Em palestra sobre “25 de Setembro”.
Numa palestra dirigida aos quadros da Autoridade Tributária, António Hama Thay cita três factores que ditaram a derrota de Portugal nos 10 anos de luta: limitações do efectivo militar, o descontentamento da população portuguesa e sabotagem de alguns generais até ao golpe de Estado de 25 de Abril de 1974.
O general da luta de libertação nacional, António Hama Thay, diz que a vitória da Frelimo sobre Portugal na luta de libertação foi conseguida porque Portugal começou a ter limitações de recrutamento de soldados para suportar o seu exército.
Hama Thay falava como orador duma palestra sobre o 25 de Setembro dirigida a quadros da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), por ocasião da dia do arranque da luta de libertação nacional que se assinala este mês.
Na sua intervenção, o general Hama Thay, antigo vice-ministro da defesa e ministro dos antigos combatentes, apontou as razões que ditaram com que Portugal perdesse a guerra.
A primeira causa tem que ver com a limitação do
efectivo do exército que usava para a guerraNuma palestra dirigida aos quadros da Autoridade Tributária, António Hama Thay cita três factores que ditaram a derrota de Portugal nos 10 anos de luta: limitações do efectivo militar, o descontentamento da população portuguesa e sabotagem de alguns generais até ao golpe de Estado de 25 de Abril de 1974.
O general da luta de libertação nacional, António Hama Thay, diz que a vitória da Frelimo sobre Portugal na luta de libertação foi conseguida porque Portugal começou a ter limitações de recrutamento de soldados para suportar o seu exército.
Hama Thay falava como orador duma palestra sobre o 25 de Setembro dirigida a quadros da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), por ocasião da dia do arranque da luta de libertação nacional que se assinala este mês.
Na sua intervenção, o general Hama Thay, antigo vice-ministro da defesa e ministro dos antigos combatentes, apontou as razões que ditaram com que Portugal perdesse a guerra.
Conforme Hama Thay, Portugal tinha no início da luta uma população de cerca de 9 milhões de habitantes. Ora, segundo os manuais de estratégias militares, o recrutamento para o exército só pode ir até 10 por cento da população o que, no caso de Portugal, seria cerca de 900 mil de soldados. Só que para Portugal, que travava a guerra em sumultânea em Moçambique, Angola e Guiné Bissau, teria que distribuir os 900 mil soldados em três países e, Moçambique, teria não mais de 300 mil soldados. Com este número, segundo Hama Thay, Portugal não seria capaz de suportar 10 anos de guerra, tempo que durou a guerra.
Dadas essas limitações, conta o general, que generais como Khaulza da Arriaga começaram a recrutar nas próprias colónias ou, se preferir, nas províncias ultramarinas. Um dos problemas é de que esses soldados não podiam oferecer tanta confiança como os naturais de Portugal.
O segundo factor que ditou a derrota é o facto de a população portuguesa não “aplaudir”à guerra, ou seja, havia, em Portugal, um sentimento generalizado de repúdio de guerra e vários círculos de opinião aconselhava ao fim do conflito armado.
O terceiro factor e último estava a relacionamento com a frustrações dos próprios generais. Conta Hama Thay, que em Moçambique, houve casos de generais que, ao invés de canalizar o material bélico ao exército onde dele necessitava, às vezes, deitavam-no nas matas numa clara acção de sabotagem e contestação silenciosa da guerra.
Este aspecto, foi muito importante uma vez que culminou com o desânimo de alguns generais.
Com o assustador avanço da Frelimo de Cabo Delgado para o sul, Portugal estremeceu e os generais precipitaram-se no que conduziu ao golpe de Estado a 25 de Abril de 1974.
O PAÍS – 18.09.2012