: “Senti que a justiça criminal de Moçambique me tinha posto uma faca no estômago”
Cinco anos depois de ter sido agredida violentamente pelo então companheiro, a filha de Samora Machel e enteada de Nelson Mandela está abalada com a Justiça do seu país, depois de o Tribunal Superior de Recurso ter anulado a condenação do homem que a deixou parcialmente cega. “É uma grande traição para as mulheres (…) que depositam a sua confiança no sistema judicial”, desabafa.
Tem nome de guerreira – em homenagem à primeira mulher do pai, guerrilheira da Frelimo, morta em 1971 – e o seu reerguer depois do episódio de violência doméstica de que foi vítima em Outubro de 2015, na consequência do qual perdeu a vista direita, mostra que também é lutadora. Denunciou o seu caso, foi até às últimas consequências e conseguiu que o seu agressor, o ex-companheiro Rufino Licuco, fosse condenado, em Fevereiro de 2017, a três anos e quatro meses de prisão e a pagar-lhe uma indemnização superior a 200 milhões de meticais (2,5 milhões de euros).
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