AFP
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A Rússia em 2012 procurou conduzir uma política externa responsável nas condições de período de transição sem precedentes, declarou o ministro do exterior do país Serguei Lavrov.
Durante grande coletiva de imprensa ele fez um levantamento dos resultados do ano passado e traçou as direções do trabalho do ministério neste ano. Os principais problemas internacionais, inclusive a situação no Oriente Médio permanecem sem solução, constatou o ministro russo. Sendo que se observa uma tendência muito perigosa, quando tentam cada vez mais resolver as situações de crise por meio da força.
A política externa russa no ano que passou conservou a sucessão, como seus princípios básicos permaneceram o respeito do direito internacional e princípios coletivos nas relações internacionais. Neste sentido é indicativa a posição de Moscou em relação à normalização da situação no Oriente Médio e sobretudo na Síria – declarou Serguei Lavrov.
“No que se refere à tese do fracasso das tentativas de levar as partes à mesa de conversações, lamento muito que não se tenha observado tais tentativas de todos os participantes externos. A Rússia lutou por isso. Nós conduzimos uma mesma linha em nossos contatos com o governo e com todos os oposicionistas. Mas outros participantes do Grupo de ações enviam sinais incorretos nos contatos com a oposição e praticamente não contatam com o governo. Nossos parceiros no grupo de ações estimulam os oposicionistas e fornecem-lhes tudo o necessário para continuação da luta. Somente nós e nossos colegas chineses, o representante especial da ONU e da Liga Arabe, Annan e Brahimi, que o substituiu neste cargo, tentamos levar as partes à mesa de conversações. Mas, por enquanto, repito, tudo se choca com a obsessão dos oposicionistas com a idéia de derrubada do regime de Assad.”
Para a Rússia a prioridade neste sentido não é alcançar qualquer objetivo geopolítico, que seria a derrubada do regime de Assad, salientou Serguei Lavrov. Segundo o ministro, Moscou quer a estabilização da situação. Como também em outros países do Oriente Médio e do Norte da África. O Ocidente necessita de elaborar um enfoque complexo, sua ausência levou a que a instabilidade já se espalhou por todo o Continente Negro.
“Aqueles com quem agora os franceses e africanos lutam no Mali são pessoas que derrubaram o regime de Kadhafi. Aos quais o Ocidente armou para tanto. Por isso é importante não agir estreitamente, mas por enquanto a comunidade mundial age justamente assim. Aconteceu algo no Iêmen – concentraram-se no Iêmen. Depois a Líbia, depois a Tunísia e depois o Egito. Agora Mali, Síria. É importante levantar um pouco a cabeça e encarar mais amplamente estes processos – eles estão interligados. E representam muitas ameaças”.
A situação em torno do Irã e seu programa nuclear também se tornou o tema principal da conferência de imprensa sobre resultados. Serguei Lavrov salientou que Moscou é categoricamente contra a solução desta questão pela força.
Ao mesmo tempo o ministro expressou a certeza de que em breve se realizarão conversações do sexteto do mediadores internacionais (Rússia, EUA, China, França, Grã-Bretanha, Alemanha) e Irã.
No que se refere às relações entre os EUA e a Rússia, então, como declarou Lavrov, elas já “passaram pela fase de descarga”. A equipe de Obama conseguiu superar a crise criada nas relações de Moscou e Washington com George Bush. Conseguiu-se mudar muito nas relações da Rússia e EUA. Mas no diálogo de Moscou e Washington, como antes, existem estímulos irritantes. O principal deles é a defesa antimíssil, afirma Serguei Lavrov:
“Nós, como antes, estamos abertos para o diálogo. Apesar de nossos parceiros americanos, pronunciando-se a favor do diálogo, criam fatos nos locais, planejam e realizam a criação de obras de sua DAM, que tem dimensão global, sem levar em consideração o que nós dizemos. Isto é, aparentemente convidam ao diálogo, concordam com sua continuação. Mas fazem o que já decidiram e que já fizeram através de decisão da OTAN”.
Serguei Lavrov salientou que Moscou irá responder pelos passos hostis de parte de Washington. Entretanto na base da interação, e ainda assim disposição para o desenvolvimento das relações russo-americanas .
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