Em Inhambane membros do MDM marcharam contra a vontade da edilidade
Maputo – A Polícia da República de Moçambique (PRM) interditou nesta quinta-feira a realização da marcha que tinha sido programada pelo partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), em repúdio contra a actuação da corporação nas eleições intercalares da cidade de Inhambane, a 18 de Abril de 2012, bem como em homenagem aos jovens do partido detidos na circunstância.
O comunicado do MDM às autoridades municipais de Maputo teria sido submetido no passado dia 12 de Abril corrente. O Conselho Municipal e a PRM mantiveram-se no silêncio até que na manhã de ontem quando os membros daquele partido tinham iniciado a concentração no local da partida da marcha, junto à estátua de Eduardo Mondlane, no bairro do Alto-Maé, apareceu um forte dispositivo de policiais a dizer que tinham “ordens superiores para não deixar a marcha do MDM sair à rua”.
O Movimento Democrático de Moçambique havia marcado para o dia 18 de Abril uma manifestação popular que consistiria numa marcha pelas avenidas da cidade de Maputo e uma comissão faria a entrega de uma carta de repúdio ao Ministério do Interior devido ao recurso abusivo da força policial para reprimir a oposição.
Para o efeito, no dia 12 deste Abril o MDM mandou informar ao presidente do Conselho Municipal de Maputo sobre a sua intenção e pediu a protecção da Polícia, segundo recomendam as leis.
Quando a concentração de militantes do MDM ia crescendo e chegada a hora do início da marcha, sem que tivesse aparecido qualquer elemento da Polícia para a protecção solicitada, a chefia do partido do MDM indigitou um membro seu para se deslocar ao Conselho Municipal para perceber o que estava a acontecer.
Chegado lá, o enviado do MDM foi entregue uma carta, elaborada naquele preciso momento, com o seguinte despacho: “O substituto do Presidente do Conselho Municipal de Maputo indefere o pedido, em virtude da data e horário propostos coincidirem no meio da semana, período em que se regista tráfego intenso nas vias indicadas, podendo, no entanto, reprogramar para um fim-de-semana” – fim da citação.
Depois apareceu um oficial superior do Comando da PRM a nível da Cidade de Maputo que disse ser o chefe da ordem que mandou os efectivos policiais fazer um cerco aos militantes do MDM que, no entanto, cantavam e dançavam enquanto aguardavam pela resolução da situação. Gerou-se uma grande confusão e a Polícia barrava a passagem e com armas em riste.
A presidente da Liga dos Direitos Humanos, Dra. Alice Mabota, que ontem em Maputo esteve presente não conseguiu demover a Polícia em relação às ordens recebidas para reprimir o MDM caso avançasse. Inconformado com a ilegalidade, os homens do MDM foram conduzidos, pela Polícia, à sua delegação.
Na cidade de Inhamabe, apesar do município local ter recusado a reconhecer a marcha dos membros do MDM, estes prosseguiram com a marcha, conforme ilustram as imagens. (Bernardo Álvaro)
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