Ha uns meses, um professor amigo aqui na rede (escuso-me a identificá-lo) andava indignado, e bloqueando as pessoas. Da vez que nos encontramos, conversa vai conversa vem, deixou escapar e em bom tom que "não concordava que alguém começasse um debate ou, dependendo do caso, entrasse no debate de outros e visse pessoas a destilar insultos e quinhões de impropérios e nada fazer, sob justificação de liberdade de expressão, e que podia ele, se sentindo incomodado, e querendo, contactar os tais" (posso ter pintado um pouco mais o quadro, já passa algum tempo).
Percebi e continuo a perceber plenamente, pois, eu, além de ser amante e defensor de liberdades individuais e colectivas, também sou apaixonado por respeito e consideração.
Infelizmente no nosso contexto, esses dois conceitos são diametralmente opostos: quem se acha activista de liberdades, se atribui a si o direito de insultar o outro, desde que o perceba como não estando de acordo com a forma como ele nada em sua praia. Se acha o "deus allah" dos iluminados, e em contraposição, vê nos outros uma cambada de sequazes cegos (com o devido respeito aos portadores desta deficiência).
Isto vem a propósito de uns camaradas que, só de exemplo, acham que podem destilar palavrões e racismo ideológico contra eleitores de certos Conselhos Autárquicos por terem votado de forma esmagadora, retumbante, convincente, asfixiante, e tudo mais, chamando-os nomes e desnomes.
São estes compatriotas que chamam a si a benção divina de iluminados. Na verdade estou desde o primeiro parágrafo a tentar evitar dizer que vão estes democratas, a cada dia que passa, despindo a capa de nacionalistas, pois regionalistas e tribalistas que são.
Existe um ódio que muitos de nós temos por certo grupo e certa região deste país, mas muitos de nós estamos concentrados nesta região e bebendo com este grupo, e quando entramos na casa de banho para fazer descarga da merda, nos recordamos que lá na zona as coisas são isto e aquilo, e pegamos telefone para mostrar nossa indignação, e voltamos ao palco com curtia a companhia dos cegos.
Se a política barata que nós fazemos nos leva a isso, podemos rasgar e queimar a Constituição de 1990, porque não acredito que democracia seja permissão para insultar alguém, pior, insulta-lo por suas escolhas.
Se você tem certas inclinações, tem certo amor por algo, respeita quem tem outras paixões. Se você escolheu A, respeita quem escolheu B, na esperança que quem escolheu C, respeite quem escolheu A quanto B. A diversidade (em tudo e todos) não pode ser um conceito morto nos manuais, deve ser um modo de vida em tudo e todos.
Então, você que sabe que está aí a destilar ódio escondido, se reveja, pois, o por ódio, pior esse vestido e vertido a virgem santíssima, se enquadra na categoria de problemas de saúde pública. Mas há uma boa nova: ha varios hospitais e consultórios psiquiátricos neste país. É só bater a porta.
Para fechar, há uma expressão atribuída a Simone de Beauvoir e que gosto dela: "os opressores não seriam tão fortes se não tivessem cúmplices entre os proprios oprimidos". Isso é mais que cristalino, da mesma forma que o ódio não seria doenca se nao se tivesse tantos adeptos que não sabem que sofrem desse transtorno. Acontece o mesmo com ladrao de espelhos de carros na rua. Não haveria ladrão algum se não tivesse alguém que compra, ou seja, que financia o roubo.
A cada dia vejo que o maior problema não são os HAR na Serra ou Muxungue, e sim, os HAR feitos de democratas nas/das redes sociais.
Percebi e continuo a perceber plenamente, pois, eu, além de ser amante e defensor de liberdades individuais e colectivas, também sou apaixonado por respeito e consideração.
Infelizmente no nosso contexto, esses dois conceitos são diametralmente opostos: quem se acha activista de liberdades, se atribui a si o direito de insultar o outro, desde que o perceba como não estando de acordo com a forma como ele nada em sua praia. Se acha o "deus allah" dos iluminados, e em contraposição, vê nos outros uma cambada de sequazes cegos (com o devido respeito aos portadores desta deficiência).
Isto vem a propósito de uns camaradas que, só de exemplo, acham que podem destilar palavrões e racismo ideológico contra eleitores de certos Conselhos Autárquicos por terem votado de forma esmagadora, retumbante, convincente, asfixiante, e tudo mais, chamando-os nomes e desnomes.
São estes compatriotas que chamam a si a benção divina de iluminados. Na verdade estou desde o primeiro parágrafo a tentar evitar dizer que vão estes democratas, a cada dia que passa, despindo a capa de nacionalistas, pois regionalistas e tribalistas que são.
Existe um ódio que muitos de nós temos por certo grupo e certa região deste país, mas muitos de nós estamos concentrados nesta região e bebendo com este grupo, e quando entramos na casa de banho para fazer descarga da merda, nos recordamos que lá na zona as coisas são isto e aquilo, e pegamos telefone para mostrar nossa indignação, e voltamos ao palco com curtia a companhia dos cegos.
Se a política barata que nós fazemos nos leva a isso, podemos rasgar e queimar a Constituição de 1990, porque não acredito que democracia seja permissão para insultar alguém, pior, insulta-lo por suas escolhas.
Se você tem certas inclinações, tem certo amor por algo, respeita quem tem outras paixões. Se você escolheu A, respeita quem escolheu B, na esperança que quem escolheu C, respeite quem escolheu A quanto B. A diversidade (em tudo e todos) não pode ser um conceito morto nos manuais, deve ser um modo de vida em tudo e todos.
Então, você que sabe que está aí a destilar ódio escondido, se reveja, pois, o por ódio, pior esse vestido e vertido a virgem santíssima, se enquadra na categoria de problemas de saúde pública. Mas há uma boa nova: ha varios hospitais e consultórios psiquiátricos neste país. É só bater a porta.
Para fechar, há uma expressão atribuída a Simone de Beauvoir e que gosto dela: "os opressores não seriam tão fortes se não tivessem cúmplices entre os proprios oprimidos". Isso é mais que cristalino, da mesma forma que o ódio não seria doenca se nao se tivesse tantos adeptos que não sabem que sofrem desse transtorno. Acontece o mesmo com ladrao de espelhos de carros na rua. Não haveria ladrão algum se não tivesse alguém que compra, ou seja, que financia o roubo.
A cada dia vejo que o maior problema não são os HAR na Serra ou Muxungue, e sim, os HAR feitos de democratas nas/das redes sociais.
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