29 de Janeiro 18h00 - 22 Visitas
A Comissão Nacional de Eleições diz que não foi responsável pela reprovação de algumas candidaturas e muito menos pela derrota de partidos políticos, nas últimas eleições autárquicas.
Abdul Carimo acrescentou que a revisão pontual da Constituição pode ter contribuído para a criação de clima de desconfiança pelos órgãos que gerem as eleições.
Três meses depois da realização das eleições autárquicas que deram vitória ao partido Frelimo em 44 municípios, académicos, jornalistas e observadores eleitorais estiveram reunidos esta terça-feira, em Maputo, na Conferência sobre Processos Democráticos em Moçambique para tirar ilações do escrutínio de 10 de Outubro do ano passado e desafios para as gerais.
No calor do aprendizado que se pode tirar da última votação, Abdul Carimo aproveitou para responder a todas críticas que lhe foram lançadas por alguns partidos pela forma como conduziu o processo.
Em clara resposta à rejeição da candidatura da Samora Machel Júnior, o presidente da CNE recordou que todos os partidos políticos e coligações de partidos políticos receberam instruções de concorrer, mas não seguiram, o que resultou na rejeição da sua candidatura.
Outro aspecto que, segundo Carimo, pode ter contribuído para a agitação de alguns concorrentes logo depois do escrutínio foi a revisão pontual da Constituição da República já nas vésperas das eleições.
Num outro desenvolvimento, o presidente da CNE argumenta que o problema da interpretação da lei arrastou até ao período da votação altura em que os partidos políticos não sabiam onde direcionar as suas reclamações.
Já no processo de votação e apuramento, exaltaram-se os ânimos dos membros e simpatizantes dos partidos políticos nas mesas, o que poderá ter contribuído para manchar as eleições autárquicas de Outubro.
Para evitar que situações do género se repitam nas eleições gerais deste ano, Abdul Carimo revelou a CNE tem realizados encontros com vários actores para repensarem numa forma pacífica de realizar o escrutínio deste ano.
Abdul Carimo disse, ainda, que já está em curso a preparação das eleições gerais deste ano e que será feito um recenseamento de raiz nos distritos sem autarquia e actualização aos que já possuem o estatuto de autarquia.
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