Saturday, June 23, 2018

Danças e contra danças bamboleiam no chinfrim autárquico

Foto de Pinnacle News.Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 21 de Junho de 2018 l Ano XIV l nº 809 50,00 Z E mT sai às quintas ambEZ Onde a naçãO se reencOntra Comercial taBeLa de PreçOs 2018 Assinaturas abertas Formato electrónico (zambeze.net) já disponível ZambEZE 2.300,00MT 2.900,00MT 4.450,00MT PERÍODO TRIMESTRAL SEMESTRAL ANUAL Tribunal conclui instrução contraditória Danças e contra danças bamboleiam no chinfrim autárquico Chorar Dhlakama conquistando municípios Secretismo de rato da área Mentiras e acusações confi rmam guerra na capoeira Estou a pedir boleia! A comer e a trocar de garfo lá se faz o glutão Vagabundos políticos Vagabundos políticos Pág. 03 O dito cujo nas barbas da prisão Pág. 02 2 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 s partidos políticos, coligações e grupos de cidadãos interessados em concorrer nas eleições autárquicas de Outubro próximo deverão se inscrever até 29 de Junho corrente. Entretanto, o processo já cria agitação no seio partidário, particularmente no que se refere à apresentação de candidatos a “cabeças-de-lista”, que de acordo com o calendário do sufrágio eleitoral deverá acontecer em Julho próximo, período durante o qual será igualmente feita a verificação dos processos individuais. Candidaturas às eleições autárquicas de Outubro 2018 Sufrágio eleitoral atiça ansiedade partidária De modo a acomodar novos elementos, na sequência do entendimento entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o ex-líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em matéria de descentralização administrativa, como a abertura incondicional das sessões das Assembleias Municipais à participação pública e reforçar a supervisão pelos cidadãos na Administração Pública, está em curso a revisão pontual do pacote da Legislação Eleitoral que vai normar as eleições autárquicas e a eleição dos respectivos titulares, um dossier que trouxe profundas alterações. Renamo poderá formalizar a candidatura de Venâncio Mandlane O mandatário nacional da Renamo, André Joaquim Magibire, disse esta semana ser prematuro afirmar se o deputado Venâncio Mondlane será ou não candidato à cabeça-de-lista na presidência do Município de Maputo, pela Renamo, argumentando que os órgãos que tomam deliberações ainda não se reuniram para chancelar esta decisão, daí que considera uma confirmação prematura. Magibire, falando momentos após a formalização da inscrição para o escrutínio de Outubro próximo, disse que em relação às candidaturas a cabeças-de-lista, tanto para os municípios como para as Assembleias Provinciais, serão anunciados em breve com a realização de eleições internas em conferências provinciais. Acrescentou que a Renamo está preparada para participar nas quintas eleições autárquicas, com o objectivo único de honrar o seu falecido líder, arrancando todas as autarquias, e desta forma exaltar o nome de Afonso Dhlakama. Para este objectivo, a Renamo diz ter desenhado uma estratégia funcional baseada em evidências, por forma a conquistar todas as autarquias com uma maioria esmagadora, a exemplo das eleições intercalares de Nampula. “Podemos não ganhar em todas as autarquias, mas a maioria nos comprometemos a conquistar, e porque estas vão ser as primeiras eleições a realizar-se sem o nosso saudoso líder, a melhor forma de chorar o seu desaparecimento físico é trabalhar para cumprir a sua palavra que é arrancar todos os municípios”. Desarticulação e fissuras no MDM O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, disse por ocasião da realização da segunda Sessão Ordinária da Comissão Política desta formação política, que decorrerem trabalhos ao nível das bases para identificação de figuras para cabeça-de-lista. Entretanto, a delegação do MDM a nível da cidade de Maputo indicou semana passada, como candidato a cabeça-de-lista pelo Município de Maputo, o deputado Venâncio Mondlane, argumentando ser uma decisão por consenso partidário. A indicação de Venâncio Mondlane, de acordo com Domingos Freitas, deveu-se à forma carismática como os munícipes da cidade de Maputo acarinham e recebem este político, bem como os resultados obtidos nas últimas eleições autárquicas de 2013. Entretanto, Venâncio Mondlane veio a público, momentos após a sua nomeação, desmentir os factos, sublinhando que não é candidato e nem pretende concorrer pelo MDM. “Não nos permitimos neste momento efectuar trocas de palavras que não garantam a vitória nesta eleição. Nós continuamos com Venâncio Mondlane como candidato nesta fase à cabeça-de-lista para a cidade de Maputo”, disse Domingos Freitas, delegado do MDM na cidade de Maputo. Eleições internas ao rubro no partido Frelimo De acordo com o chefe da Organização, Mobilização e Propaganda a nível central do partido Frelimo, Caifadine Manasse, falando à imprensa, decorre desde a semana em curso a realização de trabalhos de base, a nível provincial, encabeçadas pelas Brigadas Centrais, medida que tem como objectivo harmonizar os procedimentos no processo de eleições internas. Na prática, as Brigadas Centrais do partido Frelimo deverão proceder à divulgação da directiva partidária para eleição interna de candidatos a cabeças-de-listas a presidente do município e a membros das Assembleias Autárquicas, e também dar a conhecer aquilo que é a mensagem sobre a Revisão Pontual da Constituição da República, um dos pacotes dos consensos alcançados nas negociações entre o Governo e a Renamo, ora aprovada na Assembleia da República. Manasse sublinhou que os candidatos começam a ser seleccionados a partir da célula, sobem ao círculo, zona, ao distrito, à província, até a nível central, o mesmo acontecendo para a eleição dos candidatos às Assembleias Municipais, uma prática visando garantir a representatividade de todos. Reiterou ser prematuro divulgar os nomes dos candidatos à presidência dos municípios, bem como às Assembleias Autárquicas enquanto decorre o processo de selecção e eleição interna nos órgãos de base. “Primeiro vamos fazer a divulgação das directivas que nas eleições internas elegem o cabeça-de-lista e os membros das Assembleias Provinciais. Este é um processo considerado de arranque que consiste na selecção dos candidatos. Nos procedimentos tem que haver isenção, transparência, respeito pelos princípios estatutários do partido”. Segundo Manasse, na Frelimo todos gozam do mesmo direito de serem eleitos, desde que reúnam as condições constitucionais e regimentais do partido. Sem avançar datas para a divulgação das candidaturas às autarquias de Outubro próximo descreveu o perfil do candidato a cabeca-de-lista, que se reveste em honestidade, humildade, idoneidade e que vai trabalhar para aquilo que são os interesses do povo, e respeitado pela sociedade no município. PIMO propõe coligação à Renamo Segundo entende o líder do PIMO, Yá-qub Sibindy, os fracassos e/ou derrotas da oposição nos processos eleitorais sempre se deveram a razões de dispersão de votos, quando cada partido concorre individualmente. No entanto, o líder do PIMO diz que nas negociações que houve com o ex-líder da Renamo, Afonso Dhlakama, concluiu-se que o desafio passa por combater a proliferação de candidaturas, e sugeriu a coligação do seu partido com a Renamo. A fonte acrescenta que o desafio de vencer o partido no poder sempre será maior, pois a Frelimo, apesar de aceitar a transição do monopartidarismo para o multipartidarismo, não se sente confortável com a transição, sobretudo porque nunca esteve interessada em democratizar o país. Sibindy vai mais além e diz que a Frelimo sempre esteve consciente da sua incapacidade de derrotar a Renamo pela via das urnas, e esta também alegou a sua luta pelo Estado de Direito Democrático como justa, universal e civilizada. “Já tínhamos feito esta declaração no ano passado. Portanto, a Renamo recebeu com duas mãos e diz que a ideia é boa, vai reunir com os seus órgãos e vai dar resposta sobre como é que vamos fazer uma campanha única numa única estratégia traçada pela Renamo, e nós vamos apenas colocar a nossa contribuição”. Z LUÍS CUMBE O André Joaquim Magibire Caifadine Manasse Yá-qub Sibindy Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | destaques | zambeze | 3 Paulo Zucula, ex-ministro dos Transportes e Comunicações Tribunal Judicial da Cidade de Maputo concluiu a instrução contraditória do processo de aquisição de dois aviões Embraer para a empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), no qual são indiciados de corrupção um antigo ministro e dois gestores de topo. á desordem nas hostes do MDM. A capoeira está escancarada, e os bicharocos saem em debandada, não se sabe que bicho malvado terá entrado capoeira adentro. Está todo mundo louco no Movimento Democrático de Moçambique. As fugas não são democráticas e cada um dá às de vila diogo por medo do breu político. E aqui ficam os factos. Tribunal conclui instrução contraditória Zucula vai ser julgado por corrupção Política, ao que tu obrigas. Até cuspir no próprio prato serve! Atingida esta etapa, poderá iniciar o julgamento de Paulo Zucula, o ex-ministro dos Transportes e Comunicações, José Viegas e Mateus Zimba, respectivamente antigos gestores da LAM e Sasol, todos acusados de participar num esquema de corrupção na compra de aviões, no Brasil. Há indicações de que o Ministério Público mantém a sua posição de acusar Paulo Zucula nos crimes de participação económica em negócios e branqueamento de capitais. Viegas e Zimba são acusados de branqueamento de A nt ón i o Fr a n g o u l i s anunciou que vai abandonar o MDM e que apenas falta formalizar a sua saída do partido. Diz ainda que não há nenhuma justificação para o MDM não realizar eleições internas, e que, por não ser democrático, o partido mostrou não ser nenhuma alternativa política em Moçambique. Frangoulis insinua que muitos jovens abandonaram o MDM por se terem apercebido que o partido não é democrático. Antigo director da Polícia de Investigação Criminal (PIC) na cidade de Maputo e Adjunto Comissário da Polícia, António Frangoulis renunciou a membro da Frelimo em Junho de 2014 para se juntar ao Movimento Democrático de Moçambique. Entrou para o MDM como candidato a deputado da Assembleia da República pelo círculo eleitoral da província de Maputo. Uma verdadeira ruptura dentro do MDM! É assim que António Frangoulis capitais. Os três chegaram a ser detidos, mas estão agora em liberdade, após terem pago uma caução equivalente a pelo menos 243 mil dólares. Recorde-se que em Janeiro passado, o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) remeteu ao Tribunal o processo em que acusa o antigo ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, o antigo presidente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), José Viegas, e Mateus Zimba, ex-gestor da empresa norte-americana General classificou a situação que se vive no Movimento Democrático de Moçambique. Quatro anos depois de muita Electrics, no país, de corrupção. O GCCC considerou na altura que finda a instrução preparatória, os arguidos mathapa e farelo político do MDM, António Frangoulis cospe no prato que lhe foi servido ao longo dos temforam acusados pela prática dos crimes de “participação económica em negócios e branqueamento de capitais”. Eles são acusados de conpos. As especulações para o futuro político são de bradar aos céus. Vem aí mais uma tirada política, dizem! certar, entre os anos 2008 e 2009, com a fabricante brasileira Embraer, um esquema de corrupção que consistiu na sobrefacturação do preCrista de plástico! O Movimento Democrático de Moçambique anunciou, na passada sexta-feira, que Venâncio Mondlane é o cabeça-de-lista da candidatura do MDM para o Conselho Municipal da Cidade de Maputo, nas eleições autárquicas de Outubro próximo. No anúncio feito, este partido indicou que a decisão de ço de duas aeronaves para beneficiar de pagamento de luvas. O preço de cada aeronave passou de 32 milhões para 32.690 mil dólares, para não comprometer os lucros da Embraer e garantir os 800 mil dólares de comissão. Para facilitar as transferências do dinheiro de comissão, o “intermediário” Mateus Zimba terá criado, em São Tomé e Príncipe, uma sociedade denominada Xihivele. “Da instrução preparatória concluiu-se também não haver elementos suficientes que provam o uso indevido de fundos públicos na LAM, SA, provenientes da venda e aluguer de duas aeronaves Bombardier Dash 8 Series Q400, o que ditou o arquivamento do processo no que respeita a esta matéria”, explicou o GCCC através duma nota de imprensa. (VOA) Z manter Venâncio Mondlane, que já havia sido candidato nas últimas eleições, foi por consenso entre os membros. A verdade, porém, é que o MDM anunciou Venâncio Mondlane como seu candidato, e, de forma muito embaraçosa, o próprio Venâncio Mondlane veio desmentir tal facto, rejeitando qualquer interesse em ser candidato pelo MDM. Segundo o colega Canal de Moçambique, Mondlane assume “que não sou cabeça-de-lista do MDM, não serei e não quero ser cabeça-de-lista do MDM. Não sou candidato a presidente do Conselho Municipal de Maputo pelo MDM”.  Venâncio Mondlane diz ainda que o anúncio foi feito sem o seu consentimento. “Este anúncio que vai ser feito ou que já tenha sido feito é verdadeiramente falso e não veio de mim, não tem o meu consentimento, não tem o meu aval. É, para todos efeitos, um anúncio nulo”.  Venâncio Mondlane acrescenta que nos próximos tempos dará o esclarecimento definitivo sobre qual é a sua posição e qual a direcção que irá tomar. Lembre-se que, apesar de desmentir tal facto,Venâncio Mondlane já tinha um acordo preliminar com Afonso Dhlakama para ser candidato da Renamo. Z O H António Frangoulis Venâncio Mondlane 4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 pagamento de impostos das empresas está aquém do devido – de acordo com dados do 7º Relatório da EITI Contexto Moçambique, que acaba de publicar o 7º Relatório de Reconciliação da Iniciativa de Transparência da Indústria Extractiva (EITI, sigla inglesa), que cobre os anos de 2015 e 2016, abrangendo 83 empresas em 2015 (das quais 60 mineiras e 23 petrolíferas) e 80 empresas em 2016 (55 mineiras 25 petrolíferas). O relatório, que pela primeira vez analisa, com alguma profundidade, o processo de licenciamento no sector mineiro (minerais e hidrocarbonetos), aponta fragilidades que propiciam a corrupção, prejudicando o Estado moçambicano. Gestão do sector extractivo Processo de licenciamento apresenta sérios riscos de corrupção O 7º relatório mostra, ainda, que a gestão do sector extractivo não é adequada, pelo que o Estado moçambicano pode estar a perder receitas significativas decorrentes desta situação. Igualmente, o documento revela a forma inconsistente como as mais-valias são tributadas em Moçambique, não obstante todas as iniciativas legislativas tendentes a clarificar este processo. De acordo com os dados do relatório, as receitas da indústria extractiva totalizaram 13 mil milhões de meticais em 2015, correspondendo a 8% das receitas globais do Estado. Em 2016, as receitas da indústria extractiva foram duas vezes mais baixas que o ano anterior, apresentando um total de 6,3 mil milhões de dólares, representando 4% do total das receitas globais do Estado. Este decréscimo deve-se ao facto de em 2016 não ter havido colecta de imposto sobre mais-valias (IRPC) registado, imposto esse que representou cerca de 33% das receitas cobradas na indústria extractiva em 2015. Entretanto, o Relatório de Execução do Orçamento do Estado de 2016 fala de 6% (5,513%), correspondente a 8,595 milhões de dólares em termos nominais. Riscos de corrupção no processo de licenciamento A Deloitte, empresa contratada pelo Comité de Coordenação da EITI-Moçambique para realizar de forma independente o 7º relatório, referiu no documento que o regime jurídico do processo de licenciamento mineiro carece de melhorias em duas componentes essenciais, designadamente: na licitação e na fiscalização. Primeiro, segundo os artigos 3 e 21 do Regulamento da Lei de Minas (Decreto 31/2015), o Ministro dos Recursos Mineiras e Energia detém competência para a atribuição de licenças mineiras mediante pedido ou por concurso público. Nesta segunda modalidade (concurso público), o Anexo 10 do Regulamento da Lei de Minas fixa critérios de adjudicação do operador mineiro, porém, dando cobertura a um poder discricionário que permite ao Ministro dos Recursos Minerais e Energia definir critérios específicos através de um Diploma Ministerial ou por mero despacho. Nessa perspectiva, sublinha o documento, a inexistência de critérios de adjudicação legalmente plasmados na Lei de Minas não permite que haja transparência no processo de licenciamento, pois este poder discricionário atribuído ao ministro abre espaço ao favoritismo/clientelismo no processo de atribuição das licenças. De resto, o ministro é uma figura de confiança política, havendo uma grande possibilidade de este ficar refém de influências de natureza política. O papel da entidade reguladora no processo de licenciamento é limitado apenas a receber, preparar, organizar e analisar os processos relativos à atribuição de licenças de prospecção e pesquisa, concessões mineiras e concessões de água mineral, respeitando o princípio de prioridade de submissão e considerando a proposta que oferece melhores condições, vantagens e ganhos para o Estado moçambicano como proprietário dos recursos minerais (Artigo 9 da Lei n.