Aquı, no proprio dia do desastre
quinta-feira, 17 de novembro de 2016, este blog, com base de seus ınformantes espalhados atraves de Moçambıque, reportou que: O MTQ tem informações de fontes seguras, sobre o que terá acontecido no trágico acidente, em que perto de cem pessoas perderam a vida em Tete e outras tantas contraíram ferimentos graves. Segundo a informação, o incendio foi provocado por uma bala disparada por um polícia que estaria para afugentar as pessoas que se apoderavam do combustível, com ajuda de um motobomba. Algumas das vítimas eram simples curiosos que se tinham aproximado ao local.
O savana desta semana confırma e dız que: Na
sequência deste primeiro incêndio cidadãos curiosos residentes em
Caphiridzange aproximaram-se do local tendo impedido que as chamas
atingissem a segunda secção do tanque, com outros 15 mil litros, que
continuou intacta.
O semanário Savana refere que durante a noite o comprador moçambicano terá removido os restos da sua viatura assim como o motorista malawiano abandonou o local porém, durante a manhã do dia fatídico “um outro contingente de dois agentes da Polícia em Caphiridzange foi deslocado para a protecção do local”.
“Os Polícias chegaram e, quando deram conta que ainda havia gasolina na secção do tanque, pediram um grupo de jovens para tirar o combustível com bidões e começaram a vender para revendedores, até que a situação ficou incontrolável, havia uma inundação popular nos arredores do cisterna”, contou um sobrevivente ao Savana.
“Depois dos polícias terem tirado a parte deles, (estes) avisaram à população e começou a haver enchentes, porque cada um que ia a procura de mais recipientes voltava com outros convidados. E assim foi enchendo cada vez mais”, declarou um outro sobrevivente.
“Quando a situação começou a ficar sem controlo, um dos agentes, que tentavam parar a população à boca (sem resultados), disparou um tiro para o ar, e a seguir houve chamas, que começou de fora para dentro e cobriu a população, por isso houve mais mortes em baixo do que por cima do tanque”, explicou ao semanário outro sobrevivente.
O Savana reportou a existência de pelo menos dois agentes da PRM detidos mas oficialmente a Polícia só revelou a detenção de um cidadão que seria o alegado comprador do combustível roubado na véspera da tragédia.
DISCURSO DIRECTO
O semanário Savana refere que durante a noite o comprador moçambicano terá removido os restos da sua viatura assim como o motorista malawiano abandonou o local porém, durante a manhã do dia fatídico “um outro contingente de dois agentes da Polícia em Caphiridzange foi deslocado para a protecção do local”.
“Os Polícias chegaram e, quando deram conta que ainda havia gasolina na secção do tanque, pediram um grupo de jovens para tirar o combustível com bidões e começaram a vender para revendedores, até que a situação ficou incontrolável, havia uma inundação popular nos arredores do cisterna”, contou um sobrevivente ao Savana.
“Depois dos polícias terem tirado a parte deles, (estes) avisaram à população e começou a haver enchentes, porque cada um que ia a procura de mais recipientes voltava com outros convidados. E assim foi enchendo cada vez mais”, declarou um outro sobrevivente.
“Quando a situação começou a ficar sem controlo, um dos agentes, que tentavam parar a população à boca (sem resultados), disparou um tiro para o ar, e a seguir houve chamas, que começou de fora para dentro e cobriu a população, por isso houve mais mortes em baixo do que por cima do tanque”, explicou ao semanário outro sobrevivente.
O Savana reportou a existência de pelo menos dois agentes da PRM detidos mas oficialmente a Polícia só revelou a detenção de um cidadão que seria o alegado comprador do combustível roubado na véspera da tragédia.
Caphirizanje: o que aconteceu de facto?
Muito
tem-se dito, mas percebo que pouco se entende sobre o que aconteceu no
final da tarde de quinta-feira, 17 de Novembro, na localidade de
Caphirizanje, em Tete. O sítio fica a cerca de 80 km da cidade de Tete e
é atravessado pela Estrada Nacional n°7 (EN7). O condutor do
camião-cisterna de transporte de combustível cumpria mais uma jornada de
estrada, no sentido Porto da Beira-Malawi, transportando gasolina. Uma
fonte ligada à investigação falou-me de mais ou menos 33.500 litros. A
mais ou menos 20 quilómetros da fronteira com o Malawi, fica o povoado
de Mulambe-Ndachira, na localidade de Caphirizanje. É um sítio sem
energia eléctrica, com casas, na sua maioria, feitas de tijolo queimado
de fabrico local. Casas de alvenaria contam-se aos dedos e não preenchem
uma palma, sequer. Ou seja, a pobreza em todos os sentidos é o
denominador comum. Não há sinal de agricultura - talvez pela seca que
fustigou o Centro do país.
O
camionista chegou precisamente na povoação de Mulambe-Ndachira e
desviou à esquerda, tendo feito um percurso de pouco mais de 300 metros.
Parou num descampado. Longe do movimento suspeito da estrada principal,
terá começado a drenar combustível para grandes tanques plásticos e
tambores que estavam em viaturas de caixa aberta.
Ao
que tudo indica, não era a primeira vez que se envolvia no mesmo
esquema. Durante o processo de drenagem, que se suspeita que se usava
uma motobomba para facilitar o enchimento, terá havido um primeiro
incêndio, cujas imagens circulam nas redes sociais. Entretanto,
provavelmente, com recurso a extintores, esse incêndio foi dominado.
O
motorista ficou aflito com o incidente - é minha interpretação - e terá
desaparecido. A população que já tinha começado a chegar por conta do
primeiro incêndio, aproveitou a oportunidade para tomar de assalto o
camião “abandonado”.
Homens
jovens e adolescentes, mulheres (incluindo grávidas), crianças e
idosos, treparam o cisterna para tirar o máximo possível de combustível.
Estas imagens também circulam nas redes sociais.
De
forma menos explicada houve o segundo incêndio, mais violento, que
levou à morte instantânea de 43 pessoas e deixou muitas outras
queimadas. O Hospital Provincial de Tete fala de um total de 153
vítimas. Até hoje, 100 destes tinham morrido. Do total das vítimas, 16
tinham idade entre 8 e 15 anos, sendo que seis fazem parte dos óbitos.
No
grupo, faziam parte quatro mulheres grávidas. Três pereceram. A
sobrevivente é uma jovem de 22 anos, com quatro meses de gestação, que
continua no leito hospitalar, reagindo bem ao tratamento.
Muitos
têm dito que todas essas pessoas estavam a roubar. Não posso sair em
sua defesa, todavia, apurei no local que as chamas atingiram mais de 20
metros de raio, tendo atingido as pessoas que por ai estavam. Algumas
das vítimas foram ao local por curiosidade gerada a partir do primeiro
incêndio que deflagrou no meio do nada.
Verdade,
também, é que os “barões” que têm verdadeiros impérios alimentados pelo
negócio ilegal de combustível não fazem parte das vítimas. Escaparam. A
população e os oportunistas engrossam o número de mortos e queimados
que estão nas “gaiolas” do Hospital Provincial de Tete, lutando pela
vida...
“A
vida terrena é só uma passagem. Depois da morte ainda terás uma
portagem. Os pecadores serão punidos e arderão no inferno. Os bons serão
felizes no paraíso eterno”, in Valete, rapper afro-português.
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