Terça, 21 Abril 2015 10:22
Escrito por Jornal Notícias
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O REI zulu declarou guerra contra a violência dirigida contra estrangeiros na África do Sul. Dirigindo-se ontem a um “Imbizo” (assembleia tradicional) em Durban, Goodwill Zwelethini convidou os líderes estrangeiros PARA se sentar com ele e discutir a paz.
Zwelithini rejeitou o incitamento à xenofobia, depois de ter sido acusado de provocar a onda de violência contra estrangeiros, incluindo moçambicanos, que fez pelo menos sete mortos e milhares de deslocados.
Dirigindo-se a uma multidão que lotava o estádio de futebol Moses Mabhida, em Durban, o rei disse que o seu discurso de há cerca de três semanas, que supostamente levou à actual onda de ataques xenófobos, tinha sido usado fora do contexto.
“As minhas palavras (...) foram dirigidas contra a Polícia, pedindo a aplicação da lei de forma mais rigorosa, mas estas nunca foram referidas”, disse a mais alta autoridade tradicional da provincia do KwaZulu-Natal (KZN).
"O público foi instigado PARA um outro lado do meu discurso, que havia sido distorcido e deturpado", afirmou, aceitando que a Comissão Nacional de Direitos Humanos acelere uma possível investigação contra si.
Entretanto, milhares de pessoas que participaram do “Imbizo” tinham sentimentos mistos sobre a presença de estrangeiros na África do Sul. Estes condenam a violência, mas dizem que os imigrantes ilegais devem deixar o país.
Enquanto isso, depois de quase três semanas de ataques, a situação vai se serenando um pouco por todas áreas atingidas pela violência.
Ontem, alguns estabelecimentos comerciais pertencentes a estrangeiros reabriram as suas portas em Durban, num sinal de regresso à calma na cidade onde a violência xenófoba começou.
ZUMA VIAJA PELO PAÍS PARA PREGAR MENSAGEM ANTI-XENOFÓBICA
O GOVERNO sul-africano lançou uma gigantesca campanha nacional contra a xenofobia no país, depois de cerca de três semanas de violência que já fez pelo menos sete mortos, centenas de feridos e milhares de desalojados entre a grande comunidade imigrante na África do Sul. O ministro sul-africano da Polícia, Nathi Nhleko, anunciou que foi lançado no sábado, dia 18, o programa "We Are One Humanity" (‘Somos uma Humanidade’, tradução livre), uma campanha do Departamento contra a xenofobia e decorrer entre Maio e Outubro próximo em todas as todas as províncias do país.
O programa incluirá campanhas de sensibilização, educação de massa, envolvendo o continente africano nas discussões sobre a xenofobia e apresentando diferentes culturas.
Nhleko diz que isso será feito através de um festival e carnaval que vai reunir várias culturas, enfatizando a riqueza da sua diversidade.
No âmbito da campanha, o ministro pediu um amplo diálogo nacional sobre a prevalência e padrões de violência na sociedade sul-africana.
Ainda no contexto dessa campanha, o presidente Jacob Zuma deve viajar pelo país, na esperança de pôr fim às ameaças contra os estrangeiros.
Pelo menos sete pessoas, três das quais moçambicanas, foram mortas em três semanas de violência xenófoba na África do Sul, o que forçou milhares de estrangeiros a fugirem das suas casas e centenas a retornar aos países de origem.
As autoridades anunciaram já a detenção de mais de 300 pessoas.
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publicado em Nacional
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