No começo do II Congresso do MDM em Nampula, o seu líder apelou à unidade e coesão. O evento ocorre numa altura em que a segunda maior força da oposição atravessa uma crise, em especial no lugar onde decorre o congresso.
A crise política interna do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) dominou a abertura do segundo congresso do partido nesta terça-feira (05.12.). Na província nortenha de Nampula, a crise agudizou-se com o assassinato do edil Mahamudo Amurane e com a escolha do candidato menos votado no partido para concorrer às eleições intercalares de 24 de janeiro.
O líder da segunda maior força da oposição, Daviz Simango, condenou o comportamento de alguns dos seus colegas que se têm distanciado das ideologias do partido.
"São oito anos de muito sacrifício e nessa caminhada há valores que são inegociáveis. Todos gozamos dos mesmos princípios e valores, somos todos iguais enquanto membros do MDM", disse.
Simango foi mais longe ao afirmar que "não podemos destruir a confiança mútua pela fragmentação individualista. Não podemos destruir aquilo que construímos com muito sacrifício".
Problemas do país também na agenda do MDM
O líder do MDM voltou a defender a revisão da Constituição da República para a eleição de governadores provinciais e para reduzir os poderes do chefe do Estado. Além disso, pediu a inclusão do partido nos grupos de diálogo para o alcance da paz efetiva no país.
No congresso do MDM participam mais de mil delegados e convidados.
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) foi representada pelo chefe do Departamento dos Assuntos Sociais do Comité Central, Samuel Massango, que pediu para que se discuta no congresso temas que possam contribuir para o desenvolvimento do país.
Para o representante do partido no poder, "com este congresso, a democracia vai-se consolidar ainda mais''.
CASA-CE inspira-se para as autárquicas em Angola
Outro dos convidados foi a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), representada pelo seu líder Abel Chivukuvuku, que desejou a vitória do MDM nas eleições de janeiro. E Chivukuvuku apelou: "Pelos moçambicanos, não cruzem os braços. Vêm aí as eleições intercalares, voltem a ganhar as eleições de Nampula do próximo ano."
Angola poderá realizar as primeiras eleições autárquicas já em 2019 e Abel Chivukuvuku aproveitou a ocasião para pedir apoio ao MDM.
"Vou pedir ao presidente Daviz Simango para que a CASA-CE possa enviar para a cidade da Beira, durante o ano de 2018, uma equipa de dirigentes para aprenderem e colherem ensinamentos da vossa experiência do exercício de poder local", afirmou.
No congresso do MDM, que termina na sexta-feira (08.12), serão eleitos novos membros do Conselho Nacional e o presidente do partido. Definir-se-ão ainda estratégias para as eleições autárquicas e presidenciais de 2018 e 2019, respetivamente.
LEIA MAIS
ÁUDIOS E VÍDEOS RELACIONADOS
- Data 05.12.2017
- Autoria Sitoi Lutxeque (Nampula)
- Assuntos relacionados Eleições em Angola, Eleições em Moçambique, Eleições de 2017 em Angola, CASA-CE, Nampula, Desemprego, Dívida, Morte, Abel Chivukuvuku, Mahamudo Amurane
- Palavras-chave MDM, Nampula, II Congresso, crise, unidade, coesão, Daviz Simango, Mahamudo Amurane,assassinato, CASA-CE, Abel Chivukuvuku
- Compartilhar Enviar Facebook Twitter google+ Mais
- Feedback : Envie seu comentário!
- Imprimir Imprimir a página
- Link permanente http://p.dw.com/p/2op8k
Sem comentários:
Enviar um comentário