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Várias baterias de mísseis Patriot da OTAN entrarão em serviço de combate na Turquia antes do fim desta semana. O anúncio foi feito pelo general de brigada da OTAN Gary Deakin.
Entretanto, a instalação de Patriots na Turquia continua a causar reações pouco consensuais. No país ocorrem protestos em massa. São atacados militares estrangeiros que vieram ao país para operar as baterias de mísseis. Os partidos de oposição estão iniciando audições parlamentares. O que perturbou tanto a sociedade turca?
Sobre isso falou Faruk Logoglu, vice-presidente do principal partido de oposição, o partido Republicano Popular, presidente do Centro Eurasiático de Estudos Estratégicos e deputado do parlamento turco, em declarações à Voz da Rússia
– O surgimento desses Patriots na Turquia não é hoje de modo algum do nosso interesse. Por que pensamos assim? Primeiro, o governo turco não foi capaz de dar ao seu povo uma resposta clara sobre as razões para a instalação de Patriots. Tão pouco está claro por que é que isso está sendo feito precisamente agora. O governo argumenta que os Patriots estão sendo instalados devido a ameaças que supostamente podem vir da Síria, por exemplo na forma de ataques de mísseis. No entanto, os distúrbios na Síria duram já mais de dois anos. Então porque é que decidiram trazer esses mísseis hoje? Será que esses mísseis vão de verdade nos proteger da Síria? Continuamos insistindo em obter respostas claras a estas perguntas. No entanto, o governo não respondeu a esta questão nem ao parlamento nem ao público.
Em segundo lugar, na Turquia, especialmente nas cidades portuárias onde chegam os navios com os sistemas de defesa antimíssil, têm lugar protestos de massa. O povo está contra. Aparentemente, os protestos não vão acalmar tão depressa. O povo turco está seriamente preocupado com a chegada dos mísseis da OTAN. Como a Turquia é um país democrático, o governo deveria considerar a opinião de seu povo.
Em terceiro lugar, na arena internacional, a Federação Russa e o Irã se expressaram de forma indireta contra a instalação de Patriots. A este respeito foram feitas declarações oficiais tanto pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, como por parte de políticos e militares iranianos. Portanto, esta aventura da OTAN causa o descontentamento de nossos vizinhos. O governo turco deveria tomar isso também em conta, antes de tomar uma decisão.
Em vista disso, surge a questão: poderão os Patriots de verdade preencher as lacunas de nossos sistemas de defesa aérea e aumentar a segurança do nosso país, ou, pelo contrário, irão agravar a situação regional e serão uma ameaça direta à nossa segurança nacional?
– As opiniões de especialistas sobre os principais objetivos dos Patriots que estão sendo instalados na Turquia divergem. Alguns argumentam que os Patriots irão proteger Israel contra mísseis iranianos, enquanto outros acreditam que os sistemas antimíssil irão garantir a segurança da base dos EUA em İncirlik e sistemas de radar da OTAN em Malatya. Você tende a concordar com quem?
– Todas as versões que você mencionou têm o direito de existir. Nós também expressamos oficialmente tais suposições muitas vezes. Mas o governo nega isso categoricamente e, ao mesmo tempo, se vê em dificuldade em nos fornecer fortes argumentos a favor de sua versão. A questão ainda permanece no limbo.
– Você pretende esclarecer isso de alguma maneira?
– O governo está atuando em seu exclusivo critério, sem consultar o parlamento ou a população. Por isso, nós fizemos um pedido de convocar uma reunião extraordinária da Suprema Assembleia Nacional da Turquia. A reunião será realizada num futuro próximo. Na agenda estão precisamente estas questões. Esperamos que, no decorrer dessas audiências, o governo vá nos dar uma explicação coerente e satisfatória. Porque em questões tão importantes e sensíveis como a instalação de baterias de mísseis em território turco e a chegada à Turquia de mais de mil soldados estrangeiros o governo é obrigado a fornecer ao parlamento e ao público turco informações mais detalhadas. Até agora, o governo não o fez.
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