Propriedade do Departamento de Informação
Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuíta * Maputo, 29.03.2018 * Edição nº 231 Ano 5
(Exemplo de cartões emitidos sem o local de residência)
O Mandatário Nacional
da RENAMO André
Madjibire convocou a
imprensa para apresentar o
balanço da primeira semana
do recenseamento eleitoral
que decorre em todo o país
a partir do dia 19 de Março
corrente. Nessa conferência
de imprensa que decorreu
na sede Nacional do partido
RENAMO, Madjibire denunciou
várias irregularidades do
processo do recenseamento
em curso. Assim, passamos a
transcrever na íntegra o rol de
todas as irregularidades apresentadas
pelo mandatário da
RENAMO André Madjibire:
1. Horas após o início
do recenseamento, o Partido
RENAMO constatou que
no cartão do eleitor constava
apenas a província como local
de residência, quando na verdade
devia estar explícito o
endereço completo nomeadamente:
cidade ou vila, bairro,
quarteirão e número de casa.
Sobre esta Situação o Partido
RENAMO reportou tempestivamente
à CNE e dias depois,
foi resolvida, embora, ainda
existam brigadas onde persiste
este problema.
(Exemplo de
cartões emitidos sem o local de
residência)
2. Constatamos até agora,
com preocupação, avarias
constantes de mobile ID, falta
de combustível para os geradores,
não funcionamento de
painéis solares, chegando-se
ao cúmulo de os eleitores serem
obrigados a contribuir em
valor monetário para a compra
de combustível ou de recarga
para credelec. Na cidade
de Nampula, por exemplo, há
um casal que foi exigido a tal
contribuição e logo depois de
recenseá-lo, o posto foi encerrado,
antes da hora o que viola
o estatuído na Lei.
3. Há casos de cidadãos,
sobretudo professores, enfermeiros,
entre outros funcioná-
rios do Estado que não sendo
dos territórios autárquicos ou
residindo fora deles são coagidos
pelo Partido Frelimo a
recensearem-se continua na pág. 3
RECENSEAMENTO
ELEITORAL PRENHE
DE IRREGULARIDADES
2
Editorial
ARRANCOU EM TODO O PAÍS O
RECENSEAMENTO ELEITORAL DE
RAIZ PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
DE 10 DE OUTUBRO PRÓXIMO,
QUE VÃO DECORRER EM 53
AUTARQUIAS DO PAÍS.
I
nfelizmente, o processo começou com uma
mancha: o “erro” cometido por algumas brigadas,
era referente ao preenchimento do local de
residência do eleitor, que segundo foi apurado, no
lugar de constarem os dados respeitantes ao bairro,
rua ou quarteirão ou outros dados relevantes sobre
o local onde o eleitor reside, simplesmente aparecia
o nome da província. Este assunto que levantou
um pé de vento entre a sociedade, partidos e os
Órgãos eleitorais, foi verificado a partir do primeiro
dia do recenseamento, a 19 do mês corrente, o que
fez com que o assunto fosse analisado ao mais alto
nível da Comissão Nacional de Eleições –CNE e do
Secretariado Técnico da Administração Eleitoral -
STAE.
A acusação dizia que este erro era propositado
pelo STAE com objectivos de facilitar que eleitores
residentes fora do perímetro autárquico pudessem
votar. Entretanto, o STAE por seu turno defendeu-se,
alegando que se tratava de um erro de digitação,
pois bastava o digitador deixar de preencher aqueles
campos, o resultado seria esse, da omissão de dados
relevantes sobre a residência do eleitor. Desta forma,
este organismo técnico da CNE prometeu corrigir a
situação, algo que de acordo com fontes, aconteceu
logo de seguida, restando saber se neste momento
todas as brigadas acataram a instrução superior.
Neste imbróglio o Presidente da RENAMO, Afonso
Dhlakama veio a terreiro denunciar os factos,
fazendo menção de que este acontecimento serve
de amostra para situações que podem manchar
o processo eleitoral que se avizinha, tendo usado
como exemplos onde as constatações foram notórias
as províncias de Gaza, Tete e Maputo. Para este líder
partidário, estas ocorrências podem ser prenúncio
de uma fraude nas próximas eleições, e exigiu
mudança de atitude por parte dos Órgãos Eleitorais
e correcção urgente das irregularidades.
O Presidente Afonso Dhlakama manifestou-se
preocupado pelo facto de nas zonas de forte influencia
da RENAMO verifica-se que muitos computadores
têm pouca autonomia de carga nas baterias, o que
faz com que as brigadas apenas trabalhem por duas
horas. Disse ainda não entender como é que são
colocadas brigadas nas zonas como Nhamatanda,
Gorongosa e outras sem painéis solares para
alimentarem as baterias dos computadores. De igual
modo, criticou a obrigatoriedade de os eleitores
deixarem contactos telefónicos durante o registo.
Diante destas constatações, é de alertar a sociedade
moçambicana, principalmente aos partidos políticos
para redobrarem esforços no sentido de localizarem
seus eleitores inscritos com essas irregularidades
e exortarem a que estes se dirijam aos postos
onde recensearam a fim de corrigirem essas
irregularidades para assim puderem exercer seu
direito de voto.
Esperamos que até ao fim desta segunda semana
do processo de recenseamento sejam sanados
todos os erros e que os brigadistas sejam instruídos
a cooperarem, pois caso contrário, o que hoje é
considerado erro, amanha poderá ser visto como um
embuste desenhado por um grupo de “puxa-sacos”,
ao serviço de algum ídolo.
Ficha técnica
Director:Jeronimo Malagueta;
Editor: Gilberto Chirindza;
Redacção:Natercia Lopez;
Colaboradores: Chefes regionais de informação;
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Nº de Registo
07/GABINFO-DEC/2015
“ANÁLISE DEMOCRATICA”
Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal.
Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra
Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas
Participe! 821075995 ou 840135011
3
continuação da pág. 1 para votarem
nas próximas eleições
autárquicas.
4. O Partido RENAMO
tendo tomado conhecimento
dessas manobras que consubstanciam
fraude antecipada,
tomou as devidas medidas
e como resultado, no Municí-
pio de Nampula, foram flagrados,
num dos postos de recenseamento
eleitoral, jovens de
Montepuez que a mando do
Partido Frelimo, foram inscrever-se
naquele Município. O
Gabinete Eleitoral do Partido
RENAMO a nível da Cidade de
Nampula, submeteu à Comissão
Distrital de Eleições - CDE,
com o conhecimento da Comissão
Provincial de Eleições
- CPE, uma reclamação a esse
respeito.
5. No Distrito de Mocuba,
província da Zambézia
foram identificados e detidos
dois professores que faziam
parte de um grupo de tantos
outros que saíram do Posto
Administrativo de Macuzi, Distrito
de Namacurra fazendo
se transportar na viatura do
1º Secretário da Frelimo de
Namacurra com objectivo de
irem se inscrever na autarquia
de Mocuba. Este acto mereceu
a instauração de um auto
ilícito eleitoral com o número
180/2018 de 24 de Março.
6. Temos também conhecimento
que no dia 25 de
Março, saiu de Derre um camião
transportando membros
da Frelimo e funcionários do
aparelho do Estado manipulados
por este Partido com o
fim de irem recensear-se na
autarquia de Milange; Ainda
no dia 25 deste mês, partiram
camiões transportando
membros do Partido Frelimo e
funcionários do Aparelho Estado
também coagidos por este
Partido, para as autarquias de
Milange e Mocuba com a mesma
finalidade.