º 20/2014). No final, o processo deve ser aprovado pelo ministro que superintende a área das minas, podendo fazer uso do seu poder discricionário. O processo de licenciamento mineiro, mediante pedidos, é caracterizado por enormes atrasos, dado que os processos devem passar por diferentes estágios e níveis para pareceres técnicos e aprovações. Esta demora resulta, muitas vezes, do facto dos funcionários do cadastro mineiro terem dificuldades na interpretação da lei que está em constantes mudanças (nos últimos 19 anos foram aprovados mais de 30 instrumentos legais no sector mineiro). As componentes fiscalização ou monitoria e aplicação da lei (law enforcement) continuam a representar um desafio, uma vez que a capacidade reguladora não é proporcional à velocidade e à escala do crescimento da indústria extractiva em Moçambique. Perdas para o Estado decorrentes da má-gestão As receitas que o Governo declara ter recebido poderiam ser superiores, se não fosse a desorganização que se verifica no sector. O problema começa mesmo O Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | Destaque | zambeze | 5 no processo de licenciamento. De acordo com o 7º relatório, os documentos de suporte apresentados por algumas empresas para a justificação dos pagamentos não apresentam o Número de Identificação Tributária (NUIT) correspondente. Os NUIT evidenciados são os das instituições que colectam impostos e taxas (Direcções Provinciais de Recursos Minerais e Energia – DIPREME – e Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural – MITADER), ao invés de ser o NUIT do contribuinte. Nessa perspectiva, os impostos são pagos em nome das “DIPREMEs”. A desorganização do sector estende-se até à forma como o MIREME e os DIPREME se relacionam com as empresas. Durante a recolha de dados para a produção do 7º relatório, a Deloitte teve imensas dificuldades de fazer a reconciliação da informação, devido à falta de contacto de algumas empresas. De notar que o contacto das empresas é importante, pois pode existir a necessidade de notificar uma empresa por várias razões, por exemplo, para recolha de informação (como é o caso) ou por incumprimento de obrigações. Algumas razões apresentadas para a falta de contacto têm a ver com o facto de estarem em processo de encerramento de escritórios em Moçambique, pelo que não se conseguiu efectuar qualquer contacto com as mesmas. Esta justificação foi particularmente apresentada em relação à Petronas. A justificação de que não se conseguem encontrar as empresas por estarem em fase de encerramento não colhe. Inconsistências na tributação das mais-valias Moçambique está prenhe de casos de especulação e açambarcamento de licenças. Estas situações decorrem das fragilidades institucionais. Por exemplo, em 2013, a empresa Videocom Hydrocarbons Holding Ld (Videocom Mozambique) vendeu a totalidade da sua participação na área 1 da Bacia do Rovuma a uma empresa afiliada, Videocom Mauritius Energy Limited. No ano seguinte, a mesma empresa vendeu 10% da sua participação ao consórcio indiano ONGC Videsh Limited (OVL). A primeira transacção (2013) esteve avaliada em 2,1 mil milhões de dólares, tendo resultado em mais-valias no valor de 224.1 milhões de dólares, efectivamente pagas. Já a segunda (2014) custou 2,64 mil milhões de dólares, tendo a empresa vendedora pago ao Estado apenas 3 (três) milhões de dólares em imposto de mais- -valias. O relatório não cita exactamente que empresas apresentaram NUIT de entidades públicas. As nuances da tributação dos impostos resultantes da alienação de interesses participativos nos projectos de exploração mineira em Moçambique envolvem a utilização de critérios diferentes para cada caso, com explicações pouco convincentes, com tratamentos diferenciados, sendo permitido a alguns o pagamento das inerentes mais-valias após a aprovação da transacção de alienação dos interesses participativos e a outros antecipadamente. Desde 2013, o CIP tem estado a chamar atenção para as inconsistências na tributação das mais-valias. Uma resposta para inverter esta situação veio em 2017, da AR, com a revisão da lei fiscal das operações petrolíferas e mineiras, ao estipular-se apenas a tributação de mais-valias em 32%, sem nenhumas ressalvas. Entretanto, ainda falta clarificar que o imposto é pago depois da autorização do Governo e conclusão da transacção entre as partes. Impostos aquém do devido Na base da informação apresentada pelo relatório, o CIP fez alguns cálculos focados no imposto de produção que mostram que as receitas pagas pelas empresas estão aquém do devido. Com base nestes dados, constata-se que as empresas estão a pagar muito abaixo do que deveriam pagar em imposto de produção. A Kenmare pagou nos anos de 2015 e 2016 apenas quase metade do valor que deveria pagar. A Vale em 2016 pagou 35 vezes abaixo do que deveria pagar. Enquanto isso, há discrepâncias intrigantes entre o que o Governo e as empresas declaram como imposto de produção pago ao Estado em 2015. No caso da Highland African Mining Company, o Estado declara 11,120,112 meticais, enquanto a empresa fala de 1,570,423 meticais. Cálculos efectuados pelo CIP mostram que o imposto devido seria de 1,369,059.84 meticais. A taxa de câmbio utilizada para os cálculos foi de 48 meticais/dólar norte- -americanos, que é a taxa registada a 31 de Dezembro de 2015, segundo o Banco Central. INP gere inadequadamente os pagamentos das empresas O Instituto Nacional de Petróleos (INP), entidade reguladora do sector petrolífero, recebe cerca de cinco milhões de dólares por ano em contribuições feitas pelas empresas em projectos sociais, capacitação institucional e contribuição institucional. Estas contribuições são efectuadas à luz dos contratos de concessão. A ENH também recebe uma parcela desses valores. O contrato refere que a ENI paga US$200.000,00 durante a fase de pesquisa e US$300.000,00 na fase de desenvolvimento e produção, totalizando US$500.000,00 por ano para capacitação institucional. Na fase de pesquisa, a empresa paga US$150.000,00 e na fase de desenvolvimento e produção US$ 200.000,00 por ano. Na fase de pesquisa a empresa paga US$250.000,00 e na fase de desenvolvimento e produção US$200.000,00 por ano. Durante os primeiros 15 anos, a contar da data de entrada em vigor do contrato, a empresa deve pagar pelo menos US$100.000,00 em apoio institucional e pelo menos US$100.000,00 em programas de formação (capacitação institucional). Durante os quinze anos subsequentes ao início de desenvolvimento do campo e período de produção, a empresa deve pagar no mínimo US$50.000,00 em apoio institucional e igual valor em programas de formação. Estes valores são canalizados à ENH. O relatório mostra que apenas a Sasol e a Anadarko fizeram as suas contribuições, conforme acordado nos contratos, nos anos 2015 e 2016. Enquanto isso, em relação à Eni, inexplicavelmente, não há registos de que tenha feito tais pagamentos e muito menos se explica a razão para tal. De notar que, anualmente, a Eni deve pagar 1,4 milhão de dólares. Nos anos 2015 e 2016, a Anadarko fez contribuições para apoio institucional no valor de 4 milhões de dólares, mas não se sabe para onde estes recursos foram canalizados. Sobre a contribuição para despesas sociais, o INP declarou ter recebido 93.5 milhões de meticais, entretanto, apenas 11.9 milhões foram efectivamente utilizados. Enquanto isso, no que concerne às contribuições institucionais, uma parte foi para o treinamento, mas para a parte remanescente não há explicação de como é utilizada. Em 2016, de um total de 131.6 milhões de meticais, foram utilizados 91,6 milhões. A informação sobre a utilização dos recursos canalizados ao INP é opaca e incompleta, não permitindo medir o impacto dos mesmos. Por exemplo, não há dados sobre quantas pessoas foram capacitadas e em que áreas, nem se explica como foram utilizados os valores remanescentes. Igualmente, a informação revela que a perspectiva de alocação destes fundos não é investir em questões substanciais que ajudem a melhorar a capacidade institucional do INP, permitindo que cumpra cabalmente a sua missão. Falta fiscalização adequada das receitas alocadas às comunidades. Desde o ano de 2013, o Governo moçambicano, por via do Orçamento do Estado, tem feito canalizações às comunidades das zonas onde a exploração dos recursos minerais tem estado a acontecer. Coincidentemente e sem explicar, o Governo determinou desde o início a taxa de 2,75%, deduzido do imposto de produção. Este processo foi marcado por vários problemas, entre os quais falta de utilização dos montantes alocados por atrasos na canalização pelo Governo, desvio de aplicação por falta de clareza da sua finalidade, falta de envolvimento das comunidades na decisão sobre a sua execução e utilização indevida, sendo muitas vezes usados em despesas já financiadas com outros fundos para os justificar. A consequência da situação acima descrita é a falta de impacto destas alocações no desenvolvimento das comunidades, o objectivo por detrás de tal canalização. Este problema resulta do facto de se fazer a alocação dos recursos e basear-se, apenas, nos reportes do Ministério da Economia e Finanças sobre os valores canalizados. O que acontece depois, concretamente, se o valor é ou não adequadamente utilizado, nenhuma entidade pública se interessa em escrutinar. Os relatórios sobre estas alocações são tratados como uma parte separada do relatório da execução orçamental dos distritos e províncias das comunidades beneficiárias. O Tribunal Administrativo (TA), entidade auditora das contas públicas, no seu relatório e parecer à Conta Geral do Estado, limita-se a reproduzir a tabela e informação trazida pelo Ministério da Economia e Finanças, não procurando aprofundar se os recursos que chegaram ao distrito foram depois utilizados para financiar actividades em benefício da comunidade, detalhando, inclusive, o processo de gestão. A forma como os projectos são aprovados, sendo que a nível do sector mineiro, onde os concursos são lançados em circunstâncias especiais, e, por isso, o ministro tem excessivo poder discricionário, faz com que a selecção das empresas não seja propriamente baseada nos critérios de capacidade técnico-financeira. (CIP) Z As componentes fiscalização ou monitoria e aplicação da lei (law enforcement) continuam a representar um desafio, uma vez que a capacidade reguladora não é proporcional à velocidade e à escala do crescimento da indústria extractiva em Moçambique. 6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 Partidos políticos: Porquê (alguns) correr à espera de “boleia” para atingir o poder? u i n t a - f e i r a ( 1 4 . 6 . 1 8 ) é um dia histórico na vida daquele acontecimento que une todos os quadrantes do mundo, o Campeonato Mundial de Futebol, ou simplesmente “Mundial” ou “Rússia/2018”. No momento em que envio este despacho para as tuas Maputadas, no teu Grande Rio ZAMBEZE, o primeiro jogo deu o resultado seguinte: Rússia 5 e Arábia Saudita 0. Vamos ver muita festa neste Mundial, levando a que muitos homens estejam menos tempos com as suas famílias, para ir aos ecrãs gigantes e aos plasmas nos clubes, restaurantes, nos hotéis e outros locais, numa autêntica loucura que proporciona a magia do futebol. Mas para o “Mundial” a loucura também está na parte feminina. Todavia, deixemos o “Mundial” que iniciou agora e que levará à gazeta de alguns professores e alunos do curso nocturno para ir à magia do futebol para a maka de hoje: Partidos políticos: Porquê (alguns) correr à espera de “boleia” para atingir o poder? Todo o mundo está a “correr” para o “Mundial”, mas os moçambicanos estão na corrida para um dos acontecimentos que virá a cimentar a nossa jovem democracia nesta “Pátria Amada”, pois a realização de eleições no dia 10 de Outubro de 2018, em “Autarquias nos 53 Municípios”, está a mexer com todos, sobretudo com os políticos. Para a FRELIMO, a corrida está acelerada, pois as Brigadas Centrais estão preparadas. Vão em marcha da corrida, o que culminará com a realização das conferências de cidade, que vão eleger os candidatos a candidatos para concorrer às eleições. A FRELIMO, por exemplo, está a afi nar a máquina para as Brigadas Centrais irem às províncias iniciar com o processo de “Eleições Internas”, nos moldes do novo figurino, em que o Presidente do Município será o “cabeça de lista” apresentado por cada partido, coligação, ou grupo de cidadãos; alguns partidos trabalham mais na “Comunicação Social”, demonstrando, alguns deles, a “preguiça” de irem ao terreno, pelo menos visivelmente. Há partidos que não trabalham, querem “boleia” para verem se chegam ao poder, levando os seus membros a integrarem as Assembleias Municipais, pelo que gritam a todo o gás que “vamos coligar”. Para nós (autor destas linhas), na Bancada Parlamentar da FRELIMO, na IV Legislatura, que como deputado da Assembleia da República, com a malta Dionísio Quelhas, Luís Boavida, David Aloni (só para citar alguns nomes, como exemplos dos integrantes da RE-EU: RENAMO-União Eleitoral), sabemos quão “coligação” sem princípios contribui grandemente para matar a democracia. Que o diga o Dr. Máximo Dias e a Drª Zelma Vasconcelos, do Partido MONAMO, que após a sua integração na RE-UE deixaram o “seu” partido em banho-maria, deixando de “circular”, e tantos outros, como Inácio Chire, da malta PCN. Portanto, um partido com popularidade que se une a muitos “fracos” o resultado é nulo, dando somente vantagens aos seus líderes de participarem nas Assembleias Municipais (na boleia), mas no caso referido acima era na Assembleia da República. Se quinta-feira (14) foi dia histórico, não deixámos de registar para a posteridade uma data a fi gurar nos anais da História Universal, o facto de Donald Trump, Presidente dos EUA (Estados Unidos da América), e Kim Jong-un, Presidente da Coreia do Norte, terem na última quarta- feira (13.6.2018) assinado acordo em Singapura, visando “atacar” a maka da desnuclearização que, estamos certos, surpreendeu os melhores peritos em análises políticas, que há meses esperavam mais pelo endurecimento de posições. Trump (EUA) e Kim Jung- -un (CN) serão na verdade os verdadeiros arautos da PAZ, que deixou uma parte do Mundo com situação desanuviada. Aqui uma lição do diálogo… Hoje é quinta-feira! – dizíamos – regressados à nossa Polana fomos interpelados pelos guardas da Rua de Nachingweia: - “Oh Sr. Rodolfo, não pode nos aliviar escrevendo para o jornal que na Rua de Nachingweia nos nºs 486 e 487 (frente-a-frente) dois postes estão com as lâmpadas fundidas há mais de dois meses, deixando a rua às escuras?” - Tem razão, na mesma Rua de Nachingweia nº 540, já na esquina com a Av. Mártires de Mueda, também está às escuras! Aqui fi ca o apelo às competentes equipas da EDM (Electricidade de Moçambique) para “acudirem” a rua e avenida que serve o “Palácio da Ponta Vermelha”, já que os larápios surripiam na calada da noite farolins e outros acessórios em viaturas. N.A. – Já depois de concluídas estas Maputadas, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) está em apuros, depois de o presidente daquela formação política, Daviz Simango, ter anunciado a candidatura dele próprio para o Município da Beira, bem como de Venâncio Mondlane para a cidade de Maputo, todavia, este veio aos órgãos de comunicação social afi rmar que não aceitava a candidatura. Se por um lado a candidatura de Venâncio Mondlane para “cabeça de lista” do MDM na cidade de Maputo é problemática, é ainda mais “complicada” a posição tomada por António Frangoulis que não aceita continuar no MDM, por ser um partido anti-democrático. Frangoulis, em termos vigorosos, afirmou na STV que sustenta a sua decisão por aquilo que tem verifi cado desde a realização do Conselho Nacional do MDM. De notar que Frangoulis saiu da FRELIMO para o MDM, não se sabendo ainda o próximo destino. “Coisas de mapolítica” ou prostituição política… Z Ma P U T a d a S Francisco Rodolfo Há partidos que não trabalham, querem “boleia” para verem se chegam ao poder, levando os seus membros a integrarem as Assembleias Municipais, pelo que gritam a todo o gás que “vamos coligar”. Q • Rússia (5) e Arábia Saudita (0) jogo inaugural do “Mundial” • Trump e Kim Jung-un escreveram com letras de “oiro” a Cimeira de Singapura • EDM com parte da Rua de Nachingweia às escuras • Venâncio