quinta-feira, 16 de abril de 2015

ACLLN repudia perseguição a moçambicanos na RSA

Moçambicanos chegam hoje de RSA
O primeiro autocarro com moçambicanos que manifestaram vontade de regressar ao país partiu esta manhã da África de Sul. Este grupo será alojado no Centro Transitório de ‪#‎Boane‬ até que se criem condições para que cada um seja encaminhado ao seu destino.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, foi criado mais um campo aberto em Greewood Park, onde estão alojados 150 moçambicanos que procuram esconder-se da violência xenófoba. Equipas formadas por quadros da embaixada moçambicana na ‪#‎RAS‬ e do Consulado em ‪#‎Durban‬ estão a avaliar a situação e a assistir as pessoas.
Moçambique e Espanha assinam acordo de parceria
Quinta, 16 Abril 2015

A VICE-MINISTRA dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nyeleti Mondlane, e o Secretário de Estado de Cooperação Internacional e para Iberoámerica da Espanha, Jesus Garcia Aldaz, rubricaram, ontem, em Maputo, um acordo para o desembolso da segunda tranche de financiamento de vários sectores de actividade no nosso país. O destaque vai para as áreas de Saúde, Segurança Alimentar, desenvolvimento e descentralização rural, Agricultura, género e Educação, na sequência do Programa-Quadro de Parceria (MAP) entre os dois países.
Segundo o acordo, que dá seguimento a um programa assinado em Novembro do ano passado, a Espanha vai desembolsar 46,55 milhões de euros no período de três anos (2014/2016), destinados aos sectores acima referidos.
Nyelete Mondlane disse na ocasião que são áreas de cooperação extremamente importantes para o país.
Sem especificar o valor já desembolsado, a governante moçambicana disse que a primeira tranche, dos 46,55 milhões de euros, serviu para a construção, entre outras infra-estruturas, do Centro de Investigação de Malária da Manhiça, na província de Maputo, que neste momento, além de se dedicar só à investigação, trata várias doenças e é um centro de referência para a região e não só.
O financiamento, que começou em 2014, por um período de três anos, contempla igualmente a província de Cabo Delgado, no sector da Educação.
Nas suas palavras, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação disse que para a além da assinatura deste acordo, os dois governantes tiveram a possibilidade de fazer uma avaliação daquilo que foi a primeira etapa de cooperação.
“Isso nos leva a ter certeza que a segunda tranche e as actividades de cooperação vão acontecer e que todas as províncias do nosso país vão se beneficiar deste importante gesto, que é um sinal fundamental de parceria”, disse Nyelete Mondlane.
Numa breve intervenção, o diplomata espanhol disse, por seu lado, que é interesse fundamental dos dois países em saber quais são as necessidades de cooperação “para trabalhar conjuntamente”.
ENTREGA DE CASAS NA MACHAVA: Combatentes congratulam o Estado
Quinta, 16 Abril 2015

QUINZE combatentes com grande deficiência acabam de receber casas de tipo três nos bairros Siduaba e Tchumene II, posto administrativo da Machava, no município da Matola, província de Maputo, construídas pelo ministério de tutela, no quadro dos esforços do Governo visando criar condições condignas aos libertadores da pátria.
A cerimónia de entrega daquelas casas foi orientada pelo Ministro dos Combatentes, Eusébio Lambo, que na ocasião garantiu que se trata dum programa do Governo que vai ter réplica em todas as províncias do país.
A construção das casas ora entregues surge da necessidade de se providenciar aos libertadores da pátria e aos defensores da soberania e da democracia melhores condições de vida, em cumprimento do preceituado no respectivo estatuto.
A entrega materializa um programa de construção de cerca de 45 casas que estão a ser edificadas faseadamente aos combatentes com grande deficiência, que vivem no Centro IV Congresso da Matola, num projecto avaliado em 34 milhões de meticais, no âmbito de um memorando assinado em 2010 entre o Ministério dos Combatentes e o município da Matola.
