Tuesday, September 4, 2018

Obama está de regresso ao palco político americano

Depois de quase dois anos afastado da ação política, ex-presidente dos EUA é aguardado como trunfo na campanha democrata para as eleições intercalares de novembro. O "arranque" é esperado na sexta-feira
Após deixar a Casa Branca, em janeiro de 2017, Barack Obama afastou-se da arena política, evitou falar do seu sucessor Donald Trump e dedicou-se a outras causas, como as que envolvem a sua Fundação ou as conferências milionárias que dá pontualmente em algumas cidades do mundo, como aquela que o trouxe ao Porto em julho passado.
No entanto, o 44.º POTUS (President of The United States) da história manteve sempre aberto o cenário de um regresso à ação política e, de acordo com vários media norte-americanos, isso acontecerá já neste mês de setembro, com Barack Obama a assumir um papel ativo na luta de campanha dos democratas para as eleições intercalares de 6 de novembro, nas quais se vai decidir a composição do Congresso dos Estados Unidos, bem como a governação em 36 estados.
Para já, é aguardada com expetativa a cerimónia pública de homenagem a Obama, na próxima sexta-feira, 7 de setembro, na Universidade de Illinois, um estado onde o antigo presidente foi senador. Obama vai ser condecorado com o prémio Paul H. Douglas (um antigo senador do Illinois) para a Ética na Governação e fará um discurso público transmitido online.
Segundo o site norte-americano Axios, Obama vai abordar alguns dos temas mais esperados da próxima campanha eleitoral, incluindo um apelo ao empenho do eleitorado democrata, historicamente dado à abstenção nas eleições intercalares.
Segundo a sua assessora de comunicação Katie Hill, Barack Obama vai apresentar algumas reflexões sobre o momento atual nos EUA e no mundo e como os norte-americanos devem atuar neste contexto, devendo também fazer um apelo aos norte-americanos para "rejeitarem a tendência crescente de políticos e políticas autoritárias". Falta saber se nomeará diretamente Donald Trump ou não, ele que tem evitado fazê-lo até agora, mesmo quando criticou a reversão dos acordos climáticos de Paris ou a guerra de Trump ao plano de saúde Obamacare.

Ações de campanha

Depois da cerimónia na Universidade de Illinois, Barack Obama tem previstas intervenções em ações de campanha do Partido Democrata nos estados da Califórnia, Ohio e Pennsylvania, durante as próximas três a quatro semanas, e vai participar num evento de angariação de fundos em Nova Iorque, prometendo um outono quente no combate entre democratas e republicanos, com Obama e Trump como previsíveis protagonistas.
Numa altura em que volta a agitar-se no horizonte um cenário de possível impeachment (destituição) sobre Donald Trump, com vários dos seus antigos assessores a contas com a justiça, o regresso de Obama pode bem tornar-se a principal ameaça ao atual presidente.
Ou então... não. Entre os democratas também há quem pense que o regresso de Obama à cena política pode ser o combustível de que Trump precisa agora para reativar o seu eleitorado republicano. Os senadores Jon Tester, no estado de Montana, e Heidi Heitkamp, do Dakota do Norte, recusaram já o auxílio de Obama nas respetivas campanhas, temendo o efeito que isso pudesse ter junto dos republicanos. 8 comentários
Ordenar por 
Riaz Carmali
Para todos aqueles que acompanham, tanto a História dos EUA, como a Política deste país desde o fim da 2ª Guerra Mundial, é um facto que a situação política, económica e social deste país têm se degradado, desde que a o Sector Industrial Americano começou a
deslocar-se em massa para a China nos anos 80 e 90 do século passado, amputando assim uma parte significativa da classe média americana.

O Presidente Clinton conseguiu virar novamente a maré a favor dos EUA, e, quando deixou o cargo, o governo americano tinha um excedente de biliões de dólares.

Em Janeiro de 2001, toma posse Bush filho, e uma das suas primeiras medidas foi fazer um "tax refund", devolvendo a maior parte do dinheiro do governo federal às Grandes Multinacionais Americanas.
Depois, com os cofres do Estado quase vazios, o sr Bush faz duas guerras, uma no Afeganistão e outra no Iraque, que deixam o governo americano bastante endividado!!

Em Janeiro de 2009, toma posse como Presidente dos EUA, o sr Barak Hussein Obama, o qual herda uma situação financeira caótica.
Obama conseguiu livrar a América da pior crise financeira desde 1929, mas infelizmente, por as duas câmaras do Congresso estarem nas mãos dos Republicanos, Obama pouco pode fazer para melhorar as condições de vida dos americanos, e nada fez para a dívida do governo federal deixar de aumentar.

Em Janeiro de 2017, toma posse, como 45° Presidente dos Estados Unidos, o sr Donald Trump, um demagogo e empresário corrupto, que pouco ou nada sabe como governar uma Potência como os EUA.
Neste momento a dívida do governo americano ronda aproximadamente os 20 triliões de dólares, sendo que já há economistas que preveem a bancarrota do governo federal dos EUA.

Portanto, por muito mau que seja o sr Trump, e de facto ele é tudo menos um estadista, a situação política, económica e social dos EUA já estava deteriorada e a deteriorar-se há muitos anos.

Hoje os EUA estão longe de ser aquele exemplo de Democracia, que salvou a Europa do Fascismo e do Comunismo.

Os EUA de hoje são uma sociedade extremamente dividida.
Supermaciastas brancos, Fundamentalistas Evangélicos, Mormones que têm 7 ou 8 mulheres, Seculares como nós aqui na Europa, adeptos fanáticos da NRA (National Riffle Association) que vendem armas de calibre militar nas suas lojas as quais proliferam como supermercados, os quase 70 milhões de americanos pouco instruídos que apoiam cegamente o sr Trump.......
.... os EUA de hoje têm tudo aquilo que um Europeu minimamente culto abomina!!!

Desde 1776, que a sociedade
Estado-Unidense nunca esteve tão dividida como hoje.....
......nem mesmo em 1861 nas vésperas da guerra civil......

Os EUA por serem um país bastante descentralizado, podem-se dar ao luxo de ter um presidente lunático!!
O Pentágono, o Departamento de Estado, os governos estaduais e municipais, continuam a funcionar.

Já imaginaram se um país altamente centralizado como a França tivesse um Presidente assim??
O país simplesmente parava......

Mas hoje os EUA estão a passar por uma crise existencial, ainda que de pequenas dimensões.
Sendo uma República de 50 Estados Federados, onde cada Estado é responsável pela sua própria administração e funcionamento, já existem pessoas, e não são poucas, a terem pensamentos secessionistas em dois estados:
O Texas e a Califórnia.

Um terço da população da Califórnia deseja separar-se dos EUA.
Afinal, uma Califórnia independente seria simplesmente a 6ª maior economia do Mundo!! O governador da Califórnia não é secessionista, mas está em "guerra aberta" contra o governo federal, estando neste momento a correr nos tribunais federais, 30 Processos Jurídicos do Estado da Califórnia contra o Governo Federal!!

No Texas, o apoio à Independência não é para já tão forte, mas existe. Um Texas independente seria provavelmente a 10ª maior economia do Mundo, uma vez que nesta terra, abunda petróleo e gás natural.

Tanto Texanos como Californianos dizem o mesmo:
"Porque é que nós enviamos todos os meses, milhões de dólares ao Governo Federal, quando esse dinheiro podia ficar em casa, melhorando as condições de vida de muita gente?"

E depois ainda há o problema das infraestruturas estado-unidenses estarem envelhecidas. Auto-estradas, barragens, linhas de caminhos de ferro..........
.......tudo a precisar de ser reparado ou substituido!!
Mas o governo federal não tem dinheiro para tamanha empresa!!

Eu não desejo mal aos EUA, mas é um facto que aquele país está um caldeirão que pode rebentar a qualquer momento...........

...........esperemos que não, para o bem dos estado-unidenses, dos europeus e do resto do Mundo.
GostoResponder2218 h
Eduardo Ferreira
Apreciei imenso o seu texto. Objectivo, sem tomar partidos e sobretudo sem emoções ou “clubismos”. Parabéns
GostoResponder214 h
Elisa Comberiati
Gostei mais do seu comentário que do artigo! Subscrevo!
GostoResponder111 hEditado
Michel Silva
Nem mais! Excelente comentario
GostoResponder18 h
Rita Salles
O problema é a liderança... Disse bem: a sociedade americana está bem dividida e porquê? Falta de liderança. Lamento, América vai guerrear-se civilmente por falta de liderança. Nunca hei-de perceber como é que as minorias alienaram o debate político e empurraram a classe trabalhadora, a maior apoiante do partido democrático, para o partido republicano... Deviam partilhar o debate público... Eu já não acredito aquela juventude americana... Têm olhos para os reality shows...
GostoResponder15 h
Manuel Rodrigues
Temos uma economias recuperar temos um presidente eleito pela classe média trabalhadora como ele está a cortar milhões de dólares a esses corruptos por esse mundo fora preocupem-se com os corruptos que tem no vosso país
GostoResponder5 h
Luis Filipe Jardim
Gostei muito do seu comentário...Parabéns
GostoResponder4 h
Kontiki Silva
Escreveu tanto e não disse nada!
Compare as economias ex e o novo.
Comentários sem sustentação! Muita palavra pouco conteúdo!
GostoResponder2 h
Riaz Carmali
Obrigado Rita pelo seu comentário.

Sendo o Ser Humano um Ser Pensante, a manifestação verbal do Pensamento Humano, quando feita com recurso ao Intelecto e tendo por base o respeito mútuo, merece o nosso respeito ainda que se possa discordar do falado.

Humildemente, permita-me uma pequena correção.
A classe trabalhadora estado-unidense continua a apoiar o Partido Democrata.

Nos EUA, existem duas classes de trabalhadores:
— as pessoas razoavelmente bem informadas, as quais assemelham-se a nós Europeus;
— as pessoas incultas dos Estados Interiores dos EUA, as quais são extremamente racistas e supremacistas brancas, e à boa maneira americana, nada sabem sobre o que se passa no Mundo, sendo que para eles o Mundo se resume aos EUA descritos pela "Fox News" e outros Canais televisivos da Direita Radical Americana.
Muitas destas pessoas perderam os empregos quando as fábricas saíram dos EUA e foram para a China.

Este Eleitorado Supremacista Branco e Inculto, não costuma votar nas eleições
estado-unidenses.
Quando o então candidato Trump prometeu trazer as fábricas de volta para os EUA, tarefa quase impossível de se fazer, aí este eleitorado Supremacista Branco foi pela primeira vez a correr em massa para as urnas!!

Este eleitorado juntamente com os fundamentalistas evangélicos (encabeçados pelo actual vice-presidente dos EUA, Mike Pence), foram quem deu a vitória ao sr Trump.

O Partido Republicano tem gente boa, inteligente e moderada. Mas neste momento foi tomado de assalto pelos fundamentalistas evangélicos, sendo que estes tomaram os Republicanos Moderados como reféns.
Ou seja, temos um Partido Republicano fraturado, não se descartando a hipótese deste se desmembrar em vários partidos.

Agora é só ver o que vai acontecer nos próximos tempos.
GostoResponder11 h
Mário Santos
Relativamente ao rumo da economia americana na presidência de Trump talvez fosse bom aprofundar um pouco mais a informação passada.
GostoResponder11 min
Esbela Fonseca Miyake
Oxalá tenha sucesso e consiga afastar o presidente mais criticado da história. Nixon e o Watergate são criancinhas, comparados com este homunculusito. Força, Obama e apesar de compreender o slogan do America first, que deslumbrou o povo,assim NÃO!
GostoResponder619 h
Graça Castro
Obrigado Sr. Carmali por presentear esta caixa de opiniões com um comentário inteligente e isento. Infelizmente a maior parte dos comentários não passam de verborreia e ignorância. Bem-haja.
GostoResponder14 h
Antonio Silva Afonso
Caro Carmali, sem duvida, uma analise objetiva e transparente. Bem haja.
GostoResponder14 h
Oscar Maximo
O camaleão que chamou nomes a McCain na corrida de de 2008, os piores segundo a esquerda, de racista para baixo, e agora teceu grandes louvores. Gente deste caráter já temos muitos no mundo, e em Portugal também.
GostoResponder8 h
Rita Salles
O maccain também... Por favor, até parece que os republicanos eram uns anjinhos... Por muito que este senador republicano portasse mal durante a campanha, eu fiquei triste com a sua morte. Seria ele que impederia a recandidatura de trump.
Responder5 h
Sebastiao Araujo
pois eu entendo que a análise e os correlativos comentários, de um estadio economico social e politico de uma País, qualquer que ele seja e por maioria de razão o de uma Nação imensa, complexa como os EUA, não cabem em comentarioszinhos de café, circunstânciais, à volta do eu acho que, se... à maneira bem Portuguesa, por vezes só porque se lá foi passar uns diaszinhos. Quantas sociedades não gostariam que seus Países fossem, apesar de, uma condição degradada como a que o Sr diz que é a dos USA! Quantos?!
Sempre tive dificuldade de explicar a situação do meu País ao lado de um Português que ele nao tivesse opinião para dar, tendendo frequentemente a desculpabilizar-nos, porque, diz, em Portugal também é...uelelele uelelele.Porquê será ?
GostoResponder3 h
Riaz Carmali
Desculpe, mas não percebi muito do que disse. Pode-se explicar melhor?

Cumprimentos,

Riaz
Responder1 h
Maria Mascarenhas
Vade retro!
GostoResponder20 h

No comments: