Cinco minutos após descolar do Aeroporto Internacional de Maputo, a aeronave pilotada pelo antigo “boss” da CTA, Rogério Manuel (um Heli C9HRM, tipo R-44 – pertencente à empresa MAPEMO, Lda.), perdeu o contacto com a torre de controlo. Eram precisamente 20H35 de ontem (sábado).
Tanto quanto “Carta” apurou, Rogério Manuel – que era portador de um “brevet” para pilotar aeronaves – não estava certificado para voar no período da noite sem os instrumentos apropriados para o efeito, porém, por “portas e travessas”, terá conseguido uma autorização para descolar.
O tinha no currículo várias horas de voo, viajava sozinho com destino ao Bilene. Voava a uma velocidade aproximada de 090-Nós (aproximadamente 180 Km/h), e a 1000 pés de altitude.
No entanto, passadas três horas – as consideradas “normais” de autonomia de um voo daquela natureza – a aeronave não havia estabelecido qualquer contacto com a torre de controlo de Maputo. Foi nesse sentido que se elaborou uma mensagem de emergência, alertando para o possível desaparecimento da mesma.
Logo de seguida, veio a confirmação de que o helicóptero não havia chegado ao local de destino.
Em conferência de imprensa realizada ontem em Maputo, o Comandante João de Abreu, PCA do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), estranhou o facto de Manuel ter decidido pedir autorização para descolar àquela hora da noite (20H30). Porém, afiançou-nos que os pilotos com experiência considerável como a dele têm a liberdade de voar a qualquer hora do dia ou da noite.
Neste momento, uma equipa composta por elementos do (IACM) e dos Aeroportos de Moçambique está a investigar as reais causas do acidente.
Na conferência de imprensa, foi prometido que daqui a 30 dias será divulgado o relatório preliminar sobre as causas do infortúnio. Porém, o relatório final só estará disponível daqui a um ano.
Na conferência de imprensa, foi prometido que daqui a 30 dias será divulgado o relatório preliminar sobre as causas do infortúnio. Porém, o relatório final só estará disponível daqui a um ano.
Quem foi Rogério Manuel…
Nascido a 12 de Fevereiro de 1961, em Magude (Gaza), Rogério Manuel frequentou a Escola Primária Rebelo da Silva (hoje 3 de Fevereiro). Prosseguiu os seus estudos secundários em Maputo, na Escola Preparatória Joaquim de Araújo (actual Estrela Vermelha).
Ainda jovem, em 1987, entrou para o mundo empresarial começando por fazer pequenos negócios na vizinha África do Sul, no sector dos Transportes de Carga e Passageiros.
Regressou a Moçambique ao fim de uma década, onde criou uma empresa de transportes. Na mesma altura, passou a actuar na área da Agricultura e Pecuária, no Distrito de Magude (em Motaze).
Mais tarde, “virou as suas antenas” para o aluguer de equipamento pesado para construtores de grande engenharia.
Aos 36 anos de idade, Rogério Manuel abraça o associativismo.
Considerado um homem com espírito empreendedor, com vocação para dialogar permanentemente com os seus colaboradores, não tardou que fosse eleito Presidente do Conselho Directivo da CTA (em Junho de 2011).
O seu lema: «Continuidade, Aperfeiçoamento e Eficiência» foi uma espécie de sequência ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, Salimo Abdula.
Considerado um homem com espírito empreendedor, com vocação para dialogar permanentemente com os seus colaboradores, não tardou que fosse eleito Presidente do Conselho Directivo da CTA (em Junho de 2011).
O seu lema: «Continuidade, Aperfeiçoamento e Eficiência» foi uma espécie de sequência ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, Salimo Abdula.
De referir que Rogério Manuel foi membro fundador da Associação dos Transportadores de Longo Curso e Internacional, e também da Federação dos Transportadores Rodoviários de Moçambique.
No seu percurso como empresário, há ainda a destacar o facto de ter sido o impulsionador da expansão da Associação dos Criadores de Gado de Magude a todas as localidades do distrito.
No seu percurso como empresário, há ainda a destacar o facto de ter sido o impulsionador da expansão da Associação dos Criadores de Gado de Magude a todas as localidades do distrito.
Foi sócio-gerente da TRANSMAFIL, instituição que actua na área dos transportes de passageiros e de carga, exercendo as mesmas funções na MTEC, empresa que presta serviços de aluguer de equipamento para a construção de estradas.
O finado deixa esposa e quatro filhos.(Carta)
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