Mondlane manda passear Daviz Simango, recusando a “candidatura” como “cabeça de lista” para a cidade de Maputo, e António Frangoulis “abandona” o MDM por alegadamente ser anti-democrático FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA Z E FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA ambEZ Onde a naçãO se reencOntra FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA Grafismo: NOVOmedia, SARL Fotografia: José Matlhombe Revisão: Cipriano Siquela Expansão: Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 82-578 0802 (PBX) 82-307 3450 Publicidade: Esmeralda do Amaral Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 | 82-307 3450 (PBX) esmelifania2002@yahoo.com.br Impressão: SGraphics, Lda - Matola – Moçambique Editor: Egídio Plácido Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584 (E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Redacção: Constantino Novela e Luís Cumbe Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, Francisco Rodolfo e Samuel Matusse Director: Ângelo Munguambe Cell: 84 562 3544 (E-mail: munguambe2 @hotmail.com Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Propriedade da NOVOmedia, SARL Gestora Administrativa Esmeralda do Amaral, Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 esmelifania2002@gmail.com D i r e c ç ã o , R e d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Av. 25 de Setembro, N. 1676, 1o Andar, Portas 5 e 6 Cell: 82-307 3450 (PBX) zambeze.novomedia@hotmail.com Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | opinião | zambeze | 7 desejo de autonomia política levou à guerra durante dez anos, e os frutos dessa decisão são sobejamente saboreados por todos na mesa da unidade nacional. Hoje, já não vale dizer que foi um punhado de corajosos que pegou em armas e libertou o país. Os dias de hoje falam de um povo enérgico, combatente e, sobretudo, altruísta no que toca ao alcance dos seus objectivos. Um povo, uma só história, este é o sustentáculo que tem suportado a revolução moçambicana conduzida por gente lúcida e massas intelectuais, que hoje sabem atirar para bem longe o padrão de promessas que foram evoluindo ao longo dos tempos, encaixadas em belos discursos nos períodos eleitorais, apoiando causas partidárias, mas que depois tudo morria em banho-maria. Esta semana falamos da Independência nacional, cujo epicentro das festividades acontece na próxima segunda-feira, dia 25 de Junho, lembrando a passagem de 43 anos depois desse elevado feito que entrou para a história do nosso país como acontecimento de grande importância para a composição da identidade nacional. Alguém dizia que a Independência é palavra mágica, que evoca outras referências igualmente especiais, todas elas alicerçadas em valores como soberania, justiça, desenvolvimento, e todos esses símbolos, para ganhar sentido, precisam de ser cultivados em regime de plena democracia e Estado de Direito.   Nesta reflexão, como dissemos resultante das comemorações da Independência, e no meio de muitas calamidades de ordem social, económica e política que o país atravessa, será que há motivos suficientes para rejubilar pela passagem de mais um aniversário natalício desta criança adulta? Com respeito a todas as outras opiniões, temos para nós que a resposta, indubitavelmente segura, e não tenhamos dúvidas quanto a isso, é afirmativa, e reflecte a vontade que morra em todos nós em querer vencer. As vicissitudes e contrariedades são gigantescas. Os atropelos cruzam os nossos caminhos, mas a vontade de querer singrar está patente em cada rosto do moçambicano comum.   Há razões bastantes para festejar, e estes motivos para comemorar a Independência são de ordem prática e constitucional. Na prática, podemos realçar os direitos conquistados com a ambiciosa proposta de perseguir os valores de uma sociedade fraterna, pluralista, a redução das desigualdades sociais e regionais e a vigência dos direitos sociais como garantias fundamentais para o exercício da cidadania. Entre muitos outros pontos, a pureza constitucional consagra aos moçambicanos o direito ao trabalho, à educação, à saúde, e impõe aos órgãos do Estado deveres que constituem ampla rede de protecção social, jurídica e de cidadania. Os que comungam Satanás dirão que a corja de corruptos e criminosos que pululam em quase todos os quarteirões atrapalha os destinos de crescer. No entanto, não é isso o que queremos valorizar. O que nos faz vibrar e sentir a pulsação da moçambicanidade é que estes males, estes crimes, estão a ser energicamente combatidos por estruturas policiais e jurídicas, que, apesar das falhas e deficiências, têm levado os acusados ao banco dos réus e a ver o sol aos quadradinhos. Outrossim é que no horizonte do país, e graças a estas liberdades que têm a Independência nacional como mãe, temos lideranças políticas, juvenis, sociais, religiosas e comunitárias que conduzem as receitas no sentido da Paz e da reconquista do status da identidade nacional.     Moçambicanos e moçambicanas, operários e camponeses, trabalhadores das plantações, das serrações e das concessões, trabalhadores das minas, dos caminhos de ferro, dos portos e das fábricas, intelectuais, funcionários, estudantes, soldados, homens, mulheres e jovens patriotas, um país com todas estas qualidades, personificadas na força e resistência do seu povo e seus representantes mais dignos, conta com imensas e vastas condições para superar as crises. É por tudo isso que todos nós temos muitos motivos para comemorar a Independência. Z Motivos para comemorar a Independência x Por Cipriano Siquela siquelacipo@yahoo.com.br Fenómeno estranho! sso mesmo. Trata-se de um fenómeno estranho o que se está a passar em Cabo Delgado. Uma chacina sem precedentes no país, pelo menos naqueles moldes! Mas afinal o que se passa? Quem são essas pessoas que semeiam terror em pacatos cidadãos indefesos? Estas e outras perguntas continuam sem resposta de quem devia dar esclarecimento cabal, no intuito de elucidar as mentes da “Pátria Amada” e o mundo em geral sobre as reais intenções deste grupo que pratica dos mais execráveis actos nos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, com muitas mortes à mistura, queima de habitações; decapitação de crianças, jovens e adultos. Serão estes grupos jihadistas? É que pelos relatos que chegam aos ouvidos dos mais atentos, até as autoridades não admitem essa possibilidade, propalando a tese de tratar-se de grupos desbaratados e tontos que semeiam terror somente para alimentar o seu espírito sanguinário! Mas parece que o assunto vai mais longe que simples sanguinários acobertados no Islão, carecendo de mais profundidade na análise deste fenómeno. O Olhar de Lince guarda na memória imagens tristes desses ataques, ao que parece, perpetrados pelo grupo rotulado de “Al-Shabaab, no defunto ano de 2017. Outubro! Alguns verdadeiros líderes religiosos locais afirmam ter alertado sobre a existência de pessoas que, a coberto da religião, introduziam certos princípios não comungados por muito boa gente praticante do Islão. Pelo que parece, ninguém deu ouvidos! Porquê? Talvez mais preocupados com a gestão das “dívidas ocultas mas reluzentes”! Muito recentemente, o distrito de Macomia, a Norte da província de Cabo Delgado, sofreu das mais ignóbeis carnificinas. Sete mortos por decapitação, mais de 160 casas queimadas, cabritos queimados vivos, na aldeia de Naunde, somam-se como balanço aterrador das acções dos ditos “Al-Shabaab”. Que crueldade em nome da religião! Dois dias depois, outro ataque acontece na aldeia de Namuluco, mas já no distrito de Quissanga, bem perto da vila-sede de Macomia. Tanto horror! E porque a situação se mostrava já insuportável e com tendência a ganhar contornos inaudíveis, integrado na comitiva do chefe de Estado na visita à cidade de Maputo, o chefe dos “gendarmes” nacional foi obrigado a abandonar o cortejo presidencial para monitorar de perto a situação. E não era para menos! Basílio Monteiro escalou Naunde e outras localidades costeiras de Cabo Delgado. Não faltaram apelos à população para confiar nas Forças de Defesa e Segurança, as nossas FDS! Mas como dar crença aos apelos de retorno aos seus locais de residência se os ataques não cessam, apesar da confiança depositada na nossa segurança e da visita ao mais alto nível da “gendarmerie”? A população não se sente segura, mesmo com a presença em massa das FDS, preferindo portar catanas, arcos e flechas para auto-defesa! E pede armas! Como se a insurgir-se contra a visita do ministro do Interior, alguns, poucos, dias depois de ter escalado Macomia, outra aldeia do distrito foi atacada. Mais uma decapitação! Mais uma vítima em Nathuko, no posto administrativo de Quiterajo. Nenhum sinal de desbaratamento dos bandidos, o que deixa as populações com o coração e as calças na mão! Autêntica atmosfera de suspeição, na vila-sede de Macomia! Aqui reina o recolher obrigatório a partir das 21 horas. Com os militares em verdadeira posição de guerra! Aonde chegamos, caros compatriotas! Mas quem são essas pessoas desalmadas? Diz-se de boca cheia que muitos dos atacantes são filhos e jovens locais. Conhecidos por todos! O que leva filhos da terra a sairem da harmonia social e enveredarem pelo crime nas matas, longe dos seus progenitores? Alguns afirmam que muitos foram aliciados pelo dinheiro fácil nas matas. Quem prometeu esse dinheiro? Outros ainda falam do sentimento de exclusão a que se acham votados. Por parte de quem? Excluídos na religião? Na sociedade em geral? O tempo dirá! Fala-se da existência de células de jovens excluídos na vizinha Tanzania aptas a entrar em Moçambique. E com a porosidade das nossas fronteiras, muita coisa nos espera ainda! Basta de atribuir culpa ao Islão. Esta religião apregoa a Paz. Em nenhum momento defendeu a carnificina. Terroristas existem tanto Cristãos, Muçulmanos, Budistas, por aí fora. Não à Islamifobização das matanças de Cabo Delgado! Porque a situação tende a tomar contornos indignos, o Olhar de Lince também apela ao reforço da vigilância e mais autoridade de Estado para estancar o triste fenómeno! Pela segurança em Cabo Delgado e retorno à normalidade! Tenho escrito! Z Olhar de lince I O Editorial 8 | zambeze Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 ALMADINA Sheikh Aminuddin Mohamad | opinião | O significado do dia de Eid s celebrações do Eid ocorrem em quase todo o Mundo. Por vezes estas celebrações acontecem em massa, e outras acontecem entre famílias próximas e amigos. Mas o que é comum nessas celebrações é o facto de as mesmas assinalarem o fim de algo importante. As celebrações podem também signifi car gratidão por algum favor usufruído, sendo aí onde nós como muçulmanos nos inserimos. A nossa celebração de Eid-Ul-Fitr é agradecer à Deus pela graça que Ele nos concedeu através do Ramadhaan. Infelizmente, nesta nossa Era e nestes nossos dias, muitas pessoas esperam ansiosamente o fi m do Ramadhaan e a chegada do dia de Eid-Ul-Fitr, não na perspectiva de gratidão pelo favor concedido através do Ramadhaan, mas sim na perspectiva de resgatarem a liberdade cerceada ao longo de um mês, e reiniciarem actos pecaminosos, de desobediência à Deus. Lamentavelmente hoje em dia, a celebração do Eid-Ul-Fitr é mais pela liberdade do que pelo agradecimento. Quando celebramos a liberdade, expressamos a alegria de voltarmos a ser livres de algum fardo que afectava a qualidade da nossa vida, mas quando celebramos o agradecimento, expressamos a necessidade de termos mais da mesma bênção. Infelizmente, muitos, em nome da celebração começam o dia de Eid cometendo actos repreensíveis. Devemos estar conscientes que esta celebração não é compatível com o cometimento de pecados, pois envolve a recordação e gratidão a Deus pelas suas inúmeras graças e favores concedidos. O Eid é um dia de celebração e alegria. Os muçulmanos começam esse dia com a prática de orações colectivas, e de seguida cumprimentam-se, abraçam-se e felicitam-se uns aos outros, dão caridade aos pobres e necessitados, pois o Isslam ensina a protecção aos pobres, a ajuda aos fracos, e o alívio da dor e sofrimento dos órfãos. Ensina que os desfavorecidos não devem ser esquecidos, particularmente num dia tão importante como é o dia de Eid. E foi por esta razão que foi instituído o Swadaqatul-Fitr, que deve ser entregue aos beneficiários elegíveis antes da oração do Eid, para que assim eles não fiquem apartados da alegria deste dia. O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Quando o mês de Ramadhaan termina e chega a noite do Eid-Ul-Fitr, esta noite é designada nos Céus por “Noite do Prémio”. E então, logo pela manhã Deus envia para a Terra seus anjos para visitarem todas as cidades. Chegados à Terra, eles posicionam-se junto às ruas e aí, numa voz bem audível a todas as criaturas para além dos Humanos e dos Djinn’s, proclamam: “Ó muçulmanos! Avançai para a presença do Senhor Nobre e Generoso, que vos agraciará em abundância, e vos perdoará os pecados do passado”! À seguir, quando os crentes já estão presentes nos locais de adoração, Deus pergunta aos anjos: “Ó Meus anjos! Qual é a recompensa do trabalhador assalariado quando já tiver concluído o seu trabalho”? Os anjos respondem; “Senhor nosso! Pague-lhe o seu salário por completo”! Então Deus diz: “Sede testemunhas que Eu lhes perdoei e estou satisfeito com eles, como recompensa pelo seu jejum, bem como pela sua vigília nocturna durante o mês de Ramadhaan. Deus diz: “Ó Meus servos! Agora pedi-me, pois juro pela Minha Honra e Majestade, que neste dia e nesta congregação dar-vos-ei tudo o que me pedirdes relacionado à vossa Vida do Além, e da vossa vida mundana. Juro pela Minha Honra e Majestade, que não vos irei humilhar, nem expor-vos à desgraça entre os crentes. Agora podeis regressar (às vossas casas) sabendo que fostes perdoados. Já tendes a Minha aprovação, e estou satisfeito convosco”. Glorificado seja Deus. Quão Misericordioso é o nosso Senhor, ainda que sejamos pecadores! Antes da chegada do Ei-Ul-Fitr temos que nos perguntar a nós mesmos: “Será que respeitamos e honramos o mês de Ramadhaan como deve ser respeitado e honrado? Será que adoramos a Deus nesse mês como Ele merece ser adorado? A última noite de Ramadhaan é destinada à colecta das recompensas por todas as boas obras praticadas durante o mês. Ali (R.T.A.) disse: “ O Eid é para aquele cujo jejum tenha sido aceite, cujo esforço tenha valido à pena, e cujos pecados tenham sido perdoados, Hoje é Eid para nós, e amanhã também é Eid para nós. Todos os dias em que não desobedecemos à Deus são Eid para nós”. O Eid-Ul-Fitr não é apenas para vestirmos novas e bonitas roupas, deleitarmo-nos com variedades de comidas, e satisfazermos os nossos desejos carnais. No seu aspecto externo o Eid simboliza a aceitação dos actos de adoração e de obediência, o perdão dos pecados, a mudança de maus por bons actos, e a boa nova da promoção para graus espirituais elevados. O Eid deve ser celebrado, mas em simultâneo Deus deve ser recordado. Quando nos recordamos de Deus no dia de Eid, e temos consciência das Suas Ordens, isso garantirá que elas não serão violadas, assim como foi ao longo do abençoado mês de Ramadhaan, pois de contrário, todo o esforço despendido será desperdiçado logo no dia de Eid, e ao invés de surgirmos vitoriosos, surgiremos como perdedores nesse grande dia. Z A mau tempo, colheu o que vinha semeando, sobretudo a sua insensatez na gestão das desinteligências com Mahamudo Amurane! É que desde aí o Galo, que em tão pouco tempo de vida somara vitórias, começou a fi car irreconhecível, que já nem parecia o partido dos doutores! Se o MDM quer voltar a ganhar alguns municípios e a ter alguns deputados no Parlamento deve ter aquela sensatez dos seus primeiros anos de existência, nada de debates na imprensa da vida do partido! AconseEngº. Venâncio Mondlane, a quem quer agradar com essa maneira de recusar ser “cabeça de lista” pelo MDM? O Eid-Ul-Fitr não é apenas para vestirmos novas e bonitas roupas, deleitarmo-nos com variedades de comidas, e satisfazermos os nossos desejos carnais. • Engº. Venâncio Mondlane, a quem quer agradar com essa maneira de recusar ser “cabeça de lista” pelo MDM? árias vezes os membros do MDM têm aparecido na imprensa a apresentar os seus problemas e sugestões! Sempre que isso acontece, logo de seguida surge um membro sénior a responder e lá vai se fazendo o “debate” via imprensa! Já apareceu o Dr. Manuel de Araújo a dizer que o chefe da bancada do MDM no Parlamento devia ser um deputado da Zambézia, porquanto é naquela província que o MDM é mais votado STV a recusar parecia estar alguém apontando-lhe uma arma na cabeça e a dizer- -lhe: ai de ti se aceitares! Não entendemos porquê teve de ir recusar na imprensa! Era para desacreditar o movimento? Se tivesse informado em fórum próprio será que o partido não lhe libertaria? Engº. Venâncio Mondlane, a quem quer agradar com essa maneira