sexta-feira, 10 de abril de 2015

Expectativa rodeia visita do PR a Gaza

DIA DOS JORNALISTAS: SNJ convida à reflexão sobre consolidação da paz
Sexta, 10 Abril 2015

O SINDICATO Nacional de Jornalistas, comemora amanhã, 11 de Abril, 37 anos da sua existência, sob o lema “Ética e Deontologia Profissional na Consolidação do Estado de Direito e da Paz”, que tem em vista a reflexão sobre o papel e o contributo dos jornalistas e dos órgãos de informação na consolidação da democracia.

Numa exortação por ocasião da data, o Sindicato Nacional de Jornalistas apela a uma introspecção sobre “o que temos vindo a fazer para melhorar, cada vez mais, o nosso desempenho como fazedores da opinião pública”.

“Este 11 de Abril de 2015 comemora-se numa altura em que o nosso país assiste ao florescimento do pluralismo na imprensa, com o surgimento de novas publicações que, infelizmente, não está a ser devidamente acompanhado pelo respeito à ética e deontologia profissional”, indica a exortação.

Neste contexto, segundo o texto, a missão de informar e formar tem sido muitas vezes substituída pela profusão de opiniões que pululam de graça também nas chamadas redes sociais, revelando preguiça e descompromisso ético da parte de alguns jornalistas que tomam o incitamento à violência como agenda diária nas redacções.

“Neste dia, torna-se necessário indagarmo-nos sobre a nossa missão e dos valores éticos e deontológicos que perseguimos. Neste 11 de Abril de 2015 torna-se fundamental reafirmar a importância social e a relevância histórica dos jornalistas e do jornalismo”, sustenta.

Para o Sindicato Nacional de Jornalistas, criado há 37 anos como Organização Nacional dos Jornalistas, respeitar e fazer respeitar a ética e deontologia profissional é uma tarefa para a qual os jornalistas devem estar comprometidos na sua jornada diária de informar e formar. “O jornalista existe porque a sociedade precisa da livre circulação de informações e o profissional deve relatar a verdade e assegurar a credibilidade das informações”, indica ainda a exortação do Sindicato Nacional de Jornalistas, acrescentando que neste 11 de Abril o SNJ gostaria de ver a sociedade moçambicana a lembrar e homenagear as centenas de jornalistas que se sacrificaram e se sacrificam através do seu trabalho diário e nem sempre glamouroso.

“Gostaria de ver os empresários e responsáveis dos media que enriqueceram às custas deste trabalho, remunerando adequadamente este trabalhador singular. Que os agressores de jornalistas, os que impedem o pleno exercício da actividade jornalística e os que se aproveitam da liberdade de imprensa para assassinarem o carácter de pacatos cidadãos fossem exemplarmente punidos e os censores nunca mais existirem”, refere.

O Secretariado Executivo exorta, por isso, a todos os secretariados provinciais a fazerem da data momento particular de reflexão do estágio da liberdade de imprensa e de expressão, do contributo na governação e na consolidação do espírito de paz e unidade nacional.

Estas celebrações têm lugar num momento particular, pois os membros do sindicato elegeram ontem, em todo o país, os três representantes da classe no Conselho Superior da Comunicação Social, duma lista de catorze candidatos.

O apelo do sindicato foi no sentido de serem eleitos aqueles profissionais que se têm destacado na defesa da liberdade de imprensa e do exercício pleno da actividade dos jornalistas.

Este ano as celebrações centrais do 11 de Abril terão lugar na cidade de Inhambane e decorrerão sob responsabilidade do Secretariado Provincial local.

Em Maputo as festividades terão lugar na sede do sindicato, com a realização hoje, dia 10, de um debate público sob o tema: “Ética e Deontologia Profissional na Consolidação do Estado de Direito e da Paz”, e homenagem aos membros do SNJ pelo seu contributo no engrandecimento da agremiação.


Expectativa rodeia visita do PR a Gaza
Sexta, 10 Abril 2015

A VIAGEM do Chefe do Estado a Gaza, província escolhida como ponto de partida para a primeira digressão de Filipe Nyusi pelo país no quadro da presidência aberta e inclusiva, está a ser aguardada com invulgar expectativa e um misto de esperança e ansiedade pela população local, que espera que o Presidente da República dê maior ímpeto às acções de desenvolvimento socioeconómico em curso naquela região, tida como uma das mais pobres do país, e ciclicamente fustigada por adversidades naturais, com especial ênfase para a seca e cheias.


