SOBRE
OS NOSSOS HÁBITOS DE LEITURA E OS RECORRENTES “INSULTOS” DO SOCIÓLOGO
ELÍSIO MACAMO AOS JOVENS DESALINHADOS COM O GOVERNO DO DIA
Há já
um tempo que venho notando que grande parte dos meus amigos daqui do
Facebook não gosta de ler textos longos (normalmente, artigos de
opinião) sobre os mais diversos assuntos do nosso país. Particularmente
os que abordam questões políticas. Regra geral, alegam não ter tempo de
os ler por serem de linguagem muito complexa, aborrecidos e
exageradamente densos.
Pode ser que tenham razão. E isso pode até
reforçar a convicção generalizada segundo a qual os nossos hábitos de
leitura estejam a deteriorar-se de modo vertiginoso nos últimos tempos.
Hoje em dia as pessoas estudam e se formam num sistema de educação que
prioriza o instantâneo... Testes e exames “multi-choice”, literatura
generalista que se foca em “bullets” e professores ou docentes
preguiçosos, formados às correrias e com múltiplas ocupações
profissionais. Muitos de nós, mais jovens, fomos formados como
autênticas caixas de ressonância de tudo quanto os nossos educadores
achavam que deveríamos saber e mais nada... Não fomos educados para ler
para além do “copy & paste” e, quando diante de textos relativamente
mais elaborados, morremos de sono natural. Não fomos educados a ler,
pensar e opinar, de modo endógeno e pessoal. Fomos educados a repetir o
que os outros dizem, concordando ou discordando em função do que a
maioria acha ou daqueles que julgamos serem a referência do pensamento
elaborado. Vamos sempre pelo mais fácil, resumindo o nosso contributo
opinativo aos 160 caracteres de uma SMS... Queremos tudo já feito,
apresentado em 3 ou 5 linhas de um post no Facebook. Nunca comentamos um
pensamento ou argumento patente num texto, comentamos os títulos dos
jornais e as notas de rodapé que aparecem nos serviços noticiosos das
nossas televisões. Todo o resto é cansativo para o escasso tempo que
aparentemente temos, complicado o suficiente para disputar a nossa
atenção com fotos de mulheres em poses sensuais e posts de anedotas ou,
mais ainda, parece ser erudito demais para os nossos miolos.
Tudo
isto vem à propósito de alguns textos de proeminentes figuras do nosso
país intelectual que têm sido postados nos últimos tempos. Muitos deles
dedicam autênticos “jornais”, nos seus posts aqui no Facebook, para
falar do nosso pulsar como nação ou país, a todos os níveis. Através
desses artigos, muita informação passa à leste de muita gente que,
genuinamente, se preocupa com o país, a sua condição presente e os seus
rumos futuros. Com efeito, muitos desses textos são mesmo complicados
pela forma como são escritos... Os nossos maiores pensadores são,
invariavelmente, professores doutores (PHD´s), habituados a escrever com
um rigor lexical e conceptual muito acima da média da nossa compreensão
geral. Muitos deles estuda(ra)m ou vive(ra)m no estrangeiro, onde o
nível de formação e o grau de instrução são largamente superiores aos
nossos, cá em Moçambique. Não sei se o fazem de propósito, para de modo
deliberado traçarem uma fronteira de qualidade entre nós e eles. Não sei
se escrevem apenas para cidadãos que tem o mesmo nível de instrução que
eles. O que é certo é que não escrevem para o cidadão comum e, embora
dele falem nos seus textos (alguns até são mesmo dirigidos a ele), nunca
facilitam a sua compreensão e a devida apropriação. Muitas vezes, esse
mesmo cidadão comum é vilipendiado, ridicularizado e estupidificado nos
textos dos nossos grandes pensadores e tal facto passa-lhe muitas vezes
de lado. Ou porque o cidadão não “apanha” o português do PHD que o
aborda, ou porque o PHD que o aborda não dificulta propositadamente a
sua compreensão. Para além disso, nalguns desses textos os seus autores
impõem ao cidadão comum uma disciplina rígida de metodologia na emissão
dos seus comentários... Regra geral, só os comentários que vão de
encontro à ditadura metodológica do autor é que são respondidos ou
merecem a devida apreciação. Os que se expressam “como povo” são ou
invariavelmente ignorados ou “cientificamente” humilhados, sem
comiseração nenhuma. Não há nem “fairy-play” nem o devido desconto pelas
naturais incipiências da “sociologia do debate” nacional. Os
comentaristas são necessariamente obrigados a perceberem infalivelmente o
autor e a demonstrarem possuir “background” intelectual suficiente para
interagir com o articulista, debatendo em pé de igualdade com o mesmo.
Está-se nas tintas para o facto de nem todos sermos PHD´s ou de nem
todos termos experiência de debate universalmente aceites. Não se debate
os problemas do país e do povo com o povo (respeitando-se a sua
diversidade), debate-se sobre o país e os problemas do povo
exclusivamente com a elite pretensamente pensante, em linguagem
conotada, erudita e excludente.
Vou citar um exemplo muito
peculiar, baseados nos últimos artigos de um dos mais proeminentes
sociólogos moçambicanos, Prof. Doutor Elisio Macamo, onde os que se
assumem abertamente como críticos do regime no poder (muitos deles nós,
os jovens) são “insultados” sem direito de resposta. No artigo “Eu
admiro Dhlakama”, o autor chama aos críticos do status quo no nosso país
de “esclarecidos” (assim mesmo, entre aspas), cidadãos que têm que
esgrimir argumentos finos e zangados apenas para serem ouvidos pelo
regime no poder. No mesmo texto, chama aos jovens descontentes com a
forma como Moçambique tem sido governado de “juventude impetuosa e com
as mentes toldadas por conceitos estrangeiros mal digeridos”. O Prof.
Elísio Macamo afirma, no seu último artigo, que, e por exemplo, admira
Dhlakama “pelo facto de o seu agir político ser um melhor guia à
racionalidade da acção política em Moçambique do que os tratados
facebookianos enformados pela encenação da indignação”... Por outra,
tudo quanto se publica pelo cidadão comum no Facebook e como revolta à
injustiça e os podres do nosso Governo são inferiores e descartáveis
para se analisar o nosso status quo político porque são viciados ou
inventados. Do estilo, e em linguagem simplificada, os nossos posts são
que nem aquelas peças de teatro do Gungu que retratam cenários de
pobreza da nossa sociedade. Para Macamo, estamos todos a mafiar,
exagerando os nossos problemas e fingindo que estamos indignados com o
que diariamente nos aflige!
Quase ninguém viu isto, no texto por
ele publicado. Geralmente ou porque os seus textos são longos demais e
falam de múltiplos assuntos, ou porque a linguagem é exageradamente
“sociológica” e com recorrentes disfunções entre os títulos e o conteúdo
dos mesmos. Não é a primeira vez que ele se dirige nesses termos para a
juventude desalinhada com o poder do dia. Não é a primeira vez que ele
nos encharca de recursos “sociológicos”, linguísticos e retóricos para
descredibilizar ou deslegitimar o pensamento e o sentimento dos cidadãos
que vivem o descalabro do país na pele, no coração e no estômago. Não
tenho nada contra quem o admira e que com ele troca textualmente
palmadinhas nas costas, entre elogios e dissertações de fina estampa,
ignorando deliberadamente tais agressões verbais contra os demais
cidadãos que apenas tentam ser sensatos com a sua própria vida e com o
que percebem do país. Um dia também já fui assim, fã incondicional dos
textos do Prof. Elísio Macamo, até ao dia que, invariavelmente, comecei a
notar nos seus escritos um indisfarçável e reiterado ataque aos que
gritam por um Moçambique melhor, particularmente os das camadas mais
jovens. Ninguém é obrigado a pensar Moçambique segundo ditames
metodológicos que melhor agradam ao ilustre sociólogo e nem pode ser
sentenciado por estar simplesmente a omitir a sua opinião, de forma
livre e aberta. Os factos não mudam simplesmente porque o artefacto
teórico ou linguístico que estrutura a nossa indignação não é o que é
intelectual ou academicamente convencionado. Nenhum cobrador de chapa,
jornalista, vendedor de recargas de telemóvel, desempregado, mukherista,
funcionário público ou varredor de rua precisa de perceber sociologia
(do poder ou do debate) para sentir e falar sobre o país.
Spirou Maltese eheheh, esta vou lêr, Edgar Kamikaze Barroso, apesar de longo.
Charlie Brown Muito longo indeed!! Se não fosse tão longo o meu pensamento não teria sido tão profundo. Props Edgar Kamikaze Barroso!!!
Carlos Graca pois
e amigo Edgar, interessante seria saber, qual o universo total de
"facebokianos" neste nosso pais, e depois de sabermos o total,
analisarmos quantos realmente fazem parte dos desalinhados
Spirou Maltese ainda
bem que no intróito do teu texto, que sim gostei de lêr, reconheces a
complexidade dos textos vossos, pensadores da vanguarda, pah... no
princípio, eu também seguia com gosto os textos do referido Prof Dr de
Basilea, mas epah, a começar com a falta
de modéstia nos ''pareceres'' sociais dele, a complexidade e duplos
sentidos dos significados, só me faz pensar que Roberto da Matta, o
cientista social brasieliro de renome mundial, devia desembarcar por cá e
ensinar a muitos de nós, como fazer chegar mensagens complexas ao
cidadão que não entende patavina de academia. afinal estão a escrever
sobre e para nós. que fiquem lá nas bibliotecas com esses textos,
pah....
Mário Stélio Pois
é, de tão longo este não podia fugir à regra! Há sim necessidade de,
mais ou mesmo alguma, interacção "intelectuais" e o cidadão comum.
Assim, sai a ganhar o debate de ideias, e legitima-se a utilidade destes
textos! Sobre o exemplo aqui apresentado...
Manecas Tiane Como
de praxe é longo e o perigo de perder atenção ao longo da leitura vai
crescendo....estamos em fase de iniciação de leituras longas, ou, a
concorrencia dos curtos é vantajosa. Uma ideia deixou-me inquieto e está
na tese: "Não se debate os problemas do
país e do povo com o povo (respeitando-se a sua diversidade), debate-se
sobre o país e os problemas do povo exclusivamente com a elite
pretensamente pensante, em linguagem conotada, erudita e excludente."
Porque razão da limitaçao de do direito de informação aos visados?
Carlos Graca Sergio,
bem dito amigo, saber fazer passar as massas mensagens complexas e um
dos grandes problemas socias em Africa amigo, e digo isto com pena, pois
mtos academicos africanos, depois de terem o canudo, escrevem e
dissertam la para fora e nao ca para dentro, criando assim a tal
distancia o tal fosso entre as mentes pensantes e as actuantes,
Matias De Jesus Júnior Eu
ja li. Aliás, a maior parte das coisas que estão aqui elenquei quando
escrevi "Atrapalhações de Primeira Classe" sobre essa coisa de dar
"nomes sociológicos" aos que sentem a podridão deste sistema! Quanto a
leitura, é um velho e amigo problema na actual
juventude. Trabalho como assistente de uma cadeira algures vi que os
estudantes nem sequer telejornal assistiam. Quando passei a usar o
telejornal como condição para estar na aula fui chamado de arrogante!
Mas nesta mesma juventude ainda há algo a aproveitar!
Waka Chitlango cresci
apaixonado pelas ideias do Elisio, mas ha uns textos que ele foi
lancando no NOTICIAS que me fizeram pedir o divorcio. Olha que ele ainda
tem alguma chance cmigo,tou aberto ao dialogo!
Elísio L Leonardo haaaaaa escrever um texto longo começando por: pessoas nao gostam de ler textos longos!
Manusse José É
o absurdo dos chamados textos (o que eu diria textos pretensos)
academicos. Que com academização das palavras acabam caindo fora das
linhas comuns e, finalmente, passam dispercebidos porque nada de
percepitível está veiculado. A organização lógica das
palavras não é mesmo que verdade. Apenas clareza e simplicidade textuas
é que nos pode trazer a verdade. A verdade por si só é simples, mas sua
expressão é uma montanha de complexidade... Valeu o seu texto Edgar Kamikaze Barroso... Li já alguns artigos de professor Elisio Macamo, mas nunca os tido lido com um olhar crítico... Muita força aí...
