31.03.2019 às 13h13
A recém-eleita chefe de Estado eslovaca diz esperar que os eleitores possam voltar a dizer não aos movimentos populistas nas eleições europeias
A candidata liberal Zuzana Caputova foi eleita este sábado a quinta Presidente da Eslováquia, tornando-se na primeira mulher a liderar o país. Com a quase totalidade dos votos contados (94%), a presidente do partido Eslováquia Progressista obteve 58,2% dos votos contra 41,8% do seu principal opositor Maros Sefcovic, do partido Smer-SD, na segunda volta das eleições.
Após a divulgação dos primeiros resultados parciais, Zuzana Caputova discursou esta madrugada na sede de campanha perante os seus apoiantes, prometendo concretizar todos os pontos do seu programa eleitoral. Defendeu ainda que a sua eleição representa uma vitória “contra o diabo do populismo” e da “injustiça”.
“Talvez pensássemos que a justiça na política era apenas um tópico intelectual, mas hoje percebemos que esse desejo é comum a muitas pessoas. Estou feliz não só pelo resultado, mas principalmente pela possibilidade de não sucumbir ao populismo, de dizer a verdade e aumentar o interesse sem um vocabulário agressivo”, declarou a recém-eleita chefe de Estado eslovaca, citada pelo jornal “The Slovak Spectator”.
Zuzana Caputova disse ainda esperar que os eleitores do país possam voltar a dizer não aos movimentos populistas nas próximas eleições europeias, agendadas para maio.
VISÃO PRÓ-UE E ANTI-CORRUPÇÃO
Aos 45 anos, a advogada e ativista – com uma visão pró-UE e liberal – era até há bem pouco tempo uma figura desconhecida do público eslovaco, sendo a sua falta de experiência política apontada como um dos seus principais defeitos pelos politólogos e críticos, ao contrário do candidato Maros Sefcovic, comissário europeu da Energia e diplomata.
No entanto, Zuzana Caputova conseguiu realizar uma campanha alicerçada na necessidade de combater a corrupção e o crime organizado no país, que acabou por conquistar novos eleitores, sobretudo depois do homicídio de um jornalista que investigava fraudes. A candidata liberal teceu também duras críticas ao Governo eslovaco durante a sua campanha, assegurando que iria lutar por causas ambientais, assim como a legislação do aborto e os direitos da comunidade LGBT.
Divorciada e mãe de dois filhos, Zuzana Caputova trabalhou enquanto assistente jurídica na autarquia da cidade de Pezinok, antes de se dedicar a causas ambientais e à defesa de menores vítimas de exploração. Nos tempos livres, Zuzana diz que gosta sobretudo de praticar ioga e de estar com a família. A advogada será empossada chefe de Estado da Eslováquia no próximo dia 15 de junho.
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