Cidadãos entrevistados pelo “Notícias” a propósito da viagem do Chefe do Estado a Gaza que começa hoje manifestaram o seu optimismo em relação aos “excelentes resultados” que certamente a visita vai produzir, porque um registo deste nível sempre traz uma grande “frescura” na dinâmica do desenvolvimento local.

HOMEM CHEIO DE ENERGIAS –MANSUR DAÚDE, HOTELEIRO

Para o empresário Mansur Daúde, ligado à área de Hotelaria e Turismo na praia de Xai-Xai, a visita do Presidente da República a Gaza é bem-vinda, “e pelo que temos vindo a acompanhar tudo indica que estará a trazer muita energia e frescura para o reforço do dinamismo que se verifica no desenvolvimento do país, em geral, e da nossa província, em particular”.

“Trata-se de um Presidente da República jovem, cheio de energias, eleito para a direcção máxima do nosso país numa altura em que se nota um crescente desenvolvimento da economia e, certamente, isso vai exigir dele muita força e capacidade para dar seguimento às conquistas feitas ao longo dos últimos anos”, referiu Mansur Daúde.

Acrescentou que tem conhecimento de que durante a sua estada em Gaza o Chefe do Estado vai-se reunir com os jovens, “o que acho bastante oportuno, pois é com esta mesma juventude que contamos materializar todos os nossos programas, tendo em vista a melhoria das nossas condições de vida”.

Segundo Mansur Daúde, os empresários de Gaza preparam-se para nesta visita apelarem ao Presidente da República para usar a sua liderança no sentido de finalmente ser reactivada a actividade industrial na província, paralisada devido a factores conjunturais diversos.

“Estou ciente de que com uma indústria forte maiores oportunidades de emprego poderão surgir para ocupar de forma sã maior parte da nossa juventude”, disse o empresário.

“Queremos ainda encorajar o Senhor Presidente da República para prosseguir os seus esforços por uma paz efectiva e duradoira no país. Temos experiências amargas da última guerra dos 16 anos e Gaza foi alvo predilecto dessa guerra. Não queremos perder mais parentes e amigos devido à guerra”, concluiu Mansur Daúde.

CONFIRMAR A BARRAGEM DE MAPAI –ANASTÁCIO MATAVELE, DA FONGA

Por seu turno, Anastácio Matavele, director executivo do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Gaza (FONGA), referiu que espera que o Chefe do Estado reafirme o compromisso de construir a barragem de Mapai sobre o rio Limpopo, de forma a reduzir-se o drama que anualmente as cheias provocam na província de Gaza.

“Sob a sua direcção, queremos que sejam definidas as melhores estratégias para se fazer face não só ao impacto negativo das cheias, como também das secas, que ciclicamente atingem a província, com consequências sociais e económicas nefastas para a população de Gaza”, disse.

Na opinião de Anastácio Matavele, a barragem de Mapai poderá imprimir, após a sua conclusão, maior dinamismo às actividades sociais e económicas locais, atraindo mais investimentos, que, por sua vez, vão criar novas oportunidades de emprego na província de Gaza.

Nesta visita a Gaza, Filipe Jacinto Nyusi poderá escalar o distrito de Mandlakazi, onde, para além de se reunir com as populações locais, irá deslocar-se a Nwadjhane, terra que viu nascer o Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, fundador da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo Sim) e arquitecto da unidade nacional.

Segundo o nosso colaborador naquele distrito, Abdul Sicandar, cidadãos ouvidos pelo “Notícias” em Mandlakazi reconhecem e enaltecem os esforços do Governo na busca de melhores condições de vida para a população, incluindo a asfaltagem das estradas, a extensão das redes de energia eléctrica, da saúde e da Educação, entre outras acções de vulto.

Contudo, segundo o cidadão Ernesto Sitoe, Mandlakazi, e não só, vive preocupado devido ao ambiente de tensão decorrente dos ataques perpetrados recentemente no distrito do Guijá por homens armados da Renamo contra uma posição dasForças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

A outra inquietação que os residentes de Mandlakazi pretendem apresentar ao Chefe do Estado relaciona-se com a falta de emprego para os jovens.

Paulo Jaime Langa espera ouvir do Alto Magistrado da Nação directrizes visando a melhoria da qualidade do ensino e da saúde no país, bem como a dinamização da actividade desportiva.