Muzila Wagner Nhatsave Adorei o texto meu irmão Edgar Kamikaze Barroso.
E concordo parcialmente com ele prinipalmente na introduçã do mesmo.
sem querer defender o Elisio Macamo, eu acho que cada um escreve para a
sua plateia e ele não deve ser excepção neste direito que assiste
a quem escreve. o que vejo nos seus textos segundo o meu humilde
entendimento ele usa a ironia na descrição dos problemas e nao
necessariamente estar do lado deste ou aquele. Critica nos seus textos a
falta de objectividade e ciência nas criticas feitas ao governo do dia.
pois muitas das vezes esquecemos do contexto historico que
condicionaram ou condicionam certas politicas. chama atenção a critica
vazia e de forma inteligentes nos da por onde encuralar o governo do
dia.sociologo que é não podemos esperar dele outra maneira de expor os
problemas e explicar as dinamicas do mesmos..ja agora fiquei meio
confuso. a critica feita é emrelação a forma que ele escreve ou o que
ele tem escrito ultimamente que no entender de muitos é contra as suas
criticas?
Pietrine Million Prof. Elísio Macamo estamos juntos....subscrevo-te.
Tomás Queface Karl
Marx escrevia um livro com 1100 paginas somente para dizer duas ou tres
coisas. Hoje em dia, andamos com escassez de tempo pois somos
multifuncionais. Eu acho que temos que tambem desenvolver a capacidade
de sintetizar os nossos argumentos em pouquissimas palavras e pouparmos
muita conversa.
Waka Chitlango penso
que,em primeiro lugar, a dicussao nao pode ser o facto de os textos
serem longos mas sim a sua densidade,esa e a mnha preocupacao
tambem.Depois vamos a segunda parte da discussao, que e o seu
prolongamento...tem gente que escreve curto porem continua dificil
carregar o texto as costas!
Li Oliveira Os jovens andam sem tempo pa leituras longas visto que maior parte deles possui uma preguiça mental que so o diabo .
Tomás Queface Li Oliveira, os jovens correspondem a + 80% da populacao, superior a 15 millhoes. Cuidado com generalizacoes.
Edgar Barroso Muzila Wagner Nhatsave,
apenas fiz uma relacao entre o nosso "despreparo" em cultura de leitura
versus os dividendos que os nossos pensadores tiram disso para nos
"insultar" a vontade, sem sequer nos darmos conta disso.
Tomás Queface,
e sobre a competencia que tambem devemos ter em sintetizar as "biblias"
dos outros? Temos de nos livrar desse "virus da preguica" de termos
sempre tudo resumido e pronto a consumir...
Ana Da Graça Mudumane chamem o sr elisio para o debate, ha mto q parou de publicar
Tomás Queface Nao
refuto a ideia de que tem a preguica de leitura. O problema e o factor
tempo. Nao ha tempo suficiente para ler textos longos. E o problema nao
e' somente ler. E' compreender o que voce quer dizer entre milhares de
palavras.
Nelson Borges Um
abraço desde Texas para si e para o povo Moçambicano. Gosto de estar ao
corrente do que se passa no vosso País onde cresci e passei os
melhores momentos da minha juventude. Esperemos que os politicos que
pensam saber o que é melhor para o povo que falem duma forma que todos
compreendam.
Filho Do Sr Chico Edgar heheheheh depois zangas quando digo Douctor
Spirou Maltese Edgar Kamikaze Barroso
pode ser que haja uma preguiça mental em ler estes artigos. mas eu, eu
mesmo, não vou perder tempo em colar/ gastar meus olhos a ler isso aqui
no computador, no facebook! já havia dito em outro post meu, que
facebook, pela sua génese, não foi criado pra isso. tentem
fazer/escrever tratados sociais. aqui deixem um ''cheirinho''. ntsém.
Tomás Queface Para
voce dizer que tem observado muita gente que tem preguica de ler os
teus textos por acharem dificies, problema este que deriva do actual
sistema de avaliacao multichoice, o que leva com que muitos prefiram
comentar em fotos, anedotas e nao a textos como este voce usou todas essas palavras abaixo:
|
"Há
já um tempo que venho notando que grande parte dos meus amigos daqui do
Facebook não gosta de ler textos longos (normalmente, artigos de
opinião) sobre os mais diversos assuntos do nosso país. Particularmente
os que abordam questões políticas. Regra geral, alegam não ter tempo de
os ler por serem de linguagem muito complexa, aborrecidos e
exageradamente densos.
Pode ser que tenham razão. E isso
pode até reforçar a convicção generalizada segundo a qual os nossos
hábitos de leitura estejam a deteriorar-se de modo vertiginoso nos
últimos tempos. Hoje em dia as pessoas estudam e se formam num sistema
de educação que prioriza o instantâneo... Testes e exames
“multi-choice”, literatura generalista que se foca em “bullets” e
professores ou docentes preguiçosos, formados às correrias e com
múltiplas ocupações profissionais. Muitos de nós, mais jovens, fomos
formados como autênticas caixas de ressonância de tudo quanto os nossos
educadores achavam que deveríamossaber e mais nada... Não fomos educados
para ler para além do “copy & paste” e, quando diante de textos
relativamente mais elaborados, morremos de sono natural. Não fomos
educados a ler, pensar e opinar, de modo endógeno e pessoal. Fomos
educados a repetir o que os outros dizem, concordandoou discordando em
função do que a maioria acha ou daqueles que julgamos serem a referência
do pensamento elaborado. Vamos sempre pelo mais fácil, resumindo o
nosso contributo opinativo aos 160 caracteres de uma SMS... Queremos
tudo já feito, apresentado em 3 ou 5 linhas de um post no Facebook.
