- Sábado, 15 Dezembro 2012 06:25
- Sociedade
Luanda - Os advogados de acusação requereram aoTribunal Provincial de Luanda que José Maria Ferraz dos Santos, ex-governador de Luanda, seja constituído arguido no caso do homicídio de Eurídice Cândido, ex-funcionária do BFA, da qual tem uma filha.
Fonte: NJ
O ex-governador de Luanda, José Maria Ferraz dos Santos, um dos declarantes no processo judicial sobre o assassinato da funcionária do Banco de Fomento de Angola, Eurídice Bernarda de Oliveira Cândido, de 30 anos, com quem teve uma filha, actualmente com quatro anos, pode ser constituído arguido no processo em julgamento desde o dia 30 de Novembro passado.
Esta posição é defendida pelos advogados de acusação, Bruce Manzambi Filipe e Correia Vicente, que equereram ao Tribunal Provincial de Luanda a constituição do ex-governador de Luanda como réu, uma vez que o mesmo, chamado a juízo, faltou às três sessões já realizadas.
Segundo os causídicos existem factos suficientes e muitas possibilidades que apontam José Maria como o principal mandante do homicídio. A sua ausência como declarante obriga-o ao pagamento de uma multa correspondente a 10 mil kwanzas.
O julgamento está a decorrer à porta fechada, sem que a comunicação social, familiares da vítima tenham acesso às sessões. Entre os presumíveis autores do homicídio encontram-se Manuel Ferraz dos Santos, de 42 anos, desempregado e suspeito de ser o autor material do crime e de recompensar financeiramente os assassinos que mataram a jovem bancária; Massidi Afonso, de 25 anos, mecânico e autor confesso do disparo que vitimou a jovem, Matumona António (Edy Kuila), de 33 anos, curandeiro que colaborou com os autores do homicídio, e o jovem Miguel Matowana (Tontom), motorista que prestava serviço à empresa de transporte de cargas (Unicargas), e que, segundo a acusação, conduziu a motorizada que transportou o autor do disparo.
O juiz presidente da 4ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, Adriano Baptista, que marcou presença duas horas depois da hora inicialmente prevista para o início da sessão, escusou-se a justificar a razãopela qual o julgamento se realiza à porta fechada.
“O tribunal todos os dias tem julgamentos e a imprensa não aparece porque não quer. Todos os casos são importantes e, se souberem trabalhar, trabalham com todos os casos”, afirmou, questionando se este julgamento é importante por causa de quem está envolvido.
Adriano Baptista disse, ao proceder à leitura da pronúncia durante a primeira audiência de julgamento, no dia 30 de Novembro, que o crime foi praticado por um grupo de três indivíduos, supostamente contratados por Manuel Ferraz dos Santos, vulgo Filó, a pedido do ex-governador de Luanda, em troca de 25 mil dólares e cinco casas no projecto habitacional do Panguila.
Adiantou ainda que para convencer Manuel dos Santos a satisfazer o seu pedido, Zé Maria ter-lhe-á contado que a sua ex-namorada estava a criar-lhe alguns embaraços que poderiam prejudicar a sua carreira política, numa altura em que se encontrava em franca ascensão, tendo em conta que o Presidente da República lhe conferira a difícil missão de dirigir a capital do país.
O pai da vítima não tem dúvidas. O ex-governador de Luanda é o autor moral do crime e foi quem mandou o seu irmão recrutar o pessoal afirmou ao Novo Jornal. “O José Maria é o autor moral do crime por mandar e pagar o dinheiro aos assassinos. O seu irmão Manuel Ferraz dos Santos é o autor material por contratar os principais autores”, desabafou Alfredo Lídio Cândido, visivelmente agastado, sustentando que a prova disso é que o jovem Nice deixou as informações verdadeiras com a mãe, um tio e sobrinho.
VIGIANDO A VÍTIMA
O juiz-presidente considerou, ao fazer a leitura da pronúncia, que a ex-funcionária da direcção de Crédito a Particulares e Negócios do BFA, Eurídice Cândido, teria sido uma pessoa ambiciosa e que gostava muito de dinheiro.
“Ela é descrita como tendo sido bastante violenta, tendo chegado ao ponto de agredir fisicamente a senhora Teresa Cristina dos Santos e Santos, esposa do então governador, e uma jovem com quem ele mantinha uma relação amorosa”, descreveu, referindo que a malograda terá, por diversas vezes, afirmado que o seu ex-companheiro tinha alguém a vigiá-la e sustentava tal acusação com o facto de ele ter telefonado para ela, diversas vezes, e esclarecido com precisão a maneira como estava trajada, mesmo não se encontrando por perto.
NICE, CONTRATADO PARA MATAR
Uma fonte ligada à família do jovem disse ao Novo Jornal que Carlos Pedro Nice, considerado o principal responsável pela contratação dos autores do assassinato de Eurídice Cândido, terá informado o seu primo mais velho que o Filó foi quem o contratou para matar a ex-amante de José Maria dos Santos.
“Eu sou a última pessoa que conseguiu conversar com o Nice. O meu primo era amigo do Filó e foi contratado para matar”, contou a fonte, acrescentando que antes de morrer, o seu primo terá informado que Filó lhe tinha dito que vinha com uma missão para matar uma senhora. Face à informação que Nice deu ao primo, este aconselhou-o a não aceitar este caminho, que era bastante perigoso e que poderia trazer fortes consequências.
“Eu disse ao rapaz para não se meter naquela vida. Vamos fazer o nosso trabalho de mecânica e o resto poderemos conseguir com o tempo”, aconselhou, para depois observar o Nice a lacrimejar, confessando que já estava tudo feito.
Fonte: NJ
O ex-governador de Luanda, José Maria Ferraz dos Santos, um dos declarantes no processo judicial sobre o assassinato da funcionária do Banco de Fomento de Angola, Eurídice Bernarda de Oliveira Cândido, de 30 anos, com quem teve uma filha, actualmente com quatro anos, pode ser constituído arguido no processo em julgamento desde o dia 30 de Novembro passado.
Esta posição é defendida pelos advogados de acusação, Bruce Manzambi Filipe e Correia Vicente, que equereram ao Tribunal Provincial de Luanda a constituição do ex-governador de Luanda como réu, uma vez que o mesmo, chamado a juízo, faltou às três sessões já realizadas.
Segundo os causídicos existem factos suficientes e muitas possibilidades que apontam José Maria como o principal mandante do homicídio. A sua ausência como declarante obriga-o ao pagamento de uma multa correspondente a 10 mil kwanzas.
O julgamento está a decorrer à porta fechada, sem que a comunicação social, familiares da vítima tenham acesso às sessões. Entre os presumíveis autores do homicídio encontram-se Manuel Ferraz dos Santos, de 42 anos, desempregado e suspeito de ser o autor material do crime e de recompensar financeiramente os assassinos que mataram a jovem bancária; Massidi Afonso, de 25 anos, mecânico e autor confesso do disparo que vitimou a jovem, Matumona António (Edy Kuila), de 33 anos, curandeiro que colaborou com os autores do homicídio, e o jovem Miguel Matowana (Tontom), motorista que prestava serviço à empresa de transporte de cargas (Unicargas), e que, segundo a acusação, conduziu a motorizada que transportou o autor do disparo.
O juiz presidente da 4ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, Adriano Baptista, que marcou presença duas horas depois da hora inicialmente prevista para o início da sessão, escusou-se a justificar a razãopela qual o julgamento se realiza à porta fechada.
“O tribunal todos os dias tem julgamentos e a imprensa não aparece porque não quer. Todos os casos são importantes e, se souberem trabalhar, trabalham com todos os casos”, afirmou, questionando se este julgamento é importante por causa de quem está envolvido.
Adriano Baptista disse, ao proceder à leitura da pronúncia durante a primeira audiência de julgamento, no dia 30 de Novembro, que o crime foi praticado por um grupo de três indivíduos, supostamente contratados por Manuel Ferraz dos Santos, vulgo Filó, a pedido do ex-governador de Luanda, em troca de 25 mil dólares e cinco casas no projecto habitacional do Panguila.
Adiantou ainda que para convencer Manuel dos Santos a satisfazer o seu pedido, Zé Maria ter-lhe-á contado que a sua ex-namorada estava a criar-lhe alguns embaraços que poderiam prejudicar a sua carreira política, numa altura em que se encontrava em franca ascensão, tendo em conta que o Presidente da República lhe conferira a difícil missão de dirigir a capital do país.
O pai da vítima não tem dúvidas. O ex-governador de Luanda é o autor moral do crime e foi quem mandou o seu irmão recrutar o pessoal afirmou ao Novo Jornal. “O José Maria é o autor moral do crime por mandar e pagar o dinheiro aos assassinos. O seu irmão Manuel Ferraz dos Santos é o autor material por contratar os principais autores”, desabafou Alfredo Lídio Cândido, visivelmente agastado, sustentando que a prova disso é que o jovem Nice deixou as informações verdadeiras com a mãe, um tio e sobrinho.
VIGIANDO A VÍTIMA
O juiz-presidente considerou, ao fazer a leitura da pronúncia, que a ex-funcionária da direcção de Crédito a Particulares e Negócios do BFA, Eurídice Cândido, teria sido uma pessoa ambiciosa e que gostava muito de dinheiro.