7. No Distrito de Bárue,
no posto administrativo de
Serrachoa, no Município de
Catandica, o secretário deste
Posto Administrativo de nome
Magodo, proíbe os fiscais do
Partido RENAMO de estar
nos postos de recenseamento
e também proíbe a inscrição
eleitoral de cidadãos que
desconfia serem membros da
RENAMO. Este facto cria indignação
e repulsa aos cidadãos
locais o que ainda não
resvalou em violência mercê
da pronta intervenção de Sua
Excelência Afonso Macacho
Marceta Dhlakama Presidente
da RENAMO. Tempestivamente,
o Partido RENAMO submeteu
uma denúncia à CPE no dia
23 de Março do Presente; Na
Província de Tete, Distrito de
Angónia, os chefes das Localidades
de Mpandula, Khame
e Ndaula arrancam cartões
de eleitores com objectivo de,
posteriormente o STAE fazer a
substituição desses eleitores
por eleitores fantasmas. Estes
actos são protagonizados
por cidadãos intitulados de
Líderes como são os casos de
Baquiri Jossias, Delofim Chide,
Letiasse Wizalamo. Sobre
este caso, o Partido RENAMO
a nível local submeteu uma
denúncia à CDE de Angónia;
8. Em algumas brigadas
das províncias de Inhambane,
Gaza e Maputo província, Maputo
Cidade os supervisores
recusam-se a fornecer dados
aos fiscais dos Partidos Polí-
ticos o que viola Lei Eleitoral.
Por outro lado, na Província de
Maputo existem postos de recenseamento
que funcionam
em locais não adequados e
inseguros, com todas consequências
que daí podem advir.
O que reportamos, é o retrato
do que está a acontecer quase
em todos os postos de recenseamento
eleitoral, por isso,
exigimos aos órgãos de Administração
Eleitoral a pautar
pelo cumprimento escrupuloso
da Lei do recenseamento
eleitoral e demais leis bem
como da Constituição da República
de Moçambique.
Por outro lado, exortamos ao
partido Frelimo para que deixe
de manipular os cidadãos e os
funcionários públicos em particular,
pois, esta atitude de
manipulação constitui violação
das liberdades individuais,
consagradas na Constituição
da República de Moçambique.
Aos Professores, enfermeiros
e outros funcionários exortamos
para não se deixarem intimidar
pelo Partido no poder
e apelamos para que definitivamente
compreendam que
num Estado que se pretende
de direito democrático, como
o nosso, os Partidos Políticos
não têm competência nem
legitimidade para expulsar nenhum
funcionário do Aparelho
do Estado por não ter votado
em um ou outro Partido
Político.
Aproveitamos esta ocasião
para agradecermos ao grupo
de contacto nas negociações
entre o Partido RENAMO e
Governo da Frelimo, pelo trabalho
abnegado em prol da resolução
do actual conflito Político
Militar e por outro lado
solicitamos os seus bons ofí-
cios para continuar a ajudar o
nosso País para que doravante
tenhamos eleições livres, justas
e transparentes.
BANCADA PARLAMENTAR
DA RENAMO VOTA CONTRA
LEI QUE CRIA GIFIM
ABancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da República, votou contra a proposta da Lei
que cria o Gabinete de informação Financeira de Moçambique (GIFIM). Na declaração de Voto
apresentada pelo deputado Mohamad Yassine, a Bancada renamista sustentou sua posição com
estas palavras: continua na pág 4
Vota -
mos contra a Proposta de Lei
14/2007 de 27 de Julho que
cria o Gabinete de Informação
Financeira de Moçambique.
- Porque encontramos que no
seu formato e Tutela este GIFIM
- Gabinete de Informação
Financeira de Moçambique,
não terá nenhuma função
real e nem independência que
se espera.
- Votamos contra porque com
a sua aprovação foi delegada
ao Parlamento a falta de vontade
político e material, irresponsabilidade
do governo no
combate a corrupção e branqueamento
de capitais.