de recusar ser “cabeça de lista” pelo MDM? O partido do Galo deve se lembrar que a recente derrota em Nampula foi aviso de e que lidera o maior número de municípios! Ficamos atónitos! Afi nal no Parlamento trata-se só das questões da Zambézia?! Mas seja como for, porque é que isso tem de ser proposto na imprensa? Mesmo as desavenças com o Dr. Amurane, ex-edil de Nampula, foram debatidas via imprensa! Recentemente, apareceu o Dr. António Frangoulis a dizer na imprensa que o MDM não é alternativa para a governação do país! Teceu muitas críticas ao movimento, sobretudo ao sistema de indicação dos responsáveis do movimento em detrimento de eleição... mas porque é que isto não foi dito em fórum próprio, talvez assim, o tal que indica, dignar-se-ia a abandonar tal prática deveras criticada na imprensa pelos demais membros! Na semana passada, o Engº. Venâncio Mondlane apareceu na imprensa a recusar ser “cabeça de lista” pelo MDM na autarquia de Maputo, momentos depois do partido ter feito o anúncio . E a forma como Venâncio Mondlane apareceu na Será que a imprensa é a sala de reuniões do MDM? TinFanelO TaVUMhUnU (Direitos Humanos) (Samuel Matusse) V Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | opinião | zambeze | 9 E Os juízes devem melhorar os seus conhecimentos sobre o Direito Rodoviário xiste um défice de conhecimentos por parte de alguns dos nossos Juízes, o que é constatado com alguma frequência nas decisões que tomam quando têm de fazer julgamentos de conflitos rodoviários que ocorrem nas nossas vias públicas. Este é um assunto que pode não estar a ser percebido e, por esta razão, não estar a merecer adequada atenção por parte dos dirigentes do Ministério da Justiça. Temos vindo a ser informados, de tempos em tempos, pelos meios de comunicação pública, de que os Juízes vão beneficiar de uma determinada formação especializada, por exemplo, sobre certos crimes que passaram a surgir com a modernidade ou com a tecnologia avançada. O objectivo destas formações tem em vista que, aquando do julgamento, os juízes possam decidir com domínio das matérias em causa. Porém, nunca se lembrou de que muitos dos nossos juízes precisam de melhorar os seus conhecimentos no domínio da legislação rodoviária, esta que também é uma matéria dinâmica e não pára de evoluir. Para consubstanciar este nosso entendimento ou opinião, vamos usar, como exemplo, um julgamento lhem os membros a não trazerem as suas inquietações à imprensa! Se algum membro for renitente, a direcção não que ocorreu recentemente no Tribunal da Polícia da cidade de Maputo, 2ª Secção, processo 534/18. Um instrutor de condução automóvel (devidamente identificado), quando ia a transitar, no cruzamento entre as Avenidas de Moçambique e 19 de Outubro, conduzindo o seu veículo particular, vindo desta última avenida, mas apresentando-se pela direita, num dia em que os semáforos nesta intercessão de vias não estavam a funcionar, a sua viatura foi vítima de uma colisão. A polícia de trânsito esteve no local e tomou conta da ocorrência, tendo elaborado um esboço sobre o acidente, demonstrando as posições em que os veículos circulavam aquando do embate. Este esboço foi entregue na esquadra, onde outro polícia foi encarregue de elaborar o processo a ser enviado ao Tribunal. Estranhamente, o processo seguiu para o Tribunal sem que o instrutor de condução, um dos intervenientes na colisão, tivesse tido a oportunidade de ler e assinar relatório do auto. No dia do julgamento, o referido esboço do acidente não fazia parte do processo e nem o polícia de trânsito estava presente. No auto, o parecer do polícia de trânsito, não sabemos se por ignorância o deve responder por essa via, deve o chamar para diálogo! Se continuarem a transformar a imprensa em vossa sala de reuniões vão perder credibilidade e, consequentemente, os votos! Será que os outros partidos ou por ter sido subornado pela outra parte, considerou como culpado, naquele acidente, o instrutor de condução, alegadamente porque este circulava numa via não prioritária, uma vez que o outro condutor estava na Avenida de Moçambique, erradamente considerada como uma estrada principal. No dia do julgamento, o Juiz ouviu a opinião do instrutor de condução, que alegou ter a razão do seu lado, uma vez que estando o semáforo avariado quando a colisão aconteceu, o outro motorista apresentava-se do seu lado esquerdo. Foi então que o senhor Juiz também manifestou a sua opinião sobre o caso em julgamento, tendo emitido a seguinte opinião: “Imaginemos que eu venho a conduzir o meu carro na Avenida de Moçambique, como pode um condutor vindo do Choupal, querendo entrar na Avenida de Moçambique, que é uma avenida principal, pretender gozar de prioridade?”. E foi com este entendimento que o senhor Juiz do Tribunal da Polícia deu a sua sentença, atribuindo culpa ao instrutor de condução. Este é um exemplo claro de que alguns juízes têm fraco domínio do Código da Estrada e da legislação complementar e, neste caso, também ficou revelaque nunca discutem as suas desinteligências na imprensa vivem como Deus e os anjos? Não! Debatem em lugar da uma má fé ou ignorância do polícia de trânsito que elaborou o auto da ocorrência, tendo influenciado com a sua opinião errada, a decisão do Juiz. É preciso esclarecer que no Código da Estrada não existe o conceito de vias principais. Não existe na legislação rodoviária nenhuma hierarquia estabelecida entre as vias públicas. Isto é, não existe, por exemplo, uma regra que diz que uma estrada mais larga tem prioridade sobre a via estreita. Que uma via alcatroada tem prioridade sobre uma estrada de terra batida, ou que uma estrada tem prioridade sobre uma rua. O que define se uma via pública confere prioridade de passagem ao condutor, é a sinalização que foi colocada no local. Quando num cruzamento o semáforo está avariado ou desligado, passa a vigorar a regra geral da prioridade de passagem que determina o seguinte: “Têm prioridade de passagem, nas intersecções não sinalizadas, os condutores que se apresentam pela direita” (artº 38 nº3 alínea a, do Cód. da Estrada). Quando um Juiz não tem domínio da legislação rodoviária, ao julgar, vai decidir erradamente. Vai contrariar o princípio da justiça. Vai tornar o ilegítimo em legítimo ou o transgressor em cumprie tempo próprios! Para nós outros, discutir os problemas do partido na imprensa não significa exercício dor, contribuindo assim para denegrir a imagem da nossa justiça. Sabemos que há juízes que possuem bom domínio da legislação rodoviária, e por isso, não se pode generalizar a ideia de que a maioria pouco entende sobre o Código da Estrada. Contudo, somos da opinião de que não se pode negar que também existem muitos que navegam mal em águas de domínio rodoviário. Neste caso mal julgado, o infractor foi ilibado de responsabilidades e o que gozava de razão teve de suportar as custas do processo, pagar os danos sofridos pelo outro veículo e ainda reparar os prejuízos causados no seu carro. Situações como estas provocam sentimentos de revolta e de algum descrédito da nossa justiça. Ainda bem que no nosso país não existe o hábito, pelo menos em julgamento de conflitos rodoviários, de utilizar as decisões tomadas em tribunal como jurisprudência a ser usada na resolução de casos similares. Se o fizéssemos, com estes casos mal decididos, estaríamos constantemente a desvirtuar a nossa legislação rodoviária. Por: Cassamo Lalá – DIRECTOR DAS ESCOLAS DE CONDUÇÃO INTERNACIONAL E AVANÇADA Z pleno da democracia, como defendem alguns seniores do MDM, parece signifi car receio... Z SOBre O aMBienTe rOdOViÁriO Cassamo Lalá* É preciso esclarecer que no Código da Estrada não existe o conceito de vias principais. Não existe na legislação rodoviária nenhuma hierarquia estabelecida entre as vias públicas. Isto é, não existe, por exemplo, uma regra que diz que uma estrada mais larga tem prioridade sobre a via estreita. ZambEZE anUncIe nO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Comercial 10 | zambeze Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 Bélia Xerinda, médica-chefe do Departamento de Saúde Pública, na Direcção de Saúde da Cidade de Maputo elo menos vinte e cinco pessoas perderam a vida vítimas de malária, no primeiro trimestre do ano em curso, apenas nas unidades de Saúde da cidade de Maputo. Este número, de acordo com dados das autoridades da Saúde, representa uma subida em sete casos, comparando com igual período de 2016. Em Maputo Urge melhorar saneamento do meio no combate à malária A malária continua um problema de saúde pública em Moçambique. De acordo com indicadores de saúde de 2015, a cidade de Maputo está com uma prevalência de 2.2 porcento em casos de malária, uma cifra considerada baixa comparando com as restantes províncias do país, sendo que a média nacional de prevalência da malária é de 40 porcento. Apesar dos níveis considerados razoáveis, as autoridades da Saúde reconhecem que há muito que fazer no sentido de reduzir os índices de contaminação e mortalidade pela doença. No primeiro trimestre do ano em curso as autoridades da Saúde, a nível da cidade de Maputo, registaram pelo menos 11.207 casos de malária, o que resultou em 25 óbitos, contra 12.790 casos em igual período em análise, que resultaram em 17 óbitos, apenas na cidade de Maputo. De acordo com a médica- -chefe do Departamento de Saúde Pública, na Direcção de Saúde da Cidade de Maputo, Bélia Xerinda, os distritos municipais de KaLhamankulo, Kamubukuane e KaMavota são os que mais apresentam índices elevados de casos de malária, comparando com outros, associado ao facto de apresentarem problemas de saneamento do meio. Quando chove há acumulação de águas que difi cilmente vazam, o que propicia a criação de mosquitos e consequente aumento de casos de malária. Entretanto, Xerinda avança que há acções em curso no sentido de reverter o cenário prevalecente em zonas consideradas vulneráveis, desde a pulverização intradomiciliária, sensibilização nas comunidades, nas escolas, com vista a aumentar a consciencialização em relação à prevenção da malária, evitando ambientes com muitos mosquitos ou bidões, recipientes não devidamente tapados, pneus que por vezes se deixam encher de água, o que cria a proliferação do mosquito. “Para diminuirmos o número de casos de malária e/ ou controlar a doença são feitas intervenções como pulverização intradomiciliária em toda a cidade de Maputo. Portanto, houve uma diminuição do número de casos em cerca de 12 porcento, mas infelizmente o número de óbitos aumentou, contudo, este número não é alarmante porque tínhamos algum constrangimento naquilo que é o registo na notifi cação de casos de malária. Devo salientar que desde 2016 melhoramos o nosso sistema de registo e notifi cação de casos de óbitos por malária nos hospitais, pois muitos destes pacientes morrem nos hospitais. Para além disso, no ano passado fi zemos a distribuição massiva de redes mosquiteiras em dois distritos municipais da KaTembe e KaNhaka, e fazemos também a distribuição das redes mosquiteiras para todas as mulheres grávidas que se apresentam às consultas pré-natais, no sentido de prevenir a malária na gravidez. Ainda no âmbito da prevenção, damos também um medicamento denominado Fansidal durante a gravidez e uma vez por mês, tendo em conta que a malária durante a gravidez é grave, podendo causar a morte da mãe ou fazer com que haja morte fetal do bebé ou nasça prematuro”. Tanto as crianças com idade até aos cinco anos como as mulheres grávidas têm uma imunidade baixa, tornando esta camada mais vulnerável, pois se não tratadas atempadamente em pouco tempo podem ter uma malária grave que evoluir para a morte. Com vista a tornar as medidas das autoridades mais efectivas no combate da malária, pelo menos 790 profi ssionais da Saúde que lidam com o diagnóstico e tratamento da malária estão a beneficiar de formação. Destes profi ssionais incluem-se médicos especialistas, de clínica geral, técnicos de medicina geral, bem como enfermeiros-gerais e de saúde materno-infantil, com vista a eliminar a malária na cidade de Maputo. De acordo com Bélia Xerinda, todas as unidades sanitárias a nível da cidade de Maputo dispõem de medicamentos, testes rápidos, ou seja, há condições para os desafi os que se impõem no combate desta doença, no entanto, a fonte acrescentou que os desafi os de combate desta doença passam necessariamente pelo acatamento das medidas de prevenção pelas comunidades, no que se refere aos cuidados a ter no seio do agregado familiar, evitar deixar recipientes destapados, para além da necessidade das comunidades aceitar as equipas de pulverização domiciliar. “Há casos em que as pessoas recebem as redes mosquiteiras, no entanto não as usam, o que as coloca em risco de contaminação pela doença, principalmente nas mulheres grávidas, bem como nas crianças”. Z eGÍdio pLÁCido P Para diminuirmos o número de casos de malária e/ou controlar a doença são feitas intervenções como pulverização intradomiciliária em toda a cidade de Maputo. | saÚde e BeM estar | ZambEZE anUncIe nO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Comercial Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 zambeze | 11 Email geral: nmanjate@bmm.co.mz cmassingue@bmm.co.mz bmmcompras@gmail.com COMPRA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS A BOLSA DE MERCADORIAS DE MOÇAMBIQUE (BMM) informa a todas entidades públicas e privadas, campones es e comerciantes individuais, associações de camponeses e o público em geral que possui uma lista de parceirosinteressados em adquirir osseguintes produtos agrícolas: MILHO SOJA GERGELIM FEIJÃO MANTEIGA FEIJÃO CATARINA FEIJÃO BOER Neste contexto, todos aquelesque tiverem os produtos acima descritos em quantidadesiguais ou superiores a 50 TONELADAS, que pretendam vender, poderão entrar em contacto com a BMM através dos seguintes contactos: Telefone: (+258)84 44 05 665 ou pelo (+258) 84 61 74 249 - Direcção de Negócios, Estudos e Estatística. Email geral: nmanjate@bmm.co.mz cmassingue@bmm.co.mz bmmcompras@gmail.com | CoMerCiaL | 12 | zambeze Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 sentimento da necessidade da Paz não é de hoje. Já tem barba. Branca. Simbolizando a Paz. Quarenta e três anos passam depois da data da proclamação da Independência nacional, e os discursos da Paz continuam a fazer eco nos nossos ouvidos. Samora Machel, então presidente da República, na sua mensagem à nação enfatizou o alcance deste precioso bem social, recordando que a República Popular de Moçambique (na altura), que nasce de uma longa, dura e difícil luta, conhece, defende e aprecia o valor da Paz e, por consequência, prosseguirá sem desfalecimento uma política visando o estabelecimento duma Paz real, baseada na justiça, e pronuncia-se desde já pelo desarmamento universal, geral e completo. Aos quarenta e três (43) anos de Independência Moçambique conhece, defende e aprecia o valor da Paz Os esforços tendentes ao alcance da Paz efectiva continuam rijos, e realçam a necessidade que cada coração almeja no sentido de viver em paz, o que simboliza a possibilidade do alcance pleno de horizontes quer de jaez individual como da nação inteira. Enfatizando Samora Machel, “Moçambique prosseguirá sem desfalecimento uma política visando o estabelecimento duma paz real, baseada na justiça, e pronuncia-se desde já pelo desarmamento universal geral e completo, e pela responsabilidade particular que lhe cabe em função da sua posição geográfica; a República Popular de Moçambique empenha-se no combate pela transformação do Oceano Índico em zona de paz. Em homenagem a este discurso encorajador, emblemático, e pela sua pertinência na mobilização de recursos no que tange ao horizonte do país, publicamos momentos destacados do discurso proferido pelo primeiro Presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel, em pleno Estádio da Machava, no dia 25 de Junho de 1975. “Moçambicanas e Moçambicanos, operários e camponeses, trabalhadores das plantações, das serrações e das concessões, trabalhadores das minas, dos caminhos de ferro, dos portos e das fábricas, intelectuais, funcionários, estudantes, soldados moçambicanos no exército português, homens, mulheres e jovens, patriotas: Em vosso nome, a FRELIMO proclama hoje solenemente a insurreição geral armada do Povo Moçambicano contra o colonialismo português, para a conquista da independência total e completa de Moçambique. O nosso combate não cessará senão com a liquidação total e completa do colonialismo português.” Esta palavra de ordem encontrou um eco profundo nas largas massas moçambicanas do Rovuma ao Maputo igualmente submetidas ao jugo feroz do ocupante, à avidez da sua exploração, à barbárie da sua repressão, à infâmia da sua permanente humilhação. O moçambicano via-se privado da sua personalidade nacional, menosprezada e negada a sua civilização e cultura, ridicularizados os seus usos e