Renamo distancia-se do material bélico apreendido em Marínguè

 

Maputo (Canalmoz) – O Partido Renamo desmentiu esta quarta-feira que esteja envolvido no transporte de uma arma do tipo morteiro 82 milímetros apreendida esta semana no distrito de Marínguè, província de Sofala. A arma, segundo o administrador de Marínguè, Abselamo Chabela, foi apreendida pela Policia da República de Mocambique (PRM), quando alegadamente estava a ser transportada para o quartel militar de Gorongosa, onde se encontra o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Em declaração exclusivas ao Canalmoz, o brigadeiro Jerónimo Malagueta, chefe de Departamento de Informação da Renamo, disse: “isso é uma mentira, em ano de eleições”.

“É uma mentira! A Renamo como movimento militar, não iria transportar armas pela estrada, mas sim pelo mato” disse Malagueta, acrescentando que “se eles (Frelimo/Governo) brincarem, vão levar uma banhada sem esperar”.

Uma arma pesada, provavelmente um canhão sem recuo de calibre 82 milímetros B10, foi apreendida no distrito de Marínguè, havendo suspeitas das autoridades governamentais, de que estava a ser movimentada para Gorongosa, onde se encontra instalado, desde 17 de Outubro do ano passado, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

A notícia do armamento apreendido, foi veiculada pelos meios de propaganda do regime, na última quarta-feira, com base em informações prestadas pelo administrador de Marínguè, Absalamo Chabela, fiel ao partido Frelimo.

No distrito de Marínguè, a Renamo manteve a base-central a partir da qual lutou contra o regime monopartidário. Ali mantém homens e armas da sua segurança.

De acordo com o relato do administrador Chabela, a apreensão da arma pesada ocorreu quando se fazia a sua transferência daquele ponto, provavelmente para Gorongosa, região onde o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e os homens da sua segurança pessoal estão instalados, em Vunduzi, onde também já esteve instalada a base-central durante um certo período da guerra civil.

“A arma estava a ser transferida de Maríngue em direcção a Gorongosa. Algumas pessoas que se aperceberam da movimentação do material informaram a Polícia, que apreendeu a arma”, disse objectivamente o administrador Absalamo Chabela, citado pela imprensa do regime.

O administrador não disse se estão ou não detidas as pessoas que estariam na posse do tal armamento e eventual tentativa de transferência da referida arma pesada de Marínguè.

Enquanto isso, o Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, descreve a situação na região de Vunduzi, em Gorongosa, onde Afonso Dhlakama e seus homens estão aquartelados sob permanente vigia da Força de Intervenção Rápida (FIR), como “bastante calma”. (Bernardo Álvaro)