Movimento da chama deve ser de festa e união
Sexta, 10 Abril 2015

A Comissão Política Da Frelimo considera que o movimento da chama da unidade em todo o país deve ser caracterizado por um ambiente de animação, de festa e de fortalecimento da unidade nacional, da preservação da paz e da auto-estima, por todos e por cada um dos 23 milhões de moçambicanos.


O órgão de direcção do partido no poder tomou esta posição na passada quarta-feira durante a sua 43.ª sessão ordinária, realizada em Maputo, sob a direcção do Presidente da Frelimo Sim, Filipe Jacinto Nyusi, o qual analisou a actual situação política, económica e social do país.

No encontro, a Comissão Política da Frelimo saudou o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, pelo lançamento formal da chama da unidade no passado dia 7 de Abril, em Namatili, distrito de Mueda, em Cabo Delgado, no âmbito das comemorações dos 40 anos da independência nacional, sob o lema “40 anos de Independência: Unidade Nacional, Paz e Progresso”.

A cerimónia traduziu-se num marco indelével na história colectiva do povo moçambicano, em geral, e da população de Namatili, em particular.

A Comissão Política saúda, neste contexto, o povo moçambicano, em geral, e a população de Namatili, em particular, pela forma activa como participou no evento e na cerimónia de deposição de coroa de flores, em homenagem à mulher moçambicana, feito que denota o reconhecimento do valor e do papel da mulher na sociedade e nas várias frentes de desenvolvimento do nosso país.

A Comissão Política da Frelimo saúda, por outro lado, o Governo pela preparação, organização e realização da cerimónia solene de lançamento da chama da unidade na passada terça-feira, em Namatili, distrito de Mueda, em Cabo Delgado.

NYUSI EM GAZA

Na mesma sessão, o órgão directório da Frelimo congratulou, por outro lado, o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, pelo início hoje, na província de Gaza, da presidência aberta e inclusiva, edição 2015, que visa auscultar as populações e receber conselhos, em governação aberta, participativa e inclusiva e considera que este exercício é uma das formas de aprofundamento da realidade nacional e de apreciar o nível de desenvolvimento económico, social e cultural do nosso país.

No encontro, a Comissão Política foi também informada sobre o decurso do diálogo político entre o Governo e a Renamo. Reitera a saudação ao Executivo pela postura que tem assumido e reafirma o repúdio e condenação veemente à postura da Renamo e do seu líder, Afonso Dhlakama, pela violação sistemática do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, assinado pelas partes no dia 5 de Setembro do ano passado.

A Comissão Política saúda com respeito e admiração a Polícia da República de Moçambique (PRM) e as outras Forças de Defesa e Segurança pelo trabalho abnegado que realizam na defesa da soberania e na prevenção e combate ao crime, em todo o território nacional.

A Comissão Política foi igualmente informada sobre o decurso dos trabalhos da primeira sessão ordinária da Assembleia da República, tendo reafirmado a saudação à chefia da Bancada Parlamentar da Frelimo, ao Conselho de Chefia e aos deputados e encoraja-os a continuarem a honrar e dignificar o mandato que o povo lhes conferiu.


ENTRE ASPAS - Responsabilidade social - quando a estética e beleza não contam (Concl.)
Sexta, 10 Abril 2015

NÃO quero de forma alguma isentar o Conselho Municipal da Cidade de Maputo da sua responsabilidade de reabilitar os passeios e outras infra-estruturas públicas.


Na verdade, aproveito a ocasião para pedir que, à semelhança do que está a acontecer em algumas avenidas, ruas, ruelas, travessas e outras vias de circulação, que o Conselho Municipal elabore, aprove e ponha em execução uma operação de reabilitação dos passeios de Maputo. Estamos a precisar. Até para devolver a estética à esta urbe.

Voltando à vaca “quente”, e tal como disse no primeiro texto desta série, responsabilidade social “obriga” as instituições/empresas, e mesmo indivíduos, a criarem condições básicas em benefício das comunidades residentes ao redor de um determinado (novo) empreendimento.

No caso da(s) cidade(s), defendo que os proprietários de empreendimentos, quer sejam eles megas, grandes, médios ou pequenos, devem, ou deviam, preocupar-se não apenas com a beleza interior dos seus empreendimentos, como também com o aspecto exterior, ou seja, do local onde estão situados.

É que, do meu ponto de vista, a beleza do “sítio” onde a gente está localizada é, por si só, uma grande operação de marketing. É em si um investimento com retorno garantido. Substitui sem sombras de dúvidas o melhor e o mais belo cartão-de-visita que a gente pode apresentar.