costumes, transformado em estrangeiro e escravizado na sua própria Pátria. A brutalidade da repressão e o terror por ela suscitado, o obscurantismo cultural sistemático e deliberado visando o desenraizamento da pessoa do seu meio ambiente, a difusão friamente planeada do alcoolismo e outros vícios, a prostituição, a implantação do racismo e seus complexos inerentes, a divisão programada do Povo na base da religião, origem étnica e regional, a sistematização da passividade e submissão perante o colonialismo com o apoio activo das igrejas, foram outros tantos meios utilizados pela dominação estrangeira para asfixiar o espírito de resistência e a capacidade criadora das massas e mantê-las divididas e impotentes. Vontade de liberdade Porém, se o colonialismo sucedeu no seu intento de conquista e dominação física, todavia ele não conseguiu dominar os espíritos e destruir a vontade de liberdade das massas. Quanto mais cega se afirmou a repressão mais ódio foi suscitado contra os agressores bárbaros, quanto maior foi a opressão e humilhação mais forte se tornou o desejo de liberdade, quanto mais brutal se tornou a exploração e pilhagem mais poderosa cresceu a vontade da revolução. Ao longo de todo o processo histórico das guerras de conquista, constantemente e em toda a parte o Povo Moçambicano se levantou heroicamente contra a rapina colonialista. Da resistência do Monomotapa à insurreição do Báruè, a história moçambicana orgulha-se dos feitos gloriosos das massas na luta pela defesa da liberdade e independência. A derrota da resistência histórica do Povo deve-se exclusivamente à traição das classes dirigentes feudalistas, à sua ganância e ambição, que permitiram o inimigo dividir o Povo e assim subjugá-lo. Mesmo depois de implantada em todo o território a dominação colonial, a oposição à dominação estrangeira persiste mais ainda, ela intensifica-se: sucedem-se revoltas contra a administração colonial, multiplica-se o êxodo de trabalhadores para o estrangeiro, organizam-se movimentos reivindicativos e de denúncia nas zonas urbanas. A transformação do colonialismo em colonial-fascismo não consegue abalar a determinação do Povo e agudiza as contradições existentes. As crianças são em toda a parte educadas por suas mães nas tradições de resistência nacional. A liquidação do nazismo, a criação do campo socialista, a vitória da China, a derrota dos exércitos coloniais na Indochina, a insurreição Argelina, a emancipação dos povos africanos e asiáticos estimulam a resistência nacional. Levantamentos populares Ainda que desorganizados sucedem-se os levantamentos populares como em Mueda e Xinavane. O sangue dos trabalhadores presos, deportados, assassinados e massacrados fertiliza a consciência nacional. Em vosso nome, às zero horas de hoje 25 de Junho de 1975, o Comité Central da FRELIMO proclama solenemente a independência total e completa de Moçambique e a sua constituição em República Popular de Moçambique. A República que nasce é a concretização das aspirações de todos os Moçambicanos, é a extensão a todo o país da liberdade já conquistada durante a luta armada de libertação em algumas partes do nosso país, é o produto do sacrifício dos combatentes nacionalistas, de O | centrais | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 zambeze | 13 todo o Povo Moçambicano, é a concretização da nossa vitória. A nossa República Popular nasce do sangue do Povo. A sua consolidação e desenvolvimento é uma dívida de honra para cada Moçambicano patriota e revolucionário. No processo de edificação material da nova sociedade, tendo a agricultura como base e a indústria como factor dinamizador, contando com as próprias forças e apoiada pelos seus aliados naturais, a República Popular de Moçambique edificará urna economia avançada, próspera e independente, assegurará o controlo dos seus recursos naturais a favor das massas populares, e progressivamente aplicará o princípio justo de a cada um segundo o seu trabalho e de todos segundo as suas capacidades. A República Popular de Moçambique dotar-se-á de estruturas políticas e administrativas destinadas a aplicar o princípio do Poder Democrático Popular, em que os representantes das massas trabalhadoras designados democraticamente exercerão o poder em todos os escalões. A República Popular de Moçambique tem como objectivo o bem-estar cultural de todos os cidadãos, para o que promoverá a difusão da educação a todos os níveis através da sua democratização orientada pelo Estado, a liquidação do elitismo e da discriminação educacional na base da riqueza, e a formação de uma nova mentalidade popular e revolucionária no seio das novas gerações. A juventude, seiva da nação, será protegida assegurando o Estado a sua educação em ligação constante com a vida e os interesses das massas. O Estado promoverá o conhecimento e o revigoramento e a difusão nacional e internacional da cultura moçambicana, elemento de consolidação da unidade nacional e parte essencial da personalidade moçambicana. A liquidação da doença, uma das faces do colonialismo e do subdesenvolvimento, constituirá uma preocupação essencial. A República Popular de Moçambique estenderá a rede dos serviços sanitários através de todo o país, nomeadamente nas zonas rurais a fim de beneficiar as massas trabalhadoras. Protecção de todos A República Popular de Moçambique protegerá a família e encorajará o seu desenvolvimento favorecendo a maternidade e a infância. A República Popular de Moçambique, seguindo a linha da FRELIMO, empenhar-se-á no combate pela emancipação da mulher, pela libertação total das diversas formas de opressão tradicional e capitalista, a fim de que ela retome o seu papel de cidadã de pleno direito na nossa sociedade, dando-lhe todo o seu contributo político, cívico e social. A República Popular de Moçambique considera dever de honra de todos os moçambicanos a protecção especial dos órfãos e viúvas de guerra, e dos diminuídos e mutilados de guerra, símbolo do sacrifício consentido por milhões de moçambicanos ao longo da dominação colonial e da luta armada de libertação nacional. A República Popular de Moçambique será um Estado laico em que existirá separação completa entre o Estado e a Igreja. Nascida do combate libertador pela independência nacional, a República Popular de Moçambique é profundamente solidária dos movimentos de libertação nacional e faz do internacionalismo militante uma constante fundamental da sua política nacional e internacional. A República Popular de Moçambique considera-se parte integrante dos povos e classes oprimidas da humanidade combatendo pela transformação do mundo e pelo estabelecimento duma nova e justa ordem social. A República Popular de Moçambique, que nasce de uma longa, dura e difícil luta, conhece, defende e aprecia o valor da paz. Por isso prosseguirá sem desfalecimento uma política visando o estabelecimento de uma paz real baseada na justiça, e pronuncia-se desde já pelo desarmamento universal geral e completo. Pela responsabilidade particular que lhe cabe em função da sua posição geográfica, a República Popular de Moçambique empenha-se no combate pelatransformação do Oceano Indico em zona de paz. A República Popular de Moçambique exprime a sua adesão aos princípios orientadores das Cartas da Organização das Nações Unidas e da Organização da Unidade Africana. Moçambicanas, moçambicanos, Este é o primeiro Estado em que o Poder nos pertence, este é o nosso País Livre e Independente nascido do sacrifício do sangue e das ruínas. Ao saudarmos a nossa bandeira, símbolo da nossa vitória, saudemos as suas honrosas insígnias de estudo, produção e combate. Z lguns cidadãos entrevistados pelo Zambeze, esta semana, entendem que os 43 anos da Independência, no país, constituem um ganho significativo para os moçambicanos. No entanto, há aspectos por melhorar para que o sabor da Independência seja abrangente para todas as camadas sociais, visto que há focos de surgimento duma colonização de moçambicanos para moçambicanos, alimentada pelos novos burgueses. Quarenta e três anos de Independência são o alicerce do actual desenvolvimento Isidro Maculuve, cidadão confrontado pela nossa reportagem, diz que houve muitas mudanças depois que o país alcançou a Independência, no entanto, volvidos anos o povo moçambicano caiu no que, segundo ele, chama de colonização social. “O povo não está bem. No que toca ao custo de vida há uma colonização interna que é preciso ser arrancada em nós, porque o custo de vida está elevado e toda a pessoa depois de auferir o seu vencimento é uma dor de cabeça, daí que eu digo que temos sim a Independência, mas caímos numa outra colonização interna”, explicou a fonte, acrescentando que um dos aspectos a ter em consideração no que diz respeito aos 43 anos da Independência é que houve mudanças no que tange a infra-estruturas. A título de exemplo, “há lugares em que era difícil chegar porque não havia vias de acesso, mas agora isso já está ultrapassado. Foram construídos inúmeros estabelecimentos de ensino em todos os distritos, e isso é um ganho significativo. Mas há aspectos que devem ser melhorados”. É que, segundo a nossa fonte, não faz sentido que os alunos somem apenas classes e não o conhecimento, isto porque acaba afectando o desenvolvimento do próprio país, daí haver a necessidade de mudança no Sistema Nacional de Ensino (SNE) de modo a ajustar-se ao contexto actual. Marcelino Mondlane, funcionário da Saúde, diz que os ganhos são tantos para quem tem olhos para ver, porque fazendo uma retrospectiva, antes da Independência não havia tantas infra-estruturas, tal como actualmente foram aparecendo em alguns distritos, nos postos administrativos e localidades, onde já é possível ter escolas, postos de saúde, mas há mudanças que devem ser tomadas em consideração, tais como as políticas, porque regista-se agora uma camada de elite e outra sofredora. “Temos visto empresas em que aparecem administradores não executivos que não estão lá. Contudo, chegam a auferir valores superiores em relação aos próprios trabalhadores que estão há muito tempo a assegurar a empresa”, acrescentando que são necessárias políticas de boa governação. Segundo ele, na maior parte das empresas do Estado há muito descontentamento por causa dessas situações. No sector da Saúde, a fonte é da opinião de que as empresas credíveis que existiram no sector da Saúde foram praticamente eliminadas por causa do surgimento de outras que, no entanto, acabam afectando a qualidade da própria saúde, dada a falta de seriedade dos importadores. “Lança-se um concurso, mas as empresas sérias nem chegam a ganhar esses concursos porque cada qual tem seus interesses. Na altura que havia uma empresa vocacionada na área isso não acontecia”, frisou a fonte, acrescentando num outro desenvolvimento que a juventude não está a sentir o sabor da Independência devido a dificuldades no acesso ao mercado de emprego, e mesmo com o nível superior acabam deambulando nas ruas porque os mais velhos não querem abandonar os sectores. “Na Função Pública, principalmente, é o sector onde se deveria ajudar os jovens, mas os mais velhos ocupam os sectores e, ainda, aprovam leis que protegem que a pessoa pode atingir mais de 60 anos, mas enquanto estiver fora vai continuar, e o jovem como vai trabalhar? É por isso que há muitos jovens a deambular por aí”, finalizou. José Bonzana, trabalhador duma empresa privada, diz que a Independência nos tirou da dependência, mas o desenvolvimento em si é um desafio, daí haver necessidade de trabalhar muito a nível organizacional para que possamos desenvolver”. Em relação à Educação, José Bonzana diz que desde a altura que se implantou as escolas privadas coabitando com as públicas a preparação do homem do amanhã é posta em causa, facto que deve merecer a atenção do legislador, no sentido de inverter o cenário. João Albino, transportador internacional de passageiros e carga, afirma que a Independência trouxe ganhos que até hoje são visíveis porque, na sua opinião, hoje em dia há poucas residências cuja construção é de material precário. Actualmente, muitas casas são construídas em blocos. Quem ainda mantém uma casa de caniço é porque tem um espírito maligno que lhe acorrenta, e só ele é que está em altura de explicar o que se passa consigo. “Um pobre pelo menos tem uma casa edificada em blocos, o que na era do colonizador não existia. Já é possível encontrar negros com casas de alvenaria com rés-do-chão e segundo andar. E isso é, a meu ver, um dos ganhos da Independência”, disse João Albino, ajuntando que, embora não tenhamos ainda visto a governação de um outro partido político, o desenvolvimento no país tem sido visível. Porém, há necessidade de se imprimir novas dinâmicas de modo a acelerar este desenvolvimento. Quanto à Saúde, o nosso interlocutor diz que antes as pessoas tinham de percorrer longas distâncias à procura de um hospital para se tratar de qualquer enfermidade, mas actualmente este cenário mudou para o melhor. Já é possível encontrar postos de saúde em quase todos os bairros, o que permitiu também a redução da procura e enchentes nos grandes hospitais públicos. César Langa, trabalhador nos CFM, entende que não há Independência porque o custo de vida que os cidadãos estão a enfrentar não dá orgulho para que eu “possa de forma categórica afirmar que estamos independentes”, justificando haver uma pura colonização interna, manifestando-se através dos dirigentes, o que acaba afectando sobremaneira as classes mais desfavorecidas. (Elton Graça) Z A Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | centrais | 14 | zambeze | nacional | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 José Matlhombe Zoom chefe do Gabinete de Atendimento Psicológico (GAP) da Universidade Politécnica, Kátia Paim, considera que a depressão, o desamparo emocional, a violência e falta de diálogo no seio das famílias são as principais razões do aumento do consumo de drogas entre os adolescentes e jovens. Universidade Politécnica fala do perigo da toxicodependência Estes factores, associados às descobertas que caracterizam a adolescência e a juventude, de acordo com Kátia Paim, podem aumentar a vulnerabilidade destas duas camadas às drogas, dada a quantidade de informação que recebem. “A ausência do diálogo na família, por exemplo, leva a que cada membro fique isolado, independente e mais preocupado com o seu sucesso, sem conseguir buscar apoio na família, nos amigos ou na comunidade”. “O adolescente e o jovem ficam, nesta fase (de descobertas), expostos a muita informação e não conseguem geri-la, o que lhes leva a procurar ajuda em coisas que lhes podem destruir, nomeadamente o álcool, cigarro, as drogas, a exposição excessiva às redes sociais e aos meios de comunicação, a compulsão alimentar, o culto ao corpo, entre outras”, explicou a chefe do GAP. Entretanto, para evitar que tal aconteça, avançou Kátia Paim, é importante que os pais e/ou encarregados de educação acompanhem de perto os filhos nesta fase, pois só assim é que lhes podem ajudar a fazer a leitura dos fenómenos que ocorrem na sociedade e, se necessário, impor limites. “Temos que dar mais liberdade aos nossos filhos, mas também temos que impor limites”, afirmou a interlocutora, que falava, recentemente, na cidade de Maputo, durante a palestra sobre prevenção à toxicodependência, dirigida aos alunos do Instituto Médio Politécnico (IMEP), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica. Relativamente aos que já se encontram numa fase de toxicodependência, Kátia Paim apontou o diálogo na família e o acompanhamento psicológico e psiquiátrico como indispensáveis para um tratamento bem sucedido. “A família é a nossa base de apoio, enquanto que o psicólogo e o psiquiatra somente avaliam até que ponto a pessoa está comprometida com as drogas”. Por seu turno, a Pró-Reitora para Pós-Graduação, Investigação Científica, Extensão Universitária e Cooperação da Universidade Politécnica, Rosânia da Silva, referiu que a palestra deriva da necessidade de contribuir para a formação dos jovens, não só na componente académica, mas também no que diz respeito à cidadania. “A nossa maior preocupação é formar o jovem como um todo, não só transmitir conhecimentos na sala de aulas. Queremos formar o cidadão, e isso passa por prestar mais atenção aos jovens, que são uma camada muito frágil e exposta às drogas”, disse Rosânia da Silva, cuja mensagem esteve centrada na prevenção. “O segredo é não dar o primeiro passo, porque sair do mundo das drogas é um processo muito difícil. A droga não prejudica só quem a consome. Afecta a família, a comunidade, a escola, entre outras instituições sociais”, apelou a Pró-Reitora para Pós-Graduação, Investigação Científica, Extensão Universitária e Cooperação da Universidade Politécnica, que também louvou o trabalho que tem sido desenvolvido pelo GAP, em parceria com a REMAR-Reabilitação de Marginalizados, uma