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O rover explorador Curiosity obteve alguns dados chocantes, dignos de "inclusão nos manuais de história" - declarou o dirigente científico da missão, John Grotzinger. Ele não disse mais nada, alegando que o resultado tem que ser verificado várias vezes.
Mas deu a entender que o segredo será revelado na conferência da União Geofísica Americana, que se realizará de 2 a 7 de dezembro em São Francisco.
O Curiosity tem estado na planície de areia na cratera gigantesca de Gale. Há mais de uma semana começaram lá as primeiras análises químicas do solo. O punhado de areia recolhido pelo manipulador passou dois dias dentro do aparelho e foi estudado por dois instrumentos. O primeiro, o SAM, procurou moléculas orgânicas. O segundo aparelho, o CheMin, estabelececeu a composiçãop químico-mineralógica. Se o segredo que a equipe terrestre do Curiosity não revela por enquanto consiste em terem sido encontradas substâncias orgânicas em Marte - então isto é, naturalmente, uma descoberta importantíssima - diz a bióloga da Universidade Estatal de Moscou, Elena Vorobiova.
"Até agora ninguém encontrou lá substância orgânica. Mas eu não estou muito certa de que os aparelhos, que lá estão, poderão descobri-la com segurança. Alguns blocos - possivelmente, se eles encontraram ao mesmo tempo dois biomarcadores, isso ainda não é 100% de confirmação de sinais de processos biológicos, mas já é uma boa probabilidade".
Em Moscou, no Instituto de Pesquisas Espaciais, parece que os investigadores já sabem detalhes. No entanto Igor Mitrofanov, cujo grupo desenvolveu o detetor de neutrons DAN russo para o jipe-robô, também se recusou a informar algo de concreto.
"Eu não posso comentar as palavras do dirigente científico da missão. Penso que deve ser ele próprio a fazê-lo".
Igor Mitrofanov, no entanto, contou à Voz da Rússia que o Curiosity é fruto do trabalho de cientistas de diferentes países e que a equipe de especialistas acompanha cada uma delas o seu instrumento científico. Nos primeiros 90 dias depois da descida do jipe-robô, todas as equipes estavam nos EUA no centro de direção, inclusive a russa. Recentemente ela voltou - esclarece o cientista.
"Agora, 90 dias após o pouso em Marte, o comando dos vários aparelhos instalados no robô é feita nos institutos científicos de cada país. Nós manejamos nosso aparelho a partir de Moscou. Em virtude da grande diferença de fuso horário com os EUA, nossa equipe trabalha à noite. Analisamos os dados, fazemos propostas de trabalho e, no dia seguinte, enviamos os comandos".
No que se refere à descoberta secreta, segundo Igor Mitrofanov, ela será anunciada sem falta no início de dezembro, devendo ser realizada uma conferência de imprensa não apenas nos EUA, mas também em Moscou.
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