Friday, September 28, 2012

Maior Vigilância

Guebuza pede maior vigilância
O presidente da Frelimo, Armando Guebuza, advertiu ontem aos membros da sua formação política da necessidade de serem vigilantes contra “práticas e comportamentos estranhos ao partido”.
Guebuza entende que só assim se podem evitar atitudes e práticas que podem ser nocivas à coesão interna, perigando deste modo os valores que caracterizam o partido.
Guebuza lembrou inclusive que, ciente desta realidade, é importante dar espaço à crítica e à auto-crítica, pois constituem o estandarte da Frelimo.
O presidente da Frelimo falava momentos após o anúncio dos resultados da eleição dos membros do Comité Central, um processo que marcou o fim da etapa iniciada nas conferências provinciais, em todo o país, num acto que foi também de aceitação do cargo de presidente da Frelimo, que lhe foi confiado na quarta-feira pelo 10º congresso, com 98,76 por cento dos votos.
“Nesta hora em que nos confiam este novo mandato, queremos convidar a todos os camaradas a continuarmos empenhados em assegurar uma maior coesão interna da nossa gloriosa Frelimo; uma crescente qualidade e diversificação das nossas intervenções políticas e uma maior vitalidade no funcionamento dos nossos órgãos”, referiu Guebuza.
“O sucesso nesta missão deve ser construído por todos nós. Por isso, queremos convidar a todos os camaradas e ao nosso Povo, em geral, a prestarem-nos todo o seu valioso apoio”, acrescentou.

O COMITÉ CENTRAL

Para o Comité Central, órgão máximo do partido no intervalo entre os congressos, foram eleitos 180 membros efectivos e 18 suplentes, de acordo com os estatutos desta formação partidária.
O 10º congresso da Frelimo, com efeito, elegeu ontem o novo Comité Central do partido, numa votação secreta que envolveu 119 membros, na qual a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, obteve o maior número de votos.
No mapa dos eleitos e de acordo com os resultados tornados públicos ontem, destacam-se nomes como os de Filipe Paúnde, Alberto Chipande, Manuel Tomé, Aires Ali e Edson Macuácua, que figuraram no topo da lista de 46 candidatos que concorriam a 23 lugares. O deputado Isaú Meneses consta da lista dos suplentes no leque dos candidatos à continuidade.
De fora ficaram históricos do partido, como Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Alfredo Gamito e Teodoro Waty (este último que fazia parte da Comissão Política), enquanto Marcelino dos Santos e Pascoal Mocumbi foram reeleitos.
Na lista das mulheres, há a destacar a não eleição de Isidora Faztudo, deputado e presidente do Conselho de Administração da Cervejas de Moçambique, do leque de 21 candidatas a 13 vagas. Dessa lista, foram eleitas nos lugares de destaque Verónica Macamo, Margarida Talapa, Alcinda Abreu, Luísa Diogo e Graça Machel.
No processo de renovação não amealharam votos suficientes candidatos como Augusto Jone Luís, Arlindo Chilundo e Joaquim Mataruca, que concorreram numa lista onde se saíram bem Oldemiro Baloi, Mateus Kida, Filipe Nyussi e Carlos Siliya.
Já nas mulheres, a renovação foi favorável a Adelaide Amurane, Iolanda Cintura e Francisca Tomás, com Filomena Maiopue a quedar-se no lugar de suplente.
Nos jovens, onde concorreram seis nomes para cinco lugares, Alberto Nkutumula, Henriques Mandava, Cachimo Raúl, António Niquice e Osvaldo Petersburg somaram mais votos, relegando Carlos Mussanhane ao lugar de suplente. Em femininos, Dulce Canhemba, Suzete Dança e Catarina Dimande somaram maior número de votos.
Na lista dos combatentes, entre os homens destaca-se a eleição de João Pelembe, Morais Mabyeka entre os mais votados, enquanto para as mulheres combatentes a lista foi ganha por Valentina Guebuza e Ágata Eduardo.
O pleito interno da Frelimo estendeu-se à área económica e social, a qual reservou seis lugares aos seus membros. Aqui, Teodoro Hunguana, Rosário Mualeia, Celso Correia e José Psico tomam os lugares no que aos homens diz respeito, cabendo a Aida Libombo e Joana Mangueira ocupar os lugares reservados às mulheres.
Foram igualmente reeleitos para o Comité Central figuras como Samora Machel Júnior e Nyeleti Mondlane.
A estes, e de acordo com os regulamentos da Frelimo, juntam-se os primeiros secretários dos Comités Provinciais, nomeadamente, Vasco Tembe (Maputo), Costa Chale (Manica), Henriques Infante (cidade de Maputo), Henriques Bongece (Sofala), Mónica Clemente (Cabo Delgado), Xavier Sailors (Tete), Cornélio Laisse (Niassa), Adelino Ivala (Nampula), Lucas Sulude (Zambézia), Carlos Maela (Inhambane) e Roque Samuel (Gaza).
Igualmente e de acordo com os dados tornados públicos ontem, entram para a lista de membros do Comité Central 125 membros eleitos em conferências provinciais, os quais antes da sessão de eleição propriamente dita mereceram voto de todos os presentes no congresso.
O anúncio foi feito com um atraso de cerca de três horas relativamente ao programado, e que foi justificado com a “dificuldade do processo”.
Ainda ontem à noite, o Comité Central realizou a sua primeira sessão, para a eleição de órgãos como a Comissão Política do partido e o secretariado. Até ao fecho desta edição não eram conhecidos os resultados.

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