organização que se dedica ao tratamento e reabilitação de toxicodependentes. Z A Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 zambeze | 15 Manuel Olece, presidente do Conselho Municipal de Nhamatanda, no ensaio duma fontenária pública após a sua inauguração Manuel Olece inaugurando novas salas de aulas Conselho Municipal da Vila de Nhamatanda, na província de Sofala, diz que o problema de falta de água que tem afectado os moradores daquele ponto do país já tem uma solução à vista. O anúncio foi feito pelo edil local, Manuel Olece Jasse, num comício popular que marcou as comemorações do 80º aniversário de elevação de Nhamatanda à categoria de vila. Nhamatanda Crise de água com dias contados Segundo Manuel Olece, o município lançou um concurso para a contratação de um consultor, no âmbito da elaboração de um projecto executivo com vista a eliminar o crónico problema de falta de água a nível daquela vila autárquica, que neste momento encontra-se na sua primeira fase de execução. Num montante ainda não especificado, a ser desembolsado a partir de fundos locais e junto dos seus parceiros, Manuel Olece garante que dentro em breve a problemática de fornecimento do precioso líquido deixará de ser parte integrante dos problemas dos munícipes daquela autarquia. Com vista a sanar o problema de falta de água potável que afecta a vila autárquica de Nhamatanda, o edil local disse na ocasião, ao público presente no seu comício alusivo ao dia de Nhamatanda, assinalado há dias, que a nível da vila-sede do distrito já foram construídas vinte fontenárias para o fornecimento de água potável nos bairros Jossias Tongogara, 3 de Fevereiro, 25 de Setembro, 25 de Junho, 1 de Junho, Agostinho Neto e 4 de Outubro, e foram ainda reabilitados 25 furos para o fornecimento de água nos bairros Samora Machel, Jossias Tongogara, 3 de Fevereiro e 25 de Setembro. Segundo o edil, em parceria com o empresariado local foi também construído mais um pequeno sistema de abastecimento de água no bairro 3 de Fevereiro, que abrange os bairros circunvizinhos Agostinho Neto e Jossias Tongogara. A edilidade de Nhamatanda tem ainda em manga, como desafios, o abastecimento de água potável para todos os bairros da vila municipal, nos próximos tempos, incluindo a expansão da rede eléctrica, em coordenação com a EDM local, principalmente para o 9º Bairro Eduardo Mondlane; a construção de um bloco com 3 salas de aulas na EPC de Nhamisenguere, com um bloco administrativo, a construção de um centro de Saúde para o 6º Bairro de Mapalanhanga. Ainda no tocante ao fornecimento de energia eléctrica, o edil disse que foi expandida a rede eléctrica para iluminação pública nos bairros 3 de Fevereiro, 25 de Setembro, 25 de Junho, Agostinho Neto e 4 de Outubro. Para impulsionar o comércio a nível do distrito de Nhamatanda, a edilidade construiu dois blocos para venda de hortícolas, carne e peixe, no mercado local, denominado Nzeru, estando neste momento a beneficiar um número aproximado a 156 vendedores. E para melhorar a mobilidade de pessoas e bens e transporte de produtos para o comércio livre foi também reabilitada a ponteca que dá acesso ao bairro Eduardo Mondlane, substituindo o pavimento de madeira por betão. Foram construídos ainda 4 aquedutos de caixa, dos quais dois na estrada 218 que liga a zona de Tipoia ao BCI, e um no troço entre a residência oficial do administrador do distrito até ao bairro Eduardo Mondlane, e o quarto no bairro 3 de Fevereiro. Também foi construída uma capela na morgue do Hospital Rural de Nhamatanda e reabilitados 50 quilómetros de vias de acesso a nível da vila; adquiridas 5 viaturas, das quais uma para a agência funerária, uma para a Polícia Municipal, dois camiões basculantes para recolha de resíduos sólidos e uma viatura protocolar. Adquirida uma pá escavadora e 6 carrinhas de rodas para deficientes; doze motorizadas para vereadores, membros da Assembleia Municipal, técnicos do Conselho Municipal e para a Polícia Municipal; 620 tambores para depósito de resíduos sólidos, concluída a manutenção da estrada terraplenada, no troço entre a residência oficial do administrador até à escola secundária, tendo sido ainda terraplenada a estrada que liga a vila autárquica de Nhamatanda ao bairro 1 de Junho. Foram também concluídos 3 blocos de salas de aulas e um sector administrativo nas EPS de Kura, localizada no bairro Mateus Sansão Muthemba, Sebastião Marcos Mabote e de Nhamisenguere; concluída a construção de estradas com pavês nos troços da Estrada Nacional número 6 para o bairro Samora Machel, do Comando Distrital da PRM para o Hospital Rural de Nhamatanda, numa extensão de 1,5km; concluída a construção de um balneário público no mercado 25 de Junho, e, igualmente, foi concluída a construção de valas de drenagem no troço entre a passagem de nível ao complexo Sassarico, numa extensão de 3km. De um modo geral, Manuel Olece disse na altura que os resultados alcançados ao longo deste período reflectem os esforços empreendidos, não apenas pelo Conselho Municipal mas também pelo governo distrital, parceiros de cooperação, os munícipes e os diferentes actores que intervêm no processo de desenvolvimento da autarquia de Nhamatanda. Em termos de perspectivas para o presente ano de 2018, a edilidade de Nhamatanda vai construir um bloco de 54 bancas no mercado do bairro 25 de Setembro, com um balneário público. Vai ainda ornamentar toda a vila autárquica com relva e serão plantadas cerca de 1600 árvores de sombra e de fruta. Z JORDANENHANE O | NAcional | 16 | zambeze | desporto | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 empate (1-1) da selecção de Messi e companhia, frente à Islândia, ainda dá que falar e não é pelos melhores motivos. O antigo astro argentino Diego Maradona e o treinador italiano Fabio Capello não poupam nas críticas ao conjunto albiceleste. ma das maiores curiosidades deste Mundial 2018 cai sobre a Inglaterra. Antes de mais porque a selecção inglesa tem uma nova geração de jogadores promissora. Mas também porque é impossível não nos lembrarmos de como o factor Guardiola marcou os últimos dois campeonatos do Mundo. arlos Queiroz, seleccionador do Irão que conquistou a vitória frente a Marrocos, é neste momento um técnico bem cotado, com o primeiro lugar no Grupo B, onde se encontra Portugal. Infantino confirma queixa Maradona não poupa críticas ao seleccionador da Argentina Quanto vale o factor Guardiola neste Mundial 2018? A carta foi recebida e os árbitros vão responder Carlos Queiroz deixa duras críticas à FIFA Lionel Messi desperdiçou o penálti que poderia ter dado a vitória à Argentina, mas foi o seleccionador quem levou com a ira de Diego Armando Maradona. “Acho que a jogar desta forma, Sampaoli não vai poder regressar à Argentina. É uma pena. Preparou muito mal a equipa no jogo com a Islândia. Fiquei com raiva”, afirmou o antigo craque argentino, em declarações a um canal televisivo da Venezuela, perdoando, depois, Messi pelo falhanço dos 11 metros. “Eu não posso culpar os jogadores, muito menos Messi, que deu tudo em campo. Eu não acho que o mau jogo da Argentina e os dois pontos perdidos tenham acontecido só por causa de um penálti falhado. Não posso dizer isso”, prosseguiu Maradona. Fabio Capello, por seu lado, notou algum nervosismo no avançado do Barcelona e relacionou-o com o hat-trick de Cristiano Ronaldo, frente à Espanha. “Messi sentiu-se Em entrevista ao El País, o técnico luso-moçambicano Carlos Queirós mostrou algum cepticismo em relação a uma possível boa campanha na Rússia, devido ao poderio que muitas selecções apresenpressionado depois dos três golos de Ronaldo. Ronaldo quer mais, porque não tinha muitos golos marcados antes deste Mundial”, considerou o antigo seleccionador transalpino, em declarações prestadas ao canal italiano Mediaset. No entanto, Capello também foi feroz nas críticas à selecção albiceleste: “O meio-campo da Argentina é ridículo e lento, sempre a entregar a bola a Messi. Penso que Messi é melhor do que Ronaldo, mas a equipa não o ajuda”. Z tam, bem como a “obrigação da FIFA”. “Estou cada vez mais pessimista. Para tudo na vida há um preço, especialmente para um sucesso tão grande, tão milagroso, para uma missão quase impossível. Somos uma equipa da Ásia que se quer qualificar contra Portugal, Espanha e Marrocos, temos que ser corajosos”, antes de deixar um apontamento contra o organismo responsável pela competição. “Fomos a segunda selecção do Mundo a qualificar-se para o Campeonato do Mundo. Tivemos um ano e quatro meses para nos prepararmos. Tínhamos que ter uma preparação intensa. Especial. Única. Como é que isso é possível? Seguindo as regras da FIFA, a concentração só pode acontecer quatro dias antes da competição. Perante isto, como é que vamos contrariar conjuntos como a Espanha e Alemanha, que têm jogadores do Real Madrid, Barça, Liverpool, Manchester City, United ou PSG?”, afirmou. Z Em 2010, na África do Sul, e em 2014, no Brasil, venceram selecções que tinham jogadores da equipa então treinada por Guardiola na sua base. Em 2010 ganhou a Espanha, que tinha sete jogadores do Barcelona, então orientado por Pep, no seu grupo. Eram eles Victor Valdés, Piqué, Puyol, Xavi, Busquets, Iniesta e Pedro Rodriguez. Já em 2014 venceu a Alemanha, que tinha também sete jogadores da equipa de Guardiola, que era na altura o Bayern Munique: Neuer, Lahm, Boateng, Schweinsteiger, Kroos, Muller e Gotze. Ora esta análise leva- -nos agora de encontro à Inglaterra, o país onde Guardiola treina agora, e ao Manchester City, que até foi o clube que onfederação B r a s i l e i r a de Futeb ol (CBF) enviou uma carta para se queixar de decisões do juiz e pedir vídeos e áudios do VAR no empate contra a Suíça. A FIFA avalia que a arbitragem foi correcta. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, esclareceu que o organismo regulador da competição vai analisar e responder à carta enviada pela Confederação Brasileira de Futebol, relativa à arbitragem da partida entre Brasil e Suíça do último domingo, referente à primeira jornada do Grupo E, que terminaria com um empate a um. A selecção brasileira mais jogadores cedeu ao Mundial: exactamente dezasseis. Há, no entanto, algumas diferenças. Apenas quatro são ingleses, o que fica abaixo dos sete cedidos a Espanha e Alemanha em 2010 e 2014, respectivamente. O Man. City não é, ao contrário de Barça e Bayern, o clube que mais jogadores cede à selecção do país, perdendo para o Tottenham (cinco contra quatro dos citizens). E, por fim, havia seis do Barcelona no onze inicial da Espanha em 2010 e seis do Bayern no onze inicial da Alemanha em 2014, enquanto no primeiro jogo de Inglaterra houve apenas três do City. O que levanta a dúvida: conseguirá o efeito Guardiola resistir a estes contrastes? Z tem-se mostrado muito crítica em relação a uma suposta falta sobre Miranda, no lance em que acabaria por surgir o empate suíço, e de um alegado penálti sobre Gabriel Jesus. Em declarações ao site Globo Esporte, Infantino afirmou que “a carta foi recebida e os árbitros vão responder”, numa queixa onde o escrete exige ainda o acesso aos vídeos de todas as conversações mantidas entre os árbitros do VAR e o árbitro principal, César Ramos, uma vez que os lances em discussão foram ambos avaliados no momento, e o mexicano acabou por não aceder em nenhum dos casos. Z A U C C Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | desporto | zambeze | 17 VERDADE DESPORTIVA leMOS FOrMiGa Lemosformiga@yahoo.com.br T presidente do Automóvel e Touring Clube de Moçambique (ATCM), António Marques, disse ao nosso jornal não haver razões para especulações segundo as quais pretende perpetuar- -se na presidência do ATCM por mais tempo. António Marques assevera que já anunciou a sua saída da presidência do ATCM, daí que não haverá recuos porque estaria a trair a sua consciência. Segundo o presidente do ATCM A minha resignação e é irreversível ADV líder isolado Veteranos e Xissinguana fazem história De acordo com António Marques, a não realização até ao momento das eleições no Automóvel e Touring Clube de Moçambique para a sua substituição não tem a décima sexta jornada do campeonato de veteranos, a nível da cidade de Maputo, está na sua fase crucial, sendo que a equipa de ADV CMC comanda o campeonato, com 41 pontos, três a mais que os seus seguidores, Choupal e Jardim, ambos com 38 pontos. Esta semana, o campeos equipas dos Veteranos e Xissinguana em seniores, que militam no campeonato do bairro de Hulene, em Maputo, estão a surpreender tudo e todos pelas vitórias alcançadas até então, assumindo a liderança. Esta é a primeira vez que as duas equipas assumem a liderança dos respectivos campeonatos naquele bairro. ver com nenhuma manobra, tal como se tem propalado nas redes sociais, dando conta que ainda pretende manter-se na presidência do clube. nato da cidade de Maputo vai ter uma paragem para dar lugar aos jogos da Taça Maputo. Resultados dos jogos: Inhagoia – Matendene (0- 1), Sustenta – Círculo (2-3), Munna’s – ADV CMC (0-2), Luís Cabral – Choupal (1-0), Mafalala – Madgumb’s (3-0), “Em Dezembro do ano passado anunciei publicamente a minha saída da presidência do ATCM, não fui obrigado a tomar esta decisão, nem houve abaixoKhongolote – Aeroporto (3- 4), Tsalala – Amigos Matola (3-0), Xipamanine – Veteranos Unidos (2-0), Líquid Lógic – Jardim (3-0) e Eleven Main – Leões Bravos (0-1). Pré-eliminatória da Taça Maputo Veteranos Unidos x Matendene, Khongolote x Ma- -assinado, tomei a decisão por livre vontade, não fazendo sentido que eu volte a recuar da minha decisão”, explicou, afi rmando que as eleições vão acontecer no ATCM e a sua saída da presidência é irreversível. Marques diz que ainda que haja uma oferta de cinquenta milhões de dólares não vai aceitar manter-se na presidência do ATCM, pelas seguintes razões: “fui atleta, desportista e dirigente”, sublinhou. António Marques disse, num outro desenvolvimento, que já foi constituída uma comissão eleitoral que vai ser responsável pela defi nição da data das eleições, mas de momento ainda não há informações relativamente a esta matéria. “Houve uma bagunça no dia 22 de Maio e nunca aconteceu isso no ATCM, por via disso, nomeamos uma comissão eleitoral e neste momento a faca está com a respectiva comissão”, disse Marques, acrescentando que as eleições no ATCM não podem ser comparadas com as autarquias, uma vez que acontecem a nível dos sócios. Z falala, ADV CMC x Eleven Main e Leões Bravos x Sustenta. Classifi cação actual: ADV CMC 41 pontos, Choupal e Jardim 38, Munna’s, Aeroporto e Matendene com 30, Tsalala 27, Xipamanine 23, Sustenta 22, Mafalala 21, Leões Bravos e Círculo 20, Veteranos Unidos 17, Amigos Matola 16, Luís Cabral 15, Inhagoia e Khongolote 12, Eleven Main 9 e Líquid Lógic com apenas 1 ponto. Resultados dos seniores: Xissinguana – Galos (3- 0), Nova Luz – Cofres (0-0), Time Time – Unidade 31 (2-0) e Célula F - SLB (3-1). Resultados dos veteranos: Ressuscitados – Célula A (3-2), Célula H – Nova Luz (2-0), Escorpião – Cruzeiro (2-1), Veteranos - Matsuva (3-1), Tigre – Sporting (2-5), Mavalane – Nova Aliança (1- 2) e Mateque – Mali (1-1). Z eLton da GraÇa A A A Grande domínio da bola, Senhor Presidente! inha defi nido como prioridade para mim escrever de tudo, menos de política, mas hoje vou fazer uma pequena excepção, até porque não é todos dias que um chefe de Estado calça as chuteiras e entra dentro das quatro linhas para mostrar como se faz um bom domínio da bola. Isso aconteceu na nossa Pátria amada, recentemente, no campo do Costa do Sol, onde os nossos governantes deram uma lição de bola aos diplomatas residentes em Moçambique. Não gostaria de narrar o jogo entanto que tal, apesar de termos ganho a nobre selecção do resto do Mundo, como disse o nosso Exmo. Presidente, apesar de reconhecer que o resultado era o menos importante que o convívio, a saúde e a interacção entre os povos. Foi importante mostrarmos aos nossos parceiros internacionais que Moçambique, para além de hospitaleiro, sabe dar um toque na bola, desde o chefe de Estado até ao simples cidadão. O “chefe” conseguiu com simples gesto ou fi nta, como queiramos, demonstrar que Moçambique não é só de difi culdades. É de alegria, companheirismo e solidariedade, aspectos muito vincados no jogo da bola. Fiz questão de não perder este jogo por nada, queria ter a oportunidade de ver os dotes na bola dos nossos governantes, e ver até que ponto este jogo valia mais que simples golos, remates, fintas, e até grandes domínios. Por já vou adiantar que quem não esteve no campo não sabe o que perdeu. Foi um jogo renhido, um jogo em que foi possível visualizar quem passou ao lado de uma grande carreira futebolística, apesar de reconhecer que temos bons craques na bola escondidos algures na política, mas ainda bem que o seleccionador nacional esteve no campo. Mas não custa escolher a figura de melhor em campo. Sem sombra de dúvidas que vai para o nosso primeiro- ministro, o autor do nosso primeiro golo, de penalty. Mostrou aos profissionais da bola como se trata a bola com mestria, com grande visão de jogo, passe certeiro, domínio de bola e capacidade de orientação dos colegas, e aí passou o nosso sucesso. Mas na verdade aquilo que me parece fundamental ressalvar foi o grande domínio de bola do chefe de Estado. Usando um meio aparentemente simples, o futebol, para fazer uma conferência internacional, juntou o mundo num campo de futebol e deu uma lição de como se pode aproximar os povos, e tenho a certeza de que todos que participaram no grande jogo viram quão Moçambique é um país solidário e irmão dos povos. Foi assim no passado e será assim para sempre! Por isso digo grande domínio da bola, Senhor Presidente! Pelo Desporto. Z 18 | zambeze | nacional | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 governador da província de Maputo, Raimundo Diomba, instou os seus administradores a conservarem as três ambulâncias recebidas esta segunda-feira pelo Ministério da Saúde. Segundo Diomba, os meios circulantes não devem ser usados para o transporte de lenha ou outra actividade estranha. inte e um pensionistas do Sistema Nacional de Segurança Social da cidade e província de Maputo com problemas de locomoção receberam, recentemente, cadeiras de rodas, no quadro do Programa de Acção Sanitária e Social. Raimundo Diomba INSS Ambulâncias não transportam lenha Pensionistas recebem cadeiras de rodas O Ministério da Saúde recebeu há duas semanas cerca de 32 ambulâncias e diverso material médico-cirúrgico, no âmbito da cooperação com o Reino Unido para a redução da mortalidade maDaquele número de pensionistas, 12 beneficiários são da cidade de Maputo e nove da província de Maputo. A oferta decorreu durante a inauguração da Delegação Distrital de KaMubukwana, localizada no bairro do Zimpeto, no  Município de Maputo, um empreendimenterna e infantil, bem como para a melhoria da saúde dos adolescentes. Falando na cerimónia de entrega oficial das três ambulâncias, Raimundo Diomba disse que os to  construído  de raiz com o objectivo de proporcionar atendimento condigno aos utentes do Sistema de Segurança Social, nomeadamente beneficiários, pensionistas e contribuintes. A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Dias Diogo, disse meios circulantes serão alocados aos distritos de Moamba, Namaacha e Matutuíne. A entrega das referidas ambulâncias é uma resposta à população dos referidos distritos, na base da sua solicitação aquando da visita do chefe de Estado à província de Maputo. “A sua conservação é da nossa responsabilidade, os governos distritais devem garantir que os meios devem ser usados para os fins pelos quais recebemos as ambulâncias, que são os doentes; não estamos a falar de lenha nem de cerimónias, nem de festas de casamento, estamos a falar de doentes que precisam de socorro imediato”, frisou Diomba. Moamba vai renegociar responsabilidade social das empresas Por outro lado, o administrador do distrito da Moamba, na província de Maputo, Félix Sinussene, garantiu ao Zambeze que o seu distrito vai renegociar o nível da responsabilidade social de vários empreendimentos empresariais implantados no distrito. É que, como escrevemos em edições passadas, esta foi uma das recomendações do Presidente da República, Filipe Nyusi, aquando da sua visita àquela parcela do país. Segundo Nyusi, a província de Maputo, em geral, é detentora do maior parque industrial, contudo, o apoio às áreas sociais continua uma miragem. Nesta senda, de acordo com Sinussene, o governo da Moamba está a trabalhar neste sentido para que o sector privado dê maior contributo ao distrito. “Há necessidade de todos os actores da economia moçambicana contribuírem em mais escolas, hospitais e alocar meios circulantes para responder a demanda da nossa população nas zonas recônditas, onde as ambulâncias que estamos a receber hoje não possam circular”. Com maior contribuição do sector privado local, o administrador da Moamba, Félix Sinussene, prevê que o distrito arranque exponencialmente na senda do desenvolvimento sócio-económico, tendo reconhecido que, actualmente, Moamba está abaixo das metas de produção. “É um trabalho conjunto de toda a sociedade civil para que possamos alavancar o distrito, muito mais para os agentes económicos, como é o caso da Bananalândia, a empresa Horta Boa, a empresa de produção de papaia; temos também a empresa indiana Pure Diet que vai produzir açúcar orgânico. Com essas empresas contamos que possam dar maior contributo para o distrito ir em frente”, disse Sinussene. Z durante a entrega daqueles meios de compensação que o gesto visava minimizar a situação em que se encontram os pensionistas, decorrente do seu estado de saúde. No acto, caracterizado por satisfação e emoção dos pensionistas e seus familiares, os visados agradeceram o gesto do INSS. De referir que será contemplado pelo processo de distribuição de cadeiras de rodas um total de 35 pensionistas, sendo 15 da cidade de Maputo e 20 da  província de Maputo. Z DÁVIO DAVID O V Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | NEGÓCIOS E MERCADOS | zambeze | 19 Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) acaba de aprovar um financiamento, desembolsado pelo Fundo de Cooperação Económica Korea-África (KOAFEC, sigla em inglês), no valor de 0.6 milhões de dólares americanos, para custear os estudos de viabilidade e o desenho detalhado do projecto para a construção de diques nas bacias do Búzi e do Save, localizadas nas províncias de Sofala e Inhambane, respectivamente. s governos de Moçambique e China assinaram um memorando que permite que Moçambique passe a controlar informação sobre os volumes de madeira que sai do país para China. O memorando prevê que os dois países estabeleçam um intercâmbio para exploração, transporte, comercialização e exportação de madeira. Construção de diques nas bacias do Save e Buzi BAD financia estudos de viabilidade e desenho Moçambique e China coordenam exploração de madeira Em África, Moçambique é um dos países mais vulneráveis a catástrofes relacionadas com inundações, devido à sua localização geográfica e pela existência de áreas de terras baixas propensas a inundações. Cada vez mais, os extremos hidrológicos associados às mudanças climáticas constituem um risco para o desenvolvimento sustentável de Moçambique. Moçambique precisa de melhorar as suas infra- -estruturas de água para regular adequadamente o escoamento natural e controlar as inundações. Só assim poderá aumentar a disponibilidade de água e suprir demandas de água, satisfazendo desta forma as necessidades básicas da população e do desenvolvimento económico, e mitigar os impactos negativos das inundações e secas. Estes desafios são particularmente agudos nas áreas identificadas do distrito de Búzi, em Sofala, e na Vila do Save, em Inhambane. O objectivo específico desta inter venção é de realizar estudos de viabilidade e o desenho detalhado do projecto para a construção de diques nas bacias do Búzi e do Save. Desta forma será possível identificar as consequências das inundações e estabelecer o custo de investimento necessário para a A assinatura do memorando consolida os esforços que os dois governos têm estado a empreender no combate ao comércio ilegal da madeira, que lesou o Estado moçambicano em aproximadamente mil milhões de dólares norte- -americanos, nos últimos 10 anos. Os dois países vão desenvolver uma plataforma de coordenação bilateral que construção dos diques. É importante que as actividades programadas se baseiem numa abordagem abrangente, que irá permitir a transferência de tecnologias, capacitação institucional e melhoria do ambiente de negócios no âmbito da exploração madeireira. O Governo chinês, reconhecendo os esforços do Governo de Moçambique em garantir uma exploração sustentável deste importante recurso florestal, vai implantar em Moçambique um Parque Industrial de permitirá a mobilização de fundos para futuramente construir-se os diques em Búzi e no Save, beneficiando assim mais de 178.000 Processamento de Madeira, que irá acrescentar valor ao produto e estimular o depessoas nos distritos do Búzi e Govuro. O projecto de Moçambique foi um dos 20 projectos seleccionados pela senvolvimento da indústria local. O Governo chinês lançou KOAFEC para financiamento em África, nesta primeira fase. Mesmo a propósito, Pietro Toigo, representante do BAD em a iniciativa “One Belt one Road”, que visa aproveitar o potencial que vários países Moçambique, reafirmou o compromisso do BAD em apoiar o Governo de Moçambique na gestão de riscos climáticos e na supressão das suas necessidades de infra-estruturas, e concluiu dizendo que “estou muito orgulhoso da parceria entre o BAD e o Governo da Coreia do Sul, que tornou possíveis estes estudos”. Z têm para promover uma maior integração económica com a China. Z O O 20 | zambeze | NEGÓCIOS E MERCADOS | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu, esta segunda-feira, reduzir a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 0,75 porcento para 15,75%. A taxa MIMO é um valor de referência diário aplicável às operações efectuadas entre os bancos comerciais e o Banco Central. petrolífera norte-americana Anadarko anunciou a assinatura de acordo conjunto para fornecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Moçambique às companhias japonesa Tokyo Gas e britânica Cêntrica. Gás natural Banco de Moçambique reduz taxas de juro Moçambique vai exportar para Japão e Grã-Bretanha “A manutenção da estabilidade da inflação e das projecções de médio prazo, que continuam a apontar para um nível em torno de um dígito, permite que o CPMO prossiga com o ciclo de redução das taxas de juro iniciado em Abril de 2017”, justificou Rogério Zandamela, Governador do Banco Central, após uma reunião do Comité. “O acordo de compra conjunta prevê o fornecimento ‘ex-ship’ de 2,6 milhões de toneladas por ano (MTPA) a partir do início da produção, até princípios de 2040”, refere o comunicado da instituição, citado pela DW. O acordo representa um enorme peso na Informação referente a Maio indica que a inflação homóloga, “medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de meta definida para a Decisão Final de Investimentos (DFI), que era prevista pelo Governo moçambicano para 2017.  “O acordo inovador de compra conjunta fornece flexibilidade para ajudar os dois clientes a gerir proactivamente as flutuações de Moçambique, permanece baixa e estável, ao fixar-se em 3,26%, após 2,33% em Abril e perante 20,45% em Maio de 2017”, como se pode ler no documento. Ainda assim, “persistem riscos diversos e que exigem prudência na condução da política monetária”, acrescentou Rogério Zandamela. A nível interno, o Banco Central considera que se mantém “o risco associado à sustentabilidade da dívida pública, bem como as incertezas quanto à evolução dos preços dos bens administrados”. O défice público agravou- -se, de acordo com dados das contas públicas referentes ao primeiro trimestre de 2018, “impondo maior pressão para o financiamento interno”, segundo o comunicado. Adicionalmente, na reunião desta segunda-feira, o Banco de Moçambique manteve a taxa da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 18,00%, assim como os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional em 14,00% e em moeda estrangeira em 22,00%, tendo reduzido a taxa da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) em 50 pontos base, para 12,00%. As taxas de juro a retalho “reagem timidamente à queda da taxa MIMO”, acrescentou Zandamela. Por outro lado, “o crédito ao sector privado continua estagnado, num ambiente de contínuo aumento do endividamento público interno”. “A taxa de juro média a retalho, com prazo de um ano, registou uma redução de 3,2 pontos percentuais, para 28,69% em Abril, comparativamente a Dezembro último”, sublinhou. O saldo de reservas internacionais cresceu para 3.235 milhões de dólares (2.783 milhões de euros), “montante suficiente para cobrir cerca de sete meses de importação de bens e serviços, excluindo as transacções dos grandes projectos”. Z procura nos seus próprios mercados domésticos”, afirma o vice-presidente executivo da Anadarko para a Área Internacional, citado na DW, acrescentando que será aproveitada a localização de Moçambique para o abastecimento de clientes nos mercados da Europa e da Ásia. O projecto será inicialmente composto por dois módulos de produção de GNL com capacidade total de 12,88 milhões de toneladas por ano, segundo os dados da companhia. O consórcio que explora a Área 1 é constituído pela norte-americana Anadarko (26,5%), a japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e a tailandesa PTTEP (8,5%). Z O A Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 | CoMerCiaL | zambeze | 21 ESPECIALISTA EM MEDICINA TRADICIONAL DOUTOR SOFRIMENTO NINGORE VOCÊ QUE SOFRE DE: * Impotência sexual * Esterilidade * Corrimento * Borbulhas no pénis * Sífi lis * Doenças venéreas crónicas * Dores de útero * Diabetes * Comichão * Aumento o sexo e aumenta e potência * Ser apertado por espíritos á noite * Sonhar a fazer sexo * Deixar de fumar * Dar sorte no serviço * Recuperação de amor perdido * Asma * Período prolongado * Hemorróides * Dores de coração As crianças com menos de cinco anos recebem tratamento gratuito Dirija se ao consultório médico Ningore, no bairro da Malhangalene, Rua do Alba nº 56, perto da Delta Segurança. Consultas das 08:00 ás 12:00 horas e das 14:00 ás 18:00 horas Contacto: 82- 8050930 | 848050930 taBeLa de PreçOs 2018 Assinaturas abertas Formato electrónico (zambeze.net) já disponível MAIS INFORMAÇÕES 824576070/842698181 Email: esmelifania2002@yahoo.com.br ZambEZE 2.300,00MT 2.900,00MT 4.450,00MT PERÍODO TRIMESTRAL SEMESTRAL ANUAL ACOMODAÇÃO Quartos equipados com cama tamanho “Queen size”, ar condicionado (split), TV plasma com Dstv (ao comando do hóspede), geleira e sofá, casa de banho (água quente), arrenda-se para hospedagem diária ao valor de 1000,00Mzn e hospedagem de curta duração por 700Mzn. 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Visite-nos: Alto-Maé, perto do Novo Mundo Contactos: 84 89 03 009 | 82 76 37 037 | 86 14 08 663 22 | zambeze | cultura | Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 Pensamento da Semana: “O filósofo não é dono da verdade,nem detém todo o conhecimento do mundo. Ele é apenas uma pessoa que é amiga do saber”. - Pitágoras irassol, há 15 anos, dá o corpo pelo FITI, um Festival que, iniciado doméstico, tornou-se internacional e se fez cartão- -de-visita do teatro moçambicano. Fechou a cortina da última edição, talvez com ela a de um ciclo. O que virá a seguir? O tempo dirá. Nós dizemos o que foi a décima quinta edição. FITI: Esse festival doméstico… hoje cartão-de-visita do teatro moçambicano Outra vez o Inverno. E como achas na fogueira, para tornar o frio suportável, 26 espectáculos, 6 palcos (e dois espaços alternativos) e cerca de 250 actores levantaram as labaredas do Festival Internacional de Teatro de Inverno, por quatro finais de semana. Enredos para rir e chorar, questionar e sonhar. Mas ao fim de duas semanas, o FITI decorria cinzento, sem um espectáculo pelo qual esta 15ª Edição pudesse ser recordada. Uma ausência sem explicações da companhia sul- -africana Kwamashu- no entanto, sabemos hoje que não conseguiram reunir os documentos necessários para vir a Maputo - e o cancelamento da peça da companhia mexicana El Tiritero, que estava prevista para 07 de Junho, na Fundação Fernando Leite Couto, ameaçavam rotular esta 15ª edição como das ausências. Mas o FITI soube reinventar-se. O adiamento do espectáculo do Grupo Retratistas de Quelimane – previsto para o dia 18 de Maio, actuaria na última semana – que queria ser mais uma nódoa em pano branco, abriu espaço para uma segunda apresentação de “Mar Me Quer” da Companhia de Teatro Girassol, à meias com a Companhia de Teatro Portuguesa João Garcia Miguel. Na primeira apresentação, que acabou sendo considerada de ante- -estreia, parecia que quase tudo havia ficado a meio do caminho, apesar do conceito ser belíssimo. A segunda apresentação foi mais bem conseguida, ainda que alguns actores se ressentissem ainda do pouco tempo de preparação do espectáculoforam pouco mais de 10 dias intensos. A proposta é de um teatro distante do tradicional, em que os actores não contracenam, pelo menos, não no sentido tradicionalmente estabelecido, porque é um actor ou uma actriz que se faz narrador, paisagem, acção, mas também se faz personagem, muitas personagens. Vimos o quadro do teatro receber as cores da música, da dança, das artes plásticas e da literatura – o texto da peça foi adaptado do romance homónimo de Mia Couto. Os actores e actrizes (e)levam os seus corpos ao limite. Talvez não tenha surpreendido a quem viu, também no palco do FITI, o ano passado, a adaptação de “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana. “Este é o perfil da Companhia de Teatro João Garcia Miguel”, assumiria o director que dá nome à companhia, pouco antes do espectáculo do segundo dia. Mas esta forma de fazer teatro que soa à leitura encenada com um grau de apuração muito acima das propostas, em que o texto brilha mais, teve também vez. Começamos já a falar dos espectáculos pelos quais o FITI poderá ser lembrado, nas criações da Companhia Angolana de Teatro Tic-Tac, mas também pela Companhia Moçambicana de Artes Makwerhu. Os angolanos levaram ao palco “Firmino Roboteiro”, adaptado do conto “O Roboteiro” de António Fonseca. O conto – também a peça - narra o drama de um personagem – o título já lhe anuncia o nome – da região de Benguela, que migra para Luanda, onde acaba por se instalar no mercado Roque Santeiro. A peça passa em revista temas como magia negra, mas também todas as contrariedades da vida de um povo que não vive, sobrevive. O projecto da peça, isto contou-nos Eduardo Songue, surge do Projecto Ritos, Mitos e Identidade Cultural. É na verdade uma forma de colocar mais uma acha neste debate sobre identidade. E tudo na peça quer dizer que são angolanos, são africanos. Desde os movimentos que podem ser colocados na esteira da Dança Contemporânea Africana, até aos cânticos e as vestes. E a justificação para tudo isto chega-nos também pela boca de Songue, que é actor, mas também assistente de encenação do espectáculo: “precisamos mostrar o que somos, como africanos temos uma imagem própria e uma forma própria de fazer teatro”, e foi o que fizeram. Saberíamos depois, e por isto esta semelhança com “Mar Me Quer”, que os actores também tiveram uma formação com o encenador João Garcia Miguel. E também se notou a confluência no palco do teatro e outras artes, como a dança, o canto e a poesia. Eram os actores explorando- -se em diferentes facetas. “O actor precisa conjugar vários elementos, não se pode limitar na representação”, Elton Pila G Quinta-feira, 21 de Junho de 2018 zambeze | 23 DIÁRIO DE CAMPO Rafael da Câmara | CuLtura | Na iminente geografi a feita aos rodeios do medo De um hospital provinciano Arrombo o tácito desequilíbrio De ser chamado pai pela segunda vez. Balbuciando a medo Anotei no meu bloco de notas Os prováveis nomes que me foram indicados -Raufa -Isabel -Rafaela. O carcereiro mor de cacete em punho Açoita-me e mergulho no meu cárcere privado Os meus brinquedos continuam no mesmo lugar intactos Até que os musgos me cheguem aos lábios. Invisível? Desamarro a corda celestial Visto meu capucho violeta-de-cheiro Saio à rua. Finjo ser vigiado. Na última escadaria lá do planalto Os monges republicanos andam encapuzados Ou em uma espécie de encarnação do mal pelo mal? Há uma cândida ânsia desmedida à solta. Z À Emily Dickson Cárcere invisível II isto quem o diz é Muana Malonga, também integrante do Tic-Tac. A última proposta, nestes moldes, chegou-nos já no último dia pela Companhia de Artes Makwerhu, que o ano passado, no palco do FITI, apresentou uma belíssima proposta de encenação que fez famigerada a peça “A Boca”, em que o corpo dos actores era ele mesmo corpo, mas também cenário e a trilha sonora. Nesta edição, a 15ª, trouxeram “Munhama” para discutir as aparências, em que, outra vez, a encenação suplanta todo o resto. “Sempre trabalhamos com o corpo e som. Mas em ‘Munhama’ o corpo está mais presente por ser uma proposta para a rua”, diz-nos Ernesto Langa, que assina a criação e encenação do espectáculo. É uma peça que foi estendida de um sketch feito para o Festival de Rua, organizado pelo Makwerhu, talvez por isso tenha negado a sala para pôr-se no passeio, mesmo em frente ao Teatro Avenida. Esta proposta de espaços alternativos, que quer ser uma aposta do Teatro Contemporâneo, teve vez no FITI, nesta ocasião com o Makwerhu, mas também na peça quase musical apresentada pelo Mahamba no terraço do Gil Vicente. De Venâncio Calisto ao teatro interventivo de Angola “As Visitas do Dr. Valdez” é uma peça já conhecida do público da cidade de Maputo, adaptada e encenada a partir do romance homónimo do escritor João Paulo Borges Coelho. A obra é só o ponto de partida para uma peça que a meio do caminho ganha vida própria, mas reitera este encanto da (des)ilusão patente no livro. O espectáculo – o livro também - no núcleo duro, conta a estória de duas irmãs, Sá Caetana e Sá Amélia, que com o criado Vicente deixam a Ilha do Ibo para fixarem moradia na cidade da Beira, temendo os ventos da revolução para a Independência que já começavam a soprar. É na cidade da Beira que Sá Caetana, talvez com a intenção de animar os dias entediantes, talvez para fazer esquecer a irmã de cobrar-lhe as dívidas, trama a volta de um Dr. Valdez (já morto) encarnado espalhafatosamente por Vicente. Mas esta é apenas a primeira camada de leitura. O enredo tem como pano de fundo o período de transição, do colonial para a Independência. A partir do passado de glória das duas irmãs, que no tempo presente da narrativa estão já idosas e do espreitar o futuro, a partir das conversas de Vicente com os criados das casas vizinhas assistimos esta transição da época colonial para a Independência. Esta segunda camada o escritor realça com discursos revolucionários que chegam a partir de um velho rádio da época. O romance apresenta vários subtextos que subsidiam e tornam mais complexa a estória principal. Venâncio Calisto simplifi cou-a e criou um universo único. Apenas três personagens em palco, no presente, o passado chega a conta-gotas, e, para quem não leu o livro, pode ter sido difícil perceber alguns momentos da peça. Foi parte do texto deixada de lado, acrescido outro mais, e um final, talvez a parte mais inventiva da adaptação, completamente diferente do final dado no livro. Como se se tratasse de um ritual, a peça termina com a mesma acção que teria começado, mas com as irmãs com papéis invertidos. Esta inversão não é explicada, e mais, o teatro dentro do teatro, a diversão. Depois do FITI (a peça rumou para Beira). De Angola chegaram três espectáculos: “Firmino Roboteiro” – Tic-Tac, “Os Hóspedes” – Amazonas e “A Grande Questão” – Enigma Teatro. Se o primeiro espectáculo tinha a Identidade Cultural como bandeira maior, os outros dois estavam desde logo dispostos a mexer nas feridas que são angolanas, mas que, sem muito exercício de contextualização, são também moçambicanas. “Os Hóspedes” é um olhar à vida dentro de um hospital, com o dedo apontado à desonestidade e à corrupção - é a arte com o seu carácter de denúncia. E para a Companhia Amazonas, o teatro vale mais se for este olhar aos problemas. “O nosso tem o objectivo de despertar o público para o que não vê”, dizem-nos e descortinam a realidade, e como se brincassem de Deus, dão o futuro que cabe aos vilões. “Se for alguém corrupto, o fi nal não pode ser dos melhores para que a sociedade não caia nestes males”, disse Chance Elchadai, encenador do grupo. O espectáculo, com linguagem popular angolana, podia ter passado ao lado do ouvido e da percepção dos moçambicanos, talvez por isso, mas também por uma questão cultural, alguns aspectos foram deixados à margem. E nisto acabaram incluindo alguns termos moçambicanos. “Estamos num Festival. Queríamos fazer a festa”, e fi zeram. O Enigma trouxe “A Grande Questão” - e qual seria? O espectador teria de desvendar - uma peça de amor e desamor, entre o povo e a cidade de Luanda, mas que também podia ser entre o povo e a cidade de Maputo, porque as semelhanças tornam qualquer ideia de fronteira absurda. O alvo são as privatizações, mas também há farpas lançadas para a pobreza, para o fosso entre pobres e ricos, para a corrupção… E está patente, também aqui, um teatro preocupado em intervir socialmente. “A primeira preocupação do teatro em Angola é a intervenção social, mas não é o único teatro feito”, disse Tony Frangipenio, director do Enigma Teatro. Para dizer mais, “entendo eu que o teatro, antes de ser lúdico, é interventivo”. Talvez Angola esteja a viver uma fase diferente, depois de perto de 40 anos “de corrupção, de nepotismo, de governação misteriosa, de uma política muito distanciada do povo”, e para aquele regime que “A Grande Questão” aponta o dedo, afi nal, a peça existe há 10 anos e é tão actual para Moçambique de hoje. “O Estado podia fazer mais...” Depois da cortina fechar e a luz apagar, mas antes de enroladas as esteiras, quando a memória, pela distância ainda curta, tem vivas as imagens, conversamos com Joaquim Matavele, coordenador do FITI, mas também homenageado – o único - desta última edição, por sonhar, mas também por ousar e também por acreditar, por não esperar que lhe coloquem os remos às mãos, os barcos são movidos também pelos braços. “Esta 15ª Edição foi o FITI que havíamos imaginado”, entende Matavel, ainda que tenham tido difi culdades, mas são difi culdades que já lhes são velhas conhecidas, talvez por isso sejam resilientes. Dos espectáculos que estavam programados, dois não foram realizados, porque “as próprias companhias não conseguiram chegar a Maputo, e sobre isso não havia o que inventar”. No discurso de encerramento do ano passado foi clara a reclamação dos do fi nanciamento ao FITI, mas também as Artes e Cultura como um todo. Neste ano, continua sendo a frase dominante. Sobretudo, porque para esta edição a fasquia havia sido elevada, afinal, seria a dos 15 anos, e os espectáculos deviam fazer jus, e a diversidade parece ter sido a palavra de ordem. Vimos um FITI menos apegado aos grupos da capital Maputo, estendendo os tentáculos para o Centro e Norte de Moçambique. Mas também atravessando fronteiras para buscar três companhias angolanas e quatro sul-africanas, podiam ter sido cinco (já no ano passado, o FITI estava aberto aos sul-africanos que trouxeram duas peças. E a língua não se confi gurou uma barreira. Este ano, outra vez, a língua não se fez um muro. Os actores, conscientes de que não se apresentavam para o seu público habitual, naturalmente falante do Inglês/Zulu, esmeraram-se na linguagem gestual, nas expressões do rosto, no tom de voz para conferir sentimentos, signifi cados e sentido ao texto representado. A expressão corporal não era forçada, era mesmo natural. As peças tinham em linha os problemas sociais da tradição, violência doméstica, religião, traições conjugais, e, apesar da língua, a mensagem chegou- -nos perfeitamente). “Era espectável que o Estado desse um pouco mais”, entende Matavele, que não assume que o FITI não tenha apoio de todo, “porque dizer que não se tem o apoio do Estado signifi caria que o Estado não nos deixa fazer. Mas estamos a fazer, dentro deste Estado. Mas as instituições do Estado podiam fazer mais. O município, sobretudo, podia mostrar mais”. O orçamento para esta edição rondava 1 milhão de meticais. “Estamos a falar de um orçamento mínimo, olhando para publicidade e diversos, mas excluindo o pagamento de honorários”, ressalva Matavele. Mas não se conseguiu encaixar os 20% deste orçamento. Mas lá foi realizado o FITI. No entanto, ante as difi culdades, o FITI quer reinventar- -se, e esta 15ª Edição pode ser o fi m de um ciclo. “Talvez olhemos a próxima como um novo (re)começo, temos de nos reinventar, talvez tenhamos um novo FITI”. Z banda moçambicana Timbila Muzimba considera que a sua participação no Festival Internacional Bushfire, na Suazilândia, foi um privilégio, uma vez que foi uma oportunidade para que vários participantes conhecessem os ritmos e danças moçambicanas. Festival Bushfi re projecta artistas moçambicanos O Festival Bushfi re decorreu no Reino da Suazilândia e tem sido nos últimos tempos um dos mais reconhecidos festivais regionais e africanos de música e artes. O MTN Bushfire Festival, considerado um dos 30 festivais internacionais de topo, na lista EVERFEST FEST 300, combinou artes, cultura, artesanato e zonas especiais e em três dias reuniu mais de 50 artistas de todo o mundo, incluindo as bandas moçambicanas Timbila Muzimba e Kapa Dech. Os artistas moçambicanos participaram no evento como parte do IGODA, um circuito regional de festivais que possibilita os artistas fazerem excursões. Os Timbila Muzimba descrevem o cenário como acolhedor e emocionante, uma vez que o festival permitiu que trocassem experiência e dividissem o palco com outros artistas de renome a nível internacional. Os Timbila Muzimba acrescentam ainda que representaram condignamente os moçambicanos em toda sua plenitude e esperam que sejam convidados para próximos eventos. (E. da Graça) Z A Comercial jovem? Quer ter terreno para construir casa própria? Então paga 180 mil meticais para o Governo colocar infra-estruturas públicas! A porta-voz do Governo da província de Maputo, Olga Manjate, revelou nesta segunda-feira que o Governo moçambicano vai lançar o projecto “Talhão Jovem”, que prevê parcelar cerca de 500.000 talhões em dois anos para colmatar o crónico problema de habitação condigna para jovens em todo o país. Governo opta pelo absurdo Segundo Manjate, cada jovem interessado deve desembolsar 180 mil meticais, em 10 anos, em parcelas que variam entre três e cinco mil meticais. Falando após o término da 11ª Sessão Ordinária da Assembleia Provincial de Maputo, Olga Manjate disse à imprensa que o projecto “Talhão Jovem” trata-se duma iniciativa que conta com o apoio da Direcção Nacional do Ordenamento Territorial, cujo patrono é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável. “O projecto foi lançado pelo Governo de Moçambique, através do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, visando essencialmente proporcionar o acesso a terra devidamente parcelada e infra-estruturada, de preferência para jovens na faixa dos 18 aos 35 anos de idade”, disse Manjate. No âmbito do referido projecto serão parcelados, em dois anos, cerca de 500.000 talhões em todo o país, em dimensões de 20 por 40 metros, numa primeira fase, e ainda neste ano de 2018 serão infra-estruturados 150 a 200 hectares por cada província, perfazendo 3000 hectares, o que corresponde a 25 mil talhões, incluindo três mil lotes reservados a empreendimentos sociais. De acordo com a governante, os referidos talhões terão um custo de 180 mil meticais, tendo explicado que “este valor não é de venda da terra, mas sim para o pagamento de despesas com infra-estruturas, como abastecimento de água, energia eléctrica. Este valor pode ser pago na totalidade ou em parcelas que variam de 3 a 5 mil meticais, durante 10 anos”. Ainda segundo Olga Manjate, a nível da província de Maputo serão parcelados 1000 talhões para várias categorias. A título de exemplo, o salário mínimo fixado para este ano no sector das actividades de Serviços Financeiros (incluindo o subsector de Bancos e seguradoras) corresponde a no distrito de Matutuíne, Catuane. Sustentabilidade do projecto não ecoa na crise económica Entretanto, o projecto “Talhão Jovem”, como outros similares (Casa Jovem), promete tirar a juventude do crónico problema de falta de habitação condigna para aquela classe etária. Paradoxalmente, não se sabe se com a crise económica que o país atravessa qual será o perfil de jovem moçambicano que verdadeiramente estará em condições financeiras para arcar com os custos do projecto. Só um apartamento do tipo 2 do projecto Casa Jovem, na capital do país, custa hoje cerca de 4.000.000 de meticais. 11.987,60 meticais. Para o caso da Administração Pública (incluindo o sector de Defesa e Segurança), o maior empregador nacional, o salário mínimo foi fixado na ordem dos 4.255,00MT. Recorde-se que, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM), o cabaz mínimo moçambicano neste ano está avaliado em 8.500,00Mt, valor que o patronato não consegue pagar No ramo da Construção, que aglutina igualmente a maioria da juventude moçambicana, sobretudo do sexo masculino, foi fixado um salário de 5.786,00, enquanto a Indústria de extracção de minerais (subsector das grandes indústrias) paga 8.262,00 de salário mínimo. Portanto, se um jovem que recebe um salário de 11.987,60MT referente ao sector dos Serviços Financeiros (incluindo o subsector de Bancos e seguradoras) e a cesta básica custa aproximadamente 8.500,00Mt, remanesce somente 3.487, 60MT. Recordar que no dia 1 de Abril do ano em curso entraram em vigor os novos salários mínimos por sector de actividade, e, segundo a OTM-CS, “temos dito sempre e continuamos a dizer que os resultados alcançados nas negociações havidas foram os possíveis e não os desejáveis. Um salário mínimo desejável é aquele que pode cobrir o cabaz mínimo, que sempre defendemos, que neste ano está avaliado em 8.500,00Mt”, alertou a OTM-CS, na ocasião. Z DÁVIO DAVID É Projecto “Talhão Jovem” Renovação de assinaturas para 2018 Comercial Renovação de assinaturas para 2018 z Av. 25 de Setembro, Nr. 1676 amb Onde a naçã l Cell: 82 30 73 450 o se reenc l esmelifania2002@gmail.com ez ontra l Maputo E

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