O presidente da Associação dos Deficientes Militares de Moçambique (ADEMIMO), Manuel Chaúque, disse, na cerimónia de entrega, que o grupo que representa está bastante satisfeito com o gesto do Estado moçambicano.
“Sentimo-nos bastante alentados por recebermos estas casas que, na verdade, reúnem todas as condições para acolher estes homens que muito fizeram para o bem da nação moçambicana. Nunca é tarde, isso porque há muito já devíamos ter tido casas condignas. Mas agradecemos o enorme esforço do Ministério dos Combatentes e de outras instituições que directa ou indirectamente permitiu a materialização deste sonho”, afirmou.
O ministro dos Combatentesapelou aos beneficiários no sentido de honrarem os esforços e os recursos financeiros do Estado despendidos na construção daquelas casas. Segundo Eusébio Lambo, o acto acontece num momento particularmente importante para o país, marcado pelo arranque das festividades alusivas às comemorações dos 40 anos da proclamação da independência nacional.
“Assim, o meu apelo vai particularmente aos combatentes para que, tal como ontem o fizeram, hoje são uma vez mais chamados a juntarem-se às vozes do povo que clama pela prevalência da paz e concórdia, pressupostos importantes para o bem-estar de todos, em especial das gerações vindouras”, disse.
FILHOS DE COMBATENTES PEDEM PAZ
Numa mensagem apresentada na ocasião, um grupo de filhos dos combatentes que receberam as casas pediu ao Governo para que tudo faça com vista a manter a paz no país. Apelaram aos políticos para usarem da sua inteligência a fim de evitar confrontações armadas entre irmãos.
“Gostaríamos de lembrar aos titios que nós que estamos aqui a apresentar esta mensagem somos filhos de combatentes, muitos deles não têm braços, não têm as duas pernas, não têm vista e alguns estão aqui em carrinhas de roda, isso tudo como resultado da guerra. Nós sofremos humilhações na escola, só porque temos um pai ou uma mãe deficiente militar. Gostaríamos de pedir ao nosso tio Filipe Nyusi para continuar a dialogar para evitar a guerra a fim de crescermos em harmonia e em paz”, disseram.
As crianças garantiram que irão dar continuidade ao espírito patriótico demonstrado pelos seus pais que sacrificaram a sua juventude para libertar a pátria, bem como na defesa da soberania e integridade territorial, logo depois da independência nacional.
Lourenço Chapo (Colaboração)
PRIMEIRO DESDE A SUA FUNDAÇÃO: Congresso da OJM em Novembro
Quinta, 16 Abril 2015

O PRIMEIRO congresso da Organizacao Da Juventude Mocambicana (OJM) terá lugar de 25 a 29 de Novembro próximo, em local a indicar oportunamente, decidiu a VI Sessão Ordinária do Comité Central desta organização, braço juvenil do partido Frelimo, realizada de 10 a 12 deste mês na cidade de Xai-Xai, em Gaza.
De acordo com o comunicado final do encontro ontem enviado à nossa Redacção, este congresso contará com a participação de cerca de 1500 jovens provenientes de todo o país, membros e militantes da organização, que procurarão tornar o evento num marco histórico não só para a vida da organização, por ser o primeiro congresso, mas também porque elegerá os novos órgãos directivos da OJM.
De acordo com o comunicado da VI Sessão do seu Comité Central, a OJM pretende fazer deste congresso um amplo movimento de mobilização, de participação, de festa e confraternização e uma jornada nacional de troca de experiências e aprendizagem entre os jovens moçambicanos.
Nesta sessão, os membros do Comité Central da OJM saudaram efusivamenteFilipe Jacinto Nyusi, Presidente do partido Frelimo Sim e Presidente da RepúblicaFilipe Nyusi, pela sua prontidão, trabalho e espírito de sacrifício e pelo compromisso que assumiu na liderança dos destinos do nosso país, lutando incansavelmente pela preservação da paz, da unidade nacional e contra a pobreza para impulsionar o bem-estar e o desenvolvimento de Moçambique.
