- 21 Novembro 2012
- Opinião
Luanda - O ensino superior foi das áreas que mais enlameou o exercício do Executivo, que apesar do seu crescimento exponencial, não fez o mínimo para se acautelar dos elementos constrangedores da qualidade do ensino.
Fonte: Club-k.net
Compreender as reformas educacionais é analisar e avaliar o sistema educacional como uma realidade e, sobretudo, compreender o comportamento, na sua totalidade, dos actores envolvidos no sistema.
Objecto de críticas, análises e intervenções dos mais diversos profissionais e sectores da sociedade, a política de gestão do ensino superior, durante o exercício de Maria Cândida Teixeira apresentou sérios problemas, desde o simples conhecimento das principais “linhas mestras para a gestão do ensino superior” idealizadas pelo seu ‘arquirrival’, dificuldade de identificar bons profissionais, até problemas no âmbito da orientação política, curricular e metodológica das Instituições do ensino superior. Em apenas quatro anos, a senhora, converteu o ensino superior num ensino vulgar, descaracterizado e medíocre.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (UNIFEM) e o Pacto Global das Nações (UNGC), “…assegurar a inclusão dos talentos, habilidades, experiências e energia das mulheres requer acções intencionais e políticas deliberadas. Aumentar a abertura e inclusão em todo o espectro das políticas e operações corporativas requer técnicas, ferramentas e práticas que tragam resultados”. Mas, em Angola para o empoderamento da mulher tem-se aplicado uma estratégia sem ter em conta as capacidades, em alguns casos. Na gestão do País não se deve associar a compaixão, o nepotismo ou o tráfico de influências, se quisermos, de facto, construir um futuro próspero para os nossos filhos.
O subsistema do ensino superior exige uma discussão complexa e de vasta dimensão, e faz emergir questões de diversidades e desigualdades, gerando a demanda de um novo formato de universidade.
Apesar do seu carácter antidemocrático, a interrompida reforma universitária iniciada por Adão do Nascimento, o suposto parente do Presidente da República, trouxe algumas inovações importantes e impediu, até à fusão do ensino superior com a ciência e tecnologia, a legalização desmesurada, quais cogumelos, de universidades, sem as mínimas condições, sequer, para funcionarem como colégios de bairro.
FUNDAMENTOS DE UMA GESTÃO NEGATIVA
Maria cândida Teixeira tivera sido surpreendida com uma nomeação ao cargo do qual não se encontrava, no mais mínimo, preparada para exercê-lo. Soe dizer-se que tal facto resultou de alguns maltratos protagonizados pelo seu anterior superior hierárquico, na altura, Pedro Teta, que vezes sem conta levou a ‘tia’ choramingando a casa, consternando o marido que exercia como Director de Gabinete do Presidente da República. De simples coordenadora de um equipa técnica à Ministra da Ciência e Tecnologia, sucedendo no cargo João Baptista Ngandangina que o fora, representando o PRS no GURN.
Imberbe nas lides governativas, manteve em áreas, consideradas nevrálgicas, elementos deixados pelo seu antecessor, como o Secretário-geral, planificação e estatística, Gabinete Jurídico e inclusive a Secretária. Associou-se à sua pouca experiência um funcionário, com a categoria de técnico de terceira para coordenar os recursos humanos constituído por Professores Doutores. Com a fusão dos sectores, enfrentou, por passiva e activa, a resistência dos seus secretários de Estado, Adão do Nascimento e João Teta. O primeiro ignorou, sem complexos, a subordinação, o segundo enveredou por uma estratégia de maior visibilidade tendo, inclusive, sido eleito a membro do órgão executivo da UNESCO. Não tendo beneficiado do apoio dos seus supostos colaboradores para o preenchimento dos cargos, por inocência, desfez-se dos mais capacitados e competentes, entre os quais figuraram Domingos Madeira, Doutor em Geologia, Paulo de Carvalho – Doutor em Sociologia, Ludovino Neto – Doutor em Sociologia, por manifesta aproximação ao Adão do Nascimento e por último Miguel Filho – Doutor em Química, ex-sindicalista por destapar uma eventual rede de corrupção às universidades.
