12.10.2012, 20:36
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EPA
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Hugo Chaves ganhou pela quarta vez na sua carreira as eleições presidenciais na Venezuela. O adepto fervoroso de Bolívar estará ao leme do Estado até o ano de 2019. Desta vez o roteiro da campanha presidencial foi um tanto incomum para a Venezuela.
Pela primeira vez em vinte anos a oposição formou uma frente única
sob as bandeiras direitistas do jurista Henrique Capriles. No entanto, tudo
correu num ambiente excepcionalmente pacífico e, inclusive, cordial, - aponta o
grande mestre internacional de xadrez Vladislav Tkachov.
"A Revolução Bolivariana continua. Para a surpresa de muitas
pessoas, a vitória de Hugo Chaves nas eleições presidenciais na Venezuela nem
sequer acarretou manifestações da oposição com a exigência de recalcular os
resultados de votação. Mais do que isso: o segundo colocado, Henrique Capriles,
que obteve quase 45% dos votos, foi o primeiro a congratular o seu
adversário".
Como aconteceu que os especialistas em chamadas revoluções de
cor tivessem perdido a oportunidade de recuperar um dos maiores
fornecedores mundiais de petróleo no seio da democracia? Bem, em
primeiro lugar, não havia premissas para um golpe bananeiro. Os
politólogos venezuelanos constatam que neste país para o eleitorado importa nem
tanto o programa do candidato, mas o seu reconhecimento. Neste plano Chaves não
tem iguais. Em segundo lugar, o principal oponente político de Hugo Chaves no
plano internacional tem agora problemas de sobra mesmo sem a Venezuela, -
prossegue Vladislav Tkachov.
"A causa disso é clara: o tabuleiro do xadrez mundial é grande
demais para tentar controlar num determinado momento todas as suas casas. Agora
todas as atenções de Washington na esfera da política externa estão concentradas
no Oriente Médio e na região da Ásia-Pacífico. O maior prêmio do torneio
geopolítico - o petróleo - é disputado precisamente aí no encontro com o seu
concorrente principal, a China. Na véspera deste certame pode-se esquecer
da ala da dama, personificada neste caso pela América Latina. Quem
tenta manter sob o seu controle todas as 64 casas, mesmo tendo um número 50%
maior de peças, não consegue nada. Pois o xadrez é um jogo que requer a troca
permanente de prioridades.
No entanto, a Venezuela está dividida em dois campos, pois o
competidor de Chaves obteve neste escrutínio nada mais, nada menos - 45% dos
votos. Aliás esta cisão faz lembrar antes uma rixa casual numa família
latino-americana grande e coesa - brigaram um pouco e fizeram pazes. Ao
congratular Chaves pela vitória, Henrique Capriles manifestou a esperança de que
o presidente dedique uma atenção especial a aspirações da gente simples.
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