Saudaram igualmente a Comissão Política Da Frelimo e o Secretariado do Comite Central Da Frelimo pelo apoio e acompanhamento que têm vindo a dar àOrganização da Juventude Moçambicana, no âmbito do desenvolvimento das suas actividades.
A VI Sessão do Comité Central da OJM decorreu, segundo o seu comunicado final, num ambiente de abertura, franqueza, coesão, fraternidade e camaradagem desta grande família da juventude da Frelimo, saindo a OJM mais coesa e reforçada.
Durante os dois dias de trabalho, o encontro, que decorreu sob o lema “OJM, Por Um Moçambique Uno e Indivisível”, adoptou o relatório de actividades desenvolvidas pela organização no ano passado e o plano de acção para 2015.
Adoptou as monções de solidariedade da Organização da Juventude MoçambicanaOJM para com as vítimas da tragédia de Chitima, das inundações nas zonas centro e norte do país e de saudação à mulher moçambicana pela passagem do 7 de Abril.
Para além destas matérias, a VI Sessão Ordinária do Comité Central da OJM -GAZA Organização DA Juventude Moçambicana OJM analisou ainda a actual situação política e social do país, sobre a qual manifesta a sua preocupação face ao clima de tensão resultante do incitamento à violência protagonizada pela Renamo e pelo seu líder, Afonso Dhlakama, que pode propiciar a perda de vidas humanas e causar danos matérias, se não for contido.
O Comité Central da OJM condena esta postura e exorta a juventude para se distanciar destes pronunciamentos e manifestações protagonizados pela direcção da Renamo.
ACLLN repudia perseguição a moçambicanos na RSA
Quinta, 16 Abril 2015

A ASSOCIAÇÃO dos Combatentes da Luta Armada de Libertação (Aclln Sede Nacional) condena de forma aberta e vigorosa os ataques a cidadãos estrangeiros, sobretudo moçambicanos, residentes na África do Sul e apela as autoridades locais para agirem rapidamente no sentido de estancar a onda de violência.
A violência eclodiu há sensivelmente duas semanas quando sul-africanos residentes nos subúrbios de Durban saíram às ruas, numa louca perseguição a estrangeiros, incluindo moçambicanos, em alegada obediência a uma ordem do rei Goodwill Zwelethini. São agora vários milhares de moçambicanos que equacionam ou mesmo que regressam ao país temendo perseguições.
Atento aos factos, os Combatentes da Luta de Libertação Nacional pela voz do respectivo secretário-geral, Fernando Faustino, consideram inadmissíveis tais perseguições, sobretudo tendo em conta que Moçambique e África do Sul estão ligados por laços de irmandade desde os tempos da luta do povo sul-africano contra o regime segregacionista do “apartheid”.
Faustino Fernando lembrou aos sul-africanos que o povo moçambicano pagou uma factura extremamente elevada por apoiar a sua justa luta contra regime do apartheid. Disse que por acolher sul-africanos que fugiam do apartheid, o nosso país foi fustigado por bombas que destruíram importantes infra-estruturas económicas e sociais.
“Muito cedo ainda, será que os sul-africanos se esqueceram do sacrifício dos moçambicanos em seu apoio? Podem os sul-africanos viver fechados, sozinhos, numa altura em que o mundo se torna cada vez mais globalizado? E se os sul-africanos pensam em expulsar os cidadãos estrangeiros do seu país, porque razão se deslocam às nossas praias, porque razão trazem os seus investimentos cá para fora?”, questionou Fernando Faustino.
Muito longe de apelar a violência contra cidadãos sul-africanos em Moçambique, Fernando Faustino questionou o que seria destes caso os moçambicanos enveredassem por uma resposta à mesma medida. Pelo contrário, apelou a todos os cidadãos moçambicanos a não agirem com violência e, ademais, a olharem para os sul-africanos como irmãos tendo presente os laços que os unem desde há décadas.
