AOS ESPOLIADOS DO AEROPORTO DE MAPUTO
Em 2013 voltava dos Estados Unidos. Na bagagem despachada levava entre outros uma “caneta de espião”, um “media streming devices” e um rokku e 70 kilos de livros. Tudo correu bem até chegar ao solo pátrio, quando descobri que me surripiaram os aparelhos electrónicos. Um ano antes, em 2012 voltava de Amesterdão e na mala levava uma máquina de fotografar comprada em Amesterdão. Surripiaram-na em Mavalane. Em 2003, primeira vez que conheci Marrocos, passei por Lisboa e Johannesburg. Nestes aeroportos tinha que fazer check out e de novo check in de bagagens. Tudo correu bem até de novo ser roubado em Moçambique.
Em 2013 voltava dos Estados Unidos. Na bagagem despachada levava entre outros uma “caneta de espião”, um “media streming devices” e um rokku e 70 kilos de livros. Tudo correu bem até chegar ao solo pátrio, quando descobri que me surripiaram os aparelhos electrónicos. Um ano antes, em 2012 voltava de Amesterdão e na mala levava uma máquina de fotografar comprada em Amesterdão. Surripiaram-na em Mavalane. Em 2003, primeira vez que conheci Marrocos, passei por Lisboa e Johannesburg. Nestes aeroportos tinha que fazer check out e de novo check in de bagagens. Tudo correu bem até de novo ser roubado em Moçambique.
Muitos anos antes, quando estava na universidade, um amigo meu (hoje diplomata) já me tinha dito que no Aeroporto de Mavalane em Maputo havia um “way” de comprar produtos caros a preço de banana. E ele foi claro. Eram produtos roubados extraídos de malas de passageiros.
Hoje, provado que está que os seguranças afectos la roubam, a MAHS tem muito poucos argumentos para recusar qualquer responsabilidade no desaparecimento dos bens ou mesmo malas inteiras de passageiros. A LAM idem. O que desanima e irrita com os serviços desses são os infindáveis procedimentos por que alguém deve passar para reclamar ou reportar um episódio sem, contudo, tais procedimentos enfadonhos, irritantes, humilhantes e quiçá feiticeiros constituam garantia de um final feliz.
Ser passageiro frequente pelos aeroportos moçambicanos é igualmente ser um espoliado teimoso e indisputável otimista. Muito raramente as vitimas são ressarcidas. Pelo menos eu nunca. Já fui espoliado abundantemente.
Até que um dia aprendi a colocar apenas roupa suja na mochila ou mala por despachar.
O ECOSISTEMA DA DESIFORMAÇÃO
A "notícia falsa" é endémica da "sociedade da informação" como um todo, não apenas na internet ou mídia. Faz parte da experiência diária, gerada por padrões estabelecidos de comunicação, categorização de grupos sociais, enquadramento e padrões de poder. Essas rupturas são intensificadas através da interacção com a dinâmica do capitalismo da informação, que mais valoriza a eficácia estratégica do que a precisão.
Está cada vez difícil acreditar nos que falam a verdade, em parte porque estes assumem que basta dizer a verdade pura e simples. Não. Está a faltar muita competência linguística, competência cognitiva ou mesmo habilidades de persuasão nos “verdadeiros”. Esta é a culpa deles. Pelo contrário, os “enganadores” estão munidos destas competências, amiúde. Para tal, comparem por exemplo os diários e os semanários (públicos e privados) e verão por exemplo, um não-assunto a ter maior impacto que um evento de grande vulto ocorrido no mesmo espaço temporal. É tudo uma questão de eficácia estratégica, ou simplesmente competência na persuasão.
Ora, para que a verdade seja re-entronizada como princípio e como valor da informação e comunicação e as narrativas enviesadas reconstruidas, é preciso que os que falam a verdade não apenas o façam de forma simples mas também que o façam com a mesma eficácia estratégica.
Ora, para que a verdade seja re-entronizada como princípio e como valor da informação e comunicação e as narrativas enviesadas reconstruidas, é preciso que os que falam a verdade não apenas o façam de forma simples mas também que o façam com a mesma eficácia estratégica.
Dito em palavras simples: não basta que a verdade seja dita pura e simplesmente. É preciso dizê-la de forma eficaz para que aguente com os “embates” da desinformação. Os mentirosos falam de forma convincente. Os verdadeiros também devem aprimorar a suas táticas de persuasão.
“Mesmo que as escolas começassem hoje a ensinar as crianças sobre desinformação, o resultado só apareceria daqui a 20 anos. Mesmo assim, esta é uma tarefa urgente. Além de informá-las sobre as formas como a informação pode ser manipulada, a educação midiática precisa discutir o conceito do VIÉS DE CONFIRMAÇÃO [a tendência humana de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações que confirmem crenças ou hipóteses iniciais]. Compreender o viés de confirmação permitirá às crianças aprender a questionar sobretudo os conteúdos que estimulem respostas emocionais”. Pimenta, A. (2017, November 18). Claire Wardle: Combater a desinformação é como varrer as ruas. Retrieved May 31, 2018, from https://bit.ly/2x9quJ6
Basta de ver pessoas a "sofrer" com a sua verdade.
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