Quando já era evidente a sua incapacidade de gerir o macro-sector contratou um consultor português de nome Tadeu, exclusivamente, para elaborar o conteúdo de dissertações em eventos, cabendo a alguns directores a elaboração dos discursos, pelas excessivas debilidades do seu director de gabinete. Paradoxalmente, não teve olhos para ver e impedir a construção de uma pseudo-universidade no quintal do Campus da Universidade Agostinho Neto com o nome de Kalandula. Constou-nos que, segundo a legislação, nenhuma instituição privada legalizada respeita o limite 40% de professores efectivos, como mínimo, sendo a maioria dos seus docentes recem licenciados sem a média 14 exigida pelo Estatuto da Carreira docente em vigor.
A investigação científica em Angola realiza-se com referência nas universidades, a uma velocidade muito lenta. Nesta área, o Ministério de tutela não teve, sequer, iniciativas para incentivar, promover ou controlar o trabalho que nelas se realiza, pura selva. Um salve-se quem poder. Não se faz investigação sem dinheiro, muito menos, quando liderados por quem não entende do assunto. Nas instituições vocacionadas exclusivamente para o efeito indicaram-se responsáveis ‘amigos’ que converteram as intenções científicas em “nados mortos”, malgastando os parcos recursos do erário público em viagens turísticas constantes, para o exterior. Os governos provinciais possuem nos seus organigramas as direcções províncias da educação, ciência e tecnologia, estas foram forçadas a cederem a pasta do ensino superior aos vice-governadores para a área social, no entanto, os respectivos directores provinciais nunca foram tidos em conta na execução da política ou estratégia da ciência e tecnologia. Nem sequer têm em sua posse os documentos reitores sobre a matéria.
João Teta deu o ar da sua graça, fazendo aprovar os documentos que balizam esse exercício em Angola. Se porventura João Teta se resistesse a aceitar o cargo de Secretário de Estado, Cândida Teixeira contaria com o seu incondicional amigo Orlando da Mata Reitor da Universidade Agostinho Neto, caso contrário seria a morte lenta de um processo bem encaminhado por João Teta, porque simplesmente, a tia, que beneficiou da oferta do título de doutoramento em Física Nuclear no Vietnam, muito ainda tem que provar, para convencer-nos.
Os Reptos de Nascimento
Nascimento vai enfrentar-se com obstáculos, alguns, invisíveis, mas tem a oportunidade de demonstrar que o aludido nepotismo que o promoveu seja ofuscado pelo resgate da melhoria da qualidade do ensino superior.
Desmantelar a suposta rede de extorsão das instituições e o tráfico de favores na legalização das instituições que teve à cabeça uma direcção nacional de extensão, assessorada pelo gabinete jurídico, priorizar o fortalecimento das estruturas de fiscalização das instituições, certificar a transparência dos últimos projectos legalizados, eliminar o sistema de bolsas de estudo de ‘pós-graduação fácil’ para candidatos maiores de 50 anos, substituir responsáveis nos quais pesam suspeitas que lesam a integridade institucional, dizer não aos mercadores do ensino, ou seja devolver ao ensino superior o seu timbre de ensino elitista, mas com qualidade.
No âmbito dos recursos humanos reina o descontentamento do topo à base, pelas más condições de trabalho e remuneratórias, inclusive na universidade. Os professores Titulares da Universidade pública auferem salários equiparados à licenciados no ensino geral.
O estado de ânimo agudizou-se nos derradeiros dias das eleições gerais. O pacote de viaturas ‘rebuçado das eleições’, para os titulares de cargos de chefia, foram adquiridas por uma empresa, consituída à última hora, para o efeito, cuja propriedade atribui-se a um dos herdeiros da ‘Tia’. As viaturas de marca Hyundai foram entregues ao destinatários com defeitos de fábrica, provenientes de Dubai e algumas mal licenciadas.
Todos os funcionários pretendem migrar para o ensino superior, no entanto, Nascimento regressa com uma bandeira de vingança, ao estilo “olho por olho, dente por dente”, onde até aos directores competentes já se lhes foi comunicada a sentença da não continuidade, por traição. “Quem não esteve comigo, esteve contra mim”.