“Os moçambicanos saberão dar exemplo de convivência pacífica com outros povos. Acolhemos cá entre nós, cidadãos sul-africanos, suázis, tanzanianos, somális, congoleses, ruandeses, burundeses e todos eles se sentem não como se estivessem em suas próprias casas, mas porque na verdade, estão em suas próprias casas. Não temos registo de qualquer violência contra estes cidadãos e assim continuaremos a pautar”, salientou Fernando Faustino, chamando a atenção aos sul-africanos no sentido de mudarem de postura e serem mais tolerantes, mais acolhedores e a habituarem-se a conviver com irmãos de outros países.
Apelou ainda aos sul-africanos no sentido de saberem gerir os seus problemas internos, afirmando que cada povo, cada nação tem as suas especificidades cujas características não passam, em nenhum momento, por perseguições a estrangeiros.
De modo particular às autoridades sul-africanas, apelou à paz sabido que a própria África do Sul para se tornar potência regional conta com o inestimável contributo de cidadãos estrangeiros que trabalham naquele país e sobretudo de milhares de moçambicanos nas minas.
Dirigiu uma mensagem especial às autoridades governamentais de Moçambique para que abram todos os canais diplomáticos visando solucionar o problema que afecta milhares de moçambicanos naquele país vizinho.
“Não devemos assistir impávidos e serenos a esta onda de perseguição contra os nossos concidadãos. O nosso país deve encontrar mecanismos diplomáticos para salvar aqueles compatriotas. A violência contra estrangeiros e sobretudo contra moçambicanos na África do Sul deve cessar sem quaisquer condições”, disse Fernando Faustino visivelmente agastado com o comportamento dos sul-africanos.
DIALOGANDO - A tristeza de celebrar o 11 de Abril assaltado
Quinta, 16 Abril 2015

PODER-SE-À questionar porquê um título assim. Eu explico. Poderia substituí-lo por jornalista do Notícias assaltado em plena celebração do dia do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), isto é, no seu dia e que não mudaria absolutamente nada o significado, nem tão pouco desvirtuaria a ideia que precedeu o alinhar deste escrito que não é mais do que um grito de revolta e particularmente de tristeza ante o nojo que nos causa todos os dias a criminalidade no nosso país, onde quer queiramos, quer não, a hipocrisia política no combate a este mal é o nosso pão de cada dia.
Na verdade, os assaltos que caracterizam a subida galopante da onda de criminalidade no país preocupam a muitos, e só aparentemente não acredita na sua existência talvez quem nunca viu ou sofreu alguma vez as investidas dos assaltantes. Por isso, quando isso sucede com o seu colega ou um outro cidadão comum, mesmo que clame pelo socorro ou em forma de anúncio público nos órgãos de informação anunciando o sucedido, o mesmo não dá importância, esquecendo ou pensando que, como jornalista ou cidadão simples um dia será a sua vez, e quererá que a sua tristeza seja ouvida.
Na madrugada do dia 11 de Abril corrente, o autor destas linhas, que se orgulha profundamente pela sua profissão, e se bem que nunca tinha sido alvo dos meliantes; um grupo de assaltantes invadiu a sua casa, onde para além de roubarem os fios eléctricos deixando a residência sem iluminação, levaram muitos bens pessoais, com destaque para roupa e utensílios domésticos.
Como está dito, o que me deixou mais transtornado é o facto de que o assalto aconteceu num momento ou dia em que todos os pretextos servem para invocar a festa da nossa classe, que apesar de tudo, está cada vez atenta à evolução social, política e económica do nosso país. Ou seja, é por causa disso que se pensou em “pintar” esta crónica. Até porque sendo profissional do jornalismo e membro do Sindicato Nacional de Jornalistas, também mereço a comemoração do 11 de Abril com alegria tal como aconteceu com outros colegas de profissão.
