Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 17 de Outubro de 2017 | SAI ÀS TERÇAS |Ano X | Nº 544
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Nyusi anuncia
soluções contra
corruptos
Graça revela que “somos
cúmplices de corrupção”
Graça Machel, activista social, clarificou, ainda, que a corrupção não
só se manifesta pelo desvio de dinheiro, mas assume outras formas,
como desvios de comportamentos, o que no fim prejudicam os cidadãos
desfavorecidos.
Vaga de calor atingirá
44°C no Sul e Centro
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê, esta semana em
quatro províncias das regiões Sul e Centro de Moçambique, a ocorrência
de uma vaga de calor caracterizado por temperaturas que variam de 35
a 44 graus celsius.
Setina
Titosse abre
jogo sobre
fraude
FMI exige clarificação
antes de retomar
ajuda financeira
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2 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
destaques
Graça Machel revela que
“somos cúmplices de corrupção”
Milda poderá recolher às celas antes da sentença
Milda Cossa, uma das arguidas no “caso FDA”, poderá ver sua liberdade provisória quebrada. A medida foi requerida
pelo Ministério Público depois da mesma não ter comparecido numa audiência de acareações, violando assim o
acórdão do supremo que a atribui obrigação especial de presença.
A dependência de Moçambique
do financiamento externo deverá
forçar a Administração Nyusi a
adoptar algumas medidas políticas
impopulares a fim de voltar a
obter o apoio do Fundo Monetá-
rio Internacional (FMI), afirmam
os analistas da Economist Intelligence
Unit (EIU) no seu mais
recente relatório sobre o país, citados
pela agência de notícia Macauhub.
O documento salienta que a
falta de vontade de introduzir
medidas de austeridade antes das
eleições de 2019 poderá tentar o
governo a ir adiando o relançamento
do programa de apoio por
parte do FMI, mas acrescenta
que a crise de liquidez que se tem
vindo a agravar acabará por fazer
com que essa postura tenha de
ser revista.
Esta posição deriva do facto de
o governo continuar a resistir às
exigências apresentadas pelo FMI
para transparência total, nomeadamente
com a divulgação total
do relatório produzido pela empresa
de consultoria Kroll Associates
UK às dívidas ocultas, bem como
com a adopção de uma política
fiscal mais restrictiva, concluíndo
a EIU que um acordo com o FMI
não deverá ter lugar em 2018.
A crise da dívida não terá uma
solução rápida, dizendo os analistas
da EIU que a solução mais
provável será a junção das três
dívidas no montante de 2000 milhões
de dólares numa única, com
os credores a serem obrigados a
perder parte do seu investimento
e com a amortização dos empréstimos,
em incumprimento desde Fevereiro
de 2017, a ser empurrada
para depois de 2020.
O calendário para o alcance
de uma solução, qualquer que
ela seja, é ainda mais incerto,
devendo os tomadores de dívida
pública moçambicana exigir, à
semelhança do FMI e dos doadores
internacionais, a divulga-
ção total do relatório da Kroll
Associates UK.
A economia de Moçambique,
que deverá começar a acelerar
este ano devido ao aumento dos
preços das matérias-primas que
Moçambique exporta, caso do
carvão, deverá registar um crescimento
a oscilar entre 4,2% em
2017 em 5,6% em 2022.
Apoio do FMI deverá
obrigar governo a adoptar
medidas impopulares
Os níveis atingidos no
julgamento do caso do
desfalque dos 170 milhões
de meticais no Fundo do
Desenvolvimento Agrário
(FDA) foram ilustrados
pela activista social Graça
Machel como exemplo da
fragilidade do sistema judicial
moçambicano, quando
este lida com crimes
económicos. “Somos uma
sociedade de cumplicidade
nos comportamentos não
éticos”, destacou a ex-
-primeira dama de Moçambique,
para depois defender
a criação de tribunais
especializados para crimes
de corrupção.
Nelson Mucandze
“O caso
FDA”
foi apen
a s o
exemplo
que a Graça Machel, militante
da primeira linha da Frelimo,
encontrou para sustentar a
sua defesa de se criar tribunais
especializados para julgarem
crimes económicos, porque se
são julgados no sistema geral
prolongam-se por períodos
quase que sem fim, criando-se,
na sociedade, um sentimento
de impunidade. Uma observa-
ção que alinha-
-se a de diversos
pensadores nacionais
que, em
coro, acusam a
justiça moçambicana
de ser selectiva.
“Quando se cria
o sentimento de
impunidade, desenvolvemos
uma atitude de
grande tolerância para com a
corrupção, porque achamos
que não se vai fazer nada”, sublinhou
frisando que “é preciso
termos um sistema que, quando
se detecta um caso que lesa
a pátria como o do Fundo de
Desenvolvimento Agrário, de
imediato seja investigado e
julgado”.
No seu entender, o facto de o
caso que envolve a ex-PCA da
FDA, Setina Titosse, chegar
ao julgamento dois anos depois
da descoberta da infrac-
ção, revela as fragilidades que
o sistema judicial tem em lidar
com o corrupção, cuja situação
se mostra presente em outros
casos de escândalos financeiros
até aqui não esclarecido, nomeadamente
a dívida oculta,
bem como “caso LAM- Embrear”.
A solução, segundo defende,
está na criação
de um sistema
composto por
membros do Serviço
Nacional
de Investigação
Criminal (SERNIC),
Ministério
Público, tribunal
e serviços penitenciários
para
detectar esses crimes, porque
ficar à espera dos tribunais
normais para julgar crimes de
corrupção, não tratará solu-
ções a tempo e hora.
“Aqueles que estão nos níveis
mais baixos são os que sofrem
mais. Então, temos que ser
mais rigorosos em protecção
daqueles que são mais desfavorecidos”,
disse Machel no
evento que tinha como um dos
objectivos a apresentação do
Código de Conduta comercial
para Moçambique, um instrumento
que se enquadra nas
acções desenhadas para o combate
à corrupção.
É um documento cujos objetivos
resumem-se na criação da
ética empresarial e capacidade
de formação em matéria de
prevenção da corrupção, capacidade
no sector privado para
a implementação do Código de
Ética para negócios do modo
a reduzir a corrupção e na facilitação
de uma plataforma
de engajamento entre as empresas
privadas e autoridades
aduaneiras transfronteiriças.
Machel clarificou, na ocasião,
que a corrupção não só se manifesta
pelo desvio de dinheiro,
mas assume outras formas,
como desvios de comportamentos,
o que no fim prejudicam
os cidadãos desfavorecidos,
daí entende ser urgente
que haja espaços que apliquem
vigorosamente a lei, quando
estes desvios forem detectados.
Neste momento, segundo lembra
a nossa interlocutora,
aquele que sofre mais é o cidadão
comum, é aquele mais
baixo, aquele que perdeu o
emprego, aquele cujo salário
já não tem qualquer expressão
para ter alimentação, transporte,
pagar os estudos dos
filhos.
“Normalizamos comportamentos
antiéticos e estes passaram
a ser o nosso dia-a-dia. Por
exemplo, se alguém precisa de
documento no servidor público
e o pedido demora, é normal
ir pagar a um funcionário para
acelerar o processo. É normal
um pai ir pagar a um professor
para o seu filho passar de
classe. Quer dizer, são comportamentos
maus que dominaram
a sociedade. Somos uma sociedade
de cumplicidade nos comportamentos
não éticos”, disse.
Para isso, segundo ela, é preciso
que Moçambique seja dotado
de instrumentos capazes
de permitir detectar, imediatamente,
os casos de corrupção,
para, na mesma linha, serem
encaminhados aos tribunais
especializados, visando responsabilizar
os respectivos autores
e, consequentemente, corrigi-
-los.
Estes pronunciamentos foram
feitos à margem da palestra
com as organizações do sector
privado sobre a ética empresarial
em Moçambique, num
um evento organizado pelo
Instituto de Directores de Mo-
çambique em parceria com
a Ordem dos Contabilistas e
Auditores (OCAM).
“...desenvolvemos
uma atitude de
grande tolerância
para com a cor- rupção, porque
achamos que não
se vai fazer nada”
“Normalizamos comportamentos antiéticos e estes passaram a ser o nosso dia-a-dia” - Graça Machel
Foto: Nilton Cumbe
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 3
Setina promete abrir jogo
sobre mais casas
Os pombos da culpa
estão próximos do poso
no processo 92/2016/7ªA,
sobejamente apelidado
“caso FDA”. Na sessão de
julgamento de dois dias
destinada a acareações,
se demonstrou foro pró-
prio para revelações. Na
senda, a antiga Presidente
do Conselho de Administração
(PCA) do Fundo de
Desenvolvimento Agrário
(FDA) prometeu ao tribunal
revelar mais bens imóveis
e móveis adquiridos com
o dinheiro da fraude milionário.
Abanês Ndanda
No final da acarea-
ção, que atiçou
o ascender dos
nervos, antiga
Presidente do
Conselho de Administração
do Fundo de desenvolvimento
Agrário prometeu ao tribunal
fazer revelações que a acusa-
ção não conseguiu trazer ao
processo.
Setina comprometeu-se a trazer
para o tribunal casas e
outros bens adquiridos com
dinheiro da fraude que, neste
momento, se encontram
na posse de pessoas que não
foram acusadas nem pronunciadas
no processo-crime
92/2016/7ªA.
“Vou conversar com o meu advogado
e em momento próprio
vou falar dessas coisas”, Setina
Titosse.
A acareação que opunha Setina
Titosse e os três irmão
da Milda Cossa foi pedia pelo
Ministério Público com fundamento
nas contradições
havidas nas declarações dos
quatro em relação ao local das
assinaturas dos projectos, local
de entrega, posse dos cartões e
destino dos valores transferidos
pelo FDA, supostamente
para implementação de projecto
de criação de gado bovino.
Os três irmãos Manganhe declararam
ter recebido de Setina
Titosse os valores para
pagamento das custas dos
processos de contratação de
financiamento junto do cartó-
rio privativo do Ministério das
Finanças em valores que superavam
os 30 mil meticais por
projecto.
Neste aspecto, Setina confessou
ter disponibilizado o valor,
mas, contrariamente ao que os
irmão de Milda tinham dito, a
antiga PCA disse ter cedido o
valor a título de empréstimo
e, principalmente, a pedido de
Milda.
Uma das questões que não
foi possível colocar o “preto
no branco”, tem a ver com a
posse dos cartões de débito
bancário durante o período da
fraude, pois há três versões. A
primeira é a dos irmão Manganhe
que afirmaram os três ter
entregue os cartões à Setina.
A segunda versão é a da Setina,
segundo a qual não teria
ficado na posse de nenhum dos
três cartões, até porque “nem
conheço a cor de tais cartões”.
A terceira é a versão de Milda
Cossa. Milda disse estar na
posse dos três cartões de igual
número de irmãos seus, mas
que “o da Binaia recebi das
mãos da senhora Setina”.
“Recolhi os cartões em cumprimento
de ordens de senhora
Setina para evitar que os meus
irmãos fizessem uso do valor.
Eu não tinha como recusar
porque o dinheiro era dela e
só ela podia decidir tudo sobre
ele”, disse Milda Cossa para,
em seguida, frisar nunca ter
feito nenhum uso dos referidos
cartões em caixas automáticas
(ATM) sendo que, ainda
segundo ela, só usou para pagamentos
em estabelecimentos
comerciais para sempre que
Setina assim ordenasse.
“Meritíssimo, eu mal conheço
os três irmãos. O único que conheço
um pouco é Gerson que
vinha para minha casa para
fazer alguns trabalhos”, palavras
de Setina para sustentar
a veracidade da sua afirmação,
segundo a qual seria imprová-
vel ter recebido algo das mãos
dos irmãos de Milda.
De acordo com Setina, os três
irmãos (Gerson, Dércio e Binaia)
Manganhe estão a tentar
safar-se a custa dela.
“Eu não sei porquê as pessoas
andam a tentar se safar de
uma situação, principalmente
os três irmãos”, questionou a
ex-PCA do FDA, Setina Titosse
“Binaia, com que dinheiro
comprou o terreno e construiu
a casa onde vive”, questionou
Setina Titosse à Binaia Manganhe,
uma situação que colocava
em cheque a sua anterior
afirmação, segundo a qual mal
conhecia os irmãos Manganhe.
O processo que caminha para
a finalização da fase de produção
de provas está a colocar
várias relações de familiaridade
à prova. Aliás, vale
dizer que, neste momento, os
intervenientes vão se tornando
maquiavélicos jogando a
“vale tudo”.
Gerson Manganhe, Dércio
Manganhe e Binaia Manganhe
são irmãos de Milda Manganhe
Cossa que, por sua vez, é
casada com Humberto Cossa,
primo de Setina Titosse.
Gerson, supostamente o mais
confiado e conhecido de Setina,
terá movimentado em
sua conta pouco mais de 23
milhões de meticais durante
o período da fraude. Já Dércio
e Binaia só receberam os
valores correspondentes ao
financiamento de projectos
que não chegaram a ser implementados.
Setina Titosse
FMI exige clarificação antes de
retomar ajuda financeira a Moçambique
O recomeço da ajuda financeira
a Moçambique depende
da clarificação por parte do
governo do destino dado aos
fundos obtidos com os empréstimos
contraídos junto dos
bancos Credit Suisse e VTB
da Rússia, afirmou em Washington
o director da divisão
África do Fundo Monetário
Internacional, citado pela Macauhub.
Abebe Aemro Selassie afirmou
que a instituição não prevê
que seja possível alcançar um
acordo para a retomar a ajuda
financeira a Moçambique em
2018.
“Não há conversações sobre o
programa de ajuda antes da
satisfação das lacunas de informação
identificadas pelos
auditores”, disse o quadro do
FMI, que recordou continuar-
-se à espera que a Procuradoria-Geral
da República de
Moçambique divulgue o texto
completo do relatório de auditoria
efectuado pela Kroll Associates
UK e que foi pago pela
Suécia.
Entre os pontos críticos das
exigências, constam a clarifica-
ção do destino dado a 500 milhões
de dólares e a divulgação
dos nomes dos funcionários governamentais
citados no relató-
rio de auditoria.
A posição agora apresentada
pelo FMI poderá representar
um duro golpe ao ministro
moçambicano da Economia e
Finanças, Adriano Maleiane,
que terá manifestado a esperança
de sair de Washington
com o bloqueio do FMI resolvido.
Sobre o encontro com a delegação
liderada pelo ministro
moçambicano, Selassie disse
que “o diálogo foi útil, com informação
melhorada sobre a situação
macro-económica sobre
a adopção de reformas fiscais.”
Foto: António Mangumbe
4 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
destaques
África precisa de um sector privado vibrante e liderado
por africanos para desbloquear a sua economia
Quatro polícias e outras sete pessoas
morreram na tarde da última
quinta-feira num tiroteio na aldeia
de Maculo, no distrito de Mocímboa
da Praia, norte de Moçambique,
disse à Lusa fonte da rádio
comunitária da vila.
Os polícias realizavam uma patrulha
na povoação, situada no
meio do mato, junto à costa, a
cerca de 20 quilómetros da sede de
distrito, quando foram atacados por
um grupo armado, referiu a mesma
fonte, com base nos depoimentos de
dois familiares de agentes abatidos.
Segundo um dos parentes, os
corpos dos polícias já foram encaminhados
para a morgue da capital
provincial, Pemba.
Os outros sete mortos seriam
elementos do grupo que atacou os
agentes, de acordo com uma fonte
da aldeia.
As autoridades locais ainda não
prestaram informações sobre o assunto,
mas as fontes ouvidas suspeitam
tratar-se do mesmo grupo
que tem desestabilizado a zona, na
província de Cabo Delgado.
O ataque acontece uma semana
depois de os postos de polícia da
vila de Mocímboa da Praia terem
sido atacados por um grupo armado
de 30 homens com sinais de
afiliação islâmica (vestes e palavras
de ordem), mas do qual as organizações
muçulmanas moçambicanas
já se distanciaram.
Nos primeiros ataques da já tinham
morrido outros quatro polícias,
12 atacantes e um líder comunitário,
segundo informações da
polícia.
Nesta segunda-feira, a Polícia
anunciou que detivera na capital
provincial de Pemba cinco homens
e estão a seguir outras pistas após
o ataque armado a Mocímboa da
Praia.
A entrada de cinco homens de
calções, com mochilas, pelas machambas
(hortas) do bairro de Muxara
A, ao lado do principal acesso
à cidade, foi denunciada na manhã
de quarta-feira por residentes.
“As pessoas estão mais alerta e
prontas a denunciar” qualquer coisa
que considerem suspeita, “depois
do que se passou em Mocímboa da
Praia”, referiu a fonte.
Quatro polícias e outras
sete pessoas mortas
em tiroteio no norte de
Moçambique
Detido presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga
O Presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga, em Manica, Jacob Muiambo está detido
desde a última sexta-feira, indiciado de envolvimento no roubo de cerca de dois milhões de meticais
dos cofres da edilidade local.
Num evento que juntou
mais de mil participantes
de 54 países, o patrono
da Fundação Tony Elumelu
(TEF), defendeu, semana
finda em Lagos, na Nigéria,
que a África precisa de ter
um sector privado vibrante
e liderado por africanos de
modo a desbloquear a sua
economia e dependência
externa. Elumelu salientou
que o destino de África
está nas mãos das novas
gerações de empreendedores.
Elísio Muchanga, em Lagos
O patrono da fundação
Tony Elumelu,
que falava
durante a 3ª
edição do fórum
anual de empreendedores levada
a cabo pela Fundação
Tony Elumelu, frisou que uma
economia liderada por africanos
em África é a chave para
desbloquear o potencial econó-
mico e social da África.
Afirmou que “o desenvolvimento
da África deve ser liderado
pelo sector privado e
orientado por empreendedores,
jovens inovadores africanos
que, com as suas ideias transformadoras,
criarão milhões de
empregos que a África precisa.”
Segundo Elumelu,”o crescimento
e desenvolvimento da
África é nossa responsabilidade
e uma oportunidade para
nós, pois ninguém mais além
de nós tem o dever de desenvolver
a África. O destino da
mesma está nas mãos das novas
gerações de empreendedores”.
Referiu ainda que “todos nós
estamos cientes do rápido
crescimento populacional, explosão
demográfica que força
a criação de empregos para as
novas gerações, facto que não
é tarefa exclusiva dos governos,
pois há que se democratizar
a criação de empregos e a
forma de fazer isso, de acordo
com o patrono da fundação, é
criar e emponderar empreendedores
que irão prover milhões
de empregos.
O fórum de três dias, que acolheu
mais de 1.300 participantes,
na sua maioria jovens
empreendedores africanos, foi
uma vitrina de ideias inovadoras
em todos os sectores,
com desataque para agricultura,
tecnologia, saúde, moda e
energia.
Lançado em 2015, o Fórum
de empreendedores surgiu de
um compromisso de 100 milhões
de dólares da fundação
com o objectivo de identificar,
capacitar, orientar e financiar
10.000 empresários africanos,
ao longo de uma década, através
do Programa de Empreendedorismo
TEF.
Por outro lado, Elumelu contou
que “ nós unimos o ecossistema
de empreendedorismo
africano, colocando os empresários
no centro do palco.
Gostaria de agradecer aos chefes
de governo e outros decisores
políticos, que apoiaram
a nossa firme convicção de
que o sector privado é o motor
do crescimento e os actores
do sector privado, que são
modelos de nossa filosofia do
Africapitalismo, a ideia que
os negócios irão impulsionar a
mudança e essa mudança deve
gerar riqueza económica e social
“.
Entretanto durante as diferentes
sessões foi enfatizado
o papel da fundação de unir
empresários e formuladores de
políticas, como forma de garantir
que os sectores público
e privado trabalhem juntos
para criar um melhor ambiente
operacional possível para o
empreendedorismo prosperar.
O evento contou com a participação
de várias personalidade
políticas e empresarial
de África com destaque para
Alhaji Aliko Dangote, presidente
do Grupo Dangote, que
abordou as condições necessá-
rias para estimular o crescimento
empresarial em África,
bem como Lionel Zinsou, ex-
-primeiro-ministro da Repú-
blica de Benin, dirigentes da
Afrexim Banco entre outras
individualidades.
“Os sector privado e público
juntos podem prosperar por
meio do desenvolvimento. Os
governos africanos devem ir
além das retóricas e implementar
suas ideias “, entusiasmou
Oba Otudeko
Por seu turno, o vice-presidente
da Nigéria, Yemi Osinbajo,
salientou, na ocasião,
que, “esta geração de jovens
fará o excepcional. Tu és a
razão pela qual a África funcionará.
O comprimento e
a amplitude da exibição de
talentos mostraram que há
realmente esperança “.
No decurso do fórum foram
testemunhados acordos memorandos
de entendimentos
entre o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento
(UNDP) e a
Fundação, e entre o banco
de desenvolvimento bilateral
francês, Agence Française
De Développement (AFD) e
TEF.
Os parceiros da TEF, incluindo
a Microsoft, a Sage
One e a Greentec, também
realizaram oficinas de capacitação
e eventos paralelos voltados
para abordagens para
ampliar estrategicamente as
empresas. O United Bank for
Africa (UBA) orgulhosamente
apoiou o fórum.
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 5
PR coloca seu Governo à prova
Na semana que findou, o
Presidente da República
(PR), Filipe Nyusi, apresentou
aos membros que
compõe o corpo de dirigentes
do seu governo uma
série de acções que devem
desenhar e apresentar
ao seu responsável como
prova do compromisso de
combate à corrupção. A
medida surge num momento
em que a corrupção
registou um aumento de 18
por cento em Moçambique.
Nelson Mucandze
Nyusi recomendou
que cada dirigente
formulasse
o seu Plano
de Acção Anti-
-corrupção e submeter ao seu
responsável hierarquicamente
superior para a monitoria,
avaliação e controle.
Enquanto isso, outras acções
passam pela promoção de um
movimento activo e transparente
com os grupos interessados,
através do acesso
à informação como forma de
prestação de contas e a promoção
de debates sobre os
males da corrupção com a sociedade
civil, incluindo os polí-
ticos e os religiosos.
Na mesma senda, Nyusi, que
se mostrou desgastado pelos
índices elevados de corrup-
ção no País, que colocam Mo-
çambique na quinta posição
a nível da SADC, deixando
para trás Angola, República
Democrática do Congo, Zimbabwe
e Madagáscar, disse a
uma plateia constituída por
dirigentes de empresas públicas,
secretários permanentes,
inspectores-gerais, assessores
e outros quadros que os orçamentos
elaborados para o funcionamento
dos sectores que
dirigem devem incluir actividades
que visam combater à
corrupção.
Na ocasião, o Presidente da
República destacou o estabelecimento
de mecanismos que
concorram para a redução da
burocracia, trabalhando para a
redução dos passos para se obter
a documentação necessária
como forma de evitar jogos de
favores.
“A corrupção é uma doença,
tem carcomido a nossa sociedade,
retardou o nosso desenvolvimento
e denegriu a nossa
reputação durante muito tempo”,
disse PR, para, depois,
apresentar o quão assustador
são os índices de corrupção
que se apresentam no País.
Só de Janeiro deste ano (2017)
a esta parte foram tramitados
mais de quatrocentos e cinquenta
e sete processos.
Fora da SADC, a nível mundial,
em 2016, o País regrediu,
ocupando a centésima quadragésima
segunda posição, com
vinte e sete pontos contra a
centésima décima primeira posição,
em 2015, com trinta e
um pontos.
Em 2016, o Ministério Público,
através do Gabinete Central
de Combate à Corrupção,
tramitou 1235 processos-crime,
contra 1051, em 2015.
Os dados relativos aos processos
de peculato indiciam um
prejuízo para o Estado no valor
de Quatrocentos e cinquenta
e nove milhões, trezentos e
quinze mil, novecentos e sessenta
e oito meticais e noventa
e cinco centavos.
As províncias de Nampula,
Sofala e Cidade de Maputo
liderarem actos de corrupção,
segundo as estatísticas oficiais.
“A corrupção é uma realidade
global antiga e penetrante
– é uma doença universal. O
seu impacto é adverso. Ela é
sentida e se apresenta de forma
desproporcional nos países
em desenvolvimento, com suas
instituições ainda jovens, democracias
incipientes, capacidades
de acção menores e com
a pobreza generalizada”, lembrou
o Chefe de Estado.
Na sua intervenção, Nyusi sublinhou
que nos países pobres,
a corrupção apresenta-se como
um ciclo vicioso. As pessoas
são corruptas porque são pobres
e são pobres devido à corrupção
ou devido as más prá-
ticas de governação.
“O ciclo vicioso deve ser quebrado
e isto depende deste
corpo de dirigentes intermé-
dios. Esta massa pensante mo-
çambicana deve verticalmente
mudar de paradigma”, disse o
governante.
No seu extenso discurso de
32 páginas, Nyusi realçou que
esta luta é tão crucial porque
os custos da corrupção são evidentes.
Apesar de que ao nível
individual possa parecer que
um acto de pedir um pequeno
suborno não prejudique, ou se
considere de pouca monta, porém,
o seu efeito cumulativo é
exactamente o contrário.
“É verdade que estamos a dar
passos determinantes nesta
batalha contra à Corrupção
como acima nos referimos,
mas precisamos de fazer muito
mais”, disse na reunião dos
que decorreu sob o lema ‘Por
uma Administração Pública
Integra, contra à Corrupção e
Orientada para resultados”.
Ainda na reunião dos inspectores-gerais
, directores nacionais
das instituições Estados e
secretários permanentes o PR
lembrou que nestes crimes,
dentre os envolvidos, figuram
governantes, edis dos municí-
pios, diplomatas, administradores,
entre outros.
“Quer seja no sector público
ou privado, uma “comissão”
de um bilião de dólares americanos
ou um suborno de
apenas cinquenta meticais:
Moçambique não vai tolerar, é
corrupção na mesma”, alertou,
clarificando ainda que apesar
de a luta não constituir descoberta
o combate à corrupção
deve tornar-se prioridade.
Sua redução, segundo entende
Nyusi, irá melhorar o ambiente
de negócios para as famílias,
para os empresários e para os
grandes investidores nacionais
e internacionais.
Ainda no mesmo discurso,
chamou a atenção sobre o
perfil dos dirigentes para os
desafios que devem ser vencidos.
“A integridade é a nossa
capacidade de assumir compromissos
sérios, que fizemos
connosco mesmos e manter os
que assumimos com os outros.
“Integridade é fazer o que dizemos.
Nós queremos funcionários
firmes nas suas convic-
ções, que trabalham de forma
diligente e pragmática, responsável
e honesta”, disse o Chefe
de Estado.
País pretende superar a
produção pré-independência
de castanha de caju
Moçambique deverá estar a
produzir a curto prazo 200
mil toneladas de castanha de
caju, disse o primeiro-ministro
Agostinho Carlos do Rosário,
que justificou a sua afirmação
com os investimentos que estão
a ser efectuados na cultura
de rendimento.
O primeiro-ministro, que recordou
que Moçambique já
ultrapassou aquela tonelagem
antes da independência,
em 1975, disse que Nampula
é uma das províncias do país
que mais se destaca na produ-
ção de castanha de caju, com
60 mil toneladas ou quase metade
da actual produção de
137 mil toneladas.
Carlos Agostinho do Rosário
falava no campo de produção
intensiva de cajueiros de Nassuruma,
distrito de Meconta,
no âmbito da visita de trabalho
que efectua a Nampula, de
quinta-feira a sábado da semana
passada, de acordo com a
agência noticiosa AIM.
O viveiro de Nassuruma, que
pertence ao Instituto de Fomento
do Caju (Incaju), tem
como uma das suas principais
actividades a produção de
mudas de cajueiro, tendo na
presente campanha 2016/17
produzido já 799 mil mudas enxertadas.
O primeiro-ministro visitou ainda
a empresa Alfa-Agricultura,
de capitais sul-africanos, cujos
donos aplicaram 8,6 milhões de
dólares na produção, num terreno
com 1080 hectares, de castanha
de caju, produtos hortícolas
e fruta. Macauhub
Fotos: Nilton Cumbe
6 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
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Wallerstein: tempos de incerteza caótica
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TABELA DE ASSINATURAS
opinião
Você está confuso com o que
acontece no mundo? Eu também
estou. Todo mundo está.
Essa é a realidade subjacente e
contínua de um sistema-mundo
caótico.
Numa situação caótica, há
mudanças constantes e dramá-
ticas nas prioridades de todos
os atores. Num dia, as coisas
parecem correr de modo favorável,
do ponto de vista de
certo ator. No dia seguinte, a
perspectiva parece muito desfavorável.
Nem sempre o sistema-mundo
esteve mergulhado no caos.
Muito pelo contrário! O sistema-mundo
moderno, como
qualquer sistema, tem suas regras
de funcionamento. Essas
regras possibilitam que tanto
os de fora quanto os participantes
avaliem o comportamento
provável de diferentes
atores. A aderência às regras
de comportamento expressa
o funcionamento “normal” do
sistema.
Somente quando o sistema
atinge um ponto em que não
é possível retornar a um equilíbrio
(móvel) que renova suas
operações normais é que ele
entra numa crise estrutural.
A incerteza caótica é uma característica
central dessa crise
estrutural.
No começo de setembro de
2017 houve três dessas mudanças
dramáticas em prioridades
e alianças. A que atraiu
maior atenção foi o anúncio,
pelo presidente dos EUA Donald
Trump, de que havia
chegado a um acordo com os
líderes democratas do Congresso
– senador Chuck Schumer
e deputada Nancy Pelosi
– para promulgar uma medida
de (1) ajuda emergencial para
o furacão no Texas e estados
vizinhos, sem impor quaisquer
condições, combinada com (2)
aumento do teto do endividamento,
por três anos.
Esse acordo foi significativo
por duas razões. Primeiro,
porque Trump havia se comprometido
a não negociar com
os democratas. E mais, essa
negociação foi aparentemente
nos termos estabelecidos pelos
democratas. Mais importante
ainda, Trump fez esse acordo
sem informar, até o último minuto,
a liderança republicana
no Congresso – o deputado
Paul Ryan e o senador Mitch
McConnell, que se sentiram
compreensivelmente atacados
por essa ação. Segundo,
e ainda mais surpreendente,
ele adiou por seis meses o fim
do programa DACA, celebrado
pelo ex-presidente Barack
Obama. O DACA foi projetado
por Obama para permitir
a permanência, nos EUA aos
chamados dreamers, imigrantes
“ilegais” que chegaram ao
país na infância. Trump prometera
cancelar o programa
no primeiro dia do seu mandato.
Por quanto tempo esse acordo
irá durar, ainda não se
sabe. Mas seu simples anúncio
perturbou, provavelmente por
um longo tempo, a relação de
confiança entre Trump e os
congressistas republicanos. Foi
por certo uma virada dramá-
tica.
Menos notada, mas muito
importante, foi o anúncio,
pelo governo da Indonésia, da
mudança, para Mar de Natuna
Norte, do nome das águas
imediatamente ao norte do
país. Esse ato aparentemente
inócuo pode ser entendido em
termos de história das reivindicações
marítimas nas águas
do leste e sudeste da Ásia. Há
algum tempo, a China tem reivindicado
a maior parte desses
mares e construído bases em
ilhas ou mesmo rochas neles
localizadas.
As reivindicações chinesas
foram contestadas pelas Filipinas,
Taiwan e Vietnã, e
também pelos Estados Unidos.
Até agora, a Indonésia tentou
manter-se neutra nessas disputas
e até se ofereceu como
mediadora. O ato de renomear
as águas ao norte do país é,
contudo, uma proclamação
dos direitos indonésios a águas
reclamadas pela China. Anunciar
publicamente essa disputa
é não apenas um ato contra a
China como também uma atitude
muito “dura” da Indoné-
sia. A China imediatamente
sinalizou seu desagrado com a
renomeação. A Indonésia não
está recuando.
A terceira virada em alian-
ças é menos dramática porque
já acontece há algum tempo.
Todavia, agora assumiu uma
forma dramática. A Turquia
parece ter renunciado a suas
obrigações como membro da
OTAN, ao decidir pela compra
de um sistema militar russo de
mísseis terra-ar, que não é “interoperável”
pelos aliados da
OTAN.
Esse ato é considerado um
grande giro nas antigas relações
turcas com a Europa
Ocidental e os Estados Unidos.
Da perspectiva turca, é
simplesmente uma resposta
a atos hostis de membros da
OTAN contra ela. Tem ainda
implicações para alianças geopolíticas
e grandes arranjos
econômicos. É uma maneira
de relegar ao passado disputas
entre a Turquia e a Rússia
sobre a Síria e o Irã. Também
aqui é preciso averiguar
o quanto durará.
Viradas dramáticas são o
arroz com feijão cotidiano de
uma crise estrutural. Isso significa
que viveremos em incerteza
caótica até que a crise
estrutural seja resolvida em
favor de uma das duas pontas
da bifurcação. Precisamos
concentrar nossas análises
e nossas ações naquilo que
torna mais provável o lado
progressista da bifurcação ultrapassar,
no médio prazo, o
lado reacionário, para a resolução
dessa luta. * Immanuel
Wallerstein é um dos
intelectuais de maior proje-
ção internacional na atualidade.
Seus estudos e análises
abrangem temas sociólogicos,
históricos, políticos, econômicos
e das relações internacionais.
É professor na
Universidade de Yale e autor
de dezenas de livros.
Immanuel Wallerstein
Cresce a instabilidade global. Atores políticos antes previsíveis alteram seu comportamento bruscamente.
Antecipar o futuro torna-se quase impossível. A crise estrutural aprofunda-se
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 7
O combate à corrupção e o
papel de vários actores!
O futuro na Unesco
jossiasgira@gmail.com
O Presidente da República, Filipe
Nyusi, fez na última Sexta-feira,
aquilo que lhe competia fazer
como Chefe de Estado: Dar a
devida legitimidade política ao
combate à corrupção, um fenó-
meno que virou cancro desde
que o País abandonou a economia
centralmente planificada e
abraçou a economia de mercado,
vulgo capitalismo.
Em discursos avulsos, na capital
e nas províncias, em comunica-
ções no estrangeiro e até no XI
Congresso da Frelimo, Nyusi
sempre sinalizou que o combate
à corrupção era uma prioridade
número 1 na sua governação
e na Sexta-feira o que ele fez
foi mesmo selar essa intenção
política, marcando, ele próprio,
o pontapé de saída para uma
jornada que será dura, longa e
produzira vítimas.
Não se vá culpar, doravante, o PR
nem o Governo a nível central
por não ter dado o aval político
para o combate avançar. Não se
vai alegar alguma cumplicidade
política para quem doravante
ande a delapidar fundos públicos,
para quem ande a gerir mal o
património do Estado para obter
benefícios próprios, para quem
faz jogadas de favorecimento
para beneficiar amigos e familiares.
Isso já acabou, promete
o Presidente falando a quadros
seniores que fazem a gestão do
Estado a vários níveis.
E depois do discurso incisivo do
Presidente Nyusi o que sobra?
Sobram certamente comentários
abonatórios a intenção do Chefe
do Estado. Sobram análises
muito boas a sua inspiração e
vontade de liderar uma nova
era de distanciamento para com
a corrupção e sobram muitas
interrogações: Será que o Governo
vai conseguir reduzir os
altos e vergonhosos índices de
corrupção?
Em nossa opinião, o Presidente
da República fez e muito bem a
sua parte, a parte que lhe competia
como Chefe do Governo.
A impunidade em relação aos
crimes de corrupção roçava e
roça, ás vezes, o ridículo, ao
ponto de quem não for corrupto
ser ridicularizado em várias
instituições do Estado e mesmo
a nível das famílias.
Só que esse combate não começa
nem termina no PR. Em nosso
entender, muitos e vários actores
sociais estão convidados a fazerem
parte nesta jornada que no
final do dia honrará e dignificará
a grande família moçambicana
quando as estatísticas e barómetros
nos colocarem entre os paí-
ses menos corruptos do Planeta.
Os denunciantes e testemunhas
têm aqui papel fundamental.
Devem denunciar e testemunhar
com responsabilidade. Sem
maldade e sem nenhuma outra
motivação que não seja proteger
o bem-comum do Estado mo-
çambicano.
Os investigadores policiais ou do
Ministério Público devem elaborar
com responsabilidade, serenidade
e no estrito respeito pela
Lei os competentes processos-
-crime, de maneiras que quando
estes chegarem ao juiz, este tome
decisões justas e baseadas apenas
na legislação pertinente.
Os juízes ou tribunais têm aqui
papel fundamental e decisivo,
pois não se espera que o combate
à corrupção produza vítimas para
entrarem nas estatísticas sobre
quantos corruptos foram presos,
quantos corruptos foram julgados,
quantos foram acusados.
A guerra declarada Sexta-Feira
contra a corrupção pelo PR não
é uma campanha de caça às bruxas.
De vinganças entre colegas,
entre superiores e subordinados
por razões mais ou menos mesquinhas.
É um assunto sério que
visa devolver dignidade a todo
um Estado, a todo um País.
A guerra contra a corrupção não
deve ser feita tipo campanha,
num País que gosta muito de
fazer as suas campanhas, muitas
delas muito mal feitas ate.
Conhecemos a pressão da sociedade
para que os corruptos vão
todos a cadeia. Conhecemos a
pressão dos famosos doadores
para que os corruptos sejam
julgados e condenados. Conhecemos
a pressão das nossas organizações
da sociedade civil para que
as cadeias sejam abarrotadas de
quadros e quanto mais superiores
forem melhores, quanto mais
sonantes e mediáticos os nomes
melhores.
Mas atenção: os nossos procuradores
e juízes não podem cair nessa
tentação de correr para prender
gente inocente, gente cujos crimes
não têm provas sólidas. Prender
gente apenas para satisfazer estatísticas,
doadores e sociedade civil.
A nossa Justiça não deve se sentir
pressionada nem obrigada pelo
Governo ( que até lhe paga bons
salários) para correr e prender
quadros apenas porque tem nomes
sonantes e são figuras mediáticas
e assim haver relatórios ricos nos
organismos nacionais e internacionais
de combate à corrupção.
O Presidente Nyusi não disse
que de hoje em diante as cadeias
devem estar cheias de
gente. E preciso um trabalho
calmo e competente. É preciso
prover as instituições de investigação
criminal de meios para
que no final de cada acusação,
haja provas robustas que fa-
çam calar o mais crítico dos
analistas.
Todos nós temos responsabilidades
acrescidas nesta fase
nova do combate à corrupção,
pois todos nos temos que acusar
e provar em sede do tribunal
os verdadeiros corruptos e deixar
em paz aqueles que apenas parecem
corruptos, mas que podem
justificar os seus rendimentos.
Porque não tenhamos duvidas: há
por este País gente com grande
nível de vida, resultante da sua
entrega ao trabalho, ao empreendedorismo.
O discurso do PR
inicia e legitima um processo,
mas não encerra um trabalho
complexo que vem ai.
editorial
No seio das várias atitudes controversas
que Donald Trump tem
vindo a tomar na ordem internacional,
o anúncio da saída dos EUA
da Unesco deve ser visto como
significativo, no entanto, como um
episódio menor. A circunstância de
Israel ter acompanhado a atitude
americana revelou a racionalidade
subjacente: foi uma resposta a
decisões recentes que, no âmbito
da organização, foram tomadas
num sentido que as autoridades
israelitas interpretam como hostis
aos seus interesses.
A Unesco é uma agência da constelação
das Nações Unidas dedicada
à educação, à ciência e à cultura.
Ela é mais visível, contudo, na
leitura das opiniões públicas, pela
classificação dos patrimónios,
de natureza material e imaterial,
disputadas pelos vários países
como fatores de prestígio, com
consequências económicas não
despiciendas. Não obstante os seus
objetivos poderem indiciar alguma
neutralidade temática, tornou-se
evidente, ao longo do seu historial,
que a Unesco se foi transformando
num palco secundário dos grandes
afrontamentos políticos à escala
global. Por um tempo, a Guerra
Fria e as questões do então chamado
Terceiro Mundo marcaram
os dias da Unesco. Em crescendo,
o diferendo israelo-palestiniano
transportou para aí toda a sua
acrimónia.
A partir de certa altura, o mundo
ocidental revelou um certo incó-
modo com o curso tomado pela
organização, vista como um instrumento
para agendas adversas aos
seus objetivos. Os Estados Unidos
e o Reino Unido, por exemplo,
haviam já assumido gestos de
afastamento da Unesco, com consequências
graves nas respetivas
contribuições financeiras. Outros
Estados não deixaram de mostrar
sintomas de idêntico desagrado,
apenas minorados pelo imperativo
de terem de manter um relacionamento
minimamente eficaz, no
plano diplomático, com zonas do
mundo que usavam a organização
para dar relevo às suas especificidades
culturais ou de relativismo
civilizacional, como era o caso do
mundo islâmico. Algum regular
viés doutrinário em certas decisões
geradas no seu seio, embora de forma
indiscutivelmente democrática,
contribuíram para que a Unesco
sempre mantivesse a si associado
um registo polémico, bem patente
nos momentos de mudança dos
respetivos diretores-gerais.
Convém no entanto ser justo: dentro
da Unesco, continuou sempre
a ser desenvolvido, em muitas e
importantes áreas, um trabalho
reconhecidamente notável, da
maior importância no plano
científico e cultural, que garantiu
à organização um lugar interessante,
respeitado e prestigiado no
universo multilateral.
A recente decisão da administra-
ção Trump de abandonar a Unesco
insere-se naquilo que é manifestamente
o multilateralismo à la
carte que Washington assumiu
como doutrina: utilizar o mundo
das organizações internacionais
quando ele convém à sua agenda
nacional e atuar, nas áreas multilaterais
em que os seus interesses
não são servidos, de uma forma
hostil e até agressiva. Acho, aliás,
que estamos apenas no início desta
coreografia política da equipa
de Trump.
Como sairá a Unesco desta crise?
É evidente que os tempos futuros
não vão ser fáceis para a organiza-
ção, mas a verdade é que a atitude
americana que vinha do passado
também já tinha conduzido a
Unesco a restrições muito fortes
em vários dos seus programas. Os
próximos anos serão complexos,
mas talvez o facto de a nova diretora-geral,
há dias eleita, ser francesa
possa trazer a Europa para um
papel mais importante na Unesco.
E isso faria toda a diferença.
Francisco Seixas da Costa
diário notícias PT
8 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
opinião Voz do Povo
Olhar fotográfico
Nilton Cumbe
Se Machel fosse vivo, Moçambique estaria em
outros níveis de desenvolvimento
Arlindo Tivane
Acredito que se o Presidente Samora
Machel estivesse vivo, estaríamos em
outros níveis de desenvolvimento. Ele
tinha um pensamento diferente e o que
ele dizia era acatado pelo povo moçambicano;
era uma figura carismática. Entretanto,
no sector de educação Samora
Machel exigia um ensino de qualidade
para poder ter bons resultados. O Presidente
Machel valorizava a figura do
professor, o que hoje não está acontecer.
Clotide Pape
Se o Presidente Samora Machel estivesse
vivo, estaríamos em patamares
de desenvolvimento aceitáveis. Quanto
a educação, estaríamos avançados, bem
como na saúde, porque ele foi enfermeiro.
Na Saúde, Machel não gostava de
ouvir que um profissional médico ou
auxiliar abandonou o posto de trabalho;
na agricultura também tinha um foco
claro e praticável. Como medidas devemos
lutar para acabar com corrupção.
Absalão Chissano
Se o Presidente Samora Machel estivesse
vivo, Moçambique estaria desenvolvido,
sobretudo quando olho para
a questão da pobreza que nosso povo
está a enfrentar até hoje. O Presidente
Samora Machel lutava pela igualdade
e não pela desigualdade, também dava
valor aos sectores da Educação, da
Saúde e da Agricultura. Penso que os
nossos dirigentes deviam seguir o pensamento
do Presidente Samora Machel.
Sandra da Cruz
Penso que se o Presidente Samora
Machel estivesse vivo, o País estaria desenvolvido.
O Presidente Samora Machel
colocava em primeiro lugar a Agricultura
como base desenvolvimento de Moçambique.
Portanto, se resgatássemos o pensamento
do Presidente Samora Machel,
Moçambique estaria no outro patamar,
pelo que apelo a todos os nossos líderes
que resgatem os ideais de Samora Machel.
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 9
opinião
Quem toca tambor para fazer o louco dançar, não é mais lucido do que o louco
(Provérbio Africano)
Daniel Kahneman, um teórico
que combina finanças e psicologia,
trouxe ao pensamento
económico a base do que designou
de efeito de dotação
que se funda no princípio de
que os humanos têm aversão
ao risco nas suas escolhas.
Esta teoria sugere que o ser
humano e as suas formações
sociais estariam mais inclinados
a um processo de crescimento
e desenvolvimento sem
riscos. Contudo, os caminhos
trilhados por muitos países
como Moçambique, perseguindo
modelos de desenvolvimento
de outros países, têm
tendência para o prejuízo pelo
facto de procurar imitar o percurso
dos outros em contextos
históricos e culturais diferentes.
As definições clássicas apontam
o conceito de desenvolvimento
como “o aumento de
produtividade e/ou da renda
por habitante acompanhado
por uma acumulação de capital”
(Luiz Carlos Bresser-Pereira).
Esta e outras definições do
tipo mais parecem com uma
normação do que com um processo.