- Enquanto o Director do GIFIM
for nomeado por confiança
política e não no concurso
público as ovelhas sagradas
de corrupção nunca serão
sacrificadas, os bois da corrupção
não terão seus nomes
divulgados e aqueles que
sempre estiveram acima da
Lei continuarão a passear a
sua classe nas ruas das grandes
cidades do país.
- Votamos contra para não
sermos também responsabilizados
pela incompetência
deste GIFIM e pelo seu futuro
fracasso.
Entendemos a necessidade
e o espírito da Lei, mas não
concordamos que este Parlamento
chancele uma Lei onde
corruptos poderão controlar
corruptos.
No caso em que as entidades
fiscais e ou jurídicas que fazem
parte desta Tutela estiverem
envolvidas em actos de
branqueamento de capitais
quem os irá investigar?
Este Parlamento tem responsabilidades
e deve estar ciente
disso.
Contudo, esta proposta de Lei
foi apreciada favoravelmente
pelas Bancadas da Frelimo e
do MDM respectivamente.
4
Como é do conhecimento
de todos os moçambicanos,
o partido no poder
desde os tempos da independência
tem estado a asfixiar o
Aparelho do Estado com suas
células partidárias, onde é
obrigatório aderir sob o risco
de quem recusar-se ter cartão
vermelho nunca subir na vida
ou viver excluído para sempre.
Foi dessa maneira que o partido
governamental em Moçambique
conseguiu manter
sua hegemonia, ameaçando os
que ousam pensar diferente.
Na verdade, o Aparelho de
Estado funciona como a vaca
leiteira deste partido, onde
incansavelmente recorre para
extorquir dinheiro dos supostos
membros do partido e ao
mesmo tempo os votos nos
períodos eleitorais.
A RENAMO tem vindo a queixar-se
desta promiscuidade incentivada
pelo partido Frelimo
desde os primórdios da democracia
multipartidária no país,
algo que tem sido ignorado
pelo próprio partido no poder
e negligenciado pela sociedade
moçambicana.
Como prova de que os comités
e círculos do Partido Frelimo
ainda prevalecem e continuam
a funcionar nas instituições do
Estado, violando desta forma
a Constituição da República
em vigor e um dos princípios
básicos de um Estado democrático,
trazemos abaixo uma
convocatória feita pelo círculo
do Hospital Geral de Quelimane,
e assinado pelo respectivo
secretário do círculo.
Na verdade, o expediente
abaixo mostra a dificuldade
que este partido tem de se
desligar dos funcionários de
Estado. Esta situação é ingerência
muito grave de um partido
para com o Estado. E mais
grave ainda fica se tomarmos
em linha de conta que estes
funcionários e agentes de Estado
afectos a saúde e a educação
quando sofrem represá-
lias injustas, ficam afectados
moralmente o que pode ter
repercussão negativa no atendimento
de vidas humanas.
Esperamos que situações
como a de Nampula não se
repitam em outros pontos
deste país. Pois em Nampula
circulam rumores de represá-
lias contra professores que são
acusados de conivência com a
derrota do candidato da Frelimo.
Tais ameaças culminam
com promessa de transferências
para lugares recônditos
a todos professores que são
suspeitos como traidores. Com
essa atitude, o país é que perde
e não se pode esperar grandes
ganhos quando um funcionário
ou agente do Estado tem
que trabalhar com medo de
exclusão por não pertencer ao
partido.
continuação da pág 3
FRELIMO MANTÉM
ACTIVOS OS COMITÉS NAS
INSTITUIÇÕES DO ESTADO
PÁSCOA DA ESPERANÇA
Estamos na semana santa. Os
cristãos vão celebrar mais
uma Sexta-feira Santa que
inicia com a Paixão de Cristo, sua
crucificação e vai desaguar no domingo
da Páscoa, onde se recorda
a ressurreição de Jesus Cristo, o Messias de Deus.
Por esta ocasião, desejamos a toda a comunidade cristã
Feliz Páscoa.
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