Nunca comentamos um pensamento ou argumento patente num texto,
comentamos os títulos dos jornais e as notas de rodapé que aparecem nos
serviços noticiosos das nossas televisões. Todo o resto é cansativo para
o escasso tempo que aparentemente temos, complicado o suficiente para
disputar a nossa atenção com fotos de mulheres em poses sensuais e posts
de anedotas ou, mais ainda, parece ser erudito demais para os nossos
miolos."
Edgar Barroso Tomás Queface, eh precisamente esse exercicio que fizeste que deve ser incentivado em larga maioria de pessoas que pensam como o Sérgio Chaúque, por exemplo. Ele quer tudo a "fast food", aqui no Facebook, exactamente o que o Prof. Doutor Elisio Macamo e outros pensadores como o Prof. Doutor José Jaime Macuane nao o fazem, quando dialogam connosco.
A
Crisofia Langa da Camara, por exemplo, tambem parece fazer parte dessa
"escola", heheheheheheh... No fundo eh o que eu digo a esses pensadores,
no texto: se quiserem falar com ou escrever para Mocambique (e
Mocambique tem mais de metade da sua populacao jovem e grande parte dela
ainda nem sabe ler devidamente, tenha um grau de ensino superior feito
ou nao), que o facam conscientes desse desiderato na "sociologia do
debate" que eventualmente se efectivar.
Spirou Maltese facebook
é fast food. é americano. haahahahah quando o emérito prof elisio
escrevia e publicava no Noticias eu lia sim, e serviu várias vezes de
referência em alguns trabalhos meus an faculdade.
Spirou Maltese aqui
pode ser outro problema de alguns destes académcos: não terem a
capacidade de escreverem com simplicidade! pode ser também! eheheh
Paulo Guerreiro Comecei
a ler texto a pensar que se tratava de algo sobre hábitos de leitura e
sobre essa problemática afinal só muito por alto fala disso.
Acho que a frase do Monteiro Lobato aqui se aplica "Um País se faz de Homens e Livros"
Acho
que a critica não deve ser dirigida apenas aos académicos mas sim a um
sistema que forma pessoas, alguns licenciados que nunca leram um livro.
Filho Do Cinzentinho ''Nenhum
cobrador de chapa, jornalista, vendedor de recargas de telemóvel,
desempregado, mukhereo, funcionário público ou varedor de rua precisa de
perceber sociologia(do poder ou debate) para sentir e falar sobre o
país''
Mitolas Chrineyka He he he he he he he he he he. He hehe he he he he...
Muzila Wagner Nhatsave Ai a culpa é de quem meu caro irmão Edgar Kamikaze Barroso?
é certo que não podemos entender tudo, mas h que convir que o gosto
pela leitura diversa é importante para que possamos entender os diversos
tipos de articulação. compreendo-te e aceito, mas no
meu entender o macamo nos dois textos chama nos a atenção apenas.ja diz
o velho ditado que se medem os homens não pelas respostas que dá , mas
pelas perguntas que faz.
Nosde Selleth edgar
kamikaze barroso, valeu ter lido cada parágrafo do texto.remeteste-me a
Marcha do mano azagaia: "Eu falo de povo para povo
Porque eu sou povo e tu és povo
Usamos a mesma linguagem...Ver mais
Brazao Catopola Edgar Kamikaze Barroso
li o seu texto longo e vou concordar em parte ou em partes com ele. 1 o
hábito de leitura cria se e acima de tudo é uma cultura. Poucos têm
esse hábito de se cultivar lendo, por toda uma conjuntura educacional e
até mesmo social. Poucos sabem que a
leitura enriquece. 2. Há um princípio básico só escreve quem sabe ler ou
seja eu escrevo para quem vai saber e pode ler. Tenho a felicidade de
muitas vezes dizer o que penso onde e como julgo. É do mesmo modo,
aliás, julgo você saber que muitas vezes crítico a todos até mesmo ao
Elísio Macamo. Ora bem, não sendo advogado do diabo e também não
concordando com muito que Prof. Elísio macamo escreve, dou a ele a
liberdade de escrever como julga conveniente ademais ele tem seu público
alvo e aliás, um dos grandes debate metodologicos e teóricos é sobre o
lugar do autor na escrita. 3. Julgo importante discutir se o ponto de
vista do Prof. Elisio Macamo e não ele nem as tendências partidárias
dele isso aqui não interessa.
Brazao Catopola Edgar Kamikaze Barroso,
li o seu texto longo e vou concordar em parte ou partes. Concordo que a
leitura e um problema sério no nosso meio quer por causas conjunturais
quer mesmo pela ignorância do valor dá leitura. Há um princípio básico
só escreve quem sabe ler ou seja eu
escrevo para quem vai e pode ler. Não querendo ser advogado do diabo e
também não concordando com algumas coisas que Elísio macamo escreve
permita me deixar meu ponto de vista que, aliás, normalmente goza dá
minha inteira percepção sem lambibotismo. 1 o Prof Elísio macamo têm seu
alvo, partindo do princípio básico acima dito, portanto, deixe o
escrever como pretende. 2 julgo que deveríamos discutir os pontos de
vista dele e não ele como pessoa embora, a ressalva dos debates dá pôs
modernidade sobre o lugar do autor na escrita. 3 os princípios que
cercam a percepção de Elísio macamo nos últimos dois textos, São
puramente abstratos. Repare que nesses dois textos fala Elísio mmacamo
em categorias analiticas subjetiva "gostar e admirar" ninguém o
condenara por isso. Pode se discutir os argumentos que sustentam essas
categorias. 5. Os textos São ofensivos a nos jovens! A minha questão é
simples que contra julga essas posições, aliás, uma vez você fez um belo
texto contra o mesmo autor a propósito do parlamento juvenil. Isso é o
que deve ser feito
José Jaime Macuane Caro Edgar Kamikaze Barroso
gostei da pedagogia de discutir com os outros sobre a aversão aos
textos longos usando um texto longo. No que metoca quanto à forma de
escrever, como dizem os burocratas: "ciente" ou "anotado!".
Assane Macangira Caro
Edgar. Pessoalmente gosto de leitura e para os artigos longos tambem
tenho bastante tempo. So assim podemos aprender. Talvez tenha sido por
influencia de cadeiras como RIC, EPC, HRI e outras. Mas duma coisa tenho
certeza: Ao ler teus artigos o meu sangue circula como se estivesse a
atingir um orgasmo sexual, sem exageros. Bem elaborados: Com pe, troco e
cabeca.
Edgar Barroso Muito obrigado, Prof. José Jaime Macuane. Eh sempre reconfortante saber que podemos sempre fazer chegar a nossa mensagem directamente ao receptor visado.
José Jaime Macuane Mas
tenho que dizer uma coisa adicional: a fronteira entre a simplificação e
a banalização (e imprecisão), às vezes pode ser ténue. Há que se
buscar e encontrar o equilíbrio. E também se conhecer as audiências. Não
lemos tudo que nos aparece à frente (por falta de interesse, tempo ou
necessidade) e é natural que as pessoas não tenham a mínima vontade,
necessidade e interesse em ler as coisas que escrevemos.
Joaquim Joao Correia hoje
em dia pouca gente gosta de ler e tirar suas conclusoes,pois claro
amigo,tens que de vez em quando botar ordem na leitura,gostei da tua tua
cronica....parabens..
Mamy Dos K's Crisofia Langa da Camara ha ha ha ha ha......Ver Tradução
Rafael Ajj Maculane Oops nao esta nada facil por aqui,uns dizem que a juventude nao tem a cultura de ler,outros dizem que nao desca do nivel
para que sua mensagen seja entendida pelo receptor, outros dizem que o
tal prof Elisio escreve pra um grupo de pessoas que tem a capacidade
lexical de mastigar as mensagens por ele escritas. pessoalmente nao me
acho um bom emissor deste genero mais aqui fica a minha observacao
sobre a falta de cultura literaria da camada jovem que em media e maior
em mocambique real: 1-E de pequeno que torce-se o pepino; 2-A falta de
intrutores ou professores altamente qualificados para inspirar o presado
estudante; 3-Os precos altos dos livros praticados pelos comerciantes
da area. Sendo assim a questao que temos que nos colocar e como fazer
com que o jovem esteja informado e formado de modo a tapar as feicuras
deixadas pelo nosso sistema de ensino assim como Criar condicoes de
promover a literatura.A capacitacao faz o homen.
Rafael Ajj Maculane O que e que faz um indivi
duo ser designado como um academico?
Gui Arouca Thobela O
nivel academico lleva muitos de nos a escrever em linguagem complexa ,
em artigos a serem publicados para o povo, num pais onde saber ler ainda
e previlegio de poucos, pessoalmente quando vejo artigos dessa
natureza nao perco o meu tempo porque sou da
opiniao que podemos escrever sem que seja necessario tanta ladainha.
Querem escrever para palavras complexas ?facam no vosso meio onde ter um
dicionario ou net para consultar nao seja problema.
Mahamad Hanif Mussa Texto "3D"! Linguagem "estéreo"! Sem necedsidade de "TV Lcd" para deliciar o "filme"...
Pedro de Sousa Mais uma vez, oh Edgar Kamikaze Barroso,
a abordar um assunto bastante relevante. Li o seu post, mas percebi, k
tudo k disseste corresponde ao k se vive na realidade hj...mt obrigado,
meu brother...
Dércio Tsandzana Eu sou a prova disso. Tem coisas que publico e são postas de lado.
Acho
que nem este post algumas pessoas leram, mas eu penso que dou o meu
pulsar em diferentes assuntos por ti ou por outros publicados.
Giro da Fonseca Ler um texto e intoxicares-te pela sua beleza. Até parece um hit do John Legend ou dos boyz II men.
Vassili Vassiliev Pensadores Livres escrevem como tu Edgar Barroso.
No mais, dois breves comentarios: 1- Culturalmente, somos mais apegados
a tradicao oral, o que torna os debates verbais mais interessantes do
que a reflexao abstracta do que se escreve. Alguns, como tu,
conseguem muitas vezes "traduzir" ambas realidades, o que favorece
imenso a formacao da intelectualidade de outros jovens que te comecam a
seguir o exemplo. De tempo, ao tempo que os jovens ainda tem para ler;
2- Sobre o PHD de Basileia, tambem nao lhe aprecio o verbo ha muito
tempo. Em primeiro lugar, porque acho que "cientistas sociais" nao sao
astrologos. Sao estudiosos. E em segundo lugar, critica destrutiva ad
hominem so denota inveja ou pseudociencia ao servico de causas
politicas. Um bom exemplo disso foi a famosa escola de Darwinismo
social. E por muito que citemos Hegel ou Habermas, nada disso disfarca a
voz do dono que queremos amplificar. Se e que me fiz entender.
Zeiss Lacerda Bem colocado ilustre Edgar Barroso.
Eu particularmente não leio os textos do Prof. Elísio Macamo desde a
altura que percebi que se eu retirar o prefixo "PhD" ele é apenas povo
mas rejeita se-lo. Ele cria uma espécie de zona de elite para se
"auto-sobrevalorizar". Na minha óptica
ele deveria deixar que fossem os outros, incluindo os que o criticam a
dar-lhe o extra-valor que ele julga ter. Já temos um bom número de PhD's
neste País e apenas são uma elite porque não sabem porquê é que se
formaram e provavelmente não devessem merecer tal nível de formação que
lhes dá uma dimensão filosófica quando na verdade ostentam apenas
letrinhas que são escritas antes do nome. Um PhD saído de mais de 75% de
analfabetos em pleno século XXI deveria saber que seu papel só será
realmente útil se ele (privilegiado academicamente) pudesse acrescentar
valor às massas (analfabetas) que na verdade são o seu meio. De que vale
um PhD que só se comunica com a minúscula percentagem de PhD's do país?
Vale nada, vale o seu discurso imperceptível e sem influência, vale
nesse mundinho de falsa elite. Queremos PhD's que inventem linguagem
para o povo pacato perceber o mundo, não PhD's que engrossam a linha que
os separa dos demais. Eu o acho um reles sociólogo. Incapaz de desenhar
soluções que o povo que o viu nascer possa ter momentos melhores sob
sua "acadêmica" influência. PhD de um país pobre e analfabeto deveria
misturar-se ao povo e traduzir a complexidade da vida para os demais.
Deveria servir de satélite de elevação do poder das massas. Mas é uma
pena.
Dino Foi Ressalvando apenas que nem todo doutorado é necessariamente Ph.D. Edgar Barroso.
Bonito texto
Neidy Tinga Tu
es um dos que leio todos os textos ate ao fim... me da gosto e prazer
ler um texto muito bem composto. Tive a sorte que quando comecei a
estudar em 1982 ter tido uma professora que nos obrigava a ler textos
compridos os curtos muitas vezes eram para
ditados... e os textos comprimidos ela fazia perguntas q as respostas
eram longas e nao aceitava 2 palavras como respostas... e tive um pai
que nos obrigava a ler os titulos do jornal noticia para ele... e hoje
guardo isso como algo para o futuro dos meus... e fico triste qd vejo
esta nova geracao perder se em palavras e preguica mental para a
leitura. Obrigada por me brindares com este tipo de leitura...
Zeiss Lacerda E
existem doutorados que não sejam PhD's? Como é que se designam? Eu
conheço os termos BSc (para bacharéis), MSc (Master of Science), MPhil
(Master of Phylosophy), PhD (Phylosophy Doctor) e depois existem os Pôs
Doutorados que não sei como abrevia-se.
Dino Foi Pós
doutorado não é uma qualificacao académica e, doutorado não é
necessariamente Ph.D., se for ler um pouco mais vai notar que não vamos
precisar de gastar "tinta" aqui.
Zeiss Lacerda Não estamos a gastar tinta. Só pedi esclarecimento e isso não me parece mau.
Zeiss Lacerda Gastar
tinta eh escrever uma frase longa e mesmo assim não responder o que lhe
foi perguntado. Pior, é escrever para complicar ainda mais as coisas.
Dino Foi Estou a dizer que doutorado não é necessariamente Ph.D. há 2 horas!
Pois então aqui vai:
DBA
D.Phil
DCom
DN
DSc
DEng
DM
Psy D.
Só para citar alguns doutoramentos.
Zeiss Lacerda Moçambicano
tem muitos problemas pah. Quando sabe de alguma coisinha a mais ish. Só
faz dançar aos outros, por isso é que esse distrito só afunda. Quanto
mais seus filhos estudam mais se complicam mas complicam a vida dos
outros também. Só vem a dar mais razão ao post do Edgar.
Dino Foi Eu fui claro, tu querias diálogo. Porque você acha que o dono deste mural não se pronunciou?!
A ressalva foi clinica.
Dino Foi O doutoramento do Professor Macamo só a ele diz respeito e como se chama nessa universidade onde ele se formou.
O que eu disse repiso: doutoramento não é necessariamente Ph.D.
Obrigado
Zeiss Lacerda Provavelmente
porque ele acha que o foco do post dele não é a volta do significado de
PhD, e se ele estiver a pensar assim eu concordo com ele. Discutir
posições de vírgulas neste post ficaria pro momento do intervalo.
Dino Foi Estás a tentar ler a mente do Edgar Barroso, boa sorte.
Mas já percebeu que doutoramento não é Ph.D. não é Zeiss Lacerda?!
Lenine Daniel Parabéns Edgar Barroso pelo texto longo, contudo necessário pelo seu rico conteúdo.
Infelizmente
os tempos actuais não são famosos no que concerne ao espírito de
leitura, mas penso que há também necessidade de se escrever pouco e se
dizer muito.
Com relação
aos nossos PhD há uma sério problema da parte deles, o 1o é o de
pensarem que a solução dos problemas deste país passa por eles e não por
todos nós, cada um dando o seu contributo na área específica e tendo em
conta as suas capacidades. Não sei onde estes nossos irmãos foram
buscar a ideia de que o critério para estar correcto é o nível
académico. Vejo muitas vezes uma grande arrogância e prepotência nestes
irmãos e em paralelo pouco se vê em termos de contributo as causas do
País. Alguns são docentes e não imagino o tipo de estudantes que saem
das mãos dos mesmos.
As vezes penso até que muitos dos
problemas que temos neste País são também causados por estes: não
disseminam conhecimentos, têm tendência a elitizar o pensamento,
contribuem com pontos de vista tendo em conta as cores partidárias e
agendas obscuras, enfim é só trapalhada atrás de trapalhada. É também
visível nos nossos PhDs a dificuldade em se socializarem e em passarem
da teoria para a prática o que aprenderam nas academias.
Florêncio Estêvão Moiane A
partir do status (PHD), pretende amedrontar todos os outros. Se calhar,
esteja a levar a sério o desejo de, por via disso, ser Governador de
Gaza.
Não preciso de grau académico algum para saber que me estão a entrar no bolso, para perceber que fomos
aldrabados e que um punhado de gente penhorou o futuro do Emerson, Jr e
Shanisse, meus filhos. Não preciso ser/estar formado em Sociologia ou
Ciência Ciência Política para perceber que o Guebuza, o Chang e quejanos
são responsáveis pela desgraça actual e futura de Moçambique. O Elisio Macamo, lá de onde está, que vá a m...
Rafael Ricardo Dias Machalela Afinal,
alguém já se apercebeu disto muito antes de mim? Eu pensando que estou a
inventar a roda. Notei o que dizes em relação aos textos do prof Elísio
Macamo no ano passado... Insultos nas entrelinhas. PS: É por causa
disto que eu gosto do professor Julião
João Cumbane, ainda que não concorde com muito do que escreve... Ele é
PhD e escreve para todos entenderem. Mesmo prevendo o que será abordado,
dá gosto de ler porque eu, povo que só tem nível médio de escolaridade,
entende e interage normalmente... Abraços.
Manuel Chipeja "....Geralmente ou porque os seus textos (de Elisio Macamo)
são longos demais e falam de múltiplos assuntos, ou porque a linguagem
é exageradamente “sociológica” e com recorrentes disfunções entre os
títulos e o conteúdo dos mesmos."..gostei dessa...hehehehehehe.
Toberto Lembrança Matavela Interessante
esta parte final do post Honorio, quero concordar consigo e se me
permitires acrescentar também em relação ao que ouvimos. O entendimento
que damos é na sua totalidade responsabilidade nossa.
Celso Eduardo Num desses textos longos e complexos do "Douto", Elisio Macamo,
pedi que a linguagem fosse mais clara possível, para que o camponês de
Meconta, Funhalouro, Gile e etc, cobrador de chapa, vendedor de
recargas de telemóvel, desempregado, mukherista e varredor de rua o
compreendesse uma vez que o facebook eh pra podos, fui altamente
vilipendiado. Em fim , cada um escreve como quer no seu mural mesmo.
Amilcar Machado Jizzaass... Até das longas novelas deve ser possível fazer-se sinopse, neh???
Adrian Magoo Sim. "longo" e bom de ler. a simplicidade é o grau máximo da sofisticação. E isso não é de hoje.
Blues Boy King Edgar Barroso,
não leio os textos do Professor Elisio Macamo nos últimos tês meses. E
por conta disso não poderei comentar principalmente a segunda parte do
seu texto. Pessoalmente leio na totalidade e pelo menos duas vezes um
texto que se me figure complexo ou
longo. O mesmo farei com o seu (este último). Quanto à primeira parte do
texto tenho a dizer que pelo menos não tenho nada a reclamar por conta
da formação que tive (professores e todos os servicos de apoio na
academia), mesmo apesar de não ter terminado os meus estudos - por
razões puramente pessoais - não me tem sido difícil como muitos dizem
ser ler e compreender textos de Macamo, nem na metodologia, no conceito,
nem mesmo na forma como ele operacionaliza as coisas que diz com as
ferramentas que usa, talvez pelo treinamento e recursos disponíveis
incluindo consultas a pessoas. Só lembro a todos os da nossa geração que
reclama estar a ser mal dita pelos outros, que as coisas dificilmente
resultam imediatamente óbvias. Razão pela qual existem os métodos e as
técnicas de leitura dos problemas, até mesmo, a começar, a leituras dos
textos.
Ricardino Joaquim Mulossoua O s.e.m esta doente, desde a pré escola a faculdade somos ensinados a ser copiadores de informações e não pensadores
Blues Boy King Ricardo
Joaquim Mulossoua, mas podemos, até porque antes devemos, deixar de só
copiar e apreender a fazer as coisas de outras maneiras que são
possíveis e não são de uso exclusivo dos outros que justa ou
injustamente os catalogamos. E somos pensadores por
natureza, lembre-se do Cogito Cartesiano "Penso, logo, existo". René
Descartes nos ajudou um pouco com isto. Não nos devemos só limitar na
"cópia e colagem" das coisas. As, vezes, amigos, a principal barreira ao
saber é a nossa predisposição à negação. Eu aprendi, e isto deve até
ser do senso comum de todos nós, que o preconceito é barreira ao
conhecimento. A estranheza estimula, mas o preconceito esbarra tudo. Há
uma coisa que o próprio Professor E.M costuma dizer e até aconselha a
fazer: compreender primeiro o problema/questão/assunto apresentado para
depois saltarmos um mergulho no debate ou simplesmente crítica crua.
Sempre que os termos do debate não estiverem claros em nada será
produtivo.
Edgar Barroso Heheheheheh... Você Blues Boy King, é precisamente contra essa "ditadura metodológica" que eu me insurjo.
Chil Emerson David Discursos
do Guebuza eram assim mesmo, falava sobre o povo e não para o povo. Nem
conseguia acompanhar do inicio ao fim, nao pela limitação intelectual,
mas porque eram uma fraude. Aquele camponês analfabeto la de Mahubo
iria entender toda aquela " codificação linguística "? Digo o mesmo
sobre alguns textos do professor. Embora saiba que cada escritor tem o
seu público alvo.
Jemusse Abel Kkkkkk falou por todos Edgar Barroso..
Fui vitima da exclusao na lista dos amigos dele porque descordei certas
ideias dele. Ha um prof amigo que me disse o seguinte "um verdadeiro
intelectual é aquele que traduz a constituiçao e outras leis importantes
à linguagem do povo". Porque assim fazendo estaria a mobilizar o povo a
abraçar o projecto do estado servindo-se de todos os instrumentos
normativos disponíveis. Por isso pra mim é chão sory! A pouco nos
batemos num post de Egidio Vaz sobre a postura de Um outro servil.
Blues Boy King Edgar Barroso,
ler duas vezes um texto é uma técnica e método se alguém assim a quiser
considerar. Ler a sublinhar, ler a fazer rabiscos ao lado, ler a cruzar
o que diz um autor com o que dizem os outros sobre a mesma coisa, ler a
identificar o assunto, a tese, o
argumento e até o contra-argumento e conclusão são técnicas/métodos se
quisermos. E isto não serve só para ler textos escritos, serve também
para ler discursos/locuções ate audio visual. E a propósito do audio
visual, as pessoas não vão a nenhuma universidade para fazer as leituras
que fazem, e que ate tem feito bem. Meu carro Edgar Barroso,
vamos ajudar nossos irmaos e amigos a sairem da dormência. Nao te eh
estranho que algumas pessoas (jovens) se sintam bem quando alguém lhes
dah razão na sua ignorância. Entendo que tua intenção não foi percebida,
em particular no que diz respeito a primeira parte do teu texto. Amigos
nossos aqui no fb pensam que lhes estas a dar aval para defenderem e
manterem a ignorância. O sistema pode ate ter formado mal as pessoas
(por exemplo, não gostei nada da tal coisa que chamaram de Recomendações
do processo de Bolonha que trouxe profundas e menos sehrias reformas em
todo sistema nacional do ensino - do primário ao superior - para
satisfazer as ditas Metas de Desenvolvimento do Milénio ate 2015 -
nenhuma meta ate hoje e governo de Guebuza fez questão de deixar de
falar disso desde 2013 para sair limpo), mas as mesmas pessoas,
principalmente quando se dão conta de que não foram bem formadas/
instruídas, devem procurar resolver esse problema com as va'rias
alternativas de que dispõem e isso jamais irah excluir métodos. Método
de leitura do real para nosso enquadramento e entendimento do social,
político e económico não tem que ser necessariamente da academia, e
também não eh isto que sugere o Professor Elisio Macamo (Ele cobra, sim,
aos que querem entrar no debate académico, e eh legitimo porque
academia eh assim mesmo mano), porque ele mesmo reconhece a existência
de varias formas de ler uma realidade. Nao nos regozijemos com a
preguiça e letargia pois isso jamais nos farah crescer. E atenção, se
batermos palmas a isso, nos transformamos nuns Tarzans - os tais "Bom
Selvagens" do de hoje e amanha.