Como normação se força
uma concentração obsessiva
na acumulação de capital, o
que tende a sacrificar outros
aspectos da vida. Economistas
como Joseph Schumeter reconhecem
este sacrifício na sua
dissertação sobre a chamada
“destruição criativa” associada
ao desenvolvimento baseado
no capital.
Isto está patente nas perdas
de valores morais, culturais,
destruição ambiental, novas
doenças, guerras mais violentas,
crises económicas com ciclos
mais frequentes, etc. Se se
olhar como a natureza processa
o desenvolvimento pode-se
aprender bastante para transformar
o desenvolvimento de
padrão normativo em processo
evolutivo.
A biologia ensina que crescimento
e desenvolvimento são
coisas distintas, mas relacionadas,
integradas e interactivas.
O crescimento de um organismo
é um processo de multiplicação
de células, e o desenvolvimento
é a organização das
células em tecidos e estes em
órgãos que desempenham tarefas
complexas, mas de forma
coordenada.
Uma multiplicação celular descoordenada
prejudica o sistema.
Um tecido, ou órgão que
esteja em falta ou em excesso
aniquila a eficiência do sistema
ou da própria vida. Não
desenvolvimento de órgão sem
a célula e não há célula fora
do tecido ou órgão. Esta lição
sugere que o crescimento e desenvolvimento
do País deve
procurar ir para além dos aspectos
normativos do capital,
para trazer balanceamentos
sociais, culturais e morais onde
o homem (e não o Produto Interno
Bruto-PIB) é centro motivador
e beneficiador.
O desenvolvimento visto como
o uso das habilidades da sociedade
para transformar a sua
vida, acarreta menos riscos,
pois cada membro da sociedade
passa a ser imprescindível
e se enquadra numa organização
social que tem a sua
tarefa. O funcionamento dos
órgãos estabelece um sistema
que estimula o crescimento e
o desenvolvimento.
Neste processo, o ser humano,
e não a competitividade,
é sujeito e objecto. Claramente
que não se deve
ignorar os modelos de outros
países pois podem ser úteis
como referencias, mas nocivos
como meta. A adopção
do desenvolvimento como um
processo de transformação
não assume obsessivamente
uma meta, porque não há limite
para a evolução de uma
sociedade.
O processo assume como alavanca
o contexto local como
se de célula se tratasse. O
contexto local assume a localidade
e a aldeia como o ber-
ço que estrutura o crescimento
e o desenvolvimento. É na
visão da aldeia e da localidade
como células onde nasce
a diferenciação e a orienta-
ção. E quem marca essa diferenciação
é a cultura, que
joga um papel preponderante
como propulsionador.
Mesmo o mundo globalizado,
apregoa que a competitividade
no mercado é ditada
por aquilo que um país tem
de único e especial e que
pode partilhar com o mundo.
O que cada sociedade
tem de único é a sua cultura.
Quando Moçambique
tenta entrar no merca -
do mundial de trigo ou de
batata reno como produtor,
muito cedo se visualizarão
os riscos associados porque o
trigo e a batata reno, embora
sejam parte da dieta do Pais,
o seu berço cultural é noutros
quadrantes.
Seria talvez, mas competitivo
se se cultivasse e se industrializasse
a massala, mukhua,
mafurra, rícino, mapira, ameixoeira,
etc. Se este for o caminho
a distinção e o respeito
do país no mercado vai ser
acentuado pelo valor intrínseco
da cultura local, geração e
incorporação de novos conhecimentos,
maior aceitação nacional
e mundial, tolerância,
criatividade e equidade.
A cultura é um dos primeiros
elementos de preparação para
a vida de uma sociedade, e
por isso tem um papel importante
na formação do capital
social. A cultura contribui
para o aumento do potencial
intelectual e faz da sociedade
um gerador e não puro consumidor
de conhecimento.
A cultura é um instrumento
de colaboração, comunica-
ção, e integração social, prevenindo
as exclusões sociais
patológicas que se assistem
hoje. Quando um povo ignora
a sua cultura, perde a
sua identidade e a sua orientação,
transformando-se em
mau imitador dos outros.
Muzamani
Lucinda da Angónia
Tenho uma amiga que vive no Malawi,
ela manda-me uma mensagem
a dizer: “Conheces uma Lucinda
que parece ter sido tua colega no
Lar da Nossa Senhora das Mercês
na Beira”…. Eu fiquei abismada….
Claro que sim…. Foi a primeira
vez que eu me reencontrei, mesmo
pela internet com alguém do meu
tempo do Lar da Nossa Senhora de
Mercês na Beira…. Logo lhe pedi a
estória e ela aceitou. Vamos ouvir
a sua estória na primeira pessoa:
“Chamo-me Lucinda da Concei-
ção, nasci na Angónia em 1959.
Fiz a escola Primária na Angónia
e o Ciclo Preparatório em Fonte
Boa. Depois fui para a Beira, Liceu
Pero de Anaia e fiquei no mesmo
lar que tu da Nossa Senhora das
Mercês. Depois fui para Niassa.
Durante a minha estadia na Beira
o meu pai morreu durante a Guerra
de Libertação Nacional. As irmãs
até rezaram uma missa para mim.
Lembras-te quando faltávamos
a algumas aulas para ir à praia e
quando roubávamos as uvas dos
vizinhos? Tu e as outras mais altas
tiravam as uvas e davam-nos
a nós mais novas. Os donos da
casa eram Madeirenses. As irmãs
nunca nos viram. Havia também
o grupo das mais velhas cheias de
vaidade e arrogância que ficavam
no canto delas. Cansamo-nos de
comer esparguete com salsicha,
mas mesmo assim, naquela altura
em que começavam a rarear os
produtos alimentares, comíamos
bem. Mas o grupo das mais velhas
do que nós tinham comida especial.
A filha adoptiva do Eng
Jardim também vivia lá, a de
origem chinesa. Havia as irmãs
Frechaut de Luabo. Lembras-te
do Rui Francisco que vivia no
Malawi mas que também estudava
na Beira, primeiro no Luís
de Camões e depois no Liceu do
Pero de Anaia? A Umbelina do
Matundo é que nos comprava
os bilhetes de passagem quando
íamos de férias para Tete. Nós
íamos contigo à praia e eras a
nossa responsável. Fiz o 5º ano
em Niassa com o Bispo D. Luís
Ferreira da Silva. Ele é que me
pagava os estudos. Casei na Angónia.
O meu marido trabalhava
no Instituto de Cereais. Eu trabalhei
na EDM até à reforma. Uma
nossa colega chamada Fernanda
Lobo que era de Mutarara viveu
até há pouco tempo na Beira.
Mas foi para Portugal há cerca
de três meses. Eu tenho quatro
filhos. Já sou avó. Na EDM, na
Angónia eu era caixa. O meu
filho mais velho e o segundo são
Engenheiros Agrónomos. A minha
filha trabalha no Município
de Tete, chama-se Digna Maria
Dolores Trindade. O mais novo
está na Angónia neste momento.
Ele estava a estudar Direito, só
que não conseguiu continuar.
As propinas estão muito caras.
É esta a minha estória Isaura.”
Obrigada Lucinda pela tua linda
estória.
Desenvolvimento sem correr
atrás de prejuizo
Estórias
Isaura Macedo Pinto
estorias.da.isaura@gmail.com
10 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
nacional
É preciso investigar as causas de os deputados
adormecerem na Assembleia da República
A Sasol e os seus parceiros, a
Companhia Moçambicana de
Hidrocarbonetos (CMH) e a International
Finance Corporation
(IFC), assinaram um Memorando
de Entendimento com a Universidade
Pedagógica em Maputo,
representada na cerimónia pelo
seu Magnifico Reitor, Jorge Ferrão.
O programa de capacitação de
professores, cuja implementação
em 3 anos está avaliada em cerca
de 400 mil dólares, tem como
objectivo impulsionar a qualidade
da educação nas áreas de Matemática
e Ciências Naturais para
estudantes de 8ª a 12ª classes,
nos distritos de Inhassoro e Govuro,
na província de Inhambane.
Seis escolas secundárias
de Pande, Doane, Inhassoro e
Maimelane receberam já laboratórios,
materiais de ensino e
aprendizagem como parte do
programa.
Na ocasião, Martin Waterhouse,
vice-presidente de Operações
da Sasol em Moçambique, referiu
que “a assinatura do memorando
hoje reforça o nosso compromisso
na promoção da educação,
particularmente nos assuntos
relacionados à Ciência, Tecnologia,
Engenharia e Matemática
(STEM) para beneficiar não só a
Sasol, como um futuro empregador,
mas o sector de petróleo e
gás como um todo”.
O projecto de gás natural tem
trazido benefícios significativos
para Moçambique, tendo o investimento
permitido iniciar a realização
de benefícios da riqueza
natural do País, fornecendo, desta
forma, uma plataforma para
os tão necessários investimentos,
crescimento económico, formação
de mão-de-obra nacional e desenvolvimento
social.
O compromisso da Sasol em
Moçambique iniciou há mais de
uma década, quando juntamente
com a Companhia Moçambicana
de Hidrocarbonetos, SA (CMH)
e a International Finance Corporation
(IFC), desenvolveu o projecto
de gás natural de Pande e
Temane. Este projecto foi pioneiro
na monetização dos campos
de gás de Pande e Temane, que
se encontravam sem mercado, há
mais de 30 anos.
Sasol reforça capacidade
dos professores
Instituições púbicas e privadas abertas em Mocímboa da Praia
Instituições públicas e privadas voltaram a funcionar normalmente em Mocímboa da Praia, Província
de Cabo Delgado, depois dos recentes ataques de homens armados desconhecidos. A governadora de
Cabo Delgado, Celmira da Silva, garante que a vida voltou a normalidade.
A investigação é a principal
ferramenta para a
produção do conhecimento
e da cultura no mundo
actual e em Moçambique,
em particular. Trata-se de
um aspecto incontornável
para a produção do saber,
do conhecimento em
várias áreas, sendo que, no
contexto moçambicano,
os docentes, estudantes
e cidadãos, no geral, têm
ainda um grande trabalho
por realizar neste âmbito.
Esta foi a síntese da
apresentação, efectuada
pela docente da
Universidade Pedagó-
gica, Sarita Monjane-
-Henriksen, num colóquio, promovido,
recentemente, em Maputo, pela
Biblioteca Central da Universidade
Politécnica, sob o tema “Investiga-
ção, conhecimento e produção cultural
no espaço de língua portuguesa”.
Na sua dissertação a oradora levantou
questões como: “Investigar
o quê, porquê e como?”. A docente
universitária referiu-se a vários tipos
de investigação e aos riscos que se
apresentam no processo de elabora-
ção de projectos de pesquisa.
No seu dizer, “ao realizar um projecto
de investigação é necessário ter-se
em conta as questões de viabilidade,
custo e prazo”. Acrescentando, afirmou
que se debruçou igualmente
sobre a relevância temática, científica
e social, incluindo os ingredientes
principais para a produção de um
bom projecto de investigação.
Revelou, na ocasião, um conjunto
de temas que podem ser discutidos,
no País, no âmbito da investigação,
dando como exemplo, a importância
que há em estudar-se os motivos
pelos quais na Assembleia da Repú-
blica de Moçambique alguns deputados
adormecem.
Na verdade, o que a docente sugere
que se estude, do ponto de vista
da Política Linguística, é questão
da língua utilizada para a comunicação
entre todos os participantes?
Até que ponto o português é língua
comum para a maior parte dos mo-
çambicanos?”, questionou.
Um outro orador do colóquio, Moisés
de Lemos Martins, da Universidade
do Minho, em Portugal, incidiu
a sua apresentação sobre “O
repositório do acesso aberto ao
conhecimento científico, cultural
e artístico”.
Explicou que a globalização não
é apenas a colonização em espírito,
pois é também uma realidade
pura e ambígua e tem a ver com
a intervenção dos mercados ao
nível mundial.
“As tecnologias de informação
trazem melhor controlo tecnológico
sobre os indivíduos, mas
também permitem que estes se
constituam como comunidade”,
argumentou, sublinhando que as
tecnologias alargam o espaço do
controlo.
A mobilização tecnológica para
o mercado global, conforme indicou,
faz com que todas as coisas
tenham valor económico, incluindo
as pessoas, almas e espíritos:
“Tudo hoje é avaliado em termos
económicos e financeiros, isto
resulta em indivíduos móveis,
flexíveis e mobilizáveis para os
interesses do mercado”, frisou o
académico luso.
Num outro desenvolvimento, disse
que “a todos os níveis, o que
quer que façamos socialmente
requer que sejamos competitivos.
Para se ser competitivo é preciso
adoptar a lógica da produção,
que não somos nós que a definimos”.
Para Moisés de Lemos Martins,
a disseminação de informação e
conhecimento, através de portais,
sites, blogs e redes sociais é
importante, devido ao proactivismo
na rede e permite o desenvolvimento
da cidadania, do sentido
crítico e democrático das sociedades,
o que consequentemente
concorre para o desenvolvimento
humano.
Ainda neste colóquio, o escritor
moçambicano Crimildo Bahule
dissertou sobre “Como produzir
cultura e fazer música em língua
portuguesa num espaço em que a
maioria é de língua bantu”.
Levantou questões pertinentes
para se debater e afirmou que:
“Se temos um músico que produz
música em língua portuguesa,
automaticamente, num cená-
rio como o nosso, está a cantar
para poucas pessoas. Produzir
cultura, concretamente a música,
em espaço de língua portuguesa
é como andar na areia movedi-
ça, porque a maior parte das
pessoas, em Moçambique, não
vai perceber a mensagem. Talvez
esse dilema não se coloque
nos casos do Brasil e Portugal,
mas em Moçambique a língua
portuguesa é usada apenas nas
editoras, mas, quando falamos
de percepção, a maioria da população
não está identificada
com a língua portuguesa, pois
a base etnolinguística ainda é
muito forte para questões identitárias
no País”, defendeu Crimildo
Bahule.
O Presidente da República
(PR), Filipe Nyusi, defendeu,
semana finda em Maputo, reformas
no sector do turismo,
para tornar o país num destino
privilegiado para os turistas
nacionais e estrangeiros,
segundo avançou ANGOP.
Filipe Nyusi, que falava na
abertura da IV Edição da
Feira Internacional de Turismo
de Maputo, denominada
FIKANI, apontou algumas
medidas em curso para a dinamização
do sector, como a
introdução do visto de fronteira,
em sintonia com os demais
países da SADC.
O PR reconheceu que o desenvolvimento
de um turismo
sustentável, em Mo-
çambique, está minado por
vários obstáculos críticos,
que poderão retrair o reflorescimento
da actividade no
país.
FIKANI é um evento que
junta, até ao próximo domingo,
145 expositores nacionais
e internacionais e é
tido como uma oportunidade
para os operadores turísticos
encontrarem novos clientes
e estabelecerem novas parcerias
e promoverem a troca
de experiências.
Dados apresentados pelo
presidente moçambicano
apontam que o país atraiu,
em 2016, cerca de 1,7 milhão
de turistas.
Participam na Feira 126
stands de exposição, com
destaque para hotelaria,
companhias aéreas, agências
de viagens, gastronomia, artesanato,
entre outros produtos
e serviços.
África do Sul, Swazilândia,
Nigéria e Ghana são alguns
dos países que participam no
FIKANI 2017.
PR defende reformas no sector do Turismo
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 11
Representantes de empresas
públicas mostram-se preocupados
com os procedimentos
que ditam a abertura de processos
disciplinares, no âmbito
da auscultação pública para a
revisão da Lei do Trabalho levado
a cabo pelo Ministério do
Trabalho Emprego e Seguran-
ça Social (MITESS).
A preocupação deriva dos procedimentos
que conduzem à
instauração de processos disciplinares
aos trabalhadores
de uma determinada empresa,
quando cometem uma infrac-
ção da qual também pode resultar
um processo-crime.
Esta inquietação foi manifestada
durante o encontro de
auscultação e recolha de contribuições,
decorrida recentemente,
onde os gestores de recursos
humanos e juristas em
representação das empresas
públicas, defenderam que deve
existir uma conexão clara entre
o processo disciplinar laboral
e o processo-crime. Eles entendem
que o “processo-crime
deve produzir efeitos jurídicos
sobre o processo disciplinar, no
caso de o processo-crime resultar
em sentença condenatória
do trabalhador em infracção
relacionada com a sua actividade
profissional na empresa”.
Este foi um dos pontos que
suscitou maior debate por parte
dos representantes das dez
empresas públicas, no processo
de auscultação e contribuições
para a Lei de Trabalho, em vigor
há mais de dez anos e que
carece de uma actualização.
Ainda no rol das contribuições
dadas pelas referidas empresas,
destacam-se as faltas justificadas,
contrato de trabalho
a prazo certo e licença de nojo.
Em relação à licença de nojo
e tendo em conta questões só-
cio-culturais foi sugerido que
os cinco dias concedidos pela
morte do pai, sejam também
concedidos pela morte do sogro,
contra os actuais dois
dias.
As empresas solicitaram
igualmente a revisão das
condições de celebração de
contrato de trabalho a prazo
certo, para facilitar a contratação
dos trabalhadores pelas
empresas.
As sessões de auscultações pú-
blica que o Ministério do Trabalho,
Emprego e Segurança
Social leva a cabo, decorrem
sob coordenação da Direcção
Nacional do Trabalho, envolvendo
ainda a Inspecção
Geral do Trabalho (IGT),
Comissão de Mediação e Arbitragem
Laboral (COMAL),
Gabinete Jurídico, Gabinete
Jurídico do Instituto Nacional
de Segurança Social e o Instituto
Nacional de Emprego.
Participaram no referido encontro
representantes da Administração
Nacional de Estradas
(ANE), Caminhos de
Ferro de Moçambique (CFM),
Electricidade de Moçambique
(EDM), Fundo de Estradas,
FIPAG, IGEPE, mcel-Mo-
çambique Celular, PETROMOC
e Telecomunicações de
Moçambique (TDM).
Juristas defendem conexão entre
processo disciplinar e processo-crime
Moçambique está em condições
de erradicar a fome até 2030
O Programa Alimentar
Mundial (PAM) considerou,
esta segunda-feira, em
Maputo, que Moçambique
está bem encaminhado
para erradicar a fome até
2030, mas enfrenta o desafio
de tirar um quarto da
população da insegurança
alimentar.
“Po d e s e
considerar
que o país
caminha
r u m o à
fome zero”, declarou, em conferência
de imprensa, a representante
do PAM em Moçambique,
Karin Manente, falando
por ocasião do Dia Mundial da
Alimentação.
O País conseguiu reduzir para
metade o número da população
em situação de fome,
cumprindo uma das metas
inscritas nos Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio.
“No âmbito dos Objectivos
de Desenvolvimento do Milé-
nio, a meta de Moçambique
era diminuir a percentagem
da população em situação de
fome para metade, estava em
56%, em 2003, e agora está em
24%”, declarou a representante
daquela agência da ONU.
No âmbito dos Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável
das Nações Unidas, Moçambique
está empenhado em alcan-
çar a meta de fome zero, até
2030, acrescentou Karin Manente.
Apesar dos progressos, a representante
afirmou que um
quarto da população moçambicana
ainda vive numa situação
de insegurança alimentar cró-
nica e mais de 40% de crian-
ças com menos de cinco anos
sofre de desnutrição crónica.
“São múltiplos os factores que
agravam a situação de insegurança
alimentar e nutricional
para um nível sério: pobreza
generalizada, VIH, oportunidades
de emprego no campo
limitadas e choques recorrentes
causados pelas mudanças
climáticas”, apontou.
Karin Manente adiantou que
as práticas agrícolas de baixa
produtividade e a falta de
acesso aos mercados por parte
dos produtores também exacerbam
a situação da fome em
Moçambique.
As taxas de desnutrição são
especialmente elevadas nas
zonas rurais, onde as dietas
não são diversificadas e são
pobres em nutrientes essenciais.
Para o combate à inseguran-
ça alimentar, será necessário
reforçar os investimentos nas
zonas rurais, incidindo numa
maior capacitação dos pequenos
agricultores, sobretudo
mulheres.
“O Plano Estratégico do
PAM para Moçambique tem
a visão de contribuir para as
soluções locais e apoiar a capacidade
do Governo de Mo-
çambique de erradicar a fome
e a desnutrição crónica até
2030”, destacou Karin Manente,
citado pela ANGOP.
A vice-ministra dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação,
Nyeleti Mondlane, vai participar
na 17ª Reunião Ordinária
do Conselho de Ministros da
Associação dos Países da Orla
do Oceano Índico (IORA), que
terá lugar no dia 18 de Outubro
em curso, em Durban,
África do Sul.
No encontro, os ministros
têm como principal ponto de
agenda a eleição do novo Secretário-Geral
da IORA, para
o mandato de 2018-2021 e a
passagem da presidência pro-
-tempore da organização para
a África do Sul.
Os governantes vão também
avaliar os progressos alcan-
çados na implementação das
actividades definidas na última
reunião deste órgão, bem
como a identificação de iniciativas
para o reforço da cooperação
entre os Estados membros.
A participação da vice-ministra
no Conselho de Ministros
da IORA constitui uma oportunidade
para o reforço da
cooperação entre Moçambique
e os países banhados pelo
Oceano Índico nos vários domínios,
com destaque para a
segurança marítima, que tem
sido a tónica da agenda da associação.
Nyeleti Mondlane participa
na reunião do Conselho de
Ministros da IORA
12 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
Kenmare resources reports another production record
The Irish company Kenmare Resources, which operates the titanium minerals dredge mine at Moma,
in the northern Mozambican province of Nampula, has reported record production levels in the third
quarter of 2017. english
A Chinese citizen was electrocuted
and 17 Mozambicans
suffered injuries when a violent
storm hit Chimoio, capital of the
central Mozambican province of
Manica, on Tuesday evening.
The Chinese man, who has not
yet been identified, died when
high winds knocked down an
electricity pylon, and he was
struck by one of the loose cables.
Most of the injuries were caused
by falling walls or trees, or other
objects tossed around by the
wind. One man was struck by lightning
and has lost an arm.
The Chimoio district administrator,
Daniel Andicene, said the
winds reached speeds of 80 kilometres
an hour, and 72.5 millimetres
of rain fell in the hour or
so that the storm lasted.
Damage to pylons and electricity
transformers meant that most
Chimoio neighbourhoods were
deprived of their electricity supply.
“We are working to ascertain
the losses”, Andicene told reporters
on Wednesday. “We have
circulated through several neighbourhoods
and found that there
are many households who need
our support. We are working to
see if we can help them”.
The storm destroyed or damaged
25 classrooms, two health
units and several government
offices, as well as Andicene’s own
official residence. The fire brigade
was called out to remove
fallen tree trunks that were blocking
main roads in parts of the
city.
The Chimoio community radio
station has been forced off the
air because the storm knocked
down its transmission tower.
The storm also hit Sussundenga,
Macate, Vanduzi, Gondola,
Guro and Tambara districts.
The full extent of the damage
here is not yet known, and
the provincial director of public
works, Eduardo Naietiene, said a
full survey of the damage across
the province is now under way.
The Manica provincial government
met in extraordinary session
on Wednesday to discuss its
response to the storm, and the
measures needed to support those
affected.AIM
Violent storm hits
Chimoio
FDA fraud: accused deny
each other’s claims
The former chairperson
of the Mozambican
government’s Agricultural
Development Fund (FDA),
Setina Titosse, and the
woman who was once her
personal assistant, Milda
Cossa, swapped accusations
in the Maputo City
Court on Wednesday.
Both are key accused
in the case of the
gigantic fraud which
saw 170 million
meticais (about 5.6
million US dollars at the exchange
rate of the time) disappear from
the coffers of the FDA between
2012 and 2015. The court confronted
them in an attempt to resolve
contradictions in the evidence
they had given in September. But
they both stuck to their stories.
Cossa said that Titosse had insisted
that she collect the bank cards
from her sister Binaia Manganhe,
and her brothers Gerson and Dercio,
who had all opened accounts
at the BCI, the country’s second
largest commercial bank, to which
money drained from the FDA for
non-existent livestock projects was
to be sent.
According to Cossa, Titosse wanted
the bank cards so that the
three siblings could not “waste”
the money deposited in their accounts.
Cossa said that, as the FDA money
entered the accounts, Titosse
ordered Cossa to transfer it to
other accounts, the numbers of
which she supplied.
“In order to control the amounts,
Setina said I should keep the
bank cards”, recalled Cossa. “Setina
gave me, in her own house,
Binaia’s card. We used the cards
depending on her needs, particularly
in the shops where we made
purchases”.
“The greatest beneficiary of all the
money that entered the accounts
of my brothers and sister was Setina
Titosse”, accused Cossa.
She said the FDA money was to
allow Binaia, Gerson and Dercio
to breed cattle – even though they
did not own a single cow between
them. Cossa said that in reality
the money was intended for Titosse,
and there was nothing left over
for livestock.
Titosse claimed it was Cossa herself
who suggested collecting the
bank cards from her brothers,
since she did not trust them with
money.
“I always used my own cards for
my purchases”, she said, “so I
didn’t instruct her to use her brothers’
cards for any payment”.
She admitted that money from
the FDA did reach her hands, to
pay for cattle that would be supplied
from her own company – but
admitted that some of the would-
-be beneficiaries had not yet received
any animals at all.
So here was the head of a state
institution openly admitting that
money from that institution was
channelled to buy livestock from
a company which she owned.
Titosse said she had helped
Cossa’s brothers “because she
asked me to, saying that they
were suffering”.
Judge Alexandre Samuel has
now adjourned the trial until 1
November, when experts from
the Ministry of Economy and
Finance and the Administrative
Tribunal will give evidence
about the reports and accounts
of the FDA.AIM
Nyusi warns of obstacles threatening Tourism
Mozambican President Filipe
Nyusi on Thursday recognised
that the development
of sustainable tourism in the
country is threatened by critical
obstacles and, if urgent
measures are not taken to deal
with them, they could thwart
the government’s hopes for a
flourishing of tourism.
Speaking in Maputo at the
opening of the annual Mozambique
International Tourism
Fair (FIKANI), Nyusi
listed some of these obstacles
as poor access roads, lack of
good quality electricity and
drinking water in some tourist
areas, the shortage of properly
trained tourist guides, and the
lack of courtesy shown by officials
in attending to tourists.
“These are the challenges to
be overcome”, he declared. “In
addition, we should include in
the list of challenges, the fight
against corruption and excessive
red tape”. The government,
he added, is already working
to solve these problems.
There are over 145 national
and foreign exhibitors at FIKANI,
displaying tourism products
and potential, giving the
public the opportunity to visualise
the beauty and charm of
Mozambique, and to know the
tourism services that are available.
The Fair provides an opportunity
for tourism operators to
find new clients, establish new
partnerships and promote exchange
of experiences.
Despite the obstacles cited
by Nyusi, tourism has been
playing an increasing role in
the Mozambican economy,
thanks to the investments
made in recent years.
Nyusi said that, as a result of
these investments, Mozambique
attracted 1.7 million tourists
in 2016. This is, however,
a long way short of the
government’s target, which is
to reach four million tourist
arrivals a year by 2025.
Tourism also supports 60,000
jobs, directly and indirectly.
These figures, Nyusi said,
“strengthen our conviction
that tourism is one of the sectors
that can offer a great deal
of employment”.
The government, he continued,
intended to maximise
the potential of tourism to
generate wealth for the benefit
of the Mozambican people.
It had therefore approved,
earlier this year, the Tourism
Marketing Strategy, including
mechanisms for promoting domestic
tourism, which is one
of the recommendations of the
Strategic Plan for the Development
of Tourism for the period
2016-2025.
FIKANI is promoted by Mozambique
Adviser, a tourism
operator specalised in designing
package tours and managing
events. The Thursday
event also launched, through
Mozambique Adviser, the
project “TIYENDE Mocambique”
(which means “Let’s
go, Mozambique!”).
TIYENDE is a range of packages
to promote domestic
tourism, focusing on destinations
regarded as priorities
in the national tourism
strategy, including Greater
Maputo, Inhambane province,
the “northern triangle”
(the cities of Nampula,
Nacala and Pemba) and Lake
Niassa.AIM
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 13
Cabo Delgado governor urges “calm and vigilance”
UBA invested $5bn in Africa in 7 years
United Bank for Africa (UBA)
Plc says it has invested more
than $5billion to support infrastructure
development in African
in the last seven years.
Oliver Alawuba, the Chief Executive
Officer, Anglophone
UBA Group, stated this at the
2017 Tony Elumelu Foundation
(TEF) 3rd annual entrepreneurship
forum in Lagos.
He said the investment in the
last five to seven years, which
cut across African countries
where the bank exists, were in
electricity, power generation,
road construction and rehabilitation
and that the funds were invested
in Senegal, Cote d’Ivoire,
DR Congo, Benin Republic and
Nigeria.
Alawuba said that over $500
million had been invested in the
power sector to touch the lives
of the citizens.
“Most African countries are at
different stages of development
and evolution; we need infrastructure.
Our economies will be
helped by more inter African
trade,” Alawuba said.
Mr Emeke Iweriebor, the Chief
Executive Officer, Francophone
UBA Group, said that the company
was interested in African
development.
Our passion in UBA is how we
can develop Africa in line with
our chairman’s vision using Africa
capitalism,” Iweriebor said.
He said that the bank supported
oil and gas industry with
$1billion in Ghana, noting that
oil and gas was key to Ghana.
Iweriebor added that the company
had invested the sum of
$200 million in cocoa production
in Ghana, adding that Ghana
and Cote D’Ivoire produce over
50 per cent of cocoa in Africa.
According to him, the bank is
supporting several government
projects in different African
countries to strengthen development
and growth.
The annoucemet of UBA investmente
in Africa were made
public during the 2017 Tony
Elumelu Foundation (TEF) 3rd
annual entrepreneurship forum
which according to the organizer
(TEF), the objective is to
develop a strong and integrated
brand identity for the TEF Entrepreneurship;
During a media roundtable
Tony Elumelu Chairman Tony
Elumelu Foundation and visioner
of “Tony Elumelu Entrepreneurship
Programme” for Africa
said that that a prosperous
African continent is feasible, but
this will be achieved through
strategic investments and capital,
not foreign aid.
Mr Elumelu stressed that there
was a correlation between the
growth of entrepreneurship and
the alleviation of poverty, in
any economy of the world. He
noted that Africa’s growth had
come to a critical point it had
to move, to the level of real-time
empowerment of the citizens.
Elumelu decried the fact that
one of challenges for businesses
in the continent, was the lack of
an enabling environment which
has affected the competitiveness
of the region.
The Heirs Holding Chairman
said Africa had to attract capital,
which is essential for
Looking at the African environment,
the business icon called
on the governments in the continent
to focus on improving the
ease of doing business, which
will attract capital.
According to him “African leaders
must focus on creating an
enabling business environment
for the growth of the Small and
Medium enterprises, that are
key drivers of economic transformation
in any nation”.
E.Muchanga
The governor of the northern
Mozambican province
of Cabo Delgado,
Celmira da Silva, on Sunday
made her second visit to
Mocimboa da Praia district
within the space of a week,
and urged the population
to remain calm and vigilant
in the face of any act that
might disturb public order
and tranquillity.
According to Radio
Mozambiq
u e , s h e w a s
speaking at a
meeting with
members of the district government,
neighbourhood
secretaries from Mocimboa
town, and other representatives
of the local authorities.
Police units in Mocimboa
da Praia came under attack
from armed islamic extremists
on 5 October. In those
clashes, according to the
police, two policemen and 14
of the raiders died and the
extremists murdered a local
community leader. The police
made 52 arrests.
There was a further clash
last Thursday afternoon, on
the main road between Mocimboa
da Praia town and
Palma, when a police unit
was ambushed. Details are
still sketchy, but at least
four people (one member
of the riot police and three
of the attacking group) are
said to have been killed.
Celmira da Silva declared
she was pleased that normality
had returned to Mocimboa
da Praia. “We have
been informed that the situation
in the district is calm”,
she said. “Investigations are
continuing and some results
are beginning to emerge that
allow the police to continue
their work to discover what
really happened here – who
these groups are, and how
we can continue working so
that evils of this nature do
not occur again”.
In Mocimboa, the extremist
group is referred to as “Al-
-Shabaab”, although there
is no evidence that it has
any formal ties with the Somali
terrorist group of that
name.
According to the independent
newsheet “Mediafax”,
the group is more properly
The United Nations World Food
Programme (WFP) is focusing its
support for Mozambique on resilience
to climate change and on long
term social protection in order to
meet the target of “Zero Hunger”
by 2030, the WFP natonal director
for Mozambique, Karine Manente,
told a Maputo press conference on
Monday.
She said the WFP is helping the government
draw up policies to confront
problems of food and nutritional
insecurity.
“The plan intends to ensure that
people hav access to nutritional
foodstuffs and held them become
more resilient to the climate shocks
to which Mozambique is ever more
prone”, she added.
Speaking at the same press confernece,
held to mark World Food
Day, the representative in Mozambique
of the Food and Agriculture
Organisation (FAO), Castro Camarada,
said that at least 24 per cent
of the Mozambican population – or
about 6.5 million people – are still in
a situation of food insecurity.
Manente was optimistic that Mozambique
is well placed to read the
“Zero Hunger” goal by 2030. She
claimed that Mozambique had met
the first of the Millennoum Development
Goals (MDGs) which was
to cut by half the number of people
suffering from hunger between 1990
and 2015.
“It was about 56 per cent, and now
it’s 24 per cent”, she said. “There’s
an improvement. And with the investment
policies that exist, the
prospect is that Mozambique can
reach zero by 2030. That’s the great
effort the country is making with
the support of the United Nations
and other partners”.
Camarada urged that actions be directed
towards young people in the
countryside so that they would become
interested in agricultural and
livestock activities, including agro-
-business including marketing and
small scale processing.AIM
Mozambique “can meet
zero hunger target”
called “Al-Sunna” or “Suahili-Sunna”.
The ideology
espoused by the group seems
much the same as that
of islamist extremists across
the globe – according to
Mocimboa da Praia residents,
they want to impose
Sharia law, ban the sale of
alcohol, and remove secular
monuments and Christian
crosses.
Orthodox Mozambican islamic
organisations have
denounced the group. More
than 30 moslem organisations
condemned the Mocimboa
attacks, and the leaders
of Mocimboa da Praia
moslems say they repeatedly
warned the authorities
about the extremist group,
but no action was taken.
There is no tradition of fundamentalism,
let alone terrorism,
among Mozambican
islamic communities, and a
long tradition of cohabitation
between moslems and
christians.AIM
14 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
nacional
Assistência aos grupos
vulneráveis ainda é um desafio
A vice-ministra da Ciência
e Tecnologia, Ensino Superior
e Técnico Profissional,
Leda Hugo, afirmou que a
Biotecnologia deve ser desenvolvida
e utilizada com
medidas de segurança adequadas
para o meio ambiente
e para a saúde humana,
o que exige a adopção e regulamentação
de medidas
apropriadas de segurança
para o uso e manuseamento
de produtos resultantes da
Biotecnologia, de modo geral,
e da Biotecnologia moderna
ou engenharia genética,
de modo particular.
Ledo Hugo, que falava há
dias em Maputo durante a
cerimónia de abertura da
capacitação aos membros do
Grupo Inter-institucional de
Biossegurança, disse, igualmente,
que a Biotecnologia
pode também contribuir
para a preservação e melhoria
da qualidade do meio
ambiente.
A ser ministrada pela Nova
Parceria para o Desenvolvimento
de África/ Rede
Africana de Especialistas
de Biossegurança (NEPAD/
ABNE), capacitação tem
duração de dois dias, e marca
o primeiro passo de um
ciclo de capacitações em 5
pilares previstos no Memorando
de Entendimento assinado
com a NEPAD/ABNE
a um de Julho de 2017.
“Esperamos que a presente
acção de capacitação contribua
na sensibilização das
partes interessadas e na divulgação
do regulamento de
biossegurança, acções bastante
importantes para garantir
a monitoria e gestão
de possíveis riscos desta tecnologia”,
disse a dirigente.
Na ocasião, a Vice-Ministra
agradeceu a Agência da
NEPAD/ABNE, pelo apoio
técnico-científico e financeiro
que visa reforçar as competências
dos reguladores
Moçambicanos, de modo a
responderem com eficiência
aos desafios impostos pela
biotecnologia.
MCTESTP promove Capacitação
dos Membros do
GIIBS
Tudo apostos para as eleições
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) garante que já estão criadas todas as condições para o decurso normal dos
próximos pleitos eleitorais, no País, não obstante, a actual crise financeira. A garantia foi dada pelo vice-presidente da
Comissão Nacional de Eleições, Meque Braz.
Apesar dos progressos
alcançados na Protecção
Social, ainda persistem
desafios no tocante ao
reforço das acções de
assistência aos grupos
vulneráveis, segundo
avançou, esta segunda-
-feira, Lucas Mandrasse,
vice-ministro de Género,
Criança e Acção Social,
durante as cerimónias de
lançamento da semana de
Protecção Social, que teve
lugar no distrito de Magude,
província de Maputo,
sob o lema “Investir na
Protecção Social é Investir
no Desenvolvimento do
Capital Humano”.
Aida Matsinhe
De acordo com o
vice-ministro de
Género, Criança
e Acção Social,
a protecção social
básica tem vindo a ganhar
uma grande projecção, como
resultado do reconhecimento
do seu contributo no fortalecimento
do capital humano e no
desenvolvimento social.
O País, de acordo com o governante,
tem dado passos importantes
no desenvolvimento
do piso de protecção social,
como resultado deste processo
está o conjunto de instrumentos
legais e estratégias que regem
a protecção social básica,
com destaque para a II Estratégia
Nacional de Segurança
Social Básica para o período
2016-2024, o Plano Quinquenal
do Governo que permitiu a
expansão do acesso dos indiví-
duos e grupos vivendo em situação
de vulnerabilidade aos
serviços sócias básicos.
Entretanto, para o governante,
apesar dos progressos
alcançados nesta área ainda
persistem desafios no reforço
das acções de assistência aos
grupos vulneráveis, de preven-
ção da violência, desamparo,
casamentos prematuros e outros
fenómenos que afectam
negativamente o bem-estar e
desenvolvimento das famílias e
comunidades.
Por seu turno, o representante
da Plataforma da Sociedade
Civil para Protecção Social,
Sérgio Falange avançou que
estas feiras, que, no âmbito
da semana de protecção social,
este ano se estendem por
algumas províncias do País,
tem por objectivo advogar,
divulgar e promover acções
no âmbito da protecção social
básica para as populações mais
pobres e vulneráveis.
Por outro lado, segundo Falange,
este é um momento por
excelência para sensibilizar e
mobilizar a sociedade civil mo-
çambicana para acções activas
através da implementação de
acções de assistência, solidariedade
e responsabilidade social.
“A semana de protecção social
constitui uma oportunidade
para a reflexão pública sobre
a necessidade da promoção
social”, frisou Falange, que
espera ao longo desta semana
debates que representam os
anseios dos grupos vulneráveis,
não só pelo facto de o País viver
agora um contexto em que
este seja necessário, mas também
como um indicador que
honra com actividades os fins
constantes nos instrumentos
legais que versam sobre está
matéria.
O representante do Banco
Mundial, Elves Langa reiterou
apoio técnico e financeiro com
vista a materialização dos objectivos
estabelecidos na polí-
tica e na estratégia sobre protecção
social, e reconhece que
o desafio comum é transformar
estes instrumentos em acções
práticas.
A representante do Governador
da Província de Maputo,
Jorgete de Jesus, avançou que
“acreditamos que o lema escolhido
visa despertar a nossa
sociedade sob a importância e
a necessidade de garantir a protecção
e assistência as pessoas
carenciadas e em situação de
vulnerabilidade, pelo que somos
todos chamados a conjugar
esforços”.
Acrescentou que “estamos comprometidos
em garantir os direitos
sociais às pessoas em situa-
ção de vulnerabilidade através
de várias acções e intervenções
beneficiando aos idosos, mulheres,
crianças, pessoas com deficiência
e outros grupos sociais”.
Assim, neste âmbito, de acordo
com Jorgete de Jesus, o
Governo da província de Maputo,
com vista a aliviar o sofrimento
destes grupos, assiste
actualmente 16 126 agregados
familiares vivendo em situação
de pobreza e de vulnerabilidade,
e 10 024 crianças em
idade pré-escolar, através de
centros infantis e escolinhas
comunitárias.
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 15
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16 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
nacional
A Polícia da República de Moçambique
(PRM) frustrou uma tentativa
de tráfico de uma menor de 13
anos de idade envolvendo o seu pró-
prio pai biológico, na cidade de Tete,
província com mesmo nome, no centro
do país, segundo noticia AIM.
O negócio, inviabilizado recentemente
por denúncia popular, envolvia
2.363 mil meticais, valor com o
qual o pai da menor pretendia construir
uma habitação e comprar artigos
domésticos.
Estefánio Máquina, pai da menor
que escapou do tráfico, encontra-se
detido nas celas da corporação no
bairro Matundo.
Para atingir os seus objectivos,
Máquina contactou o presidente da
Associação de Ervanários de Mo-
çambique (AERMO), na província
de Tete, José Soca Carlos.
“Ele, Máquina, contactou-me para
que eu procurasse um comprador da
criança por 2.363 mil meticais. Disse
que decidiu vender a sua filha, menor
de 13 anos, para sair da situa-
ção de pobreza, porque o objectivo
principal é conseguir ter dinheiro
para a compra de casa”, explicou o
cidadão que foi escolhido para caçar
bom cliente.
Contou que “quando fui abordado
para este tipo de negócio de venda
de pessoa, achei muito estranho, por
isso lhe pedi para que fosse esperar
num local, onde poderíamos fazer
o negócio e ele concordou, uma vez
que já via o dinheiro perto de si,
mas sem saber que eu ia comunicar
à Polícia”.
José Carlos explicou que para conseguir
vender a menor, Máquina enviou
a sua esposa para a sua terra
natal, no distrito de Chiúta.
Ele ficou a viver com duas crian-
ças, a menina que escapou de ser
vendida, e um menino, de nove
anos. Quando veio à minha casa,
trouxe as duas crianças, mas uma é
que estava à venda”, acrescentou.
Acrescentou que para poder convencer
as crianças a saírem, disse-
-lhes que: “filhos, vamos até à estrada
para receber a vossa mãe, que
está a vir de Chiúta”.
Quando eu vim com os polícias
discretos até ao local, ele já tinha
dito aos seus filhos que ia para o corte
de lenha numa zona por onde passa
um riacho. Quando chegamos, ele
abraçou a menina, dizendo que é esta
minha filha. Foi assim que os polícias
conseguiram provar que ele estava a
vender a sua filha”, explicou.
Polícia frustra negócio de
venda de menor
Executivo garante no Dia do Professor pagar horas extraordinárias
Os velhos problemas da
classe dos pedagogos ofuscaram
as celebrações do Dia
nacional dos professores,
assinalado anualmente a
12 de Outubro. A falta de
condições de trabalho, a
baixa remuneração, o atraso
no pagamento de horas
extraordinárias, aliás, este
último levou os professores
a observarem uma greve na
província de Gaza. Entretanto,
a titular das pastas de
Educação e Desenvolvimento
Humano reconheceu a
existência destes e outros
problemas e assegurou que
esforços estão a ser envidados
no sentido de melhorar
a condição destes profissionais,
mas levará o seu
tempo.
Aida Matsinhe
O relógio marcava
aproximadamente
9 horas, quando
os professores juntaram-se
na praça
dos heróis para prestar homenagem
aos heróis nacionais, no
âmbito das celebrações do Dia
12 de Outubro. Num ambiente
que deveria ser de festa e de
reflexão, estes aproveitaram os
“holofotes” para mais uma vez
fazer eco e lutar pelos seus direitos.
Afinal, segundo constatou MAGAZINE,
os velhos problemas
ainda continuam a atormentar
esta classe responsável pela formação
de “cérebros”. Segundo
avançou a professora Berta Matavele,
este grupo ainda debate-
-se com vários problemas, entre
eles a falta de meios de trabalho,
atrasos no pagamento das
horas extraordinárias, entretanto,
a sociedade, em viva voz, os
atribui a responsabilidade pela
má qualidade de ensino.
“É preciso reconhecer que o
professor também tem sua responsabilidade,
mas entenda-se
que o ensino é guiado por um
processo e se neste ciclo alguma
coisa falha, evidentemente que
os resultados não serão os desejados”,
disse Matavele.
Por seu turno, o professor Sérgio
Macovo, que primeiro apelou
para maior participação da
sociedade no processo de ensino-
-aprendizagem para que seja alcançada
a qualidade de ensino,
entende que a qualidade de ensino
vai mais além do aprender
a ler e escrever, pois levanta-se
a questão da falta de qualidade,
um dos requisitos essenciais
para que este aluno esteja preparado
para resolver os desafios
impostos pelo desenvolvimento.
Olhando para a situação do
professor, a fonte disse que são
vários os desafios que este tem
no seu dia-a-dia, que muitas vezes
se relacionam com a natureza
do seu trabalho, que devem
ser ultrapassados. Entre eles
está a falta de salas, salários
baixos e a demora no pagamento
das horas extras.
No tocante a questão das horas
extraordinárias, a província de
Gaza assistiu recentemente a
uma paralisação de professores
em reivindicação das horas extras
até aqui não pagas.
A este respeito Macovo disse
que “infelizmente a província de
Gaza assistiu a uma paralisação
por parte dos professores que
reclamam o pagamento das horas
extras, embora este seja um
direito, penso que estes deveriam
ter encontrado outros mecanismos
para fazer valer este
direito, tendo em conta que no
final os alunos é que saíram prejudicados,
uma vez que já estamos
no final do ano e acredito
que não será possível recuperar
estas aulas perdidas. Os alunos
que transitem irão para a classe
subsequente com algumas lacunas”.
Casamentos prematuros e desvios
comportamentais preocupam dos professores
É notória a preocupação dos professores
em relação aos casamentos
prematuros, que são responsáveis
pela desistência escolar da
rapariga. Moçambique faz parte
dos 10 países com índices elevados
de casamentos prematuros.
Neste sentido, os professores apelam
a um trabalho conjunto com
os pais e/ou encarregados de
educação com vista a formação
de uma sociedade capaz de responder
aos desafios nacionais.
Para o professor João Carlos Sapatinha,
que primeiro manifestou
a sua preocupação em relação aos
comportamentos nocivos ao desenvolvimento
integral do aluno,
apelou que se faça a um trabalho
sério com vista a acabar com a
venda de bebidas alcoólicas e outras
drogas junto às escolas.
Sapatinha avançou que, tendo
em conta que o papel do professor
é educar e moldar a sociedade,
há que chamar atenção aos
fenómenos que não abonam à
favor da qualidade de educação,
que, entre eles, está o consumo
de álcool nas escolas do País.
Por outro lado, Sapatinha disse
que “devemos lutar no sentido
de mudar os actuais comportamentos
desviantes que os alunos
apresentam, desde a forma de ser
e estar. O aluno deve saber que é
Foto: Nilton Cumbe
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 17
Executivo garante no Dia do Professor pagar horas extraordinárias
Ministra garante pagamento de horas extras até finais de Outubro
A ministra da Educação e Desenvolvimento
Humano, Conceita
Sortane, que primeiro
felicitou os professores pelo
trabalho que desenvolvem, disse
que o papel do professor vai
mais além do trabalho que é
desenvolvido na sala de aulas.
“Muitas vezes, os professores
são chamados nas comunidade
para ajudar na resolução dos
problemas”.
Para Sortane, os problemas dos
professores são assemelham-
-se aos de outros profissionais
de outras áreas. Segundo ela, o
salário nunca é suficiente para
cobrir todas as necessidades.
“Mas reconhecemos que precisamos
melhorar as condições
de trabalho do professor e isso
passa pela construção de salas
de aulas, de residências para o
professor, que muitas vezes, por
causa da mobilidade que se tem
feito, este depende da boa vontade
da comunidade”, explicou.
Colocando “o dedo na ferida”,
Sortane avançou que “temos
a questão das horas extraordinárias
que é um fenómeno que
resulta do número exíguo de
professores, o que leva o Governo
a recorrer a este mecanismo
para responder às necessidades
da carga horária existente nas
escolas. Mas é preciso compreender
que o processo de pagamento
das horas extraordinarias
é muito lento”.
Explicando as causas que estão
por detrás dessa lentidão,
a governante disse que “o pagamento
das horas extraordinárias
não é feita na mesma
altura que se processa o salário
normal, isto porque para o pagamento
do salário já existe um
mapa que orienta esta actividade,
situação contrária ao pagamento
das horas extras”.
Segundo ela, há um processo de
registo destes professores que
fizeram horas extraordinárias e,
em seguida, há que conferir se
as horas extras estão de acordo
com o excesso de carga que
o professor tem, pelo que todo
este processo leva seu tempo.
E uma razões da demora se
circunscreve na necessidade de
acabar com a falta de clareza
ligada no pagamento das horas
extraordinárias.
Num outro desenvolvimento, a
governante assegurou que todas
as províncias já têm os dados
preparados e estão a ser enviados
às Finanças e acredita que
até finais de Outubro o pagamento
das horas extras feitas
em 2017 terá sido concluído.
Ficando ainda por regularizar
as horas extraordinárias em dí-
vida de 2016, 2015 e 2014.
Chamado a pronunciar-se em
relação ao fia 12 de Outubro,
o Secretário-geral da Organização
Nacional dos Professores
(ONP), Francisco Nogueira garantiu
que a organização que
representa não vai vergar antes
de ver os problemas dos professores
resolvidos.
um ser inserido numa determinada
sociedade e, por essa via,
deve, apesar da globalização,
saber buscar o que lhe identifica
como este ser social e no
meu entender cabe, igualmente,
ao professor levar essa consciência
a este indivíduo em forma-
ção”.
Porém, este trabalho, segundo
a fonte, não pode, exclusivamente
ser feito apenas pelo professor,
é preciso que a sociedade
saiba que também tem sua responsabilidade
na educação dos
alunos.
Para Sapatinha, o Dia 12 de
Outubro deve ser visto como
um momento de reflexão sobre
o papel dos professores que hoje
são chamados a investir.
Sérgio Macovo, da província de
GAZA, que veio juntar-se a outros
colegas da capital do País
para celebrar está data, disse
que são vários os desafios que
o professor tem atravessado, e
a estes juntam-se a questão dos
casamentos prematuros que minam
o desenvolvimento da rapariga.
“A questão dos casamentos
prematuros tem impactos negativos
na sociedade, tendo em
conta que o professor, a chave
do desenvolvimento, é chamado
a sensibilizar à comunidade,
fazer palestras e trabalhar com
vista a reverter este cenário”,
disse Macovo.
Por seu turno, Marta Manhique,
professora de história,
limitou-se a lamentar pela degradação
dos valores morais e
que no seu entender há pouca
colaboração dos pais e/ou encarregados
de educação no sentido
de colmatar este mal, que
no seu entender vai destruindo
a sociedade.
“É nossa tarefa educar os alunos,
mas é preciso perceber que
este aluno passa mais tempo
com a família. E temos assistido
caso de alunos que se envolvem
no consumo de bebidas
alcoólicas ou então em relações
sexuais com pessoas mais velhas.
Estamos num mundo globalizado
onde a informação
vem de todos lados e os alunos
muitas vezes não sabem filtrar
o que é importante e ou que é
prejudicial. E cabe a nós pais e
educadores garantir a formação
integral deste e hoje é momento
de reflexão em relação a nossa
actuação”, aflorou.
Afirmou que “só podemos lograr
bons resultados se estivemos em
sintonia com os pais /encarregados
de educação, se estivermos
motivados, se tivermos condiSérgio
Macovo ções necessárias para trabalhar”.
Conceita assegura que já está a ser concluído o processo de pagamentos de hora extras
Foto: Nilton Cumbe Foto: Nilton Cumbe
18 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
nacional
Inflexibilidade leva Estado a pagar quase
um ano de salário a professor sem dar aulas
O Governo moçambicano aprovou
a revisão do Código Comercial, um
instrumento que regula e concorre
na promoção de um ambiente de negócios
favorável ao desenvolvimento
económico.
Falando em Maputo durante o
briefing havido no final da 25ª sessão
ordinária do Conselho de Ministros,
a porta-voz do Governo, Ana
Comoana, disse que com a revisão,
além de atrair o investimento interno
privado e estrangeiro, o Executivo
pretende promover uma maior
competitividade do país.
Segundo Comoana, que é igualmente
vice-ministra de Cultura e
Turismo, a promoção da competitividade
deverá recolocar o país no
ranking regional e mundial, bem
como desburocratizar os procedimentos
e exigências, evitando desnecessários
litígios entre sócios.
Com a revisão, o Governo quer incentivar
o sector do comércio informal
a aderir ao formal.
A adesão do sector informal ao formal,
de acordo com a porta-voz, deverá
ser feita “através de uma maior
flexibilização, simplificação dos procedimentos
e remoção das barreiras
administrativas”.
Criado em 1888, o Código Comercial
moçambicano, ao longo do tempo,
sofreu actualizações, sendo que a
última ocorreu há dez anos.
Entretanto, o Governo aprovou a
revisão do Código de Registo Predial.
Sobre este documento, Comoana
afirmou que o Executivo quer criar
um sistema integrado de registo predial
que possa utilizar uma plataforma
electrónica.
Com a plataforma, deverá assegurar
“o reforço da segurança do comércio
jurídico imobiliário”.
Ambos documentos aprovados semana
finda deverão ser submetidos
à Assembleia da República, o parlamento
do país, para a sua aprecia-
ção e deliberação.
Nesta sessão, o Executivo apreciou
o relatório de petições tramitadas
durante o primeiro semestre do corrente
ano, na Administração Pública.
São um total de 1.521.016 petições
que deram entrada na Administração
Pública, sendo que 146.505
transitaram do segundo semestre de
2016.
Estes números significam que houve
um decréscimo em termos de petições
na ordem de 2,24 por cento”,
disse Comoana.AIM
Governo quer rever Código
Comercial
Neutralizado esquema fraudulento de desvio de fundos no INSS
Dois funcionários do Instituto Nacional de Segurança Social, afectos à Delegação Provincial de Manica, encontram-se
preventivamente suspensos das suas actividades, por estarem implicados no esquema fraudulento de desvio de fundos,
que vinha ocorrendo desde 2015.
Numa altura em que alguns
professores paralisaram,
recentemente, as suas actividades
devido ao atraso
no pagamento de horas
extraordinárias, há quem
reclama pelo pagamento
de salário mesmo sem
estar a exercer a profissão,
trata-se de Berta Matavele,
cujo processo de transferência
está encalhado a
quase um ano, entretanto,
vê seu salário todos
meses a ser pago, facto
que a deixa insatisfeita por
considerar que formou-se
para dar aulas e não para
enganar o Estado.
Aida Matsinhe
Com um olhar de
preocupação e insatisfação
em relação
a demora no
processo de transferência,
Berta Matavele, professora
de Matemática, anteriormente afecta
na Escola Secundária Josina Machel,
manifestou a sua preocupação
em ver o seu processo de transferência
encalhado a quase um ano. Entendendo
que o facto de estar a pagar
o seu salário não lhe conforta,
pois ela foi formada para dar aulas
e não para enganar o Estado.
Para a fonte, está situação tem
sinonimo de má-fé, entretanto,
tomou conhecimento que existem
professores que foram transferidos
de outras pontos do País para o
distrito de Boane, tempo depois
do seu processo ter iniciado, mas
à ela foi-lhe dada a informação de
que não há cabimento orçamental
para dar andamento a sua transferência.
É que, de acordo com os documentos
na posse do MAGAZINE,
em Novembro de 2016, o Instituto
Industrial e Computação Armando
Emílio Guebuza (IICAEG) enviou
para os Serviços Distrital de
Educação, Juventude e Tecnologia
de Boane um ofício referindo-
-se a necessidade de docentes para
o ano lectivo de 2017, e tomado
conhecimento desta necessidade
Berta Matavele deu início ao seu
processo de transferência.
Eis que em Dezembro do mesmo
ano, foi publicado no Jornal
Notícias o concurso para admissão
de docentes e não docentes,
e por algumas razões não foram
inclusas as vagas para docentes
de Electricidade Industrial, Electrónica
e Matemática seguros
da existência de docentes com o
perfil em referência noutras instituições
com vontade de prestar
serviços ao IICAEG, tal que foi
solicitado o encaminhamento
destes, e nesse grupo fazia parte
a professora Berta Matavele.
E em resposta a este ofício, o
Governo do Distrito de Boane
enviou à Direcção Provincial de
Economia e Finanças de Maputo,
na carta datada de 29 de
Janeiro de 2017, o pedido de
confirmação de cabimento orçamental
para suportar os encargos
relacionados com a transferência
da funcionária Berta
Matavele, enquadrada na carreira
de Docente N1, classe C, Escalão
2 em exercício no Distrito
municipal Kamphumo, na cidade
de Maputo, para Boane, reconhecendo
a existência da vaga.
Segura de que a sua transferência
já tinha sido autorizada,
foi indicado um outro professor
para ficar com as suas turmas
na Escola Secundária Josina
Machel. A 15 de Fevereiro deste
ano, foi entregue à Berta Matavele
pela Direcção de Educação
e Desenvolvimento Humana da
cidade de Maputo o documento
que confirma a sua transferência
e reencaminhamento ao IICAEG
e à Direcção Provincial da Ciência
e Tecnologia, Ensino Superior
e Técnico Profissional.
Entretanto, volvidos 10 meses,
Berta Matavele ainda aguarda
pela indicação da turma, facto
que ainda está refém de cabimento
orçamental ao nível do
distrito de Boane, situação que
lhe deixa intrigada tendo em
conta que ao nível da Cidade de
Maputo esta continua a auferir o
seu salário.
Berta Matavele, professora Foto: Nilton Cumbe
A ministra do Recursos Minerais
e Energia, Letícia Klemens, participa,
de 18 a 22 de Outubro,
na 6ª Conferência sobre a Produção
e Consumo do Gás Natural
Liquifeito (LNG), a ter lugar
em Tóquio, Reino do Japão.
Trata-se de uma Conferência
anual que é organizada desde
2012 como uma plataforma para
o incremento da cooperação entre
os actores chaves (produtores
e consumidores) no mercado de
LNG.
O objectivo da Conferência é a
troca de experiência, a discussão
em torno dos desafios do mercado
do LNG e conta com pouco
mais de 1000 participantes de
entre Ministros, líderes das organizações
internacionais, especialistas
em LNG, entre outros.
Lembrar que Moçambique possui
potencial para a produ-
ção do LNG e, neste momento,
entrou na derradeira fase do
projecto da Bacia do Rovuma
no que concerne a produção e
exportação de LNG com base
no gás natural descoberto no
offshore da Bacia do Rovuma,
incluindo construções das instalações
de produção e transporte
do gás para a costa, a planta
de processamento e liquefacção,
bem como a terminal portuária
de exportação do LNG.
Durante a sua estadia no Japão
Klemens vai, igualmente,
passar em revista a cooperação
entre os dois países no domínio
dos Recursos Minerais e Energia,
onde temos registados ganhos
significativos no apoio em
treinamento de quadros do sector
através da JICA e da JOGMEC.
Depois de Japão, a ministra dos
Recursos Minerais e Energia
desloca-se a República da China
a convite do Governo chinês,
onde irá passar em revista a cooperação
existente entre este gigante
asiático e nosso país.
Klemens na 6ª Conferência sobre produção e
consumo do gás natural liquifeito
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 19
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20 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
Burkina Faso comemora os 30 anos do assassinato de Thomas Sankara
O Burkina-Faso comemorou no domingo os 30 anos do assassinato de Thomas Sankara, o
ícone da “revolução” de uma juventude que se queria panafricana, morto aos 38 anos. internacional
Vacinas experimentais contra Ébola
mostram-se promissoras na Libéria
O Comité Internacional da
Cruz Vermelha (CICV) manifestou
a sua preocupação particular
face à situação de sete milhões de
pessoas vítimas da violência e de
confrontos armados reiterados,
que causam imenso sofrimento
em várias províncias da Repú-
blica Democrática do Congo
(RDC).
O CICV sublinha que estas sete
milhões de pessoas, das quais
mais de metade foram deslocadas
pelos combates, necessitam de
ajuda de emergência.
“Os habitantes devem estar a
enfrentar profundo sofrimento
devido à sua situação de deslocados,
a separação dos seus familiares,
as exacções, as pilhagens e
o risco de ser feridos ou mortos”,
declarou a directora do CICV
para África, Patricia Danzi, durante
uma visita a RDC.
“Apelamos à comunidade internacional
para se mobilizar a fim
de responder às necessidades destas
pessoas duramente atingidas
pela violência e pelo conflito armado”,
acrescentou.
Segundo o CICV, há algum
tempo, a violência sofrida pelos
civis na RDC escapa à atenção
internacional.
Os fundos concedidos pelos Governos
doadores diminuíram progressivamente,
o que faz da RDC
um dos países mais cruelmente
sub-financiados comparativamente
aos Estados onde o CICV
opera.
A violência afecta, em particular,
o Kivu-Norte e o Kivu-Sul e
poderá atingir em breve o Kasai
e o Tanganyika.
Em 2016, a RDC era o país do
mundo com o maior número de
pessoas deslocadas pela violência
interna, num total de perto de
um milhão.
Desde o início de 2017, o CICV,
em parceria com a Cruz Vermelha
da RDC, apoiou mais de 352
mil pessoas deslocadas ou residentes
no quadro das suas opera-
ções humanitárias.
Além disso, mais de 10 mil civis
e militares beneficiaram de
formação em Direito Internacional
Humanitário, em acções
organizadas com o objectivo de
prevenir os ataques contra a população.
CICV preocupado com
destino de sete milhões
de vítimas da violência na
RDC
Duas vacinas experimentais
contra o vírus Ébola
mostraram-se promissoras
para proteger contra a
febre hemorrágica durante
pelo menos um ano, revela
um grande ensaio clínico
publicado, noticia a AFP,
citada pela
Oestudo publicado na
revista médica New
England Journal of
Medicine é o primeiro
relatório completo
de um esforço em larga escala
para testar o que poderia ser a primeira
vacina contra o Ébola
O surto desse vírus altamente contagioso
causou a morte de mais
de 11.000 pessoas, principalmente
na Libéria, Guiné e Serra Leoa,
enquanto se propagava pelo Oeste
da África do final de 2013 até
2016.
O estudo de fase II envolveu 1.500
pessoas em Monróvia, na Libéria.
Os participantes foram aleatoriamente
designados para receber
uma das duas vacinas que estão a
ser testadas.
O teste envolveu a favorita rVSV-
-ZEBOV, inicialmente desenvolvida
por cientistas do governo
canadiano e agora licenciada para
a Merck, a Sharp e a Dohme
Corporation, e a cAd3-EBOZ,
criada pelo Centro de Pesquisa
de Vacinas do Instituto Nacional
de Alergia e Doenças Infecciosas
americano (NIAID) e pela GlaxoSmithKline.
Após um mês, 84 porcento dos
que receberam a rVSV-ZEBOV
desenvolveram uma resposta de
anti-corpos. Um ano depois, 80
porcento ainda tinham essa protecção.
Quanto a outra candidata, cAd3-
-EBOZ, 71 porcento desenvolveram
uma resposta de anti-corpos
e 64 porcento mantinham essa
resposta um ano depois, quando o
ensaio foi concluído.
“Este ensaio clínico produziu informações
valiosas que são essenciais
para o desenvolvimento contínuo
desses dois candidatos à vacina do
Ébola e também demonstra que
é possível conduzir uma pesquisa
clínica bem projectada e eticamente
válida durante uma epidemia”,
disse Anthony Fauci, Director do
NIAID.
De acordo com Anthony Fauci,
uma vacina segura e efectiva seria
um complemento importante às
medidas clássicas de saúde pública
para controlar os inevitáveis futuros
surtos de Ébola.
Algumas pessoas que receberam
as vacinas experimentaram “efeitos
colaterais leves à moderados
que foram resolvidos, como dor de
cabeça, dor muscular, febre e fadiga”,
destaca o estudo.
“No geral, os investigadores não
identificaram nenhuma grande
preocupação de segurança relacionada
às vacinas”, acrescentou.
O ensaio foi conduzido como parte
de uma colaboração de pesquisa
clínica entre os Estados Unidos e
a Libéria conhecida como Parceria
para Pesquisa sobre o Vírus Ébola
na Libéria (PREVAIL).
Este primeiro estudo, designado
PREVAIL 1, foi lançado em Fevereiro
de 2015 e originalmente
projectado para admitir 28.000
voluntários, mas teve que ser reduzido
para um ensaio de fase II
menor à medida que o surto diminuiu.
Um total de 15 candidatas a vacinas
está a ser desenvolvido em
todo o mundo para prevenir o
Ébola. Os especialistas dizem que
as primeiras vacinas poderiam ser
aprovadas para uso até 2018, sob
um processo regulatório acelerado
ANGOP.
O governo do Quénia proibiu
semana finda as manifestações
nos centros de três grandes
cidades, depois do apelo da
oposição para manifestações
diárias, visando impedir a organização
da eleição prevista
para o dia 26 de Outubro.
“Por causa de uma ameaça
clara, presente e iminente da
perturbação à ordem pública,
o governo notifica o público
que, por enquanto, não
autorizaremos manifestações
nos centros de Nairobi, Mombasa
e Kisumu”, declarou o
ministro do Interior, Fred Matiangi.
Falando em conferência de
imprensa, em Nairobi, deputados
da oposição prometeram
não respeitar esta proibi-
ção.
O opositor Rahila Odinga
anunciou que não concorreria
à eleição presidencial de 26 de
Outubro, alegando que a Comissão
Eleitor (CENI) não se
reformou para organizar um
escrutínio credível.
A oposição exigia a exoneração
de alguns dos responsáveis
da CENI, o que não
aconteceu.
Alguns observadores temem
que a proibição feita num clima
político tenso, corre o risco
de passar para confrontos
entre manifestantes da oposi-
ção e a Polícia.
A eleição de 8 de Agosto último,
ganha pelo presidente
cessante Uhuru Kenyatta, foi
anulada pelo Tribunal Supremo,
depois de várias manifestações
da oposição que
acusavam a CENI de fraude
eleitoral. ANGOP
Governo queniano proíbe
manifestações nas grandes cidades
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 21
Dissidentes do PAIGC apelam ao
cumprimento do acordo de Conakry
Os deputados dissidentes
do Partido Africano para
a Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC) da
Guiné-Bissau, reunidos no
denominado “Grupo dos
15”, apelaram ao diálogo
no seio deste partido e ao
cumprimento do Acordo
de Conakry.
Em conferência de
imprensa realizada
em Bissau e num
comunicado distribuído
aos jornalistas,
os deputados pediram à
direcção do partido para “accionar
mecanismos e medidas
concretas e imediatas conducentes
à reconciliação no seio
da família do PAICG (vencedor
das legislativas de 2014 na
Guiné-Bissau), privilegiando o
diálogo franco e sincero como
única via para a saída da presente
crise”.
No comunicado dos parlamentares,
que foram expulsos da
militância no PAIGC depois
de terem chumbado no Parlamento
o programa de Governo
do então primeiro-ministro
Carlos Correia, insistem que a
direcção do partido deve cumprir
com os acordos de Bissau
e Conakry em “relação à reintegração
incondicional dos dirigentes
ilegalmente expulsos
ou sancionados, bem como cessar
imediatamente” o que consideram
ser “os afastamentos
sumários e exclusões ilegais”
no partido.
Os dissidentes propõem também
a criação de uma comissão
paritária entre a direcção
do PAIGC e do Grupo dos
15 para iniciar um diálogo de
“reintegração daqueles deputados
e de todos os dirigentes,
responsáveis e militantes do
partido, penalizados por se terem
associado ou simpatizado
com a causa dos 15 deputados
expulsos do partido”.
No documento, os deputados
informam também a “opinião
nacional e internacional” que
o Grupo dos 15 “nunca reconheceu
as sanções instrumentalizadas
e ilegais impostas
pelo Conselho Nacional de
Jurisdição do PAIGC”.
O grupo voltou a sublinhar
que continua aberto ao diálogo
para uma “verdadeira reconciliação”.
O Grupo dos 15, coordenado
por Braima Camará, que ficou
em segundo lugar na corrida
à liderança do partido
ganha por Domingos Simões
Pereira, entrou em ruptura
com a direcção do PAIGC,
tendo-se juntado ao PRS no
parlamento para chumbar o
programa de Governo do então
primeiro-ministro, Carlos
Correia.
O Grupo dos 15 é um dos
signatários do Acordo de
Conakry, patrocinado pela
Comunidade Económica dos
Estados da África do Oeste
(CEDEAO) e que prevê
a formação de um Governo
consensual integrado por todos
os partidos representados
no parlamento, a nomeação
de um primeiro-ministro de
consenso e da confiança do
chefe de Estado, bem como
a reintegração daqueles elementos
no PAIGC, entre outros
pontos.
O actual Governo da Guiné-
-Bissau não tem o apoio do
PAIGC, que ganhou as elei-
ções legislativas de 2014, e o
impasse político tem levado
vários países e instituições
internacionais a apelar ao
consenso para a aplicação do
Acordo de Conakry.
O número de mortos no maior
atentado terrorista de sempre
na Somália subiu para 276,
anunciou, nesta segunda-feira,
o ministro da Informação somali,
Abdirahman Osman.
Presumíveis terroristas da
organização Al-Shebab detonaram
camiões armadilhados
num antigo mercado e num
hotel no movimentado centro
da cidade, pelo que a maioria
das vítimas são civis.
O governo somali dispensou
militares para ajudar os servi-
ços de emergência nas buscas
de sobreviventes daquele que é
considerado o pior atentado na
história do país.
Numerosos edifícios próximos
das explosões ficaram completamente
destruídos e os hospitais
estão com as instalações
sobrelotadas com os feridos,
sendo que não dispõem de medicamentos
suficientes e sangue
para as transfusões.
O atentado provocou protestos
perto do cenário do ataque,
depois do Governo somali ter
acusado o grupo extremista
Al-Shebab ligado à Al-Qaeda,
mas a organização terrorista
ainda não se pronunciou.
O ataque a Mogadíscio foi um
dos mais mortais na África
subsaariana, maior do que o
perpetrado na Universidade de
Garissa, no Quénia, em 2015,
ou os ataques às embaixadas
dos Estados Unidos no Quénia
e na Tanzânia em 1998.
Os médicos da cidade estão a
tentar tratar as centenas de
feridos, alguns deles com queimaduras
que os deixaram irreconhecíveis:
“Isto é realmente
horrendo, diferente de qualquer
outro atentado do passado”,
disse Mohamed Yusuf,
diretor do Hospital Medina.
“Quase todas as vítimas estão
gravemente feridas” disse a
enfermeira Samir Abdi, falando
num “horror indescritível”.
Paris, Londres, Washington,
Ancara e a União Africana já
condenaram o atentado ocorrido
sábado na Somália, e ofereceram
apoio para enfrentar a
ação terrorista.
O Departamento de Estado
dos Estados Unidos condenou
fortemente, num comunicado,
o “cobarde” atentado ‘jihadista’
em Mogadíscio.
Por seu turno, o Presidente
francês, Emmanuel Macron,
escreveu na rede social Twitter:
“Apoio à Somália. Apoio
à União Africana contra os
grupos terroristas islamitas. A
França está do vosso lado”.
Em comunicado, Boris Johnson,
ministro dos Negócios Estrangeiros
britânico, condenou
também energicamente “o cobarde
atentado” em Mogadíscio.
A União Africana mantém na
Somália uma força de cerca de
22.000 militares para apoiar
o governo central contra os
‘jihadistas’ da Al-Shebab, aliados
da Al-Qaeda.
Da mesma forma, o ministro
turco dos Negócios Estrangeiros,
Mevlüt Cavusoglu, condenou
“firmemente” o atentado,
oferendo apoio e assegurando
que vai continuar ao lado da
Somália no combate ao terrorismo
contra “ataques tão
atrozes”.
Também o secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres,
condenou hoje o atentado,
e instou o país a unir-se
contra o terrorismo.
O Presidente da Somália, Mohamed
Abdullahi Mohamed,
declarou três dias de luto nacional
e, como milhares de cidadãos,
foi doar sangue, apelando
a “todo o povo somali”
para que faça o mesmo.
O Governo somali atribuiu o
ataque às milícias Al-Shebab,
ligadas à Al-Qaida, e qualificou
o ataque de “desastre nacional.
Sobe para 276 número de mortos
no maior atentado de sempre na Somália
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC
22 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
nacional
Zambézia vai ter a primeira central solar de Moçambique
A montagem do financiamento para a construção da primeira central de produção de energia solar
de Moçambique, a ser construída no distrito de Mocuba, província da Zambézia, fica concluída este
mês, disse em Maputo o presidente da Electricidade de Moçambique (EdM). .
O Município de Maputo, em
parceria com a empresa de consultoria
e investimentos New
Sigma Holding Lda., vai lançar
brevemente uma iniciativa para
a protecção da fauna bravia em
Moçambique.
A campanha inclui a colocação
de 25 símbolos de animais de vá-
rias espécies, em locais públicos e
nas rotundas da capital moçambicana,
como forma de alertar as
populações sobre a necessidade
da preservação da fauna bravia.
O acto surge no âmbito das celebrações
da elevação de Maputo
a categoria de cidade, que acontece
a 10 de Novembro.
As celebrações vão decorrer sob
o lema Maputo 130 anos de História
e de Progresso.
Sem avançar o valor do investimento
do projecto, o director geral
da New Sigma Holdings, Rui
Andrade, disse que a iniciativa
inclui a reprodução, em cimento,
de várias espécies de animais selvagens
que o país dispõe.
O projecto também irá contar
com a intervenção de crianças do
ensino primário que vão pintar
os animais que serão colocados
em vários locais públicos da capital
moçambicana.
Andrade disse que o búfalo é o
primeiro animal que será instalado
no dia 18 do mês em curso,
na Avenida Kenneth Kaunda,
junto a praça do Destacamento
Feminino.
O projecto será implementado
na cidade de Maputo durante
12 meses sendo que de quatro
em quatro meses, a New sigma
Holdings irá pintar os animais de
branco para que os demais alunos
de outras escolas participem
desta acção, afirmou.
A secretária do Conselho Municipal
da Cidade de Maputo,
Susana Laice apontou que o projecto
irá enriquecer o programa
da celebração do dia da cidade
e permitirá que as crianças em
tenra idade saibam sobre a necessidade
e importância da preservação
da fauna bravia.
Este é o primeiro projecto desta
natureza e pensamos que o seu
impacto vai ser muito importante
para toda a comunidade em
matérias de preservação da fauna
bravia, afirmou. AIM
Município de Maputo
desenvolve acções de
protecção da fauna
bravia
Akon e filhos de Machel
massificam energia em Manica e Sofala
O músico afro-americano
Akon, através da sua iniciativa
Akon Lighting Africa,
assinou, semana finda
em Maputo, o acordo de
parceria com a associação
Machel Fidus para a electrificação
de áreas rurais
nas províncias centrais
moçambicanas, nomeadamente
Manica e Sofala.
Abanês Ndanda
De nome completo
Aliaune Damala
Badara Akon
Thiam, Akon,
sublinhou, na
ocasião, a necessidade de aceleração
do desenvolvimento do
continente africano através da
melhoria concreta da vida das
pessoas.
“Nenhum país poderá garantir
um verdadeiro desenvolvimento
e significativa melhoria da
vida das pessoas sem apostar
na electrificação rural”, disse
Aliaune Thiam.
Por seu turno, Malenga Machel,
em representação da
Machel Fidus, “com os nossos
poucos recursos, pretendemos
desenvolver iniciativas relevantes,
sustentáveis e realmente
façam diferença”.
Nas sua intervenção, a ministra
dos Recursos Minerais
e Energia, Letícia Klemens,
ressaltou a preponderância do
acesso à energia e de qualidade
para o desenvolvimento e
melhoria da vida das pessoas.
“Baixos níveis de acesso à
energia de qualidade significam
baixos níveis de produ-
ção e produtividade, serviços
de saúde deficientes, educação
deficiente, comunicação deficiente,
acesso deficiente à informação,
entre outros”, disse
Letícia Klemens.
A iniciativa Akon Lighting
Africa está a ser implementada
em 11 países africanos
e pretende dar resposta aos
desafios energéticos daqueles
países, através da implementação
de uma solução inovadora,
alimentada por energia
solar, que irá permitir criar
os alicerces para o desenvolvimento
sustentável das zonas
rurais, pelas vantagens que a
energia eléctrica proporciona
às comunidades: melhoria da
qualidade de vida e da educação,
a criação de emprego
e o impulsionar do empreendedorismo
ao contribuir para
o aumento da produtividade
pela optimização da produção
e por permitir mais horas de
trabalho após o pôr do sol.
Moçambique é o primeiro país
da África Austral a estabelecer
a parceria com o músico
Akon. A Machel Fidus e o
FUNAE são os parceiros estratégicos
da Akon Lighting
Africa para a implementação
deste projecto em Moçambique.
A estratégia de implementa-
ção será definida em concertação
com a estratégia para
as energias renováveis estabelecida
pelo Ministério dos
Recursos Minerais e Energia
(MIREME) e com o portfolio
do FUNAE.
A Machel Fidus é uma organização
moçambicana sem
fins lucrativos, liderada por
um grupo de jovens maioritariamente
empreendedores
que têm trabalhado no desenvolvimento
e implementação
de projectos sustentáveis que
concorram para a melhoria
das condições de vida e para
a inclusão económica e social
das populações mais vulnerá-
veis. Fazem parte da associa-
ção, os filhos do antigo presidente,
Samora Machel.
Refira-se que apenas 40%
de moçambicanos é que têm
acesso à energia eléctrica,
apesar de o País possuir uma
das maiores fontes de produ-
ção de energia eléctrica a ní-
vel do continente africano que
é a hidroeléctrica de Cahora
Bassa (HCB).
Calcula-se que o fornecimento
de energia em Moçambique
vai continuar limitado
até 2020, devido à crescente
procura de electricidade e aos
atrasos nos grandes projectos
hídricos no País.
Actualmente, a produção de
energia no País é de cerca de
2200 megawatts, a maior parte
oriunda da barragem de
Cahora Bassa mas quase toda
exportada para a África do
Sul, mantendo Moçambique
uma taxa de acesso à electricidade
de apenas 40% da sua
população.
Dois grandes projectos hídricos
- Cahora Bassa norte e
Mphanda Nkuwa, ambos no
rio Zambeze - deverão aumentar
a produção em 1745 MW,
mas não ficarão prontos antes
do final da década.
Foto: António Nhangumbe
Akon e Malenga Machel
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 23
PUBLICIDADE
A Câmara de Comércio
de Moçambique acaba de
criar um pelouro dedicado
à construção civil, com
vista ao estabelecimento
de contactos e à divulgação
de oportunidades
de negócio entre os seus
membros.
Com vista ao alcance
destes objectivos,
a agremia-
ção organizou,
semana finda, na
cidade de Maputo, um seminário
de divulgação das
oportunidades existentes
no sector. O mesmo contou
com a participação de cerca
de 150 empresas das cidades
de Maputo e Matola, que
também tiveram a oportunidade
de expor os seus produtos
e serviços.
Conforme explicou Carlos
Quadros, presidente do Pelouro
da Construção Civil
da Câmara do Comércio de
Moçambique, a criação desta
entidade visa responder à
fraca divulgação de oportunidades
que se verifica neste
sector, apesar de o mesmo
estar a registar um crescimento
considerável.
Assim, segundo Carlos Quadros,
“pretende-se que os
membros se conheçam, interajam
e, por via desta plataforma,
tirem proveito das
oportunidades que o País
oferece, porque elas existem”.
Na mesma ocasião, o presidente
do Pelouro da Construção
Civil chamou à aten-
ção para a necessidade de
as empresas se organizarem
para poderem responder à
altura dos desafios que o
mercado e o sector impõem.
“É necessário que as empresas
se capacitem, organizem-se
e racionalizem os recursos
de que dispõem para
poderem entrar em projectos
de grande dimensão.
Este sector é muito amplo e
o que o nosso pelouro pretende
é dinamizá-lo”, considerou
Carlos Quadros.
Câmara de Comércio cria pelouro de construção civil
No âmbito do Parcerias, a área
comercial da InterCement Mo-
çambique organizou, recentemente,
em Maputo, um curso
de formação em Gestão de
Empresa Familiar. Voltado aos
clientes da região sul do País, a
capacitação abordou temas como
planejamento, finanças, vendas
e pessoas, além de aspectos de
segurança do trabalho, os quais
buscou-se conteúdos que vem
sendo trabalhado em outras Unidades
de Negócios, como Argentina
e Portugal.
A formação é resultado de
uma parceria com a Universidade
Eduardo Mondlane,
inclusive estudantes do curso
de Engenharia Civil também
participaram e puderam, ainda,
ampliar conhecimento sobre
cimento e concreto com os
profissioanis da InterCement
Moçambique.
“O evento foi muito positivo,
pois grande parte dos nossos
clientes são empresas familiares
e, ao final da capacitação,
demonstraram interesse em
aprofundar os temas apresentados.
Esse será, portanto, o
nosso objetivo nos próximos
encontros”, diss Ailton Novele,
Gerente Comecial e Marketing
da InterCement Moçambique.
InterCement Moçambique capacita
clientes em gestão de empresa familiar
Para além da divulgação
das oportunidades de negócios
existentes no País, o
encontro foi também marcado
pela apresentação da
Política de Conteúdo Local
da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos
(ENH).
De acordo com Victor Tivane,
director de Conteúdo
Local da ENH, é importante
que as empresas nacionais
estejam preparadas para
fornecer produtos e prestar
serviços às multinacionais
que actuam no sector de hidrocarbonetos,
pois isso vai
contribuir para o seu crescimento.
“Fazendo parte do desenvolvimento
da indústria dos
hidrocarbonetos, o empresariado
nacional não estará só
a promover o seu crescimento,
mas também a contribuir
para a criação de mais
postos de trabalho para cidadãos
nacionais, alargamento
da base tributária,
entre outros aspectos bené-
ficos para o País”, referiu
Victor Tivane.
24 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
A procura por gás natural
cresceu exponencialmente
em Moçambique ao longo
dos últimos 13 anos, disse,
semana finda em Durban,
África do Sul, o vice-ministro
dos Recursos Minerais
e da Energia, Augusto de
Sousa Fernando.
O vice-ministro, que discursava
na conferência “International
Gas Co-operation
Summit”, disse ainda que
Moçambique e a África do
Sul estão a trabalhar no
sentido de desenvolverem
novos projectos associados
ao gás natural.
O grupo sul-africano Sasol
explora há anos depósitos
de gás natural em Pande
e Temane, província de
Inhambane, que é poste -
riormente exportado para a
África do Sul através de um
gasoduto com uma extensão
de 865 quilómetros.
Andrew Herscowitz, um coordenador
do Power Africa,
programa da Agência dos
Estados Unidos da América
de apoio ao Desenvolvimento
(USAID), disse que o
mercado do gás está a crescer
a um ritmo muito lento
em África, caso da região
em que se inserem Moçambique
e a África do Sul.
Referindo-se especificamente
a Moçambique, Herscowitz
disse que o país deverá
arrecadar 160 mil milhões
de dólares ao longo de um
período de 20 anos através
dos investimentos em infra-
-estruturas baseadas em gás
natural.
O relatório Previsões Económicas
Mundiais, re -
centemente divulgado em
Washington pelo Fundo
Monetário Internacional,
prevê que Moçambique esteja
a registar um crescimento
económico de 14,0%
em 2022, ano em se poderá
iniciar a exploração de depósitos
de gás natural no
norte de Moçambique.
Macauhub
Mercado de gás natural
com crescimento exponencial
em Moçambique
economia
Moçambique contará com refinaria
de gás e petroquímica em 4 anos
AT vai incrementar em 50%
o número de contribuintes pagadores até 2019
BCI apoia a certificação de qualidade de empresas
O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e a Intertek TestingServices, East Africa PTY Limited (Intertek)
celebraram, esta segunda-feira em Maputo, um protocolo financeiro e de cooperação, que tem em vista dar a
conhecer, ao empresariado local, o potencial transformador dos processos de certificação de qualidade..
Moçambique vai contar,
nos próximos quatro anos,
com uma refinaria de gás e
petroquímica a ser construída
pela Petro-Gethe,
Moçambique, SA, no distrito
de Nacala à Velha,
província de Nampula.
Estimado em 9 biliões
de dólares, o
projecto, primeiro de
género no País, inclui
a construção de um
complexo eco-industrial que, além
de produzir fertilizantes através da
nafta de gás, irá também, ter uma
planta de energia solar híbrida e de
produção de combustível verde.
Segundo o Presidente da Comissão
Executiva (PCE) da Petroquímica,
Francisco Lichucha, a Petro-Gethe
entra para o mercado nacional para
marcar diferença nos processos de
depósito e distribuição, a nível de
África Austral, do crude e seus derivados,
a construção, gestão e exploração
de refinaria petrolífera de
óleos, combustível e gás.
“A Petro-Gethe irá construir e explorar
um pipeline, distribuir e comercializar
geradores de energia,
incluindo a construção da respectiva
fábrica para distribuição e comercialização
de material plástico e
fertilizantes”, explicou Lichicha para
depois acrescentar que “neste momento,
o projecto aguarda pela conclusão
de estudos diversos que irão
facilitar a mobilização financeira,
técnica, operacional, de construção e
outros recursos necessários exigidos
para desenvolver o projecto”.
Composta maioritariamente por capitais
moçambicanos e estrangeiros,
o projecto da Petro-Gethe poderá
constituir um dos maiores investimentos
em Moçambique depois da
independência nacional – o complexo
ecológico.
O empreendimento, que arranca
próximo ano (2018), será construído
na parte oeste da baia de Nacala,
distrito de Nacala à velha, numa
área de 1200 hectares e prevê criar
entre 1500 a 2000 postos de emprego.
Francisco Lichucha fez saber ainda
que o projecto principal envolve o
desenvolvimento de uma refinaria
de gás, no entanto, a sua conclusão,
inclui o desenvolvimento de infra-
-estrutura de apoio nomeadamente,
a refinaria de gás; uma planta petroquímica;
um auto usina de geração
de energia; uma fábrica de PVC e
uma fazenda tanque de gás IBL. As
infra-estruturas incluem igualmente
uma fábrica de Fertilizantes; uma
planta de água; estradas; um complexo
habitacional para cerca de
20.000 pessoas, e outras infra-estruturas
sócias e de serviço.
Aliás, sublinhou o PCE da Petro-
-Gethe, que “a partir de um dos
subprodutos de gás, queremos produzir
fertilizantes em resposta ao
plano Quinquenal do Governo que
define a agricultura como uma das
grandes prioridades do Presidente
Filipe Nyusi. Queremos fornecer
fertilizantes a todo o país e dinamizar
a nossa agricultura, assim como
pretendemos, abastecer o mercado
regional”.
Por outro lado, o nosso interlocutor
explicou que actualmente não
há nenhuma capacidade de refinaria
em Moçambique e o país depende
totalmente de produtos importados
e outros produtos petroquímicos.
Refira-se que a Petro-Gethe é uma
empresa privada criada para facilitar
o desenvolvimento da refinaria.
Com o projecto a ser implementado
a breve trecho calcula-se impulsionar
ainda mais o corredor de
Nacala.
A Autoridade Tributária de Mo-
çambique (AT) deverá incrementar
em cerca de 50% o número de contribuintes
pagadores de imposto até
2019. Este compromisso foi assumido
pela própria Presidente da AT,
Amélia Nakhare, no encerramento
da Reunião Nacional de Planifica-
ção das Actividades para 2018.
O alargamento da base contributiva
faz parte de uma série de medidas
a ser adoptadas pela AT de forma
a reduzir a dependência externa das
contas públicas.
“Este objectivo depende da modernização
da gestão da cobrança, do
alargamento da base tributária, da
intensificação das auditorias e fiscalizações,
do combate aos ilícitos
fiscais, do fortalecimento da ética e
integridade, da simplificação e uniformização
dos procedimentos e de
uma gestão focada em resultados”,
disse Amélia Nakhare acrescentando
acreditar que a implementação
criteriosa dessas medidas levará ao
incrementa das receitas do Estado
em pelo menos 40% nos próximos
dois anos.
No âmbito da reforma legal foram
definidas como prioridades o ajustamento
da legislação sobre o funcionamento
da Autoridade Tributária,
o ajustamento da legislação para o
incremento da receita, nomeadamente
a revisão da Lei de benefícios
fiscais, requalificação do Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes,
revisão do Regulamento
de Isenções e reformas na gestão
do Imposto sobre o Valor Acrescentado
e dos prazos de tributação.
Também foi analisada a pertinência
de adopção de um mecanismo legal
para acomodar-se o perdão da dívida.
“Propomo-nos fazer esta revisão
conscientes de que no sistema tributário
ainda prevalece espaço fiscal
para acomodar a sua expansão avaliado
em 50% dos actuais níveis de
colecta, significando que o incremento
da receita no seu mais elevado
potencial resultaria na maximização
da receita em mais de 50%”, reconheceu
a dirigente.
Para 2018, prevê-se que a receita
mínima do Estado para o financiamento
da despesa pública esteja fixada
em 222.8 mil milhões de meticais,
o que, de acordo com Nakhare,
exige da AT uma reflexão interna
para fazer face ao desafio de incremento
do sistema tributário respondendo
de forma eficaz a este imperativo
legal.
“Tendo em conta a actual conjuntura
económica nacional, esta
meta constitui um grande desafio
para nós, porém a recuperação
económica do nosso país e a implementação
do Programa Quinquenal
do Governo dependem desse
esforço, por isso, gostaria de exortar
a cada colega que nos desafiemos
a superar este desafio que nos
é colocado, pois o desenvolvimento
do nosso país depende do empenho
de cada um de nós”, assumiu
reiterando logo de seguida que
para além de arrecadar receitas do
Estado para a implementação dos
programas de desenvolvimento do
País, também é responsabilidade
da Autoridade Tributária garantir
a auto-suficiência financeira do
Estado e a sustentabilidade das
nossas políticas e programas de
desenvolvimento.
“Precisamos redobrar os nossos esforços,
melhorar a nossa eficiência
e ser ousados na busca de soluções
que nos permitam responder de
forma eficaz aos desafios de desenvolvimento
do nosso País”, rematou.
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 25
Cornelder assume papel crescente no manuseamento
de fertilizantes para os países da região
Director do ICM viabiliza
mercado de feijão bóer na Índia
O papel do Porto da Beira
na importação de fertilizantes
na região foi um
dos temas de destaque na
“Conferência Internacional
sobre o Agronegócio e Logística
de Fertilizantes na
Região Oriental e Austral
de África” que teve lugar
em Maputo, semana finda.
O evento contou com a
participação de 300 delegados
oriundos de vários
quadrantes do globo.
Um dos objectivos
do encontro,
de acordo com
Carlos Zandamela,
presidente da
Associação Moçambicana para
a Promoção do Uso de Fertilizantes,
foi a concertação para o
aumento do uso de fertilizantes
pelos agricultores no continente
africano.
Relativamente a Moçambique,
que consome cerca de 200 mil
toneladas por ano, Carlos Zandamela
acredita que “o encontro
ajudou na harmonização das intervenções
e políticas de abordagem
em toda a cadeia de valor
dos fertilizantes, visando o aumento
da produção e produtividade,
e, acima de tudo, da qualidade
dos produtos”.
O objectivo da Cornelder de
Moçambique (CdM), nesta conferência
consistiu na exposição
das vantagens comparativas e
competitivas do Porto da Beira,
do Corredor da Beira na logística
dos fertilizantes para os paí-
ses do “hinterland” (Zimbabwe,
Zâmbia, Malawi e República
Democrática do Congo). Dada
a sua localização geo-estratégica,
uma sólida experiência no manuseamento
do fertilizantes, a CdM
pretende consolidar a posição de
principal ponto de entrada de
fertilizantes para Moçambique e
países da região.
Para além da experiência no
manuseamento deste tipo de
produto, a sua excelente localização
e acesso aos países do
“hinterland”, o Porto da Beira
apresenta inúmeras vantagens
que podem influenciar na redu-
ção dos custos de importação
para os clientes que demandam
este porto.
A título de exemplo, de acordo
com Jan Laurens de Vries, administrador
delegado da Cornelder
de Moçambique, concessionária
do Porto da Beira,
incentiva a comunidade portuá-
ria a incrementar a capacidade
de armazenagem, de ensacamento
e outros serviços complementares
à actividade principal do
Porto. Actualmente, para além
da capacidade de armazenagem
do Porto existem nas zonas adjacentes
vários armazéns alfandegários.
Uma das empresas de logística
que operam naquela cidade é a
Beira Logistics Terminals, cujo
director-geral, Jonathan Middleton,
reconheceu a importância
daquele porto no desenvolvimento
do País e da região.
“Posicionámo-nos na Beira, devido
à sua localização estratégica,
que está por detrás do aumento
da demanda pelos serviços de
logística, como é o caso das operações
de descarga, armazenagem,
transporte, entre outros”,
referiu Jonathan Middleton.
Actualmente, os fertilizantes
constam dos principais produtos
de importação a nível do Porto
da Beira, que manuseia entre
400 e 600 mil toneladas por
ano, destinados principalmente
ao Zimbabwè, Zâmbia e Malawi.
Com o incremento de eficiência
de toda cadeia de logística, a
Cornelder de Moçambique manuseou
até Setembro do corrente
ano um total de de 592.000
toneladas de fertilizantes, prevendo-se
que até ao final de
2017 sejam manuseados cerca
de 800.000 toneladas.
O director-geral do Instituto de
Cereais de Moçambique (ICM),
João Macaringue, esteve na Índia,
à frente de uma delegação
multissectorial que abordou com
as autoridades governamentais
deste país a viabilização do acordo
bilateral assinado entre os dois
Estados em Julho do ano passado.
João Macaringue manteve contactos
com as autoridades indianas
com o objectivo de encontrar
mecanismos de materialização do
processo de exportação do feijão
bóer fixada pelos governos dos
dois países, tendo como objectivo
assegurar que todos os operadores
de exportação daquele produto
registados no país façam transa-
ções com a Índia.
A delegação abordou com as autoridades
indianas a forma de garantir
que a quota remanescente
seja assegurada através da compra
do feijão bóer ainda nas mãos
dos produtores estabelecidos em
vários cantos do nosso país.
O Alto-Comissário da Índia, Rudra
Gaurav, assegurou muito
recentemente ao sector privado
moçambicano que o seu país vai
continuar a ser mercado para o
feijão bóer produzido em Moçambique,
ao abrigo do memorando
de entendimento vigente.
“Os moçambicanos podem ficar
tranquilos. Estamos dispostos
inclusive a ajudar este país a diversificar
a produção de feijões,
transmitindo a nossa experiência
com cinco tipos que, posteriormente,
seriam vendidos no
mercado indiano”, disse o diplomata
indiano.
Dados recentemente divulgados
apontavam para uma previsão
de queda do preço do feijão bóer,
influenciado pela decisão das autoridades
indianas de suspender
a importação deste produto com
um impacto negativo para os
produtores das sete províncias do
centro e norte do país que habitualmente
colocam o seu produto
neste mercado asiático.
O jornal Gazete of India, publicado
em Nova Deli, apontava a
mudança de procedimentos para
a importação de leguminosas, em
particular do feijão-bóer em grão
ou processado, e a necessidade
de atribuir quotas para os países
produtores como alegações apresentadas
pelo governo indiano
para suspender as compras.
As empresas envolvidas na comercialização
do feijão-bóer nas
províncias de Nampula, Cabo
Delgado, Niassa, Zambézia,
Sofala, Manica e Tete foram
colhidas de surpresa pela informação,
porquanto o processo de
compra da leguminosa estava a
ganhar ritmo acelerado para garantir
o cumprimento da meta
de 200 mil toneladas.
A empresa mineira Omnia Mining
iniciou a exploração de
ouro em depósitos aluviais na
metade ocidental da concessão
que a Xtract Resources detém
na província de Manica, em
Moçambique, informou a empresa
concessionária em comunicado
divulgado recentemente.
A Explorator, Lda, a subsidi-
ária moçambicana da Xtract
Resources, assinou contractos
com as empresas mineiras Omnia
Mining e Moz Gold em Junho
e a Sino Minerals Investment
Company em Julho para
que procedam à exploração
dos depósitos em aluvião.
A Omnia Mining e a Moz
Gold têm os direitos exclusivos
para explorarem a metade ocidental
da concessão mineira,
ao passo que a Sino Minerals
Investment Company tem a
metade oriental.
Estes contractos são válidos
por um período de dez anos
ou até ao esgotamento dos depósitos
em aluvião, com uma
prorrogação de cinco anos caso
os depósitos não tenham sido
já esgotados.
Os contractos assinados estipulam
que as empresas que
vão proceder à exploração de
ouro têm de efectuar pagamentos
mensais à Explorator,
Lda, de acordo com a quantidade
de ouro extraída.
A Sino Minerals começou a
processar materiais de aluvião
num dos centros de
processamento dia 7 de Outubro
corrente, prevendo a
Xtract Resources, empresa
cotada no mercado alternativo
de investimento da
Bolsa de Valores de Londres,
que a subsidiária mo-
çambicana comece a obter
receitas em Novembro pró-
ximo. Macauhub
Xtract Resources expande exploração
de depósitos de ouro em Moçambique
26 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
Magazinadas Texto: Nelson Mucandze
Fotos:António Nhangumbe
A maldição de corrupção e os bons feitos!
Ouve-se, em todos lados, discursos
que nos devolvem uma sessação de
um futuro leve e livre da corrupção,
no mínimo não nos níveis caóticos
em que se regista actualmente. As
vozes de desgosto anunciam uma
guerra contínua de luta contra as
piores maldições da nossa sociedade.
Uma maldição que está presente em
nossa génese humana a partir do
momento em que nossa convivência
em sociedade fora estabelecida,
e onde alguns indivíduos aparentemente,
insatisfeitos com determinada
regulação ou trato acordado entre
partes em algum processo, usam
de subterfúgios ilegais, imorais ou
antiéticos para atingir seus objectivos.
Mas surge outros actores que, desnorteados
pela maldição cerebral,
comportam-se de maneiras que pensávamos
impossíveis, ou no mínimo
improváveis, surpreendendo-nos
repetidamente. Estão simplesmente
tentando maximizar sua vantagem,
ao mudar de postura sobre
uma questão importante, mudando
também as alianças para conseguir
aquela vantagem. Mas, porquê só
agora?
Guebas, que aqui o vimos com Gamito,
em conversa formal, nos falou
tanto de luta contra à pobreza
absoluta, do que dela, à corrupção.
Não nos falou da contribuição dela
no nosso fracasso em buscar um sistema
agrícola produtivo e funcional,
em montar um sistema educacional
que crie quadros que descubram a
essência dela, ou de nos trazer um
sector judicial forte contra corruptos.
A fraqueza a destacar está lá, na
educação. Alguém disse que quando
as escolas não prestam atenção aos
valores culturais, ao currículo e nem
nas atitudes dos membros da escola,
algo está errado. Quando nas escolas
há práticas de venda e compra
de notas está-se a praticar e multiplicar
a corrupção. Quando docentes
e discentes bebem juntos nas barracas
e trocam favores sexuais entre
eles, estamos a normalizar a corrup-
ção. Esses discentes um dia serão o
director, o patrão, o chefe, o Ministro,
o polícia, o enfermeiro, o médico,
o advogado, magistrado, etc.
Edy Mondlane e Nyelety Mondlane,
sim irmãos, em conversa durante o
congresso, onde também ouviram o
primeiro histórico discurso de luta
urgente e séria contra os comportamentos
antiéticos, deveriam estar a
pensar na forma de implementar o
discurso, afinal, elas tiveram sorte
de ter uma linhagem sanguínea que
fervosamente se destacou para que
nenhuma maldição assola o País.
Faruco Sadique, boss da RM, e
José Guerra, boss da TV Miramar
e membro do Conselho Cristã em
conversa, são figuras que tanto a
sociedade precisa para a libertar da
maldição que estamos submetidos. É
verdade que esta é uma luta conjunta,
que começa em casa e é consolidado
nas escolas, mas a religião tem
um papel exclusivo quando se trata
de valores morais e éticos.
Outros quadros que devem e têm
demonstrado responsabilidades nesta
luta são os juristas José Abudo,
Adelino Muchanga e Hermenegildo
Gamito. Mas, é preciso dizer que esperamos
mais do que tem acontecido.
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 27
Aniversariantes
Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos
telemóveis 827870008, 820152830 e 847684840 ou ainda pelos e-mails: adelinap33@gmail.com e jornalmagazineinde@gmail.com
Parabéns para você
Era um sonho antigo,
um sonho que vivia nos
nossos corações desde
há muito tempo,
no dia que chegaste
aqui na creche, esse
sonho foi realizado
e superou todas as
expectativas. Nós te
agradecemos muito,
pois a felicidade que
trouxeste para as nossas vidas é
única e incomparável. Alegra-nos
ajudar-te no teu crescimento e no
processo de aprendizagem, porque
é a maior de todas as bênçãos.
Hoje, é dia de grande
festa e de recordação
de todas as emoções
que se viveram há
t r ê s a n o s . U m a
nova vida chegou
para completar a
tua felicidade e um
amor infinito nasceu.
O aniversário, na vida
de alguém, é sempre um
marco importante, principalmente
para a família do que para Tulipa,
porque ainda não compreende tudo
que o rodeia. Parabéns.
Que maravilha! Podermos
já comemorar o
teu aniversário. O
teu sorriso é tudo
o que precisamos
para sermos felizes
e sabemos que
enquanto tivermos
isso, somos capazes
de enfrentar qualquer
tempestade,
porque amar-te nos cria
forças para tudo. O teu bemestar
e a tua felicidade são os nossos
objectivos principais na vida, porque
queremos ver-te a crescer forte e
saudável.
Hoje, quero te transmitir
com alegria a minha pura
e sincera amizade, manifestando
a gratidão que
tenho pelas coisas boas
que me fizeste durante
anos. Sem dúvida, és a
pessoa que me conhece
melhor e, por isso, quero
agradecer-te e mostrar-te
o como estou feliz por participar
no teu aniversário. Espero
estar sempre ao teu lado e retribuir-te cada
palavra de carinho que me dedicou. Votos
de Indimula
Desejamos-te que encontres
novas amizades, que possam
se juntar a nós na
próxima celebração.
Feliz aniversário! Que
o Céu te cubra com as
bênçãos de Deus para
continuares a ser uma
pessoa ímpar, um colega
sincero. Falar de
te, é falar de optimismo,
de paz, de alegria, porque tu
sabes viver e inspirar exemplos de uma
vida bem vivida como poucos o sabem
fazer. Parabens!
Hoje, é o dia da tua
chegada ao mundo,
por isso, é o dia do
teu aniversário!
Mais um ano de incríveis
felicidades
passou, felizmente
tem sido assim desde
o teu nascimento, que
veio alegrar os cora-
ções de todos nós. Contemplar
o teu crescimento, a
tua evolução, tem sido a maior
de todas as bênçãos para nós.
Feliz aniversário.
Alicia Klaus
Fenias
Belita
Acrísio
O tempo voa quando somos
felizes, pois hoje estás
completando mais
um ano. Mas o que
importa mesmo é que
continuas crescendo
forte, saudável
e feliz. Desfrute do
teu dia, amiguinha,
da tua festinha, dos
presentes e que o teu
coraçãozinho se encha de
alegria e ilusão. Então, celebre com
alegria e assinale este lindo momento,
para que fique na memória de todos.
Votos de Salazar Samuel Dias
Aprecie o teu jardim
pelas flores, nunca
pelas folhas caídas.
Viva cada minuto
da tua vida como se
fosse o viver eternamente.
A cada
h o r a q u e p a s s a r
não a conte pelos
ponteiros de relógio,
mas sim, pelo pulsar do
teu coração. Ao longo da tua
existência conte a tua idade pelos
amigos que conquistas e nunca pelos
anos que vives. Votos de Indimula
Marcela Eunica
Elsa
28 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
A cantora moçambicana Mingas
foi a figura de destaque na apresentação,
do festival do Rio de
Janeiro, do documentário “Karingana:
licença para contar”
produzido pela Cine Group.
Numa plateia composta por algumas
das referência das artes
do Brasil, a cantora Mingas
apareceu ao lado da brasileira
Maria Bethânia na apresentação
do documentário “Karingana:
Licença para Contar”, no Festival
do Rio de Janeiro.
O documentário produzido pela
Cine Group e dirigido pela Mó-
nica Monteiro faz um reencontro
entre a cultura africana e
brasileira, mostrando, igualmente,
a evolução da língua portuguesa
e o desenvolvimento da
literatura em países como Mo-
çambique e Angola.
A sua construção é feita através
de um fio condutor traçado pela
cantora Maria Bethânia e pelos
escritores moçambicano, Mia
Couto, e angolano, José Eduardo
Agualusa. Entre os depoimentos
deles aparece, em jeito
de suporte, participações de figuras
como Paulina Chiziane,
Calane da Silva e Lourenço do
Rosário. E, como que para solidificar
essa construção, Maria
Bethânia recita versos de referências
literárias moçambicanas
como José Craveirinha.
“O convite me entusiasmou.
Tenho muita atracção por toda
informação que possa vir da
África. A música, a poesia, a
prosa me interessam. Fiz uma
leitura, uma participação ao
lado de Mia Couto e de Agualusa,
que, para mim, é uma honra
imensa”, disse Maria Bethânia
durante o lançamento do documentário
no Festival do Rio.
A cantora Mingas chamou para
ela a responsabilidade de mostrar
o que de melhor faz-se em
Moçambique em termos musicais,
interpretando a capela –
em português e em Xitsua –
uma canção que diz ter sido
ensinada pela mãe.
Foi essa actuação que recebeu
aplausos da plateia e
mereceu um comentário elogioso
de uma das maiores
referências da cultura brasileira.
“Fui recebida [em Maputo]
pela Mingas, que tem
uma voz fora do comum. Foi
uma experiência linda,” disse
a cantora brasileira.
Mingas encanta
na terra do Samba
Ngoma Moçambique já prepara Gala
NGOMA Moçambique prepara a próxima gala 2017. Nesta temporada, concorrem sessenta canções para as
categorias de Prémio Revelação Feminina e Masculina, Melhor Voz Feminina e Masculina, Canção Mais Votada,
Prémio Carreira, Canção Popular e Melhor Canção. cultura
Moçambique participa com teatro
e música no festival de Macau
O Festival da Lusofonia
de Macau regressa às
Casas-Museu da Taipa,
entre 19 e 22 de Outubro,
com música, artesanato e
gastronomia dos países de
língua portuguesa. Moçambique
fará parte da festa
com teatro, onde o grupo
Girassol marcará presença,
e na música com a banda
musical Os Kassimbos que
participa pela primeira vez
além fronteira.
Alfredo Langa
S
egundo os organizadores
do Festival da
Lusofonia de Macau,
este ano a festa prolonga-se
por quatro
dias e volta a oferecer “uma
mostra cultural de cada uma
das comunidades lusófonas
residentes em Macau, gastronomia
típica, espectáculos de
música e dança e não só.
O Festival da Lusofonia articula-se
com a semana cultural
da China e países lusó-
fonos, que decorre entre 14 e
22 de Outubro.
Para a 9.ª edição, a semana
cultural recebe 150 artistas
que participam também na
Exposição de Produtos e Serviços
de Língua Portuguesa
(PLPEX) e na Feira Internacional
de Macau (MIF).
O cartaz deste ano inclui
concertos no Largo do Senado,
no coração de Macau,
de grupos e artistas de Portugal
(Diogo Piçarra), Cabo
Verde (Trio Hélio Batalha,
Sílvia Medina e Ellah Barbosa),
Angola (Yola Semedo),
Timor-Leste (SolutionBand),
Goa, Damão e Diu (TrueBlue),
Moçambique (Os Kassimbos),
Brasil (Rastapé),
Guiné-Bissau (Klim Mota),
São Tomé e Príncipe (Haylton
Dias) e China (Grupo de
Música e Dança da Província
de Guagxi).
Além da música, a semana
cultural da China e dos Pa-
íses de Língua Portuguesa de
Macau volta a ter uma mostra
de teatro de países e territórios
lusófonos pelo quarto
ano consecutivo.
A mostra de teatro integra
quatro companhias de países
lusófonos, incluindo Portugal,
e uma de Macau.
Assim, entre 14 e 19 de
Outubro, o grupo local
HiuKokTheatre marca presença
com a peça “O cuco
da noite escura”; o Grupo de
Teatro Girassol (Moçambique)
leva ao palco “Nkatikuloni
(A outra)”, a companhia
Nómada - Art&PublicSpace
(Portugal) vai representar
“Solange, uma conversa de
cabeleireiro”, o grupo Nós
Por Cá (São Tomé e Príncipe)
leva à cena “Feitiçaria”,
e a Arte Naroman (Timor-
-Leste) apresenta “NaheBiti”.
Entretanto, o Ministro da
Cultura e Turismo, Silva
Dunduro, defendeu no acto
da despedida dos representantes
de Moçambique no
festival da lusofonia de Macau
em Maputo, que as culturas
de cada região são importantes
e que não existe
equidade entre elas. Os aspectos,
costumes e tradições
culturais são pertenças de
cada povo.
Silva Dunduro alertou os artistas
da necessidade de serem
vigilantes e cautelosos
com vista a promoção do
bom nome da nação moçambicana.
“Tragam o eco das festividades.
Não se esqueçam que representam
uma nação inteira.
Demonstrem a nossa moçambicana
de com zelo e disciplina”.
Num outro desenvolvimento,
Dunduro olha para tradição e
cultura como duas coisas que
se interagem mutuamente,
que, geralmente, são empregues
em multifacetadas situações
e com diferentes conotações”.
Acrescentou que “ alguns
pressupostos contemporâ-
neos fazem de cultura algo
que pode ser tanto o retrato
de uma época ou sociedade,
como algum recorte específico
do substrato que permeia a
vida social”.
O grupo banda musical Os
Kassimbos que fará uma actuação
internacional pela
primeira vez, olha para este
encontro como uma oportunidade
do futuro. “Para nós
é uma honra representar o
País, e o faremos com total
dedicação sem comprometer
as ideias da nossa pátria
amada”, disse um dos representantes
da banda.
Enquanto o Grupo de Teatro
Girassol, diz sentir-se lisonjeado
pela segunda oportunidade
que lhe é dada, pois
ao longo dos anos tem trabalhado
seriamente e considera
que este é fruto de muito trabalho.
Os dois grupos levam no seu
repertorio dança, teatro e mú-
sicas tradicionais.
O Festival da Lusofonia, que
tem promovido, ao longo dos
anos, a cultura dos países e
regiões de língua portuguesa,
tornou-se numa das grandes
festividades anuais do calendá-
rio cultural. A banda Os Kassimbos
é da província do Niassa
e foi criada em 2001 por um
grupo de jovens.
De acordo com Augusto Murtahane,
líder da banda, o convite
de Macau veio dinamizar
o grupo. Ele garante que os
Kassimbos vão levar para Macau
ritmos típicos da província
do Niassa como o prato forte.
Grupo Os Kassimbos vai a Macau pela primeira vez
Grupo teatral Girassol
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 29
Quem são as actrizes que acusam Harvey
Weinstein de assédio até ao estupro
Desde a última semana,
quando as primeiras acusações
contra o poderoso
produtor americano Harvey
Weinstein foram divulgadas
pelo jornal The New York
Times, os relatos não pararam
de se multiplicar.
Actrizes, modelos e
funcionárias que
passaram pelas
produtoras Miramax
e The Weinstein
Company vêm denunciando
casos de assédio sexual, incluindo
estupro, atribuídos ao empresário.
Os relatos dão conta de um histó-
rico de abusos ocorridos no decorrer
das últimas três décadas, e que
tinham como alvo mulheres jovens
que almejavam uma carreira na indústria
cinematográfica.
Entre os nomes, estão actrizes
como Ashley Judd, Jessica Barth,
Katherine Kendall, Rose McGowan,
Florence Darel, Judith Godreche
e Emma de Caunes, e outras
que acabaram desistindo da profissão,
como Dawn Denning e Tomi-
-Ann Roberts. Megaestrelas como
Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow,
Cara Delevingne e Lea Seydoux
também vieram a público com histórias
similares.
Lauren Sivan, uma âncora de TV,
afirmou que o produtor a encurralou
numa área vazia de um restaurante
de Nova York em 2007 e se
masturbou na frente dela. Funcionárias
da produtora de Weinstein,
como Emily Nestor, contaram ter
tido de recusar suas investidas
“pelo menos uma dúzia de vezes”.
Os relatos retratam um dos produtores
mais poderosos da indústria
do cinema como sendo um homem
que usava seu poder para avançar
sexualmente contra mulheres jovens,
muitas vezes com o apoio de
sua equipe, e para mantê-las caladas
sobre os episódios.
Após as revelações, Weinstein foi
demitido de sua produtora e admitiu
que seu comportamento
“causou muita dor”, mas descreveu
muitas das acusações contra
ele como “falsas”. Seus porta-vozes
negaram “quaisquer alegações de
sexo não consensual” e que “nunca
houve actos de retaliação” contra
as mulheres que o denunciaram.
