Reflexão de: Adelino Buque reflexão
A Frelimo é o partido que completou cinquenta anos de existência em Moçambique; é o partido que libertou, na altura como Frente, Moçambique do jugo colonial fascista português. Assim sendo, é o partido que trouxe a auto-estima aos moçambicanos. A propósito, caro leitor, permita-me citar o presidente da Frelimo, ArmandoEmílio Guebuza, no início do X Congresso em Pemba: “É a auto-estima que molda a nossa coerência política e que serve de esteio da nossa matriz identitária; é a auto-estima que nos impele para reforçarmos a solidariedade de moçambicano para moçambicano e para outros povos do mundo. Hoje, como ontem, a auto-estima e a unidade nacional estão no centro da agenda política da Frelimo e do nosso povo heróico, porque será através delas, como divisas, que vamos consolidar a paz e vencera fome e a pobreza nesta pátria de heróis”.
A propósito das declarações de Guebuza, o matutino “Notícias” titulava na sua edição n.º 28.603 de 24 de Setembro na primeira página "Frelimo em Congresso de consagração da auto-estima”. Para tanto, é importante olhar para a liderança de Armando Guebuza como sendo aquela que trouxe a auto-estima aos moçambicanos, algo beliscada com a guerra dos dezasseis anos e pela fome e miséria pela qual a nossa sociedade passou.
A Frelimo é o partido que completou cinquenta anos de existência em Moçambique; é o partido que libertou, na altura como Frente, Moçambique do jugo colonial fascista português. Assim sendo, é o partido que trouxe a auto-estima aos moçambicanos. A propósito, caro leitor, permita-me citar o presidente da Frelimo, ArmandoEmílio Guebuza, no início do X Congresso em Pemba: “É a auto-estima que molda a nossa coerência política e que serve de esteio da nossa matriz identitária; é a auto-estima que nos impele para reforçarmos a solidariedade de moçambicano para moçambicano e para outros povos do mundo. Hoje, como ontem, a auto-estima e a unidade nacional estão no centro da agenda política da Frelimo e do nosso povo heróico, porque será através delas, como divisas, que vamos consolidar a paz e vencera fome e a pobreza nesta pátria de heróis”.
A propósito das declarações de Guebuza, o matutino “Notícias” titulava na sua edição n.º 28.603 de 24 de Setembro na primeira página "Frelimo em Congresso de consagração da auto-estima”. Para tanto, é importante olhar para a liderança de Armando Guebuza como sendo aquela que trouxe a auto-estima aos moçambicanos, algo beliscada com a guerra dos dezasseis anos e pela fome e miséria pela qual a nossa sociedade passou.
Armando Emílio Guebuza assume a liderança do partido Frelimo numa altura em que a Frelimo estava bastante fragilizada; as suas ODMs estavam desarticuladas em relação ao seu papel no seio do partido; a OMM assumia-se como uma organização das mulheres moçambicanas e não como braço da organização feminina do partido, por causa do advento do multipartidarismo.
Na verdade, a Frelimo abdicou das suas ODMs como forma de mostrar comprometimento com o sistema que entrava em vigor; a OJM, igualmente, andou à deriva por algum instante, tudo por culpa da indefinição do papel e do enquadramento destas organizações sociais.
Como resultado disso, vimos os resultados eleitorais de 1999, onde o Presidente Joaquim Chissano passou à tangente e a Frelimo e a Renamo ficaram quase em paridade numérica na Assembleia da República. Esta situação viria a inverter-se em 2002 quando Armando Guebuza assumiu o posto de Secretário-Geral do partido.
Aqui, operou-se uma autêntica revolução interna nas estruturas do partido, através da revitalização das células e definição clara do papel das organizações sociais do partido. Neste processo, Guebuza percorreu o país do Rovuma ao Maputo, organizando as bases do partido.
Os resultados não se fizeram esperar: a Frelimo viria a ganhar as eleições de forma bastante folgada, numa altura em que ainda faltava consolidar o trabalho.
Na verdade, terá sido a partir de 2005 que Armando Guebuza, através das presidências abertas e inclusivas, onde, na sua agenda, quase que de forma religiosa, reunia-se com o partido Frelimo, a nível de província, do distrito ou de localidade. Foi assim que as estruturas partidárias assumiram o seu verdadeiro papel e valor no contexto da pluralidade política em Moçambique.
Como consequência desta forma de abordagem política, a vitória de Armando Guebuza e da Frelimo foi de uma margem bastante confortável. Pela primeira vez, a Frelimo conquistava uma maioria qualificada na Assembleia da República. O impacto desta vitória foi o auto-exílio do líder da Renamo na nortenha província de Nampula. Dhlakama não conseguia encarar o mundo político a partir da capital. Apesar de reiterar o não reconhecimento da vitória retumbante da Frelimo, estava certo que não tinha argumentos bastantes para negar a referida vitória. Daí, concluo, optar por um espaço onde pudesse aparecer sem adversários políticos, portanto, numa província que, por sinal, tinha sido em ocasiões anteriores fiel ao seu partido.
Numa altura em que o mandato do Presidente Guebuza termina como Presidente da República de Moçambique, que por força constitucional não se pode recandidatar, a Frelimo duplicou os seus membros, ou seja, se em 2006 contava com 1.788.400 membros, hoje a mesma Frelimo contabiliza 3.511.796 membros, isto em números redondos, organizados em 269.965 células contra 91.170 em 2006. Ora, aqui se coloca um grande desafio sobre a liderança deste partido que, como vimos, ganhou e voltou a conquistar a simpatia de muitos moçambicanos. Se, por um lado, a Constituição limita mandatos para a presidência da República, por outro, os estatutos da Frelimo são, relativamente a esta matéria, omissos. Contudo, acoplam a liderança do partido à do Estado. Qual pode ser a saída para este caso? Na minha opinião, alterar este dispositivo estatutário do partido, salvo se alguns membros influentes preferirem voltar para a situação de 1999. A oportunidade de escolha está aqui!
Enquanto terminava de escrever este artigo de opinião, diferentes órgãos de comunicação social a partir de Pemba informavam que Armando Guebuza acabava de ser reeleito para o cargo de presidente da Frelimo por mais cinco anos, sinal inequívoco de que os seus pares reconhecem o seu papel no estágio em que se encontra a Frelimo hoje. Há que saudar a eleição de Armando Guebuza e saudar a forma como os delegados ao congresso escolheram o presidente com acima de 98,50% de votos a favor. Alguns membros da Frelimo a partir de Pemba já não descartavam a ideia de um presidente da Frelimo diferente do da República. Evolução no pensamento!
Esperemos para ver, mas aqui nas minhas reflexões, esta posição data desde o lançamento das teses a este congresso que terminou a semana passada que muitos consideravam absurdo, mas ...
CORREIO DA MANHÃ – 01.10.2012
Na verdade, a Frelimo abdicou das suas ODMs como forma de mostrar comprometimento com o sistema que entrava em vigor; a OJM, igualmente, andou à deriva por algum instante, tudo por culpa da indefinição do papel e do enquadramento destas organizações sociais.
Como resultado disso, vimos os resultados eleitorais de 1999, onde o Presidente Joaquim Chissano passou à tangente e a Frelimo e a Renamo ficaram quase em paridade numérica na Assembleia da República. Esta situação viria a inverter-se em 2002 quando Armando Guebuza assumiu o posto de Secretário-Geral do partido.
Aqui, operou-se uma autêntica revolução interna nas estruturas do partido, através da revitalização das células e definição clara do papel das organizações sociais do partido. Neste processo, Guebuza percorreu o país do Rovuma ao Maputo, organizando as bases do partido.
Os resultados não se fizeram esperar: a Frelimo viria a ganhar as eleições de forma bastante folgada, numa altura em que ainda faltava consolidar o trabalho.
Na verdade, terá sido a partir de 2005 que Armando Guebuza, através das presidências abertas e inclusivas, onde, na sua agenda, quase que de forma religiosa, reunia-se com o partido Frelimo, a nível de província, do distrito ou de localidade. Foi assim que as estruturas partidárias assumiram o seu verdadeiro papel e valor no contexto da pluralidade política em Moçambique.
Como consequência desta forma de abordagem política, a vitória de Armando Guebuza e da Frelimo foi de uma margem bastante confortável. Pela primeira vez, a Frelimo conquistava uma maioria qualificada na Assembleia da República. O impacto desta vitória foi o auto-exílio do líder da Renamo na nortenha província de Nampula. Dhlakama não conseguia encarar o mundo político a partir da capital. Apesar de reiterar o não reconhecimento da vitória retumbante da Frelimo, estava certo que não tinha argumentos bastantes para negar a referida vitória. Daí, concluo, optar por um espaço onde pudesse aparecer sem adversários políticos, portanto, numa província que, por sinal, tinha sido em ocasiões anteriores fiel ao seu partido.
Numa altura em que o mandato do Presidente Guebuza termina como Presidente da República de Moçambique, que por força constitucional não se pode recandidatar, a Frelimo duplicou os seus membros, ou seja, se em 2006 contava com 1.788.400 membros, hoje a mesma Frelimo contabiliza 3.511.796 membros, isto em números redondos, organizados em 269.965 células contra 91.170 em 2006. Ora, aqui se coloca um grande desafio sobre a liderança deste partido que, como vimos, ganhou e voltou a conquistar a simpatia de muitos moçambicanos. Se, por um lado, a Constituição limita mandatos para a presidência da República, por outro, os estatutos da Frelimo são, relativamente a esta matéria, omissos. Contudo, acoplam a liderança do partido à do Estado. Qual pode ser a saída para este caso? Na minha opinião, alterar este dispositivo estatutário do partido, salvo se alguns membros influentes preferirem voltar para a situação de 1999. A oportunidade de escolha está aqui!
Enquanto terminava de escrever este artigo de opinião, diferentes órgãos de comunicação social a partir de Pemba informavam que Armando Guebuza acabava de ser reeleito para o cargo de presidente da Frelimo por mais cinco anos, sinal inequívoco de que os seus pares reconhecem o seu papel no estágio em que se encontra a Frelimo hoje. Há que saudar a eleição de Armando Guebuza e saudar a forma como os delegados ao congresso escolheram o presidente com acima de 98,50% de votos a favor. Alguns membros da Frelimo a partir de Pemba já não descartavam a ideia de um presidente da Frelimo diferente do da República. Evolução no pensamento!
Esperemos para ver, mas aqui nas minhas reflexões, esta posição data desde o lançamento das teses a este congresso que terminou a semana passada que muitos consideravam absurdo, mas ...
CORREIO DA MANHÃ – 01.10.2012
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