Fonte: Club-k.net
Compreender as reformas educacionais é analisar e avaliar o sistema educacional como uma realidade e, sobretudo, compreender o comportamento, na sua totalidade, dos actores envolvidos no sistema.
Objecto de críticas, análises e intervenções dos mais diversos profissionais e sectores da sociedade, a política de gestão do ensino superior, durante o exercício de Maria Cândida Teixeira apresentou sérios problemas, desde o simples conhecimento das principais “linhas mestras para a gestão do ensino superior” idealizadas pelo seu ‘arquirrival’, dificuldade de identificar bons profissionais, até problemas no âmbito da orientação política, curricular e metodológica das Instituições do ensino superior. Em apenas quatro anos, a senhora, converteu o ensino superior num ensino vulgar, descaracterizado e medíocre.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (UNIFEM) e o Pacto Global das Nações (UNGC), “…assegurar a inclusão dos talentos, habilidades, experiências e energia das mulheres requer acções intencionais e políticas deliberadas. Aumentar a abertura e inclusão em todo o espectro das políticas e operações corporativas requer técnicas, ferramentas e práticas que tragam resultados”. Mas, em Angola para o empoderamento da mulher tem-se aplicado uma estratégia sem ter em conta as capacidades, em alguns casos. Na gestão do País não se deve associar a compaixão, o nepotismo ou o tráfico de influências, se quisermos, de facto, construir um futuro próspero para os nossos filhos.
O subsistema do ensino superior exige uma discussão complexa e de vasta dimensão, e faz emergir questões de diversidades e desigualdades, gerando a demanda de um novo formato de universidade.
Apesar do seu carácter antidemocrático, a interrompida reforma universitária iniciada por Adão do Nascimento, o suposto parente do Presidente da República, trouxe algumas inovações importantes e impediu, até à fusão do ensino superior com a ciência e tecnologia, a legalização desmesurada, quais cogumelos, de universidades, sem as mínimas condições, sequer, para funcionarem como colégios de bairro.
FUNDAMENTOS DE UMA GESTÃO NEGATIVA
Maria cândida Teixeira tivera sido surpreendida com uma nomeação ao cargo do qual não se encontrava, no mais mínimo, preparada para exercê-lo. Soe dizer-se que tal facto resultou de alguns maltratos protagonizados pelo seu anterior superior hierárquico, na altura, Pedro Teta, que vezes sem conta levou a ‘tia’ choramingando a casa, consternando o marido que exercia como Director de Gabinete do Presidente da República. De simples coordenadora de um equipa técnica à Ministra da Ciência e Tecnologia, sucedendo no cargo João Baptista Ngandangina que o fora, representando o PRS no GURN.
Imberbe nas lides governativas, manteve em áreas, consideradas nevrálgicas, elementos deixados pelo seu antecessor, como o Secretário-geral, planificação e estatística, Gabinete Jurídico e inclusive a Secretária. Associou-se à sua pouca experiência um funcionário, com a categoria de técnico de terceira para coordenar os recursos humanos constituído por Professores Doutores. Com a fusão dos sectores, enfrentou, por passiva e activa, a resistência dos seus secretários de Estado, Adão do Nascimento e João Teta. O primeiro ignorou, sem complexos, a subordinação, o segundo enveredou por uma estratégia de maior visibilidade tendo, inclusive, sido eleito a membro do órgão executivo da UNESCO. Não tendo beneficiado do apoio dos seus supostos colaboradores para o preenchimento dos cargos, por inocência, desfez-se dos mais capacitados e competentes, entre os quais figuraram Domingos Madeira, Doutor em Geologia, Paulo de Carvalho – Doutor em Sociologia, Ludovino Neto – Doutor em Sociologia, por manifesta aproximação ao Adão do Nascimento e por último Miguel Filho – Doutor em Química, ex-sindicalista por destapar uma eventual rede de corrupção às universidades.
