Maputo, Quarta-Feira, 12 de Dezembro de 2012
Notícias
De acordo com os dados facultados à nossa Reportagem pelo responsável do
Programa Nacional de Controlo da Tuberculose (PNCT), no Ministério da Saúde,
Egídio Langa, no contexto da realização, em Maputo, do seminário de formação em
gestão programática de tuberculose-resistente, contribuíram para o aumento dos
casos a expansão da estratégia de tratamento de curto prazo, directamente
observada (DOT) para todas as unidades sanitárias.
Outro facto que terá contribuído para esta subida tem a ver com a colocação
de clínicos nos hospitais, com destaque para médicos e expansão da rede
laboratorial para pesquisa do bacilo da tuberculose, o que permite que haja mais
informação sobre as ocorrências da doença.
Segundo apurámos, por um lado, a taxa de sucesso ao tratamento também tem
vindo a registar melhorias, passando de 80 por cento em 2007 para 86 por cento
em 2010, tendo sido ultrapassada a meta preconizada pela OMS, que é de 85 por
cento.
As actividades colaborativas TB/HIV começaram, por outro lado, a ser
implementadas de forma integrada desde Outubro de 2006, registando-se, por isso,
bons resultados no que se refere ao aconselhamento e testagem do HIV entre os
doentes com tuberculose e a administração do Tratamento Preventivo com
Cotrimoxazol nos doentes com TB/HIV.
De acordo com o PNCT, a gestão dos casos de tuberculose multidroga
resistentes (TB-MDR) constitui uma das prioridades do programa, pois o
diagnóstico, tratamento e seguimento dos casos de resistência ainda é um grande
desafio.
Um estudo de resistência aos medicamentos de tuberculose, realizado entre os
anos 2007 e 2008, revelou uma prevalência de TB-MDR nos novos casos na ordem de
3.5 por cento e 11.2 por cento em casos previamente tratados. Desde 2006 a esta
parte já foram diagnosticados e iniciaram o tratamento 600 pacientes com
TB-resistente.
Dados avançados pela nossa fonte indicam que Moçambique situa-se entre os 22
países do mundo com maior peso de tuberculose, constituindo, por isso, um sério
problema de Saúde Pública e a sua associação com a pandemia do HIV/SIDA é um dos
maiores desafios na luta contra a doença.
O número de casos de TB associados ao HIV continua a aumentar e em Moçambique
cerca de 60 por cento dos doentes estão infectados pelo virus HIV.
Em 2006, o Governo declarou a tuberculose como emergência nacional. Apesar
dos avanços no seu controlo, ainda persistem alguns desafios, nomeadamente o
acesso universal ao diagnóstico e tratamento, a cobertura da rede laboratorial
que ainda é baixa, isto é, nem todas as unidades sanitárias têm capacidade de
fazer o diagnóstico laboratorial da tuberculose.
Segundo Egídio Langa, apesar dos progressos alcançados nas actividades
TB/HIV, há áreas que precisam de melhoria, como o rastreio da doença em todos os
pacientes seropositivos, em seguimento nas unidades sanitárias, a administração
do tratamento preventivo com Isoniazida e o acesso ao tratamento anti-Retroviral
aos doentes com tuberculose e HIV.
Nos esforços de combate a esta doença, impõe-se igualmente a melhoria do
diagnóstico e maneio dos casos de resistência às drogas, com o objectivo de
aumentar a taxa de cura e reduzir os abandonos.
O seminário de Maputo envolve representantes dos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP) e decorre sob a égide da Organização Mundial da
Saúde, estando o seu término previsto para a próxima sexta-feira.
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