O contrário afugenta autenticamente o cliente. E porquê? Simples: é que para o cliente, a sujeira, ou os buracos, neste caso, que campeiam o local, simbolizam, ou podem simbolizar o que “anda lá dentro”. E vai daí, não arrisca “adentrar”, pois pode até correr o risco de apanhar doenças…

É verdade que esta “coisa” de beleza e estética não é para todos. De facto há gente capaz de não “ver” mal algum em ter lixo ao lado do seu estabelecimento, ao lado da sua casa. Aliás, há gente que mesmo dentro da sua casa convive com imundície numa situação absolutamente “normal”; há gente capaz de deixar uma panela, um prato, chaleira, colheres, e ou outros objectos em cima da cama onde dorme, considerando isso uma coisa normalíssima. Eu já assisti cenas destas…

Sendo verdade que nem todos nascemos com gosto para beleza, estética e outras coisas mais (boas), não é menos verdade que sendo animais racionais, portanto com inteligência e capacidade para aprender, porque não aprender com os exemplos dos outros? E bons exemplos não faltam. Veja-se o espaço ao redor do Matchedje, no Alto Maé. Veja-se também o passeio defronte da recém-inaugurada loja de venda de electrodomésticos na “entrada” para Malanga, pouco depois da empresa DHL (localizada na esquina situada defronte do Matchedje).

Certamente que alguns leitores pensarão que estou a isentar o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) da sua responsabilidade de velar pela coisa pública. Não. Não estou. Estou apenas a apelar para que não deixemos algo se estragar “apenas” porque é tarefa do CMCM. Ao estilo daquele condutor que estando certo de ter prioridade numa determinada via, teima em acelerar mesmo vendo que o outro condutor está a segundos de lhe cortar a tal prioridade… Para dizer, depois do embate: “eu tenho razão. Você é que me cortou a prioridade”. Só que nessa altura o carro já está um caco…

Marcelino Silva - marcelinosilva57@gmail.com


O QUE DIZEM OS LEITORES - Que contributo dá o cidadão para melhoria do saneamento do meio?
Sexta, 10 Abril 2015

UM pouco por todo o país decorre uma campanha de consciencialização dos cidadãos sobre a importância do saneamento do meio, de modo particular no depósito dos resíduos sólidos. É uma iniciativa que, sem dúvidas, há muito era esperada, uma vez que há necessidade de se manter todos os espaços limpos.


Para o sucesso desta iniciativa, é fundamental que o homem mude de atitude, que adopte comportamentos que promovam a convivência em ambiente saudável.

Esta campanha devia, em primeiro lugar, despertar a cada um de nós sobre que contributo é que estamos a dar para que, efectivamente, os espaços fiquem limpos. Na cidade de Maputo, onde resido, tenho vindo a alertar os que comigo partilham o mesmo espaço sobre a necessidade de depositar o lixo em local apropriado.

Confesso que é uma luta que venho travando há bastante tempo e não é tarefa fácil convencer a pessoa a mudar de comportamento. Até porque pelo menos, quando pretendem atirar lixo em local impróprio, recordam-se que vai surgir uma voz a contrariar, mas, confesso, há dias que sou ignorado. Contudo, pelo menos estou feliz porque sei que algumas pessoas já não se comportam de forma incorrecta e as que ainda resistem sabem que aquela atitude é prejudicial.

Por isso, não devemos apenas reclamar, exigindo que as autoridades municipais façam a sua parte, que recolham o lixo porque se paga determinada taxa para beneficiar do serviço de recolha de lixo. É fundamental que nos comportemos de forma correcta.

Não é justo que alguém depois de consumir seja o que for se desfaça dos resíduos sólidos no chão. Não se justifica que as pessoas, a partir do interior da viatura, atirem garrafas e sacos plásticos, etc.

Seria bom que os transportadores pensassem na colocação de baldes de lixo no interior da viatura de modo que os viajantes, depois de consumir o que têm, coloquem os resíduos em local apropriado. Neste momento os que estão a ler este artigo podem estar a questionar sobre que espaço é que existe para materializar esta iniciativa? Mas, eu digo que, querendo, é possível arranjar um espaço, pois não é agradável viajar sabendo que no interior da viatura se convive com lixo.

Aos municípios vai o meu apelo no sentido de colocarem baldes de lixo em locais estratégicos para que os munícipes não percorram longas distâncias com lixo na mão.

