Thursday, September 20, 2012

NASCHINGWEA – O FUTURO ESTÁ A MEXER



Naschingwea está intrinsecamente ligada à guerra de libertação de Moçambique, tanto como campo de treino da Frelimo, na sua guerra de libertação, como aos maiores crimes cometidos após o dia 25 de Abril de 1974.
Aquilo que foi um campo de treino militar dos guerrilheiros da Frelimo com todas as suas  envolventes, de que já falei em posts anteriores, como a escravidão, a prostituição, os castigos morais e materiais e materiais, tornou-se, após 25 de Abril de 1974, no maior campo da vergonha daquilo que foram pretensos julgamentos de patriotas moçambicanos, que lutaram pela libertação do seu povo do jugo colonialista e que ali, antes que Moçambique se tornasse independente de facto foram sujeitos às maiores sevícias. Estes patriotas foram julgados pelo acusador e pelo juiz (Frelimo), sem direito a qualquer defesa, porque não havia, ainda tribunais constituídos, dado que Portugal ainda era a potência soberana, pelo que as leis seriam as da República Portuguesa, mas o conluio entre o MFA e a Frelimo permitiu que esses atentados contra os direitos humanos fossem cometidos. Uria Simango, Drª. Joana Simeão, Paulo Gumane, Mateus Gwengere, Pedro Mondlane, Lázaro Kavandame, Júlio Razão e muitos outros por ali passaram e todos foram condenados à reeducação nos Campos de Metelela, Bilibiza, Lupilichi e tantos outros, onde foram exterminados e enterrados em valas comuns.

Uma farsa dos julgamentos de Nashingwea
Uria Simango e Mateus Gwengere obrigados a confessar crimes que não cometeram, perante Marcelino dos Santos e Samora Machel

Por estas sevícias, também passaram muitos portugueses nas prisões da Beira e Lourenço Marques, como o capitão GEP Luís Fernandes , cujo martírio é bem conhecido e fruto do referido conluio entre o MFA e a Frelimo.


Prisioneiros da Frelimo em Nashingwea

Tal como referi acima, há milhares de patriotas moçambicanos cuja memória deverá ser reabilitada e que jazem em valas comuns no Niassa, em Cabo Delgado e na Zambézia sem que o partido no poder (Frelimo) esteja interessado em fazer esse trabalho, pensando que a memória dos povos é curta e que este assunto irá cair no esquecimento. Mas assassinos como Armando Guebuza, Sérgio Vieira, Marcelino dos Santos, Joaquim Chissano, Matsinhe, Thimba, Alberto Chipande, Sebastião Mabote, Joaquim Chissano, Graça Machel e tantos outros, que agora se passeiam nas cidades de Moçambique em automóveis de topo de gama, enquanto o povo continua na miséria, terão que ser julgados e responder pelos seus crimes.


Os "Campos de Extermínio ou Campos da Vergonha"

Os crimes contra a humanidade não prescrevem e este Blog saúda o aparecimento da Associação que pretende reabilitar a memória dos patriotas assassinados pela Frelimo e coloca-se, desde já, ao dispor da referida Associação para colaborar em tudo o que lhe for possível.
Vamos para a frente, porque o futuro é possível.

Ovar, 27 de Maio de 2010