sexta-feira, 12 de outubro de 2012

América pré-eleitoral polarizada

 
12.10.2012, 18:12
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EUA, Eleições, Mitt Romney, Barack Obama, Debate
EPA

O desfecho da atual semana não é muito favorável para o presidente Barack Obama. Os teledebates da quinta-feira entre o seu vice Joe Byden e o seu competidor republicano Paul Ryan puderam proporcionar apenas uma alegria pequena ao presidente.

Estes debates resultaram num evento muito mais animado do que o duelo entre Obama e Romney de 3 de outubro. Uma certa pesquisa indica que Byden ultrapassou um pouco Ryan, enquanto que uma outra indica o contrário, que foi Ryan quem venceu o vice-presidente. O próprio Obama disse aos repórteres que se orgulha de Byden.
Mas já na sexta-feira, de manhã, quando os jornais americanos publicaram as pesquisas tradicionais do fim da semana, as nuvens no horizonte presidencial tornaram-se mais espessas. Três semanas antes das eleições presidenciais de 6 de novembro, uma pesquisa, levada a cabo na Flórida, tornou evidente que Mitt Romney, competidor principal de Obama, ultrapassa-o neste estado, considerado estado-chave da campanha eleitoral. E a diferença já chegou a 7%, o que supera bastante o erro estatístico admissível.
O diretor do Instituto Internacional de Peritagem Política Evgueni Minchenko aconselha “deixar as tentativas de adivinhar o desfecho na base de percentagem”. Ele acha que Obama ainda vai reconquistar as suas posições nos dois futuros turnos de teledebates marcados para os dias 16 e 22 de outubro.
"Creio que a situação final estará clara uma ou duas semanas antes das eleições. Tenho em vista a situação nos estados. Não creio que ali aconteça algo de inesperado. Entre fins de outubro e princípios de novembro, - ainda antes do dia da votação, - será claro, quem é que tem mais vantagem".
O Estado de Flórida é importante pois é um dos sete ou oito estados indecisos que acabarão por determinar o próximo presidente da América. Esse estado coloca no tesouro do presidente logo 29 grandes eleitores. É que os americanos elegem nos seus escrutínios não o presidente mas, sim, um colégio de grandes eleitores de 538 pessoas, o que corresponde ao número de senadores e congressistas. Se Obama tomar de assalto o estado de Flórida, pode-se considerar que a sua vitória é garantida. Mas se o estado ensolarado ficar no campo de Romney, é bem provável que o sigam outros estados indecisos - Carolina do Norte, Virginia e New Hampshire. É muito importante, a favor do qual dos dois candidatos irá votar neste caso o Estado de Ohio, que também dispõe de um grande número de grandes eleitores.
O vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá Valeri Garbuzov opina que agora a situação é tal que tudo pode ser resolvido na última polegada.
"Por enquanto, as pesquisas evidenciam que Obama dispõe de uma pequena vantagem. Mas esta vantagem é muitíssimo pequena. A supremacia de Obama em relação ao seu competidor agora oscila em torno de 2%. Por isso, é bastante difícil de prognosticar as perspectivas de Obama e de Romney. As eleições de 6 de novembro podem resultar tanto na vitória do atual presidente, como do seu competidor. Mas será vitória será alcançada com uma supremacia mínima.
Obama continua a liderar na maioria das pesquisas de âmbito nacional, mas a sua supremacia está à beira do erro estatístico. A América dividiu-se evidentemente em dois pólos no seu enfoque dos pretendentes à Casa Branca. E se Obama e a sua comitiva não fizerem algo de extraordinário, qualquer um dos candidatos pode acabar por tomar de assalto a Casa Branca.

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