Rui Lamarques...
Triste imprensa. Triste no verdadeiro sentido. Se estivéssemos diante de eleições em Quelimane, na Beira ou em qualquer ponto onde pudéssemos falar de revolução, as redacções baseadas em Maputo, já teriam movido céus e terra para estar nesses lugares em nome de eleições, transparentes, livres e justas. Nas eleições podemos adjectivar o monstro de sete cabeças que é a Frelimo. Podemos evocar as suas velhas trapaças e falar de fraude. Seremos ouvidos em todo mundo.
...
Mas agora que os nossos irmãos morrem por causa da fúria das águas estamos trancados nas nossas redacções atrás de um laptop a postar merdas no facebook. Andamos a discutir o acessório enquanto o país definha moribundo e radicalmente só.
Agora que devíamos estar na linha da frente para mostrar até que ponto a incompetência do homem foi protagonista. Agora que devíamos mostrar ao mundo o que deve ser feito. Agora que devíamos fiscalizar o destino das ajudas. Agora que devíamos identificar as reias necessidades no terreno e influenciar a agenda de quem presta solidariedade estamos aqui de braços cruzados. Sem fazer nada. Reportando de longe ou na boleia do INGC. Não somos capazes de ir buscar fundos para estar no terreno. Só somos jornalistas nos pleitos eleitorais. Aí viajamos um pouco por todo país com uma lupa à procura de fraudes e demais atropelos a lei eleitoral.
Esse país precisa de uma imprensa vibrante. De uma imprensa que não se circunscreva ao perímetro de Maputo. De uma imprensa que sai do circuito das embaixadas e que se misture com o país. De uma imprensa que se ruralize. Não temos políticas consequentes e nem uma liderança capaz de prever catástrofes e de evitar perdas humanas. Isso é verdade, mas também é igualmente real que temos uma imprensa que anda a leste das verdadeiras agendas do país. Há, na situação actual, notícia para além das cheias?
E onde é que estamos agora? EM MAPUTO a ver a cheia passar ao largo das nossas redacções..
Triste imprensa. Triste no verdadeiro sentido. Se estivéssemos diante de eleições em Quelimane, na Beira ou em qualquer ponto onde pudéssemos falar de revolução, as redacções baseadas em Maputo, já teriam movido céus e terra para estar nesses lugares em nome de eleições, transparentes, livres e justas. Nas eleições podemos adjectivar o monstro de sete cabeças que é a Frelimo. Podemos evocar as suas velhas trapaças e falar de fraude. Seremos ouvidos em todo mundo.
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Mas agora que os nossos irmãos morrem por causa da fúria das águas estamos trancados nas nossas redacções atrás de um laptop a postar merdas no facebook. Andamos a discutir o acessório enquanto o país definha moribundo e radicalmente só.
Agora que devíamos estar na linha da frente para mostrar até que ponto a incompetência do homem foi protagonista. Agora que devíamos mostrar ao mundo o que deve ser feito. Agora que devíamos fiscalizar o destino das ajudas. Agora que devíamos identificar as reias necessidades no terreno e influenciar a agenda de quem presta solidariedade estamos aqui de braços cruzados. Sem fazer nada. Reportando de longe ou na boleia do INGC. Não somos capazes de ir buscar fundos para estar no terreno. Só somos jornalistas nos pleitos eleitorais. Aí viajamos um pouco por todo país com uma lupa à procura de fraudes e demais atropelos a lei eleitoral.
Esse país precisa de uma imprensa vibrante. De uma imprensa que não se circunscreva ao perímetro de Maputo. De uma imprensa que sai do circuito das embaixadas e que se misture com o país. De uma imprensa que se ruralize. Não temos políticas consequentes e nem uma liderança capaz de prever catástrofes e de evitar perdas humanas. Isso é verdade, mas também é igualmente real que temos uma imprensa que anda a leste das verdadeiras agendas do país. Há, na situação actual, notícia para além das cheias?
E onde é que estamos agora? EM MAPUTO a ver a cheia passar ao largo das nossas redacções..
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