estabilidade que o país atingiu em 1992, altura em que foi assinado o cessar-fogo que pôs fim a mais de 16 anos de guerra civil”, afirmou.
Acrescentou que estes entendimentos devem ser alcançados quanto antes de modo a evitar que “a guerra ganhe vida própria”, isto é, “as hostilidades ganhem níveis de operacionalidade automática, em que se consolidem as linhas de abastecimento de armamento, da logística alimentar, entre outras que se usam numa guerra”, afirmou o antigo negociador-chefe da Renamo nas conversações de Roma que culminaram com a assinatura dos Acordos Gerais de Paz (AGP), a 4 de Outubro de 1992. Segundo o Presidente do PDD, a falta de confiança existente entre o Governo e a Renamo está a fazer com que o país mergulhe, gradualmente, numa potencial guerra civil que poderá pôr em causa não só a paz e estabilidade que se vive há mais de 20 anos, como também põe em risco o investimento estrangeiro que está a acontecer em vários pontos do país e que está por detrás do crescimento económico que se verifica.
Raul Domingos mostrou-se contra algumas correntes de opinião, segundo as quais a Renamo não teria capacidade de fazer uma guerra contra o Governo.
Segundo explicou, a “perdiz”, através de contactos, pode intentar uma guerra de guerrilha contra o Governo moçambicano, sem muitos problemas, daí que não se deve menosprezar essa hipótese”. “Nunca ouvi falar de uma fábrica de armas que tenha ido à falência. Há bancos que vão à falência mas fábrica de armas nunca ouvi dizer”, afirmou para dar a entender que o mercado de armamento está sempre disponível para quem quer levar avante uma guerra em qualquer parte do mundo. Explicou, ainda, que no mundo existem pessoas interessadas em financiar guerras não só para venderem armas, como também para criarem instabilidade e assim poderem explorar os recursos naturais do país a custos muito baixos.
“A descoberta de recursos minerais e hidrocarbonetos que se está a registar em Moçambique pode ser um atractivo para pessoas mal intencionadas financiarem uma guerra”, sublinhou. Para Raul Domingos, urge a realização do encontro entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para desanuviarem o ambiente de tensão e de desconfiança que existe entre as partes. “O encontro entre os dois líderes políticos pode servir de alavanca para desanuviar a tensão que se vive. Este encontro, é lógico, não resolveria todos os problemas que dividem as duas partes neste momento mas serviria para mostrar a vontade política e o cometimento de ambos para resolver as diferenças existentes”, enfatizou.
ESQUENTO – 12.03.2014

Comments

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alberto martins said in reply to alberto martins...
Ps!...Bem me recordo de um alto dirigente da Frelimo a falar bem deste Raul...achei estranho!
2
alberto martins said in reply to Joao Bacalebane...
.....este Raul Domingos,quem sabe se nao era um dos que comia dos dois lados!!!...Interessante e estranho,quem tinha capacidades academicas e politicas era o Artur da Fonseca-que era entao, o responsavel de relaçoes externas da Renamo-Sim,Artur deveria ser o chefe da Delegaçao da Renamo em Roma...e la apareceu este Raul...e so criou confusoes no seio da Renamo em Maputo....O Artur,por razoes ainda nao bem claras viu-se obrigado a abandonar a Renamo e a regressar para a Alemanha...que jogada terá ele -o Raul-feito com o Chissano???
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Joao Bacalebane said in reply to Marvin...
vai tomar um sorvete
4
Mahunhu said...
...Raul Domingos mostrou-se contra algumas correntes de opinião, segundo as quais a Renamo não teria capacidade de fazer uma guerra contra o Governo.
... a “perdiz”, ..., pode intentar uma guerra de guerrilha contra o Governo moçambicano, sem muitos problemas, daí que não se deve menosprezar essa hipótese”.
he he he, o melhor é fingir que não apanhou quase nada.
5
Marvin said...
Este senhor falou tanto mas nao dize guase nada

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