Quando já era evidente a sua incapacidade de gerir o macro-sector contratou um consultor português de nome Tadeu, exclusivamente, para elaborar o conteúdo de dissertações em eventos, cabendo a alguns directores a elaboração dos discursos, pelas excessivas debilidades do seu director de gabinete. Paradoxalmente, não teve olhos para ver e impedir a construção de uma pseudo-universidade no quintal do Campus da Universidade Agostinho Neto com o nome de Kalandula. Constou-nos que, segundo a legislação, nenhuma instituição privada legalizada respeita o limite 40% de professores efectivos, como mínimo, sendo a maioria dos seus docentes recem licenciados sem a média 14 exigida pelo Estatuto da Carreira docente em vigor.
A investigação científica em Angola realiza-se com referência nas universidades, a uma velocidade muito lenta. Nesta área, o Ministério de tutela não teve, sequer, iniciativas para incentivar, promover ou controlar o trabalho que nelas se realiza, pura selva. Um salve-se quem poder. Não se faz investigação sem dinheiro, muito menos, quando liderados por quem não entende do assunto. Nas instituições vocacionadas exclusivamente para o efeito indicaram-se responsáveis ‘amigos’ que converteram as intenções científicas em “nados mortos”, malgastando os parcos recursos do erário público em viagens turísticas constantes, para o exterior. Os governos provinciais possuem nos seus organigramas as direcções províncias da educação, ciência e tecnologia, estas foram forçadas a cederem a pasta do ensino superior aos vice-governadores para a área social, no entanto, os respectivos directores provinciais nunca foram tidos em conta na execução da política ou estratégia da ciência e tecnologia. Nem sequer têm em sua posse os documentos reitores sobre a matéria.
João Teta deu o ar da sua graça, fazendo aprovar os documentos que balizam esse exercício em Angola. Se porventura João Teta se resistesse a aceitar o cargo de Secretário de Estado, Cândida Teixeira contaria com o seu incondicional amigo Orlando da Mata Reitor da Universidade Agostinho Neto, caso contrário seria a morte lenta de um processo bem encaminhado por João Teta, porque simplesmente, a tia, que beneficiou da oferta do título de doutoramento em Física Nuclear no Vietnam, muito ainda tem que provar, para convencer-nos.
Os Reptos de Nascimento
Nascimento vai enfrentar-se com obstáculos, alguns, invisíveis, mas tem a oportunidade de demonstrar que o aludido nepotismo que o promoveu seja ofuscado pelo resgate da melhoria da qualidade do ensino superior.
Desmantelar a suposta rede de extorsão das instituições e o tráfico de favores na legalização das instituições que teve à cabeça uma direcção nacional de extensão, assessorada pelo gabinete jurídico, priorizar o fortalecimento das estruturas de fiscalização das instituições, certificar a transparência dos últimos projectos legalizados, eliminar o sistema de bolsas de estudo de ‘pós-graduação fácil’ para candidatos maiores de 50 anos, substituir responsáveis nos quais pesam suspeitas que lesam a integridade institucional, dizer não aos mercadores do ensino, ou seja devolver ao ensino superior o seu timbre de ensino elitista, mas com qualidade.
No âmbito dos recursos humanos reina o descontentamento do topo à base, pelas más condições de trabalho e remuneratórias, inclusive na universidade. Os professores Titulares da Universidade pública auferem salários equiparados à licenciados no ensino geral.
O estado de ânimo agudizou-se nos derradeiros dias das eleições gerais. O pacote de viaturas ‘rebuçado das eleições’, para os titulares de cargos de chefia, foram adquiridas por uma empresa, consituída à última hora, para o efeito, cuja propriedade atribui-se a um dos herdeiros da ‘Tia’. As viaturas de marca Hyundai foram entregues ao destinatários com defeitos de fábrica, provenientes de Dubai e algumas mal licenciadas.
Todos os funcionários pretendem migrar para o ensino superior, no entanto, Nascimento regressa com uma bandeira de vingança, ao estilo “olho por olho, dente por dente”, onde até aos directores competentes já se lhes foi comunicada a sentença da não continuidade, por traição. “Quem não esteve comigo, esteve contra mim”.
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