Reginaldo António



Compulsando sobre a guerra e a paz
Sexta, 10 Abril 2015

"A guerra é inútil dado que configura um acto de violência com que se pretende obrigar o nosso oponente a obedecer a nossa vontade". - Clausewitz


A palavra paz, segundoSilva (2002), significa a ausência da guerra. Os termos guerra e paz seriam, nesse caso, opostos, antónimos. São, portanto, situações extremas. E estão, de fato, situadas em pólos opostos. Mas entre uma e outra existem situações e estágios intermediários.

Johan Galtung (1995) tenta definir melhor a palavra paz ao apontar os conceitos de uma paz negativa e de uma paz positiva. A paz negativa, segundo esse ilustre professor, é a mera ausência da guerra, o que não elimina a predisposição para ela ou a violência estrutural da sociedade. A paz positiva, por outro lado, implica ajuda mútua, educação e interdependência dos povos. A paz positiva vem a ser não somente uma forma de prevenção contra a guerra, mas a construção de uma sociedade melhor, na qual mais pessoas comungam do espaço social. Concordando com Galtung, evolui-se da polarização guerra e paz para, no mínimo, três estágios distintos: a guerra, a paz negativa e a paz positiva. Uma maior reflexão ainda se faz necessária sobre as situações que envolvem guerra e paz. No entanto, num primeiro momento, pode identificar-se: a guerra declarada e em curso, a chamada guerra fria, a preparação para a guerra ou para a eventualidade da guerra, a guerrilha, o terrorismo, a violência estrutural, a não cooperação da paz negativa e, finalmente, a paz verdadeira ou, utilizando-se o termo de Galtung, a paz positiva.
As incursões do líder da Renamo denunciam o seu distanciamento do compromisso com a paz e uma tentativa de inviabilizar o desenvolvimento individual e colectivo de todo um povo. Mesmo depois da assinatura dos acordos de cessação das hostilidades militares em Setembro do ano findo, em virtude do qual, a Renamo comprometeu-se a implementar o desarmamento da sua força militar residual, o Executivo devendo em retorno integrar uma parte dessa força nas Forças Armadas, outra parte na Polícia, outra ainda devendo ser desmobilizada e socialmente reintegrada através de um fundo de paz e reinserção social, continuamos a assistir uma Renamo comprometida com a desestabilização e escangalhamento do tecido social, caracterizado por um clima de medo e de incertezas. Tornou-se extremamente difícil dar crédito às palavras do líder da Renamo, uma Renamo disfarçada em duas facetas, aquilo que um grande amigo chamava de Renamo das matas e do asfalto. Numa altura em que todos esforços tendentes à resolução dum problema que parecia impossível, ganhou corpo com a aprovação do Fundo de Paz e Reconciliação Nacional suportado por 10 milhões de dólares americanos anuais, destinado ao financiamento de projectos económicos e sociais dos desmobilizados do conflito armado, bem como dos antigos combatentes e veteranos da luta armada, esta mesma Renamo continua a manter homens armados nas suas bases e aterrorizando as comunidades.

Na verdade, a Renamo pretende criar um clima de caos à escala nacional, que se denuncie esta intenção macabra, a Renamo não está nem tão pouco interessada nos valores nobres dessa pátria de heróis como unidade nacional, patriotismo, solidariedade entre outros, aliás, recorde-se, donde vem essa Renamo, não seria hoje que os seus objectivos ganhariam outros contornos. Contrariando a célebre frase, não há ninguém tão burro que não tenha nada para ensinar, nem tão ignorante que não tenha nada para aprender, mas a Renamo sinceramente não tem nada, absolutamente nada para dar aos moçambicanos, mas dado o clima de tolerância e paciência temos que aprender a coexistir com esses irmãos desviados. Ao Presidente Filipe Nyusi, o apelo é que não desista dessa empreitada de busca incessante pela paz efectiva. O espírito de abertura aos diversos estratos da sociedade, a abertura e disponibilidade que tem mostrado de interagir com as demais forças políticas, devem continuar a primar na esteira de sua governação. Quando o nosso parente esta possuído, a Bíblia que configura palavra sagrada deve constituir a nossa esperança de salvaçãodo corpo do inferno. Caso seja necessário que convoque um novo encontro com o líder da Renamo, nem que seja necessário recebê-lo com água benta Senhor Presidente, mas a luta pela busca da paz efectiva deve ser incessante porque este constitui um dos mais nobres bens do povo moçambicano.

Eurico Nelson Mavie

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