“Ela é descrita como tendo sido bastante violenta, tendo chegado ao ponto de agredir fisicamente a senhora Teresa Cristina dos Santos e Santos, esposa do então governador, e uma jovem com quem ele mantinha uma relação amorosa”, descreveu, referindo que a malograda terá, por diversas vezes, afirmado que o seu ex-companheiro tinha alguém a vigiá-la e sustentava tal acusação com o facto de ele ter telefonado para ela, diversas vezes, e esclarecido com precisão a maneira como estava trajada, mesmo não se encontrando por perto.
NICE, CONTRATADO PARA MATAR
Uma fonte ligada à família do jovem disse ao Novo Jornal que Carlos Pedro Nice, considerado o principal responsável pela contratação dos autores do assassinato de Eurídice Cândido, terá informado o seu primo mais velho que o Filó foi quem o contratou para matar a ex-amante de José Maria dos Santos.
“Eu sou a última pessoa que conseguiu conversar com o Nice. O meu primo era amigo do Filó e foi contratado para matar”, contou a fonte, acrescentando que antes de morrer, o seu primo terá informado que Filó lhe tinha dito que vinha com uma missão para matar uma senhora. Face à informação que Nice deu ao primo, este aconselhou-o a não aceitar este caminho, que era bastante perigoso e que poderia trazer fortes consequências.
“Eu disse ao rapaz para não se meter naquela vida. Vamos fazer o nosso trabalho de mecânica e o resto poderemos conseguir com o tempo”, aconselhou, para depois observar o Nice a lacrimejar, confessando que já estava tudo feito.
“O dinheiro que recebi é muito pouco para pagar os trabalhos todos e caso não me dêem o valor completo a tempo e horas eu vou matar ou o Filó ou o governador”, informou Nice ao seu tio, esclarecendo que poderia fazer uma confusão com os dois irmãos, caso ele conseguisse primeiro mataria um deles ou os dois e ao contrário, ele seria preso ou morto por eles (Zé Maria e o seu irmão Filó).
O seu tio terá aconselhado o sobrinho a parar com aquele comportamento e a não considerar mais o dinheiro em falta, mas Nice não concordou, insistindo até ao dia da sua morte. Segundo ainda a nossa fonte, que preferiu não se identificar, estavam envolvidos sete elementos, dois deles encontram-se foragidos.
Conta igualmente que, de acordo com Nice, o atirador foi o Missidi, o trabalho correu bem graças à protecção do quimbandeiro, e a solicitação do Filó era a pretensão do seu irmão José Maria dos Santos. “Primeiro convidaram o Nice numa festa e, desde aquele dia, começou a ter sérios problemas de saúde. Nice morreu para não dar voz sobre o verdadeiro mandante do crime, que é o senhor José Maria dos Santos”, finalizou, dizendo que, depois de tomarem conhecimento que Nice estava à procura deles para exigir a outra parte do dinheiro do contrato de trabalho, eles mataram o miúdo.
A missão ocorreu no dia 28 de Janeiro do pretérito ano e o Carlos Pedro. Nice foi morto algumas semanas ou um mês depois. A fonte conta ainda que, depois do funeral do jovem, a família do ex-governador terá aparecido e solicitado o número da campa para efectuar o jazigo do malogrado, alegando que o mesmo era um grande amigo da família.
O seu tio terá aconselhado o sobrinho a parar com aquele comportamento e a não considerar mais o dinheiro em falta, mas Nice não concordou, insistindo até ao dia da sua morte. Segundo ainda a nossa fonte, que preferiu não se identificar, estavam envolvidos sete elementos, dois deles encontram-se foragidos.
Conta igualmente que, de acordo com Nice, o atirador foi o Missidi, o trabalho correu bem graças à protecção do quimbandeiro, e a solicitação do Filó era a pretensão do seu irmão José Maria dos Santos. “Primeiro convidaram o Nice numa festa e, desde aquele dia, começou a ter sérios problemas de saúde. Nice morreu para não dar voz sobre o verdadeiro mandante do crime, que é o senhor José Maria dos Santos”, finalizou, dizendo que, depois de tomarem conhecimento que Nice estava à procura deles para exigir a outra parte do dinheiro do contrato de trabalho, eles mataram o miúdo.
A missão ocorreu no dia 28 de Janeiro do pretérito ano e o Carlos Pedro. Nice foi morto algumas semanas ou um mês depois. A fonte conta ainda que, depois do funeral do jovem, a família do ex-governador terá aparecido e solicitado o número da campa para efectuar o jazigo do malogrado, alegando que o mesmo era um grande amigo da família.
1 comentário:
porfavor fação justiça
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