Recentemente, o Chefe de Estado lançou a Chama da Unidade Nacional, neste momento percorrendo os distritos da Província de Cabo Delgado. Mais do que uma simples chama acesa num instrumento metálico bronzeado, o objectivo principal daquele instrumento é manter viva " Unidade Nacional" com vista a garantir uma Paz efectiva no seio da família moçambicana. Bem-haja o Presidente Nyussy pela iniciativa.
Todavia, recuando no tempo; lembro-me dos relatos históricos orais dos nossos Pais que, a mesma chama que hoje percorre os Distritos de Cabo Delgado, foi lançada em 1975 logo após a Independência pelo falecido Presidente Samora Machel (que Deus o tenha); infelizmente, 2 anos depois, isto é em 1977, iniciou uma Sangrenta Guerra Civil que durou 16 anos e matou mais de 1 milhão de Pessoas; em 2004 o Presidente Guebuza lançou novamente a mesma chama. Eu pessoalmente toquei-a; infelizmente, volvidos 8 anos, surge uma nova Guerra que ceifou muitas vidas, cujo epicentro era a Localidade de Muxungue . Hoje em 2015, eis que o Presidente Nyussy de novo lança a chama da unidade; fala-se de movimentações de homens armados na região sul do Pais.
Face ao exposto, não resta mais nada que questionar-me; será que a chama da unidade tem algum efeito útil para garantir a Paz e a Unidade Nacional, que tanto almejámos, ou não passa de um metal, que apenas gasta combustível e fundos públicos? Diz-se que a chama da unidade no tempo do Presidente Guebuza gastou mais de 7 milhões de meticais, porque não é simples chama, é necessário que existam pessoas que cuidam dela viajando do Rovuma a Maputo, dormindo em Hotéis e comendo do bom, por conta da chama.
Por mim, uma verdadeira unidade nacional não provem de uma chama, mas da partilha com o próximo, das benesses que o Pais dispõe. Porque para mim, é contra-senso dizer que somos irmãos, somos contra a Guerra, queremos a Paz e unidade nacional, bla.. bla… bla.., bla…e chegada a hora do banquete, eis que já não somos irmãos e muito menos com direito de aproximar a mesa; e você e os seus a desfrutar das benesses da terra; nos os outros, do lado de fora a aplaudir.
Elvino Dias
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