Blues Boy King Eu
me lembro de quantos nervos me dava ler e perceber o que dizia o
Severino Serino Ngoenha a primeira vez que peguei sua obra "Das
Independências `as Liberdades" quando era puto. Na mesma altura
igualmente me corroía o cérebro não apanhar "Vinte e Zinco"
de Mia Couto, o "Nos Matamos o Cao Tinhoso" de Luís Bernardo Honwana,
Mais tarde o "Ualalapi" de Ungulani Baka Kosa. Os Textos de Machado da
Graça no Jornal Domingo... Edgar Barroso,
isso me revoltou e me fez adoptar formas de leitura e ate ter conversas
com amigos sobre essas obras e textos. Nao ha dtadura nenhuma em
Macamo, noz, muitos, somos incapazes de o compreender e ate cultivamos a
incompreensão. Tsikani Ulolo, maxaka!
Géssica Macamo hahaha.. há pessoas as quais vale a pena ser amig@ no fecebook... excelente texto!!!
Blues Boy King Jemusse
Abel, Elisio Macamo avisou no ano antepassado que iria "desamigar" (foi
a palavra que usou) algumas pessoas pela forma como se dirigiam as
outras no debate. La do meu intimo concordei! Eu já tinha desamigado,
sem avisar, a muitas pelas mesmas razoes.
Cansa você querer conversar outros virem insultar e ou blasfemar. Eh
por isso, acredito, que se fala de compreender os termos do debate para
poder entrar no debate. Nao existe nada que se chame conversa que não
tem premissas para se fazer acontecer.
Géssica Macamo Sempre
achei estranha essa correlação entre: Contestação (manifestação de
descontetamento político) vs. literacia!! como se alguém precisasse de
dominar termos "tecnicamente cientificos" para perceber a situação
favorável ou não do pais..
Blues Boy King Géssica Macamo,
feiticeira eh sempre a mãe dos outros, não a nossa. A nossa desgraça
tem origem nos outros, não em noz, as nossas dificuldades existem porque
os outros nos criaram elas. A ideia que se generaliza com isto, sem
razão, eh de que somos obrigados a ser
académicos para fazer uma leitura dos problemas do pais e, a nossa
incapacidade em fazer uma leitura razoável leva a muitos a dizerem que
eh por culpa do sistema - e pode ser ateh, mas não pode dar direito e
conforto a alguém que se prese cidadão de ter orgulho disso e levantar a
bandeira do "NoZ ". Existem varias formas de ler e compreender a
realidade a disposição de todos.
Edgar Barroso Blues,
eu não neguei isso. Deixei até ficar explícito/implícito no texto.
Nunca estive contra o método de debate em si (por ele usado, afinal ele
deve ser soberano disso no seu próprio fórum), sem contudo deixar de me
insurgir contra a ousadia dele em impingir tal desiderato sobre toda a
cultura de debate que só ele considera apropriada para o país. Isso é
ditadura. Estarei energicamente contra isso sempre.
Cal Barroso Como é que eu não tinha lido este texto? Fizeste me o dia...
Fatima Mimbire Uma
vez ouvi um bispo zambiano usar o termo "Escariotismo academico".
Alguem pode tentar decifrar o significado? Cada vez mais acho que os
academicos, com honrosissimas excepcoes, que deveriam ser a nata
iluminista desta "nacao analfabeta", mas pelo contrario,
nao contribuem com o seu saber para a solucao dos problemas do pais, e
nao deixam que os outros o facam, porque acham que sao os unicos com
legitimidade para tal. shame on it, shame on such people. Pronto,
finalmente disse o que penso.
Edgar Barroso É mesmo isso, Fátima. Erudição não resolve os nossos problemas. Só os complica ainda mais.
Amosse Mucavele Holderin
fala sempre da percepcao e da potencia do discurso ate a reformulacao,
contudo estes pressupostos tem a principal tarefa de projectar qualquer
discurso muito adiante do seu tempo. no caso do Prof. que com o tempo o
seu discurso sempre carregado de certos
amores a primeira ate a ultima vista vao perdendo legitimidade ao olhos
dos mais atentos, e ai onde se decapita os titulos e o debate fica mais
ocioso. sem se esquecer daquele fanatismo de alguns que nao leem os
posts como um olhar critico e correm para os tais comentarios
evangelicos que sempre os acompanha, aqui reconhecer "tambem" que o
gosto e o habito de leitura nao se faz ou se cria so com megabytes que
cada facebooker tem no seu cell ou computador, bravo Edgar, ontem
conversei sobre este assunto com um amigo.
André Cardoso Esse
texto continua actual, bem conseguido. E a estratificação se
aprofunda. Se nao és da ala dos GOSTEI DR. ESTOU FASCINADO COM A SUA
ESCRITA, TEM RAZAO, Etc. Serás até banido da rede do debate. Nossos
academicos. ...
Jeremias Chilaw Precisamos
de continuar a criticar o que nao esta bem no pais, mas l nosso papel
nao se pode ficar por isso mesmo. A mais valia da nossa critica so tera o
merito se formos capazes de apresentar propostas de solucoes. Mais,
precisamos de sair do facebook e irmos
para as instituicoes, partilhando as nossas opinioes com que eh de
direito. Se as nossas ideias vao ser ouvidas ou nao isso cabe aos
outros. Agora, uma juventude que passa a vida a reclamar, preocupada com
o alcool e com a La Santa e a boneca Barbie, essa nao vai a lado
nenhum. O jovem deve ser incoformdo e sempre preocupado com alterar o
estado das coisas.
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