sexta-feira, 10 de abril de 2015

SERA QUE É CHAMA DA UNIDADE QUE TRAZ A PAZ E UNIDADE NACIONAL?



4 h · Maputo · 

Recentemente, o Chefe de Estado lançou a Chama da Unidade Nacional, neste momento percorrendo os distritos da Província de Cabo Delgado. Mais do que uma simples chama acesa num instrumento metálico bronzeado, o objectivo principal daquele instrumento é manter viva " Unidade Nacional" com vista a garantir uma Paz efectiva no seio da família moçambicana. Bem-haja o Presidente Nyussy pela iniciativa.
Todavia, recuando no tempo; lembro-me dos relatos históricos orais dos nossos Pais que, a mesma chama que hoje percorre os Distritos de Cabo Delgado, foi lançada em 1975 logo após a Independência pelo falecido Presidente Samora Machel (que Deus o tenha); infelizmente, 2 anos depois, isto é em 1977, iniciou uma Sangrenta Guerra Civil que durou 16 anos e matou mais de 1 milhão de Pessoas; em 2004 o Presidente Guebuza lançou novamente a mesma chama. Eu pessoalmente toquei-a; infelizmente, volvidos 8 anos, surge uma nova Guerra que ceifou muitas vidas, cujo epicentro era a Localidade de Muxungue . Hoje em 2015, eis que o Presidente Nyussy de novo lança a chama da unidade; fala-se de movimentações de homens armados na região sul do Pais.
Face ao exposto, não resta mais nada que questionar-me; será que a chama da unidade tem algum efeito útil para garantir a Paz e a Unidade Nacional, que tanto almejámos, ou não passa de um metal, que apenas gasta combustível e fundos públicos? Diz-se que a chama da unidade no tempo do Presidente Guebuza gastou mais de 7 milhões de meticais, porque não é simples chama, é necessário que existam pessoas que cuidam dela viajando do Rovuma a Maputo, dormindo em Hotéis e comendo do bom, por conta da chama.
Por mim, uma verdadeira unidade nacional não provem de uma chama, mas da partilha com o próximo, das benesses que o Pais dispõe. Porque para mim, é contra-senso dizer que somos irmãos, somos contra a Guerra, queremos a Paz e unidade nacional, bla.. bla… bla.., bla…e chegada a hora do banquete, eis que já não somos irmãos e muito menos com direito de aproximar a mesa; e você e os seus a desfrutar das benesses da terra; nos os outros, do lado de fora a aplaudir.
Elvino Dias
  • 8 pessoas gostam disto.
  • Amilton Munduze Temos problemas serios de estabelecer prioridades. Quero lembrar que das pontes destruidas na Zambezia pelas aguas apenas foi reposta uma, a do rio licungo em Mocuba. E as obras ainda nem estao prontas. Ja as pra Maganja e Gurue estao na mesma. Para chegar a Gurue da-se uma volta muito grande e essa viagem chega a custar 1000 mts do bolso do cidadao, contra os 350 mts.
    3 h · 1
  • Joao Bosco H. Luis Esse tipo de actividades as vezes é difícil opinar. Opinar contra, por um lado, significará que estou contra o lema da actividade a Unidade, Paz, etc , e é óbvio que uma simples Tocha nada fará mudar nas mentes das pessoas. O cruel continuará cruel, quem tem ódio continuará com ódio, tanto como o invejoso continuará com inveja, etc...

    Por outro lado, se eu opinar a favor a reacção dos outros será muito simples, "é lambe bota".
    Portanto, prefiro ser indiferente à isso, não estou contra nem favor, apenas digo: Vale pena tentar, espero que resulte algo.
    11 min · Editado · 2
  • Senito Dalas Cadango De facto, a tocha de fogo que representa a chamada "chama da unidade nacional," é meramente símbolica e demasiado despendiosa pra o estado sustentá-la. Ademais, ela em nada serve pra o fim a que se destina, senão a mera propaganda populista dos seus mentores. Tanto dinheiro dos cofres do Estado, aplicados sem impacto na melhoria de vida dos cidadãos e quiçá, fazendo engordar "meia dúzia de latinfundiários" em passeatas pelo País, "comendo a vida com a colher grande." Vamos parar aonde com este tipo de governo segregacionista e fomentador de assimetrias que minam a Propria Unidade Nacional que tanto propelam tentando enganar o povo?

  • Chama da Unidade Nacional – Armadilha de Crença
    Jesus disse em (Mateus, 22:21) ˝A César o que é de César e a Deus o que é de Deus"
    Para os moçambicanos a Independência Nacional em 1975 foi uma espécie de "orgasmo colectivo". Lançou-se seguidamente pela primeira vez a Chama de Unidade Nacional que teve como trajecto Nangade –Maputo.
    Hoje passam 40 anos do lançamento da primeira chama da Unidade Nacional.
    Samora em vida muitos moçambicanos viviam ˝ejaculando de gozo" .
    Na demografia de crenças, cerca de 24 milhões de moçambicanos acreditam que Moçambique precisa de mudar. Aliás, tudo isso ficou plasmado nas últimas eleições presidenciais.
    Hoje a Chama de Unidade Nacional empresta uma ideia de que não há ruptura. Aliás, a Unidade Nacional ainda contínua desconexa a um padrão de crenças. Não é em vão que Shermer (2011:8) diz – que ( o cérebro é uma máquina de gerar crenças).
    As crenças vem em primeiro lugar, e só em seguida elaboramos as explicações que justificam a Unidade Nacional. E, formadas as crenças, o cérebro passa a procurar evidências que as confirmem, desprezando as que as desmintam.
    Na visão do mundo cristão em que eu sempre evoco há lugar para tudo e tudo está em seu lugar.

Sem comentários: