David Chesnoff confirma que trabalhou para Ronaldo no início do caso de alegada violação. Depois foi dispensado. Osório de Castro diz que a nova escolha deve-se a "razões que não vêm ao caso".
Cristiano Ronaldo chegou mesmo a contratar David Chesnoff para o defender da acusação de violação de Kathryn Mayorga. Mas os serviços do “advogado das estrelas”, famoso por trabalhar com celebridades como Harvey Weinstein ou Mike Tyson, acabaram por ser dispensados mais tarde. Chesnoff foi substituído esta semana pelo advogado de Las Vegas Peter S. Christiansen.
Essa informação foi confirmada ao Observador tanto pelo próprio David Chesnoff como por Carlos Osório de Castro, o advogado português que representa Ronaldo e que assinou como procurador do jogador o acordo secreto que o futebolista assinou em 2010 com a professora norte-americana que o acusou para que mantivesse o silêncio a troco de 375 mil dólares. Mas nenhum deles explica o motivo por detrás dessa substituição. Osório de Castro diz apenas que são “razões que não vêm ao caso”.
David Chesnoff chegou a emitir um comunicado em que assumia o papel de advogado de Cristiano Ronaldo: numa notícia da The Associated Press escrita logo após a investigação da Der Spiegel ter sido publicada, o advogado especializado em defesa criminal e casos de violação dizia mesmo “negar categoricamente” as acusações feitas ao internacional português e sublinhava ter “uma fé completa no sistema judicial” norte-americano.
Chesnoff terá sido contratado a 3 de outubro por Cristiano Ronaldo, mas ao fim de uma semana o nome de Peter S. Christiansen foi oficializado como o líder da defesa do atacante da Juventus na polémica suposta violação revelada primeiro por documentos do Football Leaks e depois pela investigação da Der Spiegel.
Em declarações ao Observador, David Chesnoff explicou que “foi autorizado na resposta inicial às alegações a representar o senhor Ronaldo”: “Agi de acordo com isso. Agora o senhor Ronaldo contratou um bom advogado em Las Vegas chamado Peter Christiansen, Jr.”, acrescentou numa troca de mensagens por e-mail.
Isso mesmo foi também confirmado ao Observador por Carlos Osório de Castro, o advogado português de Cristiano Ronaldo: “O David Chesnoff aceitou gentilmente atuar em representação do Cristiano Ronaldo, até que fosse escolhido um advogado em termos definitivos”, respondeu ele igualmente por e-mail.
Osório de Castro disse que “a escolha acabou por recair noutro advogado por razões que não vêm ao caso” e que o procurador de Ronaldo não explicou. Sublinhou apenas que “todos os atos praticados pelo Chesnoff o foram com ele devidamente mandatado para esses atos específicos e que nada existe a apontar à sua competência, que, aliás, é unanimemente reconhecida”.
O Observador questionou Osório de Castro sobre por que motivos é que Peter Christiansen foi preferido a David Chesnoff neste caso e que razões levaram Ronaldo a dispensar o advogado das estrelas, mas ainda não obteve mais respostas. David Chesnoff também disse “não ter mais nada a dizer” sobre o assunto.
Peter S. Christiansen, o atual advogado do jogador da Juventus, reagiu pela primeira vez à polémica na quarta-feira à noite. Em comunicado enviado ao Observador e depois publicado na página da Gestifute, o advogado afirmou que todos os documentos com declarações de Cristiano Ronaldo que o Der Spiegel publicou são “puras invenções”. Segundo ele, os documentos originalmente repescados pelos Football Leaks foram “alterados e/ou completamente fabricados” e que a relação que houve entre o internacional português e a professora norte-americana foi “completamente consensual”.
Sobre o acordo assinado entre Kathryn Mayorga, o advogado dela em 2010, Carlos Osório de Castro e John H. Lavely, o líder da defesa de Ronaldo escreveu que as razões que levaram o futebolista a celebrá-lo estão “a ser distorcidas”: “Esse acordo não representa de modo algum uma confissão de culpa. O que aconteceu foi simplesmente que Cristiano Ronaldo se limitou a seguir o conselho dos seus assessores no sentido de pôr termo às acusações ultrajantes feitas contra ele, a fim justamente de evitar então tentativas, como aquelas a que estamos a assistir agora, de destruição de uma reputação construída graças a um trabalho intenso, capacidade atlética e correção de comportamento”.
Entretanto, a revista Der Spiegel já veio responder e reafirmar que todos os documentos que publicou são verdadeiros e que foram comprovados por diversas fontes, legalmente verificados e testados.
Cristiano Ronaldo terá estado esta segunda-feira em Lisboa, acompanhado por Georgina Rodríguez, para delinear a defesa no caso contra Kathryn Mayorga. O futebolista ter-se-á encontrado com advogados no Sky Bar, no Hotel Tivoli, para estudar a estratégia para lidar com a polémica.