Numa postagem recente no Instagram,
a modelo e actriz Cara Delevingne
escreveu sobre como se sentiu
desconfortável em um encontro
com Weinstein em um quarto de
hotel - e descreve o que teria acontecido
quando ela disse que queria
sair dali.
“Ele me levou até a porta e ficou
na frente dela. Tentou beijar minha
boca. Eu o impedi e consegui
sair do quarto”, contou.
“Eu consegui o papel para aquele
filme e sempre fiquei imaginando
que ele teria me deixado consegui-
-lo por causa do que aconteceu. E
desde então eu passei a me sentir
mal por ter feito aquele filme. Senti
como se não merecesse o papel. Fiquei
com medo de falar sobre isso,
não queria magoar a família dele”,
escreveu na mensagem.
A actriz francesa Lea Seydoux escreveu
um artigo no jornal inglês
The Guardian detalhando sua experiência
com Weinstein, quem conheceu
em um desfile de moda.
No texto, ela conta o que ocorreu
quando ele a convidou para ir até
seu quarto de hotel tomar um drinque.
“Nós estávamos conversando no
sofá quando, de repente, ele pulou
em cima de mim e tentou me
beijar”, descreveu. “Eu tive que
me defender. Ele é grande e gordo,
então tive que usar a força para
afastá-lo. Saí do quarto morrendo
de nojo.”
“Eu não estava com medo dele.
Porque o conhecia e sabia que tipo
de homem ele era.”
Num outro desenvolvimento, numa
declaração ao The New York Times,
Paltrow disse que, depois de
ter sido seleccionada por Weinstein
para ser protagonista da adaptação
do clássico romance de Jane Austen,
Emma, em 1996, foi “intimada”
a ir até o quarto de hotel dele.
Lá, afirmou, o produtor colocou as
mãos no corpo dela e sugeriu uma
massagem. A atriz tinha 22 anos à
época.”Eu era uma criança. Fiquei
sem acção”, contou ela ao jornal.
Paltrow disse que rejeitou os avan-
ços de Weinstein e relatou o episó-
dio a Brad Pitt, seu namorado na
época, que tirar satisfações com o
produtor - por meio de representantes,
confirmou o ocorrido.
“Eu achei que ele iria me demitir”,
afirmou.
Por seu turno, Jolie contou ter rejeitado
avanços do produtor ocorridos
em um quarto de hotel durante
o lançamento do filme Corações
Apaixonados, em 1998.
Ela deu uma declaração por email
ao New York Times.
“Tive uma experiência ruim com
Harvey Weinstein na minha juventude
e, por causa disso, escolhi não
trabalhar mais com ele e alertar as
mulheres que trabalhavam para
sua produtora. Esse comportamento
com as mulheres, em qualquer
área, é inaceitável.”
Ashley Judd disse ao New York
Times que foi convidada para conhecer
Weinstein em um hotel e
que esperava tratar-se de um café
da manhã de negócios.
Mas não foi bem isso que aconteceu,
afirmou. Quando chegou,
Weinstein teria pedido que ela subisse
até seu quarto e apareceu de
toalha de banho, pedindo que actriz
lhe fizesse uma massagem.
Quando a actriz recusou, o produtor
sugeriu que ela o assistisse
tomar banho, contou. “Eu neguei
diversas vezes, de diversas formas,
e ele sempre vinha de novo com algum
novo convite.”
Segundo o New York Times, em
1997, Weinstein chegou a um
“acordo” com Rose McGowan depois
de um episódio que teria acontecido
em um quarto de hotel durante
o Festival de Sundance.
O acordo, de US$ 100 mil, não foi
construído como uma “admissão”
dos actos pelo produtor, mas tinha
como objectivo “evitar litígios e
comprar a paz”, segundo o documento,
ao qual o jornal teve acesso.
Naquela época, McGowan tinha 23
anos e tinha acabado de estrear na
série de TV Scream.
Numa entrevista a um repórter
de Hollywood, ela pediu para que
Weinstein deixasse o cargo e fez
um apelo para que “outros homens
impedissem os homens quando eles
agissem de forma nojenta”.
“Os homens de Hollywood precisam
mudar o mais rápido possível”,
afirmou. “O poder de Hollywood
está morrendo porque a sociedade
mudou e evoluiu, mas o comportamento
dos homens de Hollywood
não.”
A actriz Heather Graham de Boogie
Nights disse à revista Variety
que Weinstein a abordou no início
dos anos 2000 - ela havia o conhecido
para tentar um papel em um de
seus filmes.
Graham contou que o produtor
tentou forçá-la a fazer sexo com ele
e que disse que sua esposa “não se
importaria”.
“Ele disse que podia dormir com
quem quisesse quando estava fora
da cidade. Eu saí daquela reunião
me sentindo mal.”
“Não houve nenhuma menção explícita
de que para ser a estrela de
um daqueles filmes eu teria que
dormir com ele. Mas estava subentendido.”
A actriz italiana e directora Asia
Argento passou a trabalhar com a
então empresa de Weinstein, a Miramax,
quando ela protagonizou o
suspense B Monkey.
Ela conta que, após ser convidada
para uma festa da produtora que
não existia, foi deixada sozinha
com ele em um quarto de hotel.
Argento disse que relutou até concordar
em fazer uma massagem
nele, mas depois disso o produtor a
estuprou.
“Weinstein me dava medo. Ele não
parava. Foi um pesadelo.”
“Eu sabia que ele tinha destruído
outras pessoas já. Por isso essa história,
no meu caso, tem mais de 20
anos, outras são mais antigas. Por
isso elas nunca vieram à tona”,
afirmou.
Argento disse que temia que ele
pudesse arruinar sua carreira, e por
isso não havia revelado nada até
agora.
A actriz Roseanna Arquette contou
que rejeitou as investidas de
Weinstein e que acredita ter tido
sua carreira prejudicada por isso.
Ao New York Times, ela disse que
no início dos anos 1990 Weinstein
a pediu que passasse no Hotel Beverly
Hills para pegar o roteiro de
um papel.
Ela afirmou ter sido levada ao
quarto do produtor, que apareceu
de roupão pedindo uma massagem.
Arquette contou que, quando se recusou
a fazê-lo, ele pegou sua mão
e colocou em sua virilha.
BBC Brasil
30 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017
Nelson Santos no Ferroviário de Maputo
O actual treinador do Costa do Sol, Nelson Santos, é apontado como o novo reforço do Ferroviário de
Maputo para as próximas duas épocas futebolísticas. Vai ser a primeira novidade no que diz respeito a
“dança” dos treinadores no campeonato nacional de futebol, Moçambola. desporto
Os estudantes já têm mais
um motivo para se ocuparem
com diversas actividades
desportivas. De 14 de
Outubro a 11 de Novembro
a GOtv vai organizar um
torneio desportivo escolar,
envolvendo estudantes do
ensino secundário da província
e cidade de Maputo.
Segundo apuramos dos organizadores,
o evento terá
lugar todos os sábados no
pavilhão do Grupo Desportivo
de Maputo com as modalidades
de Futsal e Basquetebol,
e para proporcionar
mais espectáculo haverá o
concurso de cheerleaders e
freestyle.
Divididas em dois grupos
por modalidade, perfazendo
as seguintes escolas:
“Josina Machel”, “Armando
Guebuza”, “Malhazine”,
para o grupo 1, e no segundo,
“Francisco Manyanga”,
“Acácias” e “Noroeste”, 2
para modalidade de Futsal.
No basquetebol, as escolas
secundárias do “Aeroporto”,
“Noroeste” 1 e “Matola”
disputarão entre si no grupo
1 e “Joaquim Chissano”,
“Polana” e “Noroeste” 2 são
as equipas do grupo 2.
O torneio será realizado
em 5 jornadas e tem como
objectivo promover futuros
desportistas e artistas do
país, bem como proporcionar
um intercâmbio escolar
e cultural, atravéz da ocupação
dos tempos livres de
forma salutar.
Para GOtv, evento surge
no âmbito da sua actuação
como empresa socialmente
responsável, que tem como
objectivo o desenvolvimento
do capital humano nas regi-
ões onde está inserido e espera
alargar o projecto para
todas as províncias do País.
Para se juntar a festa do
desporto estudantil a entrada
é mediante a apresenta-
ção de 3 peças de material
escolar ou 20 meticais.
Futsal e basquetebol
para estudantes
Mais empolgante o torneio de
abertura de Basquetebol seniores
O torneio de abertura em
basquetebol está cada vez
mais electrizante volvidas
que foram as duas jornadas
do certame. Bons
indicadores apontam para
as equipas do Ferroviário
de Maputo em ambos os
sexos como favoritas a
vencer o certame.
Alfredo Langa
Anova época do
basquetebol no
modelo transitório,
quer dizer,
iniciou no
presente ano e vai terminar
no próximo ano, já começa a
aquecer.
Desde à sexta-feira passada
teve lugar a disputa da segunda
jornada do torneio de
abertura em basquetebol em
seniores femininos.
Há indicadores que, de forma
gradual, apontam no favoritismo
das equipas do Ferrovi-
ário de Maputo em ambos os
sexos no escalão seniores.
O Costa do Sol, em particular,
em femininos, manifesta
o desejo de destronar a curta
hegemonia do Ferroviário de
Maputo.
Em seniores masculinos, na
sexta-feira passada, a turma
do Costa do Sol perdeu com a
Apolitécnica por 52-64. Já no
sábado houve também festa
da bola ao cesto e o Desportivo
de Maputo ganhou por
38-33, enquanto que o Maxaquene
bateu o Atlético
por 75-48.
Enquanto em femininos,
onde se notará uma grande
luta entre o Costa do Sol e
o Ferroviário de Maputo, o
torneio abertura se mostra
quente! Volvidas duas jornadas,
o Ferroviário de Maputo
está com bons sinais
de querer vencer o certame.
A equipa da Apolitécnica
bateu o Ferroviário de Maputo
“B” por um resultado
que não passou a cifra dos
50 pontos, tendo terminado
o jogo nos quatro períodos
em 41-29. No sábado, ainda
na disputa do torneio de
abertura, o Desportivo de
Maputo perdeu com o Maxaquene
por 46-71, enquanto
que o Costa do Sol, também
com o Ferroviário de
Maputo perdeu por 42-96.
Entretanto, a equipa sénior
feminina de basquetebol
do Ferroviário de Maputo,
em feminino, que, a partir
desta semana, participa em
Gaborone, Botswana, na
fase preliminar de qualificação
para a Taça Africana
de Clubes, reforçou-se com
duas internacionais oriundas
da Argentina e do Sudão,
respectivamente. Trata-se
das postes Gizela Verónica
Vega e Zeinabe Liol (Sara),
duas jogadoras que já estão
integradas nos trabalhos da
equipa liderada por Iñaki
Garcia. As duas atletas assistiram
a vitória da equipa
no sábado, diante do Costa
do Sol (94-42), jogo do Torneio
de abertura da cidade
de Maputo da bola ao cesto.
Resultados
Femininos
APolitécnica-Ferroviário de
Maputo “B” (41-29)
Desportivo de Maputo-Maxaquene
(46-71)
Costa do Sol-Ferroviário de
Maputo(42-96)
Masculino
Costa do Sol-Apolitécnica(52-64)
Desportivo de Maputo-Matolinhas(38-33)
Maxaquene-Atlético(75-48)
A tenista russa Maria Sharapova
conquistou neste domingo
(15) em Tianjin, na China,
seu primeiro título desde que
retornou ao circuito em Abril,
depois de cumprir suspensão
de 15 meses por doping.
A russa, ex-número 1 do
mundo e actualmente 86ª no
ranking da WTA, derrotou
na final a bielorrussa Aryna
Sabalenka (102ª) por 2 sets a
0, com parciais de 7-5 e 7-6
(10/8).
Sharapova conquistou o seu
título de número 36 no circuito,
o primeiro desde que
venceu o torneio de Roma em
2015.
O campeonato de Tianjin
foi o sétimo que a russa disputou
desde que retornou às
quadras. Ela foi afastada após
ser flagrada pelo uso da substância
Meldonium durante o
Aberto da Austrália de 2016.
A russa obteve duas viradas
na partida contra Sabalenka
- perdia por 4-1 no primeiro
set e por 5-1 no segundo. Ela
chegou também a salvar um
set point.
O torneio de Tianjin foi disputado
em quadra rápida
e teve premiação total de
426.750 de dólares.
Sharapova ganha após suspensão por doping
Basquetebol cada vez mais de electrizante Foto: Nilton Cumbe
17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 31
antonio.marques17@hotmail.com
``Longo Alcance`` na R.M. Desporto, 93.1 Maputo, 98.1FM
Inhambane, 99.2FM Beira, 88.5 Manica e Tete, 93.6FM
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CAMPANHA DE SEGURANÇA
RODOVIÁRIA DE 3500 VIDAS
Todos os anos, 1.25 milhões de vidas perdem-se em
todo o mundo, devido aos acidentes de trânsito. Isso se
traduz directamente em 3.500 pessoas mortas todos os
dias, 500 das quais são crianças. Os jovens são particularmente
afectados, pois os acidentes de trânsito são a
principal causa da morte entre os 15 a 29 anos de idade.
Para enfrentar este desafio, a FIA se associou a JCDecaux,
líder mundial de publicidade em outdoor e juntos
lançaram a campanha global # 3500LIVES a 10 de março
de 2017 graças ao apoio de 13 embaixadores de renome
mundial das indústrias do desporto, da música e do cinema.
Através de uma abordagem concreta e positiva, a
Campanha # 3500LIVES tem como objectivo aumentar a
consciencialização e levar todos os utentes das estradas a
adoptarem regras simples, facilmente aplicáveis e eficientes.
Até agora, a campanha foi visível em mais de 900
cidades, em mais de 75 países.
A FIA lançou uma nova campanha # 3500LIVES com
Michael Fassbender para ilustrar a regra “controle a sua
visão”. Recentemente adicionado, esta Regra de Ouro
encoraja todos os utentes das estradas a controlarem a sua
visão regularmente e usar óculos adequados na estrada.
Na verdade, a visão é fundamental para as decisões que
os utentes da estrada fazem na estrada e uma visão deficiente
consegue aumentar significativamente o tempo de
reação, colocando-se em risco e aos outros. Além disso,
a consciencialização pública é baixa e o acesso a óculos
de qualidade permanece limitado em muitas regiões do
mundo.
Ao incorporar esta regra, Michael Fassbender fará parte
dos 13 embaixadores da campanha no mundo da arte
(Michelle Yeoh e Pharrell Williams), automobilismo
(Fernando Alonso, Nico Rosberg, Marc Márquez e Felipe
Massa), desporto (Rafael Nadal Yohan Blake, Wayde van
Niekerk, Vanessa Low e Haile Gebrselassie) e política
(Anne Hidalgo) que visam aumentar a consciencialização
sobre outros factores de risco fundamentais, como velocidade,
álcool, cinto de segurança...
Segundo o site do Clube Ferroviário
de Maputo, foi em ambiente
de animação e festa que
os dirigentes, atletas, entre os
antigos e mais novos adeptos e
convidados de outras colectividades
da capital do País, que o
salão do Clube testemunhou a
confraternização da família locomotiva,
reunida na celebração
dos 93 anos do Clube Ferrovi-
ário de Maputo, assinalados no
passado dia 13 de Outubro.
Várias foram as figuras que estiveram
presentes no almoço de
confraternização oferecido pela
direcção do clube para assinalar
a data. A efeméride ficou,
igualmente, marcada pela movimentação
de várias actividades
desportivas, com destaque para
a partida de futebol entre antigas
vedetas do Clube Ferroviá-
rio com a congénere Desportivo
de Maputo.
Aliás, a família alvi-negra, para
além dos seus antigos jogadores,
esteve representada ao mais alto
nível pelo respectivo presidente,
Inácio Bernardo. Dirigindo-se
aos presentes, sobretudo os que
estão ligados ao clube, o presidente
Sancho Quipiço lembrou
que só com união e apoio de todos
é que o Ferroviário continuará
a ter grandes conquistas.
“ Os 93 anos são uma exigência
para o nosso amadurecimento.
Fazemos parte da história do
desporto em Moçambique e só
por isso temos que fazer valer
esta idade. Temos em perspectiva
expandir as modalidades desportivas,
porque o Ferroviário
não é só futebol e basquetebol.
Se quisermos voltar às vitórias,
temos que estar todos unidos.
Se cada um puxar a corda para
o seu lado, vamos nos atirar pedras,
pelo que não é este caminho
que devemos seguir”.
Clube Ferroviário
de Maputo completa 93 anos de vida
O jogo da final da Taça de
Moçambique, a segunda maior
prova do calendário futebolístico
nacional e que vai marcar
o encerramento oficial da
presente época, está marcada
para o próximo dia 28 do mês
em curso, no Estádio Nacional
do Zimpeto, em Maputo. O
certame vai envolver as equipas
do UD Songo e do Cosa
do Sol, curiosamente, campeão
e vice-campeão nacional do
Moçambola Zap.
Sabe-se que as duas formações,
a prior, já carimbaram os respectivos
passaportes para as
Afrotaças, nomeadamente UD
Songo para a Liga dos Campeões,
e Costa do Sol para a
Taça CAF, mas além desses
compromissos, cada equipa de
intervenientes vai lutar para
soma de mais um “canecão”.
A UD Songo, pelo segundo
troféu, depois do primeiro que
conquistou no ano passado,
sob batuta de Artur Semedo, e
o Cosa do Sol procura pelo seu
12º troféu, depois do último
ter ganho há dez anos.
Tanto quanto se sabe, Songo
não só investiu para ganhar
como também prepara-se para
tornar-se uma potência de futebol
moçambicano fora da
capital, à semelhança de outras
nações em que algumas
potências de futebol estão
fora da capital.
O Costa do Sol, maior detentor
de títulos, quer em
campeonatos, quer em Taças,
procura reerguer o império
canarinho que liderou o futebol
moçambicano por quase
uma década, com títulos à
mistura dobradinhas.
No entanto, os organizadores
do jogo, nomeadamente
a Federação Moçambicana
de Futebol e o patrocinador
oficial da prova, já fazem as
contas de como será a festa
da final, tal que, oficialmente,
vai marcar o encerramento
da época.
Época do Futebol termina
no dia 28 de Outubro no Zimpeto
UDS vs Costa do Sol
Leia se faz favor: A Campanha da FIA de Seguranca Rodoviária
de 3500 vidas reiniciou no Maputo, em parceria
com o ATCM.
Para tal fixou-se no vistoso painel da JCDecaux à saída do
Aeroporto Internacional de Maputo, uma foto da referida
campanha com o novo Embaixador de Seguranca Rodoviária:
o actor Michael Fassbender!!!
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Ficaram três pontos
por conquistar no Moçambola
Aos 51 anos, George Weah
continua a fazer história.
Porém, agora não há rela-
ção nenhuma com futebol,
mas sim com política.
Nas primeiras eleições presidenciais
democráticas da
Libéria, com 73 anos, o ex-
-atacante do AC Milão e
melhor do mundo em 1995
tornou-se o primeiro jogador
de futebol a ser eleito
Presidente de um país.
Os resultados oficiais serão
conhecidos apenas no
próximo dia 25, mas vários
canais de informação liberianos
dão como garantida
a notícia de que George
Weah passará a ser o primeiro
ex-jogador de futebol
a governar um país. Venceu
a concorrência do vice-
-presidente e favorito Joseph
Boakai.
Este era um sonho antigo
de Weah, que sempre
se posicionou como um
dos principais activistas no
combate à guerra civil que
assolou o país na década de
90.
Weah próximo da presidencia da Libéria
O Moçambola Zap do presente
ano está prestes a
ficar para história! Neste
final de semana, com a
disputa da última jornada
do certame, onde só ficaram
apenas três pontos
por conquistar, está ficar
tudo claro no que diz
respeito ao vencedor da
prova que é o União Desportiva
de Songo e as que
desceram de divisão: Chingale
de Tete, UP de Niassa
e Associação Desportiva
de Macuácua.
Alfredo Langa
Foi um ano de muita
alegria, tristeza
e luta pela permanência
na maior
prova futebolística
do País, Moçambola.
Ficou apenas uma jornada e
última do Moçambola com
jogos apenas para fechar a
classificação na tabela classificativa.
E seguidamente entrar-se
em férias desportivas
no mês de Novembro.
Em relação ao título, o campeão
é a União Desportiva de
Songo e as equipas que desceram
de divisão são Chingale
de Tete, Universidade Pedagógica
de Niassa e Associação
Desportiva de Macuácua.
Na verdade, foi uma prova
bastante competitiva, onde as
equipas do norte se fizeram
sentir na prova. Trata-se do
Ferroviário e do Desportivo
de Nacala, que realizaram um
campeonato notável. Actuando
no Estádio da Bela Vista,
os “locomotivas” ganharam
por 2-0 ao Costa do Sol, enquanto
o Desportivo empatou
1-1 com o Ferroviário de Maputo.
Nos outros desafios, destaques
para os triunfos do Ferroviário
da Beira, por 3-1,
na recepção ao Textáfrica do
Chimoio, e da Liga Desportiva
de Maputo sobre o Maxaquene
por duas bolas sem
resposta.
O jogo mais aguardado do
certame entre o Chibuto FC
e União Desportiva de Songo,
envolvendo os conflituosos
Chiquinho Conde e Artur
Semedo, terminou empatado
sem golos. O 1° de Maio de
Quelimane empatou com o
ENH de Vilankulo sem abertura
no marcador. No jogo
dos despromovidos entre o
Chingale de Tete e a Associação
Desportiva de Macuá-
cua o Chingale de Tete venceu
por 2-0. Classificação:
UD Songo 63 pontos; Costa
do Sol 55; Ferroviário de
Nacala 49; Liga Desportiva
de Maputo 44; Desportivo
de Nacala, Clube do Chibuto
e Ferroviário de Maputo
43; Ferroviário da Beira
42; ENH de Vilankulo 37;
Ferroviário de Nampula 36;
Textáfrica do Chimoio 34;
Maxaquene e 1º de Maio de
Quelimane 33; Chingale de
Tete 26; UP Niassa 23 e AD
Macuácua 18.
Resultados da 29ª jornada:
Clube do Chibuto-UD Songo
0-0
Ferroviário de Nacala-Costa
do Sol 2-0
Liga Desportiva de Maputo-
-Maxaquene 2-0
Ferroviário da Beira-Textáfrica
do Chimoio 3-1
Ferroviário de Maputo-Desportivo
de Nacala 1-1
1º de Maio de Quelimane-
-ENH de Vilankulo 0-0
Ferroviário de Nampula-UP
Niassa 1-0
Chingale de Tete-AD Macuá-
cua 2-0
Moçambola vai terminar este final de semana
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