Soldados rebeldes pedem armas aos EUA para um golpe de Estado contra Maduro
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA causou alarme na Colômbia, depois de aparecer numa conferência de imprensa com um caderno onde se lia "5000 tropas para a Colômbia", país vizinho da Venezuela e aliado dos EUA.
Rebeldes do exército da Venezuela exilados no Peru pediram armas a Donald Trump para começar uma revolução contra Nicolás Maduro: "Como soldados venezuelanos, estamos a fazer um pedido aos Estados Unidos para nos apoiar, em termos logísticos, com comunicação, com armas, para que possamos concretizar a liberdade venezuelana", disseram Carlos Guillen Martínez e Josue Hidalgo Azuaje, dois antigos soldados venezuelanos, à CNN.
"Não estamos a dizer que precisamos apenas do apoio dos Estados Unidos, mas também do Brasil, da Colômbia, do Peru, de todos os países irmãos que são contra esta ditadura", apelou Hidalgo Azuaje, pedindo ainda a ajuda e o apoio de outros países latinos para um golpe de Estado, depois de se porem à disposição do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó.
Este grupo de militares ficou assim à disposição e sob as ordens do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó
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O pedido chega dois dias depois de John R. Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, ter prometido represálias a quem atacar os opositores do presidente venezuelano. Isto enquanto exibia um caderno com um rabisco onde se lia "5000 tropas para a Colômbia".
Propositado ou não, eis a questão. Mas o suficiente para motivar uma reação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia. Carlos Holmes Trujillo emitiu um comunicado, onde se lia que "a Colômbia não conhece as razões por trás daquelas notas e desconhece o seu verdadeiro alcance".
Questionado diretamente sobre a possibilidade de haver ou não tropas dos EUA na Colômbia, o secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, respondeu apenas: "Não vou comentar esse assunto."
A verdade é que o envio de tropas há muito faz parte do discurso de Donald Trump e da administração norte-americana. A primeira foi em agosto de 2017, quando o próprio presidente dos EUA disse: "Temos várias opções para a Venezuela. E, já agora, não vamos afastar uma opção militar. Temos muitas opões para a Venezuela. Estamos a falar de um país vizinho. Temos tropas no mundo inteiro em sítios longínquos. A Venezuela não é longínqua. E as pessoas estão a sofrer e a morrer. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma solução militar, se for necessário."
Os EUA foram o primeiro país a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino do país, após um comunicado do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em que admitiu que "nenhuma opção está fora de questão" no que toca a uma intervenção da Venezuela depois de a Assembleia Nacional da Venezuela ter declarado formalmente Maduro um "usurpador" da presidência.
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