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A China propôs à Rosatom (Agência Nuclear Russa) a criação de uma empresa mista para a construção de usinas nucleares flutuantes. As usinas, a serem desenvolvidas com tecnologia russa, poderiam ser utilizadas para o fornecimento de energia às explorações petrolíferas na plataforma continental da China.
Se a empresa mista for realmente criada, isso permitirá organizar o fabrico em série de usinas nucleares flutuantes, o que iria reduzir o seu custo de fabricação.
A Rússia e a China poderiam criar uma frota de usinas flutuantes e explorá-las em conjunto. O fato de essa proposta ter sido apresentada por uma empresa chinesa não especificada foi anunciado por Djomart Aliev, presidente da Rusatom Overseas, uma filial da Rosatom. Contudo, ele esclareceu que, por enquanto, essa ideia ainda não está a ser estudada em pormenor e não foi determinado o montante do investimento necessário.
Na prática, se trata da construção de embarcações sem propulsão, cada uma das quais seria equipada com dois reatores nucleares com uma potência sumária de 70 MW. As usinas seriam destinadas ao fornecimento de energia elétrica e térmica a cidades e povoações costeiras afastadas.
Esse é um projeto com muito futuro e que será útil tanto para a Rússia, como para outros países, considera o Professor Alexei Portansky da Escola Superior de Economia:
“As usinas nucleares flutuantes são um projeto viável para muitos países e ele, em princípio, é interessante, pode ser economicamente lucrativo, especialmente nas regiões afastadas, de difícil acesso para as linhas de transporte de energia elétrica. Isso tanto pode ser o Extremo Oriente ou regiões relativamente próximas dos portos. Aí essa solução pode ser muitíssimo vantajosa.”
A China poderá necessitar de usinas nucleares flutuantes para fornecer energia às operações de extração de hidrocarbonetos na sua plataforma continental. Segundo alguns dados, o autor dessa iniciativa terá sido a China National Nuclear Corporation (CNNC). Porém, continua a ser um mistério se os próprios navios serão construídos na China.
Por um lado, os estaleiros navais chineses estão atualmente subaproveitados e estão, por isso, dispostos a trabalhar em condições muito vantajosas para o cliente. Por outro, a qualidade do trabalho dos construtores navais chineses é frequentemente criticada.
No entanto, se a empresa mista for realmente criada, essa questão será devidamente resolvida, diz Andrei Volodin, diretor do Centro de Estudos Orientais da Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores russo:
“Nesse caso será necessário calcular bem todos os parâmetros. A qualidade da mão-de-obra será determinada pelas partes, a chinesa e a russa. Essa será uma questão muito delicada a ser resolvida a nível bilateral por um grupo de peritos altamente qualificados. Por isso, se a mão-de-obra chinesa for envolvida no projeto, ela será só da mais alta qualidade.”
A construção da primeira usina nuclear flutuante, a Akademik Lomonosov, teve início em 2008 nos estaleiros navais Baltiysky Zavod. O custo declarado do projeto é de cerca de 20 bilhões e meio de rublos.
No entanto, se o fabrico de usinas nucleares flutuantes for feito em série, o seu custo poderá baixar em cerca de 30 por cento.
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