Acredito que o jornalismo moçambicano percebe que a sociedade civilizada tem regras, tem formas de estar, tem leis e, é obrigação de todos que se procure a exactidão, compreensão e tolerância em tudo, até ao ponto em que a natureza do assunto o permita. Custe o que custar. Mas associar-se ao movimento festivo relativo ao 11 de Abril, tendo em conta esses aspectos, não significa apenas participar em jantares ou almoços de confraternização que se organizam por ocasião da passagem deste dia. Significa, sobretudo, debate de ideias entre jornalistas, em relação aos problemas que afectam a classe e outros que dizem respeito à sua vida pessoal e profissional, que lamentavelmente perdi por causa do assalto que sofri.
O nosso jornalismo só ganhará maior valor com debates sérios entre os seus profissionais, só assim é que haverá aumento da consciência dos profissionais da comunicação social de que a profissão não pode estar à margem do progresso nacional. Com debates ou discussões, trocas de ideias nos encontros que temos tido em cada 11 de Abril que passa, procuramos melhores caminhos para a prática de um jornalismo sério e responsável, feito de boas maneiras. É um dia em que são provocadas sérias reflexões para o bem do nosso jornalismo.
Contudo, todos os jornalistas moçambicanos estão de parabéns, pela passagem do seu dia, e espero que continuem a exercer a função sobretudo com humildade, tendo em conta a sua identidade cultural e social, provando efectivamente que não é pela via de sensacionalismo jornalístico ou banalização da profissão que ela se prestigia, mas sim, com objectividade e realismo.
Acima de tudo, queremos que o jornalismo em Moçambique, independentemente de ser mal ou bem entendido em certos momentos, principalmente por parte dos políticos que querem ou sempre quiseram influenciar conteúdos redactoriais em alguns órgãos de comunicação social; conotando os jornalistas disto ou daquilo, em seu benefício ou partidos onde militam, que o jornalismo seja um bom exemplo de enorme préstimo e singular na criatividade e força na defesa de boa ideologia que são fundamentais para a consolidação da democracia no nosso país.
Para tal, precisamos também de expurgar do nosso jornalismo práticas que desnudam a fragilidade de algumas regras exigíveis para o exercício responsável da profissão e questiona falsos alicerces da comunicação social no nosso país. Em boa verdade, há moçambicanos que vêm com algum desprezo todo rosário tenebroso de iniquidades cometidos no exercício do nosso jornalismo. Se de facto, o jornalismo é uma profissão que nunca existiria sem estar sujeita às críticas da sociedade, tal como acontece com outras, mesmo que ela (sociedade) tenha um conjunto de valores e comportamentos tipificados como a nossa, mesmo assim, não parece que qualquer um pode deliberadamente banalizá-la, como se tem vindo a assistir nos últimos tempos.
Cuidemos pois, da nossa profissão para que ela se robusteça e fortifique com abundância e qualidade, sejam quais forem as vicissitudes do futuro. Com muito jeito, bom senso e, muita tolerância. Nunca com berros e maledicência. Viva o jornalismo moçambicano livre da manipulação política!
MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
Façamos uso das pontes para travessia de peões
Quinta, 16 Abril 2015

ESTOU a residir fora da cidade de Maputo, e cada vez que me desloco à capital há sempre algo a arrepiar-me, porque a atitude teima em não desaparecer. Desta vez vou falar das pontes para a travessia de peões.
Aprendi que as taxas e impostos que pagamos ao Estado pelo exercício de determinada actividade e não só servem para construir infra-estruturas básicas tais como escolas, hospitais, estradas, pontes e disponibilizar vários serviços essenciais à existência humana.
Sendo assim, percebo o quão é importante pagar imposto para que se cumpra com o manifesto eleitoral. Por isso, fico feliz quando, a partir do interior de uma viatura, seja particular ou de transporte público, sinto que a estrada está em condições de transitabilidade porque usufruo dos resultados da minha contribuição para o engrandecimento do país.
À semelhança dos automobilistas, os peões também devem ficar felizes quando caminham pela estrada, desde que seja pelos locais apropriados. Porém, nos locais onde existem pontes para a travessia de peões, implicitamente se está a proibir o peão de atravessar a estrada naquele local, por haver perigo.
Mas acontece que muitos cidadãos ignoram a advertência das autoridades para uma travessia em segurança. Ao longo da Estrada Nacional Número Quatro, gente há que ignora a ponte, não obstante haver registo de atropelamentos devido à má travessia. Na Avenida de Moçambique a situação é a mesma. O que aborrece ainda mais, de modo particular nesta avenida, local por onde passo sempre que me desloco à capital, é que até gente adulta opta por este comportamento pouco digno.
Para o caso do “Benfica”, a situação é penosa, com os agentes da lei e ordem a não conseguirem desencorajar este comportamento. Aborrece ainda o facto de os peões se sentirem no direito de assim agirem porque alguns transportadores, em parte, contribuem para este comportamento, através da imobilização dos seus veículos por muito tempo a angariar passageiros.
“Benfica” é o local onde no ano passado foi estabelecido que deixaria de ser terminal dos transportes, tendo lhes sido dada a oportunidade de escolher em que rota queriam operar. Mas o antigo terminal de transporte com destino à baixa continua a ser local privilegiado, daí que os transportadores em algum momento ainda o transformam como terminal.
Mas a grande luta para travar este mal deve partir de cada um de nós, é preciso pensar que há pessoas que neste momento estão a lutar entre a vida e a morte e quem ainda tiver a oportunidade de caminhar nesta terra deve procurar preservar a vida.
O Governo fez a sua parte e nós também devemos fazer a nossa, respeitando as normas e postura para uma boa convivência.
Santos João

O QUE DIZEM OS LEITORES - Dhlakama: que modelo de poder político deseja? (2)
Quinta, 16 Abril 2015

É DE salientar que a legitimidade do poder político provém do reconhecimento das pessoas em volta. Quanto maior for o número das pessoas que reconhecem o poder, maior é a legitimidade, e quando o reconhecimento enfraquece o poder, alguns aproveitam-se e fazem o uso da violência, como temos visto na Somália, Nigéria, Sudão, Líbia, Moçambique, entre outros.
Nós sempre seremos contra a violência para solucionar qualquer que seja a dificuldade. Respeitamos os filhos da violência, mas não somos apologistas àqueles que independentemente da causa são violentos pela incapacidade de reflexão, nem por aqueles violentos pela excessiva capacidade de reflexão. Seria bom que usassem estas capacidades para não serem violentos, dado que a violência não leva a lugar nenhum, mas sim semeia luto e desgraça na comunidade. Ouvimos anteriormente uma expressão que dizia: “é na mente humana que surge a violência ou as guerras, que seja na mesma mente humana onde deve surgir a paz, a concórdia e o entendimento”.
Alguns vão afirmar que os filósofos possuem “língua comprida”, como se tem dito para aqueles que falam muito. Isto não constitui a verdade, porém, permitam-nos voltar a recordar que a Filosofia, etimologicamente, é o amor à sabedoria. Assim sendo, quem ama o conhecimento não se cansa em apreender dos outros. Será que os políticos da actualidade ainda se esforçam em aprender as melhores formas de como governar? Ou acham que já sabem tudo? Reparem que vimos algo num livro sobre a aprendizagem, vinha bem exposto que a aprendizagem não tem idade e nem se chega a saber tudo, por isso que morremos a estudar. Neste livro apresentavam alguém que falava do que aprendeu ao longo do tempo e da vida, por isso passamos a apresentar a tal ideia:
“Aprendi que o meu pai pode dizer um monte de palavras que eu não podia quando eu tinha oito anos; aprendi que minha professora sempre me chama quando eu não sei a resposta, aos nove anos; aprendi que os meus melhores amigos são aqueles que sempre me metem em confusão quando tinha nove anos; aprendi que nunca devo elogiar a comida da minha mãe quando estou comendo alguma coisa que minha mulher preparou quando tinha vinte e cinco anos; aprendi que se pode fazer, num instante, algo que lhe vai dar dor de cabeça a vida toda quando tinha vinte e nove anos; aprendi que casais que não têm filhos, sabem melhor como você deve educar os seus quando tinha trinta e sete anos; aprendi que mulheres gostam de ganhar flores, especialmente sem nenhum motivo, quando tinha quarenta e dois anos; aprendi que não cometo muitos erros com a boca fechada, quando tinha quarenta e quatro anos; aprendi que nunca se conhece bem os amigos, até que se tire férias com eles aos quarenta e seis anos; aprendi que casar por dinheiro é a maneira mais difícil de consegui-lo aos quarenta e sete anos; aprendi que o objecto mais importante num escritório é a lata de lixo aos cinquenta e quatro anos; aprendi que não posso mudar o que passou, mas posso deixar para lá aos sessenta e três anos; aprendi que quando as coisas vão mal, eu não tenho de ir com elas aos setenta e dois anos; aprendi que amei menos do que deveria aos oitenta e dois anos; aprendi que tenho muito a prender aos noventa e nove anos”.
É sem dúvida neste último ponto que alguns líderes políticos e a sociedade no geral deveriam se inspirar para ganharem a humildade de se deixar aprender. Esquecer o orgulho pensando que sabem muito, esta mensagem vai ainda para alguns doutores. Isto porque temos visto alguns episódios tristes e não recomendados na arena intelectual pública, onde alguns académicos gostam de títulos, mesmo sem nenhum conteúdo académico; por isso que temos visto muitos a se matricularem nas universidades com o intuito de ganharem títulos, outros até vão pelos caminhos fraudulentos e depois são péssimos funcionários que confundem trabalho e emprego; dado que eles procuram emprego para ficarem a dormir no serviço e não trabalho para serem operadores, por isso que nos atendem mal nos seus sectores de actividades. Desculpem-nos, sabemos que este não constitui o debate deste escrito, mas queremos aproveitar a oportunidade para chamar atenção a alguns académicos que publicam artigos na Imprensa escrita e assinam como licenciados, mestres e doutores. Será que é um bom hábito? Talvez seria bom apresentarem vossas ideias e bagagem para que os outros reconheçam as vossas capacidades. Reparem que uma mangueira nunca diz que ela é uma mangueira, os outros é que dizem ou chamam por mangueira. Permitam-nos inspirarmo-nos no pensamento de Dom Chimoio, Arcebispo de Maputo, e dizer que ninguém possui um conhecimento pleno ou perfeito, que não precise aprender mais. Também, ninguém ainda que não tenha ido a escola, não possua um conhecimento que possa partilhar e ensinar à humanidade. Pensamos que seria oportuno partilhar algo que anteriormente conversámos e discutimos com os nossos estudantes na disciplina de Filosofia, quando falávamos sobre a lógica natural; olhem que tivemos que usar explicações mais simples tais como: “uma trabalhadora da machamba, para semear milho, não precisa de usar uma linha para que o milho esteja bem ordenado, mas tudo sai tão correcto”, “sabemos ainda que quatro chávenas de arroz podem cozer em um litro e meio de água, mas ao cozinhar não precisamos de levar um recipiente exactamente de um litro e meio para medir na panela, mas tudo sai muito bem” esta é a riqueza que todos temos no uso da lógica natural entre outras ideias.
Talvez seria bom que os políticos em África e em particular de Moçambique se inspirassem nos ensinamentos de grandes filósofos que anteriormente traçaram bons princípios. Reconhecemos que não é imperioso que o líder político seja filósofo, mas sim os seus colaboradores, assessores entre outros, devem ser ou aprenderem a filosofia; por vários motivos que anteriormente abordámos nos nossos escritos publicados nos jornais.